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sexta-feira, dezembro 19, 2025

MALCATA: ALDEIA DO PÃO, DO QUEIJO E DOCES

   Estes são três dos produtos gastronómicos que durante muitos anos
identificavam a riqueza gastronómica da aldeia de Malcata:
  

1. O Pão de Forno a Lenha

   O pão caseiro cozido no forno a lenha, não era um pão qualquer e só se tinha "pão quente" no dia em que se fazia a fornada. Era com uma fornada que a família se alimentava de pão durante uma a duas semanas. Ou seja, na aldeia o forno comunitário, era acendido de 15 em 15 dias e havia que precaver as necessidades de cada casa para que nesse período de intervalo, houvesse sempre pão em casa. E a verdade é que o pão durava o tempo todo sem se estragar. O segredo de tantos dias a comer pão encontrava-se na técnica de preparação, desde o grão que era colhido pelo lavrador, enviava para moer, guardava a farinha, amassava com água natural, bons fermentos, boa lenha, algumas cruzes em cada pão e rezas, resultavam numa fornada que enchia o tabuleiro que a mulher punha em cima da cabeça e ia até casa, onde o guardava na arca de madeira. Parece fácil fazer pão artesanal, mas requer conhecimentos e experiência e muito tempo para aprender a cozer um pão bom e saboroso. 

  

2.O queijo de cabra
Com o leite, ordenhado manualmente, a dona da casa ou uma das suas filhas, tratavam de o guardar numa vasilha e depois de lhe juntar um pouco de cardo natural, esperavam umas horas até o leite coalhar. 
Quando a coalhada alcançava o seu ponto, com a ajuda da francela e do acincho, a queijeira retirava o leite coalhado da panela e deitava-o dentro do acincho que antes tinha posto em cima da francela. Com as mãos ia calcando a coalhada e esse gesto de pressão, fazia com que o
soro líquido saísse pelos furos do acincho de lata, escorrendo pela francela até cair dentro do recipiente colocado no seu devido sítio. 
O processo de fazer o queijo era todo feito manualmente e sem pressas. O queijo é uma delícia quando ainda está fresco, mas para algumas pessoas, depois de curado e bem seco, o queijo de cabra duro, rijo como uma pedra e com um cheiro intenso, é qualquer coisa de sublime e simplesmente uma experiência única.  


3.Os doces ou esquecidos

Estes doces, também chamados "esquecidos", são bolos tradicionais na nossa aldeia. Sempre que há uma festa na comunidade ou para momentos especiais, este é um doce que está sempre na mesa. São uma delícia e 
toda a gente aprecia esta singela forma de juntar água, farinha, ovos e açúcar, tudo batido com amor e carinho para mais tarde saborear. 
O seu nome "esquecidos" vem da forma como se coziam no forno a lenha.
Depois de cozido o pão, para se aproveitar o calor do forno a lenha,
as mulheres espalhavam a massa, com a ajuda de uma colher, numa chapa lisa e salpicada com farinha e colocavam-nas dentro do forno ainda quente, deixando-os "esquecidos" a cozer lentamente.  

  Voltarei com este assunto.
  Boas Festas

segunda-feira, abril 15, 2019

SAPADORES OU SERRANAS VENHAM PARA MALCATA


           A.M.C.F. EM SEMINÁRIO SOBRE   PEQUENOS RUMINANTES




Os oradores do seminário
(Da esqª-dtª: EngºAlarcão, EngºJoão Gama e engº Rui Cabral)
  
     A Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro promoveu a realização de um seminário sobre pequenos ruminantes, no passado dia 11 de Abril, em Quarta-Feira, anexa de Sortelha e no qual a A.M.C.F. (Associação Malcata Com Futuro ) marcou presença, reuniu cerca de meia centena de pessoas e de alguns presidentes de junta.
    O seminário abriu com as palavras de circunstância proferidas pelo senhor vereador da Câmara Municipal do Sabugal, Amadeu Paula Neves. O seminário dividiu-se em duas partes. Foi abordado em primeiro lugar a importância dos fogos com controlo na regeneração das pastagens naturais e da floresta, seguido da importância da silvo-pastorícia e dos mosaicos agro-florestais. Após uma pausa para café e um lanche os trabalhos foram retomados e o tema da última sessão foi dedicado ao melhoramento de pastos para alimentar bem os pequenos ruminantes.
    No final das intervenções dos oradores convidados, seguiu-se um espaço de debate, em que os participantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas e esclarecer dúvidas, sendo o fogo controlado o assunto mais discutido, bem como a descoordenação existente no que respeita às actuações dos diversos serviços estatais que tutelam a agricultura e a floresta.
    Na minha modesta opinião, os temas deste encontro são bastante interessantes e tratando-se de “pequenos ruminantes”, espantou-me a não participação de uma representação da Junta de Freguesia de Malcata, dada a qualidade dos oradores, todos eles com formação técnica e experiência no que diz respeito às “cabras e ovelhas” e que trabalham na DRAPC, desejosos por verem os seus ensinamentos aplicados nos territórios do nosso concelho. Tive a oportunidade de dialogar com alguns presidentes de junta que marcaram a sua presença nomeadamente, a União de Freguesias de Vilar Maior, Aldeia da Ribeira e Badamalos, representada pelo senhor António e o senhor presidente da junta de freguesia da Bendada, Senhor Jorge Dias.
    No nosso quintal a que chamamos Malcata e que todos desejamos transformar no melhor do concelho, parece que há coisas que não mudam. Como se encontra o projecto agrícola “Cabra Serrana”?

                                                                            José Nunes Martins

   

EngºRui Cabral
EngºJoão Gama
  
EngºAlarcão
Anfitriões