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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

VER, OUVIR E LER, NÃO DÁ PARA IGNORAR

                     


   Há três meses que se iniciou o segundo mandato e desta vez com maioria e sem oposição. A junta de freguesia se estiver realmente interessada no desenvolvimento da aldeia, tem que mostrar o trabalho que and, a a realizar. É que não basta ter uma maioria se ela não estiver ao serviço dos cidadãos.
   Para mim é esquisito o silêncio do senhor presidente e seus adjuntos, continuam calados que nem ratos e não revelam o que andam a fazer. Onde
está a transparência e a proximidade da autarquia aos seus fregueses?
Há documentos que são de interesse do povo, mesmo que muitos se estejam a borrifar para eles, habitam na freguesia e fora dela malcatenhos que se interessam pelos destinos da freguesia e não se lembram somente quando as necessidades lhe batem à porta. Mas como é costume não dar a conhecer, o povo cala-se, não quer saber disso, os senhores da junta acham, que manter as pessoas na ignorância é mais fácil governar. Quanto menos souberem, menos perguntas, menos entraves, menos desconfianças.
   Pobre povo, não se sente vítima da estupidez humana e assim vai continuar
a ir aos cafés jogar uma suecada e dar de beber à dor, à Junta de Freguesia para pagar impostos, a água do tanque ou a factura da luz e claro, uma ida à
Cova da Iria. Estamos em 2022, o que aconteceu  já não o podemos mudar, mas o que importa para não voltar a acontecer, é não deixarmos que continuem a manter-nos na ignorância.
  
                                                                                            José Nunes Martins

 

                       

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

QUAL O PLANO E ORÇAMENTO PARA 2022 DA FREGUESIA DE MALCATA?

 

Salão da Junta de Freguesia de Malcata
em dia de Assembleia Municipal

   A última sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Malcata foi convocada nos finais do ano de 2021, para o dia 21 de Dezembro. O Edital da convocatória, cumprindo os termos da lei, continha dois pontos, cujos temas devem ser apresentados, discutidos e votados e são estes:
                                                    “Ordem do dia
Ponto 1 – Discussão e votação do Plano e do Orçamento para o ano de 2022;
Ponto 2 - Discussão e votação do Regimento da Assembleia de Freguesia “
  
Com pena minha não me foi possível assistir a esta sessão da Assembleia de Freguesia. Trinta dias depois, apesar dos alertas que fiz e o pedido para divulgar o que este órgão deliberativo aprovou ou não, no que respeita a estes dois importantes pontos da agenda de trabalhos, continuo eu e talvez muitos malcatenhos, sem saber informações sobre Plano e Orçamento para o ano de 2022.

   E sinceramente, não entendo o desinteresse dos malcatenhos no que diz respeito às reuniões da Assembleia de Freguesia. Quem vive a maior parte do ano na freguesia tem o direito de assistir às sessões da Assembleia de Freguesia e no espaço dedicado à intervenção do público, expor as suas dúvidas, fazer as perguntas e ouvir as respostas. É nestas reuniões que o cidadão tem a oportunidade de participar, de ser esclarecido ou esclarecer se for o caso.
   Assistir ao vivo às discussões e aos argumentos dos vários membros da Assembleia de Freguesia, como é esta reunião, a última de 2021, cujo Plano e Orçamento é votado e é com ele que se vai governar a nossa freguesia durante o ano de 2022, o dinheiro que se vai gastar e como, o dinheiro que se vai ganhar e para que fim, ou seja, são discutidas matérias importantíssimas para o presente e o futuro da freguesia. E aproveitar estas oportunidades para participar, é estar a fazer a parte que cabe a cada um dos cidadãos, a cada um dos malcatenhos. Não vos importa saber as obras propostas para o ano 2022? E não é importante saber como está a decorrer a instalação do rebanho das cabras? Não se importam por saber o que vão fazer quanto à água da barragem e a que vai para as casas? Quantas vezes abriram a página na internet que a nossa junta de freguesia diz ser uma janela aberta para o mundo, mas o que encontram já era?
   Façam parte do progresso e do desenvolvimento de Malcata. Eu que não vivo sempre na freguesia, estou a fazer a minha parte e continuarei este trabalho. Porque gosto da aldeia onde nasci e desejo sempre o melhor para todos. A nossa freguesia só pode melhorar com a participação dos próprios fregueses. E a Assembleia de Freguesia é um dos locais próprios para debater o dia-a-dia e o futuro da nossa terra. E mais uma vez deixo a pergunta: que Plano e que Orçamento, para o ano de 2022, foi aprovado na Assembleia de Freguesia de Malcata realizada em 21 de Dezembro de 2021? 
                                                   

