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PODE UM MALCATENHO DEIXAR DE O SER?

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    Nasci em Malcata, mais precisamente em casa, num dia de Outubro. E de Malcata, guardo memórias de infância marcantes e boas: tinha uma rua para brincar e hoje é uma coisa que já não existe. Ia a pé para a escola, vinha jantar a casa a pé e voltava a ir até às três ou quatro da tarde. Cresci perto dos meus avós maternos que me marcaram para a vida. Também tive sempre a minha mãe, o meu pai emigrou para a França no ano em que nasci.   Para mim, Malcata é o meu mundo de brincar, de aprender a ler e escrever e é a minha aldeia, a minha princesa de estimação.   Estou triste relativamente ao que se passa na minha terra natal. Malcata é mais uma terra sem rei nem roque, é um território desaproveitado e nem sabe ganhar com as vantagens que a natureza oferece há séculos. A freguesia tem uma mancha florestal extensa, há espaço para quase tudo, mas está de costas voltada para o céu, não beneficia com a água da albufeira, não aproveita a pastorícia, os percursos pelos cami...

A IMPORTÂNCIA DA APRESENTAÇÃO DE CONTAS

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   Ora, no meio deste meu orgulho de ser de Malcata, há uma realidade e ela é tão verdadeira que a comparo ao famoso “teste do algodão”: não dá para enganar!    Estou a escrever estas palavras muitos dias depois da festa. Este ano não estive na aldeia pela semana da festa. O que vi e pude acompanhar via internet e telefonemas, foi uma festa valente e bastante animada. O arraial durou este ano uma semana!    Na última noite da festa, foram subiram ao palco os novos mordomos. Agora que se encerrou a festa deste ano, é tempo de pensar na festa do Verão seguinte e sem muitas demoras.    Os mordomos que organizaram a festa deste ano estão de parabéns, pois aquilo que transpareceu foi que conseguiram organizar uma festa e reavivaram a nossa terra durante a mais importante festa da aldeia. E desta vez, até S. Pedro esteve a torcer pelo êxito e o Judas nem às noites foi visto nas ruas. Só se ele veio disfarçado de militar e passou os dias fechado, na...

MALCATA: CONHECER A HISTÓRIA

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         MALCATA  FOI NOTÍCIA HÁ 57 ANOS! 1- “Vai bastante adiantada a construção do nicho de Nossa Senhora dos Caminhos”    A iniciativa veio das professoras D. Maria do Carmo Corrais, D. Isabel Borges Alexandrino. Um mês depois, a 7 de Julho do mesmo ano, foi solenemente inaugurado.    Generosidade do sr. Joaquim Vieira, construtor e que desde 1964 vive na aldeia, oferecendo a direcção e a mão de obra do nicho e anexos.       in Amigo do Sabugal, ano 7, nº23 de 09-06-1968    O primeiro nicho construído na nossa freguesia era uma obra simples e ao mesmo tempo, rara de encontrar igual. E a sua primeira localização, à saída da aldeia e junto à estrada antiga, a uns 20 metros da ponte velha foi inaugurado em 1968.    De acordo com o jornal “Amigo do Sabugal”, de Junho de 1968, que pode ser consultado na Biblioteca do Sabugal, a sua construção foi uma iniciativa das no âmbito professoras primár...

MALCATA: SEXTA-FEIRA DE SAUDADE

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   Rua do Carvalhão em 1994    Só quem mora longe do lugar que sempre gostou, é que sente saudades. Quem está fora continua a levar a sua vida da forma que melhor é capaz. E andamos meses e semanas a pensar naquele dia em que, faça chuva ou sol, rumamos em direcção ao nosso pequeno mundo secreto e ao qual pertencemos. Foi nesse pequeno cantinho do mundo, longe do mar e perto da floresta, que a nossa vida começou. É nessa pequena aldeia serrana, protegida dia e noite dos ventos que sopram do lado da Espanha, que por amor, pela água fresca, pela liberdade que se vivia, muito afastados das preocupações que muitas famílias tinham que ultrapassar, sempre com todos os cuidados e cumprindo todas as leis do regime, que as frágeis árvores que nós eramos, se agarraram à terra e cujas raízes nos mantêm para sempre ligados e agradecidos. Os meus dois amigos fieis      Vivemos com essa ideia de chegar aquele dia em que nós regressaremos. E o que parece fácil e...

