Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta aldeia

MALCATA: UMA ALDEIA EM FESTA

Imagem
     Pelas ruas e cafés de Malcata durante o oitavo mês, fala-se francês por várias razões.    Os dias e as noites são demasiadamente longos e são muito poucos os que respeitam as horas de quem precisa de dormir.    Há carros com matrícula francesa em qualquer nesga de rua ou curral.    A aldeia parece ter sido invadida por gente de bem com a vida, com tempo e dinheiro para gastar. Afinal, a maioria das pessoas estão em tempo de férias, chegaram cansadas da viagem e chegados à aldeia, há que aproveitar todos os segundos para respirar os ares e esquecer as rotinas de ir todos os dias trabalhar.    O maior grupo de emigrantes vem das terras francesas. A França foi e continua a ser o destino de eleição. Argentina e Brasil penso ser outros dos destinos dos malcatenhos.    A freguesia durante um mês muda da água para o vinho. Tudo é a triplicar e algumas infraestruturas não foram concebidas para tanta procura e sucumbem ou esbracejam por todos os lados e de todas as maneiras para satis

CÁ ESPERO PELAS NOVIDADES

Imagem
Uma árvore mimosa em Malcata      O povo, diz a canção, é quem mais ordena. Em Malcata o povo vive cada vez mais resignado, adormecido e desconfiado. Se cheirar a mudança, o povo deixa-se estar no mesmo lugar e não se importa por continuar como está. Cada um preocupa-se consigo mesmo e quem está ao leme da Freguesia é que tem a incumbência para mudar as coisas públicas e o senhor prior as coisas que dizem respeito à igreja, ao religioso.    O povo já não quer saber dos baldios, nem sequer perguntar como vai a vida na comunidade. Basta ir à aldeia num dia de sessão da Assembleia de Compartes ou da Assembleia de Freguesia e sentar-me nos lugares destinados ao público. Posso escolher sentar mais longe ou mais perto da porta do edifício onde está a decorrer a reunião. As vezes que o fiz, o público era só eu e mais ninguém. Onde estão as outras pessoas que habitam e vivem na aldeia? Devia comparecer e preencher todos os lugares destinados ao público,  para  ouvir o que de mais importante

MALCATA: QUANTOS PROPRIETÁRIOS RURAIS TEM O CONDOMÍNIO DE ALDEIA?

Imagem
      A freguesia de Malcata tem nas mãos um projecto chamado “Condomínio de Aldeia”, um programa em conjunto com a freguesia do Meimão, com um valor de 90 mil euros.    No Jornal Cinco Quinas, João Vítor na entrevista que deu ao jornal e publicada no passado dia 22 de Janeiro, deu a sua opinião sobre esta ideia de “Condomínio de Aldeia “e as vantagens que as aldeias irão beneficiar.    À pergunta do Cinco Quinas sobre que “ vantagens traz para a freguesia ? “ referiu que “pretende contrariar o abandono dos terrenos, como resultado, essencialmente, do despovoamento que se verifica na aldeia e do envelhecimento da população, deixando assim os terrenos com características benéficas para a agricultura, ou para as actividades pastorícia, sem qualquer utilização, e que na actualidade se verificam a prevalência de matos.”    O projecto será para ser concretizado nos terrenos que envolvem a freguesia. Pretende-se que se limpem os matos, algumas árvores e retornar a ocupá-los com outras árv

FREGUESIA DE MALCATA E MEIMÃO NO MESMO CONDOMÍNIO DE ALDEIA

Imagem
       A freguesia de Malcata e a freguesia de Meimão, vão entrar num projecto a que chamaram “Condomínio de Aldeia” Trata-se de um programa apoiado pelo Fundo Ambiental e este ano, através da AIGP-Terras do Lince-Malcata, os proprietários das aldeias de Malcata e do Meimão, que se mostrem interessados na reconversão dos terrenos abandonados ou florestais, em terrenos agrícolas.        Está previsto um investimento de cerca de 90 mil euros, a dividir entre as duas freguesias.   A Opaflor, entidade que está a gerir a AIGP Terras do Lince Malcata, é a associação responsável pela implementação deste projecto. O objectivo principal, é ocupar os terrenos que envolvem as duas aldeias e introduzir neles culturas, árvores, pastagens que permitam funcionar como barreira natural à propagação dos incêndios florestais. Para além de reconverter a ocupação das terras, há outras intervenções e infraestruturas que também são importantes levar a cabo para aumentar a resiliência e a

MALCATA: UM MAGUSTO TRADICIONAL PRECISA DE CARUMA SECA

Imagem
  Castanhas assadas sobre a mesa     Como se preservam as tradições e ao mesmo tempo se defende e fortalece a identidade cultural de uma comunidade, de uma freguesia rural?     E que  importância têm as tradições  e costumes que essa mesma comunidade teima em realizar?      O reconhecimento da importância das tradições e o continuar com elas, para salvaguardar as tradições do passado e com isso fortalecer a identidade cultural dos malcatenhos, já é um passo certo no sentido de preservar o património imaterial da nossa comunidade. E o património imaterial, vai para além do património material, como é o caso dos monumentos, concretamente, a torre do relógio, as fontes, a igreja matriz, as ruas... Esse é o que chamamos património material, porque são bem visíveis e  estão à vista de todos. Mas o modo de ser, sentir, celebrar os costumes, as tradições, as festas  pagãs e cristãs, a oralidade  e expressões que as pessoas recorrem no dia a dia e durante muitas gerações,  funcionam como bil