                                                         José Nunes Martins
  



 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

AS NOSSAS ESCOLHAS

 


   Os contentores do lixo que se encontram na Praça do Rossio não são nenhuma coisa do outro mundo e se ali estão, é porque os malcatenhos escolheram que ali ficavam bem, era ali que havia espaço para os dois contentores e ainda hoje lá continuam. Ou seja, continuam a dizer que ali, naquele sítio da Praça do Rossio, é que eles ficam mesmo bem!
  A verdade é que os malcatenhos recuperaram o forno comunitário e o piso do largo do Rossio. E também não obrigaram ninguém a fazer estas obras. O mesmo aconteceu com a pintura das casas que os malcatenhos ofereceram às comissões das festas. Foi uma escolha de pessoas de Malcata, malcatenhos como eu e outros.
  Claro que são as escolhas e se ninguém diz nada, tudo está bem.
  É assim na nossa aldeia, as coisas estão como estão porque escolhem deixá-las assim como estão. Mas se quisessem, podiam estar de outra maneira, podiam ser retirados dali os contentores do lixo. Mas não é isso que querem, pois não? Como não é isso que querem, os contentores vão lá continuar a dar uma imagem da que eu não gosto de ver. Por isso, os malcatenhos têm aquilo que escolhem ter, ser e mostrar a quem visita a aldeia. Lixo na Praça do Rossio? Qual é o mal? Sempre lá houve contentores do lixo, se não estiverem lá, para onde os vão levar?
  Por mim, se fosse eu a escolher, digo a todos que amanhã mesmo os tirava daquele lugar! Afinal, a escolha é dos que moram na aldeia, vos ficar na minha do contra, não escolhia esta localização dos contentores do lixo e na Praça do Rossio é que não continuavam.
  Mas, como não me deixam escolher...ficam com a vossa razão!

 

domingo, 16 de janeiro de 2022

ANTES QUE A TAMPA SEJA A CULPADA

                                                  

    Estes e outros contentores, que estão espalhados pelas ruas da nossa aldeia, possuem uma tampa pesada e com um sistema de abertura bastante perigoso que pode tornar-se numa tragédia a quem ali for depositar o saco do lixo lá de casa. O movimento que é preciso fazer para abrir a dita porta tem que ser feita com bastante força e até por vezes, a pessoa tem que o fazer com as duas mãos. Este abrir da tampa até pode ser um gesto muito fácil de eu fazer ou um jovem. Mas se for um idoso? O nosso/vosso pai ou avô/avó, que com 70 ou 80 anos vai depositar o lixo no contentor feito de chapa e com tampa pesada e com arestas por vezes vivas? O mercado dispõe outros modelos de recipientes muito mais práticos e seguros para os consumidores. Quem não chora também não mama!
E se lá para a ponte nova existe contentor mais leve, podem e devem substituir os velhos e perigosos. E não estão a fazer nada de extraordinário, os malcatenhos apenas pedem melhores contentores e é para isso que pagam as taxas de impostos sobre os resíduos urbanos!
                                                          José Nunes Martins



sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

CANTAR AS JANEIRAS

 

                                                                     Cantar as janeiras

   