MALCATA: ROSTOS E LUGARES

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  AQUI VOS APRESENTO OS ROSTOS E O CENÁRIO QUE NOS AJUDA A IDENTIFICAR O LUGAR (para o desafio ficar mais completo) Rostos de Malcata Os rostos vão sendo identificados. A imagem anterior foi publicada sem paisagem, sem qualquer parede, árvore ou edifício ou chão que ajudasse a identificar as pessoas. Felizmente, a Madalena Corceiro, Deolinda Gonçalves Afonso, Maria de Lurdes Fernandes, Fausto, Gorete Rato, Célia Apolinário, Maria Fernandes (dos Santos)...tantos que já desvendaram o mistério destes rostos de Malcata, talvez duas  de pessoas que estão a gostar deste desafio.  As memórias são muitas vezes associadas a pessoas, lugares, casas, ruas, animais e a união de todos os pontos conduz-nos a uma espécie de puzzle completo.  A todos, o meu muito obrigado pelo interesse mostrado. José Nunes Martins AINDA MAIS UMA AJUDA: Alguém me pode legendar a fotografia?  Basta fazer a respectiva correspondência da pessoa com o número. Cada vez mais perto!

ROSTOS DE MALCATA

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       Encontrei esta fotografia nas redes sociais. Neste grupo de gente de várias idades há um rosto que reconheço e sei que não me engano. Pessoa conhecida por toda a região sabugalense, natural da nossa aldeia, vivia na Rua da Fonte, animador de festas, casamentos, bailes, ranchos folclóricos...um verdadeiro homem do espectáculo.      Grupo de malcatenhos em dia de festa Coloco aqui esta foto com este grupo bem disposto, em traje de gala, na esperança que me ajudem a descobrir a quem pertencem estes rostos. Confesso que há caras que sei serem de gente de Malcata, mas perdoem por não saber os seus nomes.  O desafio para este imagem é identificar todos os rostos. Ao autor desta fotografia o meu muito obrigado, talvez tenhamos a sorte de o(a) conhecer! José Nunes Martins

O QUE NOS IDENTIFICA EM MALCATA?

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Posto da Guarda Fiscal       Sede da Junta de Freguesia       O que nos ajuda a sentir que     pertencemos a determinada aldeia ou   cidade?     Eu diria que, no caso concreto da nossa aldeia, existem alguns elementos espalhados pela área da freguesia que nos ajudam a sentir que somos malcatenhos, pertencemos a este povo: as casas, as ruas, os bêcos e as praças, as fontes, a torre do relógio, o antigo quartel, a antiga escola primária, a igreja matriz, o calvário, a capela, o moinho, o forno, o busto de Camões...o cemitério, a serra, etc. !    Cada um destes elementos ocupa os espaços com os quais nos identificamos e que fazem parte da nossa aldeia. Há em cada um destes elementos algo com que nos identificamos, relacionamos e que para nós são importantes. Cada um de nós, cada malcatenho tem algo com que se identifica. Ainda bem que é assim!     Aldeia e a serra     Fonte das Bicas Relógio ...

MALCATA: SALVAR A FREGUESIA E A ALDEIA

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  Campanha de salvamento precisa-se!         Actualmente, as pessoas vivem desinteressadas da vida pública da nossa freguesia. Fecham-se nas suas casas, ainda vão até aos cafés depois do almoço e pouco depois voltam para a sua vida. E só se voltam a encontrar em dias de convívio na associação ou nos dias da festa de Agosto. Eu acho que eles não querem é complicações na vida e então vivem como os caracóis, nada de deixar portas e janelas escancaradas. Ou seja, nem pensar em assumir cargos de responsabilidade ou funções a favor do povo. Preferem ficar a ver outros a fazer o trabalho, mesmo que pouco concretizem, pagam o que há a pagar e os outros governem e organizem como acharem melhor!    A verdade é que, de 2021 a 2025, veio piorar e nada ajudou a melhorar a vida real das pessoas. E não é por causa da epidemia do covid ou a gripe das aves, nem por causa da doença da língua azul. Estão a ser anos de maior afastamento e maior desinteresse no que respei...