AS MINHAS HISTÓRIAS NA ALDEIA ONDE NASCI

Imagem
     A caminho do Ozival                                                          CONTA-ME  COMO  FOI ...    Vou contar-vos uma cena que se passou na aldeia que todos guardamos no coração. Esta pequena história é ficção, embora pareça verdadeira, não é real. É um recordar e um reviver de situações reais, com pessoas e lugares que existiram nessa aldeia. É apenas uma história das muitas histórias que eu vivi em criança. E a história começa na cozinha lá de casa: _ Vou à loja ordenhar a vaca, ver se consigo tirar leite para fazermos um queijo - disse a minha mãe enquanto apertava o avental arás das costas. Pegou no balde habitual e desceu as escadas até à loja.     Era o tempo do frio e da chuva, o Inverno na aldeia costuma ser assim e as manhãs eram mesmo frias.    Eu fiquei ao lume, a olhar para a fatia de pão que estava a torrar em cima da grelha de ferro. As brasas estavam fortes e uma pequena distração transformaria o pão em carvão. Pão torrado na grelha e depois um fio de azeite a

MALCATA: NÃO BASTA TER BELEZA NATURAL PARA SE DESENVOLVER!

Imagem
  Nesta aldeia eu nasci e cresci       Nasci no meio rural, numa casa humilde, construída em pedra de xisto, com umas escaleras também de pedra e por baixo do primeiro piso havia a loja, onde os meus pais guardavam o gado, isto é, uma vaca, um burro, duas cabras e às vezes criavam coelhos. Tudo isto para dizer-vos que sou uma pessoa do campo, como muitos que agora estão a ler o que este malcatenho está a pensar.     É claro que os meus pais eram agricultores, ambos filhos também de agricultores e, já os meus avós eram filhos de agricultores ou lavradores se assim quiserem chamar.                                                Topónimos de algumas ruas da aldeia      Sendo de origem rural, o mais natural é sentir alguma ligação às coisas do campo e a tudo o que estiver relacionado com ruralidade. Lembro-me da era da minha infância, à minha volta eramos um bom grupo de garotos e garotas.      As crianças davam vida à aldeia, por todas as ruas e na escola havia novos povoadores, que iam b

QUERO VOLTAR PARA MALCATA

Imagem
                     E num abrir e piscar de olhos estamos a terminar mais uma semana deste 2022. Leio e ouço todos os dias notícias sobre o que se vai passando no mundo e no meu país. Fazem-me falta notícias animadoras, a começar por aqueles acontecimentos que vivem os malcatenhos.         Mas quem sou eu para pedir notícias da aldeia? Bem, vão perdoar a minha curiosidade sobre a vida da comunidade malcatenha, espero que compreendam e não fiquem aí a cuscar pelos cantos e mesas dos cafés perguntando o que eu ando a tentar saber. Eu sei que a curiosidade por vezes traz maus resultados, que será por isso que se costuma dizer que "a curiosidade matou o gato"! E que notícias vindas da aldeia mais enrolada na sua conchinha eu estou curioso por saber? Têm todos o direito à sua privacidade e eu só devo respeitar a vida particular e familiar dos outros, malcatenhos, timorenses ou chineses. Estejam vossas senhorias descansados e tranquilos, pois não estou minimamente interessado em

O DIABO QUE OS CARREGUE

Imagem
    Caiu e nunca o levantaram    Hoje vou relatar-vos o que tenho visto pela nossa aldeia. Em Agosto e Setembro tive a oportunidade de percorrer todo o concelho do Sabugal, tendo visitado vários lugares e sítios, castelos e igrejas, restaurantes e cafés, artesãos e outras pessoas que diariamente trabalham neste nosso canto português.    A aldeia onde eu nasci e que visito várias vezes durante o ano, está a caminhar para o precipício e cuja queda trará danos difíceis de reparar, isto se houver quem os repare. A cada ano que passa, as mudanças são cada vez mais preocupantes e em nada contribuem para a tomada de consciência do caminho que estamos a percorrer, pois mesmo com os avisos que nos são diariamente dados, existe uma total despreocupação e falta de planos para salvar a nossa aldeia da sua agonia e da sua morte.    Andar pela aldeia e olhar à nossa volta, preocupa-me o enorme número de habitações de janelas e portas fechadas. Casas relativamente recentes e que aparentam ter boas

MALCATA: O QUE É PRECISO PARA SER MALCATENHO?