   Durante o mês de Janeiro, na nossa aldeia, era costume cantar as Janeiras. Tal como em muitas outras terras do nosso país, cantar era uma das formas conhecidas de dar as boas-vindas às famílias que viviam na freguesia. Uma tradição popular com muitos anos de história, que como outras tradições populares estão a esquecer-se e tendem a desaparecer para sempre.
   E esta tradição de cantar as janeiras, vai para lá da música e das canções. E a espontaneidade com que se formavam os grupos de cantores e tocadores, era mais profundo e mais sério que aos nossos olhos nos parece. A simplicidade e a humildade, a franqueza com que as pessoas conviviam e se agrupavam faziam as coisas acontecer.
   Por isso era muito fácil formar um grupo de pessoas para cantar as janeiras e percorrer as ruas da aldeia. Marcavam o dia, hora e local para se juntar e cada um trazia alguma coisa que fizesse algum ritmo e barulho controlado. Uns traziam concertinas, outros a guitarra, a pandeireta, os ferrinhos e claro havia sempre um tambor.
Daquele lugar combinado saíam a cantar e a tocar cantigas populares e agradáveis ao ouvido de toda a gente. O grupo percorria as ruas da freguesia e iam de porta-em-porta dar as boas-festas espalhando alegria e boa disposição. Só esperavam que alguém da casa viesse ter com o grupo e lhes oferecesse comer e beber, eles em troca cantavam, depois continuavam para a próxima casa.
   É uma daquelas tradições populares que mesmo sendo populares, está condenada a desaparecer. Está difícil criar interesse nas pessoas para se juntar e simplesmente alegrar e sempre com o cuidado e o respeito pelos sentimentos das famílias, por exemplo, respeitando sempre os períodos de luto.
   No íntimo de muitos de nós guardamos estas lembranças e sabemos que hoje o mundo e as tradições já não se celebram como noutros tempos. Lembram-se com alguma saudade e nostalgia de ver o grupo de sócios da ACDM que todos os anos alegravam as janeiras? 
   As instituições e cada um de nós é parte da nossa cultura e da nossa freguesia. Os malcatenhos, independentemente do lugar onde vivam ou trabalhem, são malcatenhos e é a nós todos que nos cabe manter e divulgar o verdadeiro espírito que é ser malcatenho.
   Cantar as janeiras e organizar outras tradições é aprender a alimentar a criatividade, a espontaneidade e o respeito pelo legado  dos nossos antepassados e fazermos nós a mesma passagem aos vindouros, para assim a nossa história não terminar.
  

                           José Nunes Martins

domingo, 9 de janeiro de 2022

AS ÁRVORES DO MEU DESCONTENTAMENTO

 


   E definitivamente, a autarquia de Malcata não se dá bem com as árvores!   Depois do corte das árvores no jardim da sede da Junta de Freguesia, uma ao lado das escadas e o pinheiro manso,
 seguiu-se o salgueiro-chorão à entrada da ponte nova e por causa de uma queda de um raio,
 abateram o majestoso mostajeiro ao lado da rua da Moita. De todas as árvores referidas
 e que foram cortadas o pinho manso mereceu resposta da autarquia, a um pedido de esclare-
cimento que enviei. Quanto aos outros casos, falei sobre eles e foram ignorados por todo o mundo malcatenho.
   Infelizmente, há outras entidades e cidadãos que parece também não se darem bem com as
árvores idosas, centenárias, como são os castanheiros.
    As árvores  são seres vivos, não são apenas árvores que o homem um dia plantou na terra. São óptimas para dar sombra e frutos e quando alcançam a idade de velhas, em caso de obras nos
espaços à sua volta, o mais fácil de fazer é amputar a árvore e cota-se um ou dois ramos ou todos
até que alguma ordem seja dada para parar de cortar.
   Durante a vida normal estas criaturas vegetais crescem e abrem os braços com toda a liberdade.
Na época da queda da folha os homens só se preocupam com a recolha das folhas e nada mais.
 Só que as árvores, como seres com vida e enquanto a seiva circular pela sua estrutura, não param
de crescer e depois, algumas invadem espaços que o homem diz ser dono e ai de quem se atreva a
 invadir ou perturbar a vida humana!
   Durante anos e anos, não lhe ligaram, não as vigiaram no seu crescimento natural, cresceram e
 esse foi o único erro, nunca foram ajudadas a ficar adultas. Sabem, eu sou defensor das árvores
 e não faço obras sacrificando as árvores quando ainda têm vida e alguma saúde. Há obras que o Homem pode fazer dispensando o abate de árvores.
   Posso estar errado, mas hoje acredito que o Tempo e as obras me vão dar
razões para esta minha estranha forma de tratar deste problema que é a importância das árvores
 na nossa freguesia.
                                                   