LUGARES E RECANTOS DE MALCATA

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         Fonte das duas bicas    Muita água já por elas jorrou e muita dessa água ajudou a encher a albufeira. E com essa água foi uma enxurrada de memórias, de conversas e namoricos. Se as bicas falassem, hoje revelavam as conversas dos rapazes com as raparigas, os namoricos que por vezes resultavam numa boa reprimenda dada pela mãe da moça por ter demorado tanto a chegar da fonte com o cântaro da água.     Um lugar como este, conta-nos muito mais do que aquilo que ali vemos,   por isso, precisamos de respeitar, cuidar e olhar com cuidado para este lugar, que tantas recordações vai guardando.                                                                                        José Nunes Martins

MALCATA: UMA ALDEIA EM FESTA

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     Pelas ruas e cafés de Malcata durante o oitavo mês, fala-se francês por várias razões.    Os dias e as noites são demasiadamente longos e são muito poucos os que respeitam as horas de quem precisa de dormir.    Há carros com matrícula francesa em qualquer nesga de rua ou curral.    A aldeia parece ter sido invadida por gente de bem com a vida, com tempo e dinheiro para gastar. Afinal, a maioria das pessoas estão em tempo de férias, chegaram cansadas da viagem e chegados à aldeia, há que aproveitar todos os segundos para respirar os ares e esquecer as rotinas de ir todos os dias trabalhar.    O maior grupo de emigrantes vem das terras francesas. A França foi e continua a ser o destino de eleição. Argentina e Brasil penso ser outros dos destinos dos malcatenhos.    A freguesia durante um mês muda da água para o vinho. Tudo é a triplicar e algumas infraestruturas não foram concebidas para tanta procura e sucumbem ou...

CÁ ESPERO PELAS NOVIDADES

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Uma árvore mimosa em Malcata      O povo, diz a canção, é quem mais ordena. Em Malcata o povo vive cada vez mais resignado, adormecido e desconfiado. Se cheirar a mudança, o povo deixa-se estar no mesmo lugar e não se importa por continuar como está. Cada um preocupa-se consigo mesmo e quem está ao leme da Freguesia é que tem a incumbência para mudar as coisas públicas e o senhor prior as coisas que dizem respeito à igreja, ao religioso.    O povo já não quer saber dos baldios, nem sequer perguntar como vai a vida na comunidade. Basta ir à aldeia num dia de sessão da Assembleia de Compartes ou da Assembleia de Freguesia e sentar-me nos lugares destinados ao público. Posso escolher sentar mais longe ou mais perto da porta do edifício onde está a decorrer a reunião. As vezes que o fiz, o público era só eu e mais ninguém. Onde estão as outras pessoas que habitam e vivem na aldeia? Devia comparecer e preencher todos os lugares destinados ao público,  para...

MALCATA: QUANTOS PROPRIETÁRIOS RURAIS TEM O CONDOMÍNIO DE ALDEIA?

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      A freguesia de Malcata tem nas mãos um projecto chamado “Condomínio de Aldeia”, um programa em conjunto com a freguesia do Meimão, com um valor de 90 mil euros.    No Jornal Cinco Quinas, João Vítor na entrevista que deu ao jornal e publicada no passado dia 22 de Janeiro, deu a sua opinião sobre esta ideia de “Condomínio de Aldeia “e as vantagens que as aldeias irão beneficiar.    À pergunta do Cinco Quinas sobre que “ vantagens traz para a freguesia ? “ referiu que “pretende contrariar o abandono dos terrenos, como resultado, essencialmente, do despovoamento que se verifica na aldeia e do envelhecimento da população, deixando assim os terrenos com características benéficas para a agricultura, ou para as actividades pastorícia, sem qualquer utilização, e que na actualidade se verificam a prevalência de matos.”    O projecto será para ser concretizado nos terrenos que envolvem a freguesia. Pretende-se que se limpem os matos, algumas á...

FREGUESIA DE MALCATA E MEIMÃO NO MESMO CONDOMÍNIO DE ALDEIA

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       A freguesia de Malcata e a freguesia de Meimão, vão entrar num projecto a que chamaram “Condomínio de Aldeia” Trata-se de um programa apoiado pelo Fundo Ambiental e este ano, através da AIGP-Terras do Lince-Malcata, os proprietários das aldeias de Malcata e do Meimão, que se mostrem interessados na reconversão dos terrenos abandonados ou florestais, em terrenos agrícolas.        Está previsto um investimento de cerca de 90 mil euros, a dividir entre as duas freguesias.   A Opaflor, entidade que está a gerir a AIGP Terras do Lince Malcata, é a associação responsável pela implementação deste projecto. O objectivo principal, é ocupar os terrenos que envolvem as duas aldeias e introduzir neles culturas, árvores, pastagens que permitam funcionar como barreira natural à propagação dos incêndios florestais. Para além de reconverter a ocupação das terras, há outras intervenções e infraestruturas que também são importantes l...