Imagem
                                              Já gostei mais de ir à minha aldeia. As últimas vezes tenho vindo de lá com vontade de não voltar tão cedo. Era costume nas vésperas da ida andar entusiasmado e ansioso por chegar o dia da viagem. E depois de lá estar, não me apetecia pensar no dia do regresso à cidade. Agora, basta uns dias na terra e na casa onde nasci para ter vontade de meter tudo na carrinha vermelha e não voltar.    É estranho este sentimento e tenho andado a reflectir nas causas que estão a influenciar este afastamento e distanciamento. É verdade que não gosto de muitas situações com que me deparo quando estou na aldeia. Entristeço-me quando caminho por algumas ruas e reparo no número de casas vazias, com telhados podres e telhas partidas, outras têm janelas de madeira sem vidros, portas de madeira entre-abertas e com um monte de pedras que não deixam sequer entrar na loja. O perigo maior vem dos beirais dos telhados mais antigos, onde as telhas e lascas podem deslo

MALCATA: A PÁSCOA DAS MATRACAS E MARTÍRIOS

Imagem
        Quando tenho saudades de um sítio é porque em algum momento da minha vida lá estive e vivi experiências boas e marcantes. Esta é uma das minhas crenças em acreditar que se deve voltar aos lugares onde já me senti bem.    Malcata é para mim um desses lugares e portanto, sei que logo que possa, irei voltar. Para já e enquanto a pandemia nos condicionar as viagens e nos aprisionar em casa, resta-me apenas recordar alguns desses momentos bem vividos por terra beirã. Já que o confinamento não me deixa regressar à aldeia, faz todo o sentido partilhar aqui algumas memórias vividas noutras épocas pascais. Sabem que isto do Covid 19 está difícil de estar resolvido e nada como dar a volta por cima e aproveitar bem o tempo. Parar e reflectir sobre o Mundo, a Vida, a Morte, o Sabugal, a nossa terra, pode bem ajudar a passar o nosso tempo.    Sei que muitos de nós estamos mortinhos para andar em total liberdade. A Páscoa este ano está a ser complicado para muitas pessoas. Entrámos na Sem

MALCATA: A ALDEIA DA MINHA INFÂNCIA

Imagem
     Malcata antes da barragem   Lembro-me de quando era criança, Malcata era o Mundo. Vivi até aos meus onze anos na aldeia onde havia uma escola, duas professoras que ensinavam a escrever, a ler e a fazer contas. Havia uma igreja com um campanário, três tabernas, dois comércios e duas fontes. As ruas eram estreitas, com o chão em pedras lisas e outras em terra barrenta que se transformavam em lama quando chovia no Inverno. Havia um rio (ribeira) onde cresciam trutas e barbos, moinhos que moíam o grão e moleiros que entregavam as talegas de farinha aos seus donos. Era nas suas águas que se aprendia a nadar e as mulheres lavavam as roupas sujas.   Quando era criança, na minha aldeia havia um ferrador, um albardeiro, um sapateiro que também era moleiro, um carpinteiro e um barbeiro.     Quando eu era criança as casas da aldeia eram mais pequenas, mais frias e com as paredes muito grossas e em pedra de xisto, telhados com telha de barro de um cano. Eram simples, mas cheias de vida huma

MALCATA: UMA ALDEIA POR DESCOBRIR

Imagem
      A freguesia de Malcata fica situada no sopé da Serra da Malcata, no concelho do Sabugal e integra a área da Reserva Natural da Serra da Malcata.    Tal como as outras aldeias à sua volta, a aldeia é habitada maioritariamente por pessoas de idade avançada. Mesmo ou por causa dessa realidade, há 24 anos que abriu as suas portas o Lar da freguesia, sob a responsabilidade da Associação de Solidariedade Social de Malcata. Há também em plena actividade a Associação Cultural e Desportiva de Malcata, a Associação de Caça e Pesca, a Associação Malcata Com Futuro e também a Fábrica da Igreja.    A Escola Primária que existia acabou por encerrar, por escassez de crianças em idade escolar, tendo acontecido o mesmo à Creche.    Em Malcata não se passa fome e cada família possui ainda a sua pequena horta ou quintal e cultiva parte dos produtos com que se alimenta. Com a debandada para terras de França, Argentina e as grandes cidades de Portugal, restam aqueles que nunca quiseram sai

AFINAL PARA QUE SERVE A INTERNET EM MALCATA ?

Imagem
Página oficial da J.F.Malcata em 15-08-2019 Página oficial da J.F.M. em 15-08-2019    A Internet está a contribuir para aproximar as pessoas, dá-lhes a oportunidade de manifestar publicamente a sua opinião.   Numa comunidade rural como a da nossa aldeia, somos em número reduzido os que não se conhecem e que ainda não aprendemos, na opinião de outros, o normal funcionamento das coisas. Uma coisa anormal para mim, é normal para quem sempre vivei na nossa terra e fim de conversa.    Eu penso que um dos papéis importantes que cabe a uma junta de freguesia está relacionado com as relações humanas com os seus fregueses. Um bom relacionamento é, por exemplo, um esclarecimento de dúvidas de uma forma rápida e eficiente. E a internet serve esse propósito através da informação existente na página digital que a junta de freguesia possui. Esta página deverá evitar que o cidadão tenha que se deslocar fisicamente ao edifício da sede da junta e desde casa, esteja ele na a