                                                        José Nunes Martins

  

OS ASSUNTOS MAIS FALADOS EM MALCATA DURANTE 2021


    2021 TERMINOU.
    CONTEM-NOS COMO FOI...

   No início de cada ano é costume fazer uma reflexão sobre aquilo que vivemos ou ouvimos falar durante o ano acabadinho de terminar. Este exercício de relembrar o passado mais recente ajuda-nos a pensar um pouco sobre aqueles assuntos que nos marcaram mais ou menos, das coisas boas e menos boas que vivemos ou sentimos nestes meses de 2021. Rever os percursos realizados e que valeram o esforço e também aquelas experiências que nos deixaram de rastos, tristes e preocupados. Olhar para trás não é ficar parado no presente. O tempo que usamos a pensar no passado vai tornar-se importante e funciona como marca do caminho que estamos a fazer nesta vida e é uma oportunidade de corrigirmos alguns percursos, tomar outras decisões que com certeza trarão resultados diferentes e quem sabe, bem melhores para todos e cada um de nós.
   Em 2021, a pandemia continuou a ocupar o lugar de destaque e foi assunto de conversa, de jornais e redes sociais, de preocupação e também nos trouxe esperança de vivermos neste planeta. A massificação das doses de vacinas parece estar a fazer minorar os efeitos do vírus. Continuar a cumprir as indicações dadas pelos profissionais de saúde é o mínimo que cada um deve e pode fazer.
   Para além da Covid 19 e suas variantes, que outros assuntos marcaram este 2021 e que merece uma reflexão?  Seria muito interessante partilhar também as vossas escolhas e as vossas reflexões. Fico à espera. Comentem sem receios.
   Bom ano.
                                                              José Nunes Martins

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

QUERO VOLTAR PARA MALCATA

      





           E num abrir e piscar de olhos estamos a terminar mais uma semana deste 2022. Leio e ouço todos os dias notícias sobre o que se vai passando no mundo e no meu país. Fazem-me falta notícias animadoras, a começar por aqueles acontecimentos que vivem os malcatenhos. 