MALCATA: UM MAGUSTO TRADICIONAL PRECISA DE CARUMA SECA

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  Castanhas assadas sobre a mesa     Como se preservam as tradições e ao mesmo tempo se defende e fortalece a identidade cultural de uma comunidade, de uma freguesia rural?     E que  importância têm as tradições  e costumes que essa mesma comunidade teima em realizar?      O reconhecimento da importância das tradições e o continuar com elas, para salvaguardar as tradições do passado e com isso fortalecer a identidade cultural dos malcatenhos, já é um passo certo no sentido de preservar o património imaterial da nossa comunidade. E o património imaterial, vai para além do património material, como é o caso dos monumentos, concretamente, a torre do relógio, as fontes, a igreja matriz, as ruas... Esse é o que chamamos património material, porque são bem visíveis e  estão à vista de todos. Mas o modo de ser, sentir, celebrar os costumes, as tradições, as festas  pagãs e cristãs, a oralidade  e expressões que as pessoas...

AS MINHAS HISTÓRIAS NA ALDEIA ONDE NASCI

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     A caminho do Ozival                                                          CONTA-ME  COMO  FOI ...    Vou contar-vos uma cena que se passou na aldeia que todos guardamos no coração. Esta pequena história é ficção, embora pareça verdadeira, não é real. É um recordar e um reviver de situações reais, com pessoas e lugares que existiram nessa aldeia. É apenas uma história das muitas histórias que eu vivi em criança. E a história começa na cozinha lá de casa: _ Vou à loja ordenhar a vaca, ver se consigo tirar leite para fazermos um queijo - disse a minha mãe enquanto apertava o avental arás das costas. Pegou no balde habitual e desceu as escadas até à loja.     Era o tempo do frio e da chuva, o Inverno na aldeia costuma ser assim e as manhãs eram mesmo frias.    Eu fiquei ao lume, a ...

MALCATA: NÃO BASTA TER BELEZA NATURAL PARA SE DESENVOLVER!

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  Nesta aldeia eu nasci e cresci       Nasci no meio rural, numa casa humilde, construída em pedra de xisto, com umas escaleras também de pedra e por baixo do primeiro piso havia a loja, onde os meus pais guardavam o gado, isto é, uma vaca, um burro, duas cabras e às vezes criavam coelhos. Tudo isto para dizer-vos que sou uma pessoa do campo, como muitos que agora estão a ler o que este malcatenho está a pensar.     É claro que os meus pais eram agricultores, ambos filhos também de agricultores e, já os meus avós eram filhos de agricultores ou lavradores se assim quiserem chamar.                                                Topónimos de algumas ruas da aldeia      Sendo de origem rural, o mais natural é sentir alguma ligação às coisas do campo e a tudo o que estiver relacionado com ruralidade. Lembro-me da era da minha inf...

QUERO VOLTAR PARA MALCATA

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                     E num abrir e piscar de olhos estamos a terminar mais uma semana deste 2022. Leio e ouço todos os dias notícias sobre o que se vai passando no mundo e no meu país. Fazem-me falta notícias animadoras, a começar por aqueles acontecimentos que vivem os malcatenhos.         Mas quem sou eu para pedir notícias da aldeia? Bem, vão perdoar a minha curiosidade sobre a vida da comunidade malcatenha, espero que compreendam e não fiquem aí a cuscar pelos cantos e mesas dos cafés perguntando o que eu ando a tentar saber. Eu sei que a curiosidade por vezes traz maus resultados, que será por isso que se costuma dizer que "a curiosidade matou o gato"! E que notícias vindas da aldeia mais enrolada na sua conchinha eu estou curioso por saber? Têm todos o direito à sua privacidade e eu só devo respeitar a vida particular e familiar dos outros, malcatenhos, timorenses ou chineses. Estejam vossas senhorias...

O DIABO QUE OS CARREGUE

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    Caiu e nunca o levantaram    Hoje vou relatar-vos o que tenho visto pela nossa aldeia. Em Agosto e Setembro tive a oportunidade de percorrer todo o concelho do Sabugal, tendo visitado vários lugares e sítios, castelos e igrejas, restaurantes e cafés, artesãos e outras pessoas que diariamente trabalham neste nosso canto português.    A aldeia onde eu nasci e que visito várias vezes durante o ano, está a caminhar para o precipício e cuja queda trará danos difíceis de reparar, isto se houver quem os repare. A cada ano que passa, as mudanças são cada vez mais preocupantes e em nada contribuem para a tomada de consciência do caminho que estamos a percorrer, pois mesmo com os avisos que nos são diariamente dados, existe uma total despreocupação e falta de planos para salvar a nossa aldeia da sua agonia e da sua morte.    Andar pela aldeia