       Mas quem sou eu para pedir notícias da aldeia? Bem, vão perdoar a minha curiosidade sobre a vida da comunidade malcatenha, espero que compreendam e não fiquem aí a cuscar pelos cantos e mesas dos cafés perguntando o que eu ando a tentar saber. Eu sei que a curiosidade por vezes traz maus resultados, que será por isso que se costuma dizer que "a curiosidade matou o gato"! E que notícias vindas da aldeia mais enrolada na sua conchinha eu estou curioso por saber? Têm todos o direito à sua privacidade e eu só devo respeitar a vida particular e familiar dos outros, malcatenhos, timorenses ou chineses. Estejam vossas senhorias descansados e tranquilos, pois não estou minimamente interessado em vos conhecer quando não há nenhum interesse recíproco. Contudo e sabendo todos as dificuldades que estamos a passar por causa da pandemia, tendo muitos de nós os meios e o conhecimento básico no uso das ferramentas mais avançadas de comunicação,  mesmo vivendo distanciados uns dos outros, aqueles que como eu, vivem longe da aldeia onde nasceram e que transportam nos corações, quando se gosta não desejamos esquecer e daí esta necessidade de saber o que se vai passando aí por Malcata. Mas são tão poucas e raras as notícias das gentes e sobre a nossa terra que me deixam tristonho e pensativo. Porque não gostam de falar sobre a aldeia, as suas riquezas, as suas gentes, os seus heróis, os projectos programados para mais adiante, as histórias do nosso passado...tanto que existe, sem termos que vasculhar a vida íntima de cada habitante, mas que sempre nos podem dar alegrias, matar algumas saudades e enterrar até algumas incompreensões. 
       Uma das minhas maluqueiras quando comecei esta página foi a possibilidade de entusiasmar, de chamar e alertar, de partilhar ideias e esperar que alguém as pudesse concretizar um dia. Ando com uma interrogação na cabeça há algum tempo e em certos momentos transporto-me num veículo imaginário e em segundos dou comigo nas ruas da nossa aldeia e a pensar e a conversar com os meus botões. que bom é ver crianças a brincar na rua, que alegria ouvir as "carvoeiras" vindas da concertina tão bem tocada pelo Carlos, pelo Fernando e mais acima, a caminho da serra, parar para ouvir o Rui e o Zé a ensaiar para o espectáculo logo à noitinha...e tantas coisas boas encontro por essas calçadas.
       Agora que há quase tudo, mesmo assim com quase tudo, ainda falta o essencial, o mais importante de cultivar, o amor.
       Vou continuar à espera do envio de notícias da minha aldeia.
        Continuação de um ano bom.
                                                                     José Nunes Martins


   

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

NEGÓCIOS SOBRE RODAS PARA TODOS

 




   Os tempos estão a mudar e da mesma forma os métodos de trabalho também mudam com o tempo e adaptam-se ao presente. Estamos no início de um Ano Novo e nestes dois últimos anos que passaram, muita coisa mudou e ainda vai haver mais mudanças. Quem se atreve hoje a prever o que vamos viver e experimentar neste ano 2022? Já nos demos conta que a vida neste planeta é curta e o que é seguro e certo hoje, amanhã já pode não ser. Quem ainda se lembra dos almocreves? Com o tempo a mudar, já se chamaram vendedores ambulantes. E algumas artes populares desenvolveram-se com o contributo destes homens e mulheres que iam de terra em terra oferecer os seus serviços em que a habilidade era fundamental. Desde ferreiros, latoeiros, amoladores de facas e tesouras, arranjos de guarda-chuvas ou sapatos, vindo mais tarde juntarem-se os padeiros, os peixeiros (vendedores de peixe e não arruaceiros), talhantes e nestes últimos tempos, juntaram-se os merceeiros e os barbeiros.
   Na nossa aldeia há muitos anos que as pessoas se acostumaram a esperar pelo padeiro e outros vendedores sobre rodas. E diariamente se ouve o som das buzinas e algumas cantigas populares, invadindo o silêncio deste paraíso. Vêm todos com os mesmos propósitos e o que desejam é vender e deixar os clientes com o essencial à vida do dia a dia.
   As aldeias e cada vez mais, precisam de oferta deste género de serviços. As pessoas que vivem na nossa aldeia são gentes de idade avançada, muitos nunca se deslocaram por meios próprios e só dali saem para ir ao médico ou aos mercados. E agora com o avançar da idade, menos gostam de sair daqui e apreciam a vinda destes senhores o pão e companhia.
   Durante o Verão e no tempo que andei a percorrer as terras do nosso concelho, dei-me conta que os vendedores ambulantes andam por todo o território e mesmo naqueles lugares mais pequenos e com meia dezena de almas, encontrava-os a prestar os serviços com o mesmo afinco. Um dos dias encontrei uma barbearia ambulante. O homem teve a ideia de transformar uma carrinha em barbearia. E com toda a simpatia e gentileza, lá me mostrou a sua barbearia e as terras por onde tem andado a cortar cabelos e barbas. Quem olha de fora para a porta e o tolde fica com curiosidade de espreitar e ver o barbeiro a usar a tesoura e pente. Daquela vez fiquei-me pela visita e explicação e disse-lhe que um dia, quando não sei, se o encontrasse em Malcata e estivesse a precisar de uma aparadela ao cabelo, ia mesmo marcar vez. Mal sabia eu que não buzinava pelas ruas da minha aldeia e portanto também não seria lá que me cortaria o cabelo. Mas então o senhor está aqui tão perto, vi ali no seu registo que percorre uma série de freguesias e lugares aqui do Sabugal, não vai a Malcata? Estranho amigo, é que lá não conheço nenhum barbeiro! Silêncio e calma...ouvi esta frase:
olhe amigo, eu queria ir, mas não vou, pergunte lá na junta!
   Termino esta crónica com uma pergunta: porque não vai o barbeiro sobre rodas prestar os seus serviços aos cidadãos que vivem na nossa aldeia?
                                                    José Nunes Martins






  
  


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA REUNIU OU NÃO?

Salão da Freguesia de Malcata


    A Assembleia de Freguesia de Malcata reuniu no passado dia 21 de Dezembro de 2021.
    Na Ordem de Trabalhos constavam, para além de outros assuntos, três pontos importantes para discutir e votar:
1) Discussão e votação das Opcções do Plano e do Orçamento para o ano de 2022;
2) Discussão e votação do Regimento da Assembleia de Freguesia de Malcata;
3) Discussão e votação da venda de pinhos pertencentes à Freguesia de Malcata.
   Apesar de ter entrado à bem pouco tempo em funções, a Junta de Freguesia e a Assembleia de Freguesia, continuam com os mesmos hábitos antigos de esconder tudo o que acontece nas reuniões, assuntos que são do interesse de toda a comunidade, ou deviam ser.
   Ao longo do primeiro mandato, o senhor presidente prometeu mudar de empresa informática que não tem correspondido, como seria seu desejo, na manutenção da página da internet. E a mudança acabou por acontecer, dando origem a um espectacular anúncio de modernização e aproximação da junta aos cidadãos. A verdade é que continua tudo na mesma e continua a existir falta de respeito pelo cidadão, falta de informação, falta de transparência nas decisões que são tomadas.
   Como os malcatenhos podem verificar, uma consulta à página da freguesia na internet e nas redes sociais, para além de umas ligeiras alterações de apresentação, não há mais nada! Continuamos sem acesso às actas aprovadas das reuniões do Executivo e da Assembleia de freguesia. Como se pode ver, apesar dos autarcas serem os mesmos e eu já os ter alertado para o que se passa, não se nota a mais pequena preocupação em mudar o estado das coisas. Apesar de já iniciarmos um novo ano e dos autarcas eleitos serem repetentes nos cargos principais, continuamos com informações relativas ao primeiro mandato, ou seja, referentes ao mandato de 2017 a 2021.
   Então para que mudaram a página? Ou o objectivo das páginas na internet não são para cumprir, ou quando mudaram foi para não fazer o que seria suposto fazer e continuar a valerem-se de favores impedindo-vos depois de fazer pressão quanto à melhoria das páginas?
   Voltando novamente ao assunto da última assembleia de freguesia, o que foi discutido e aprovado?
   O Regimento da Assembleia foi alterado e aprovado? E o que decidiram quanto à venda dos pinhos?
   É que apesar de não existir oposição politica nas sessões da Assembleia de Freguesia, os malcatenhos merecem ser informados sobre os destinos da sua freguesia e do seu património. A freguesia de Malcata é dos malcatenhos e estes têm direito a um bom serviço público.
                                                                                 José Nunes Martins
  

Edital A.F.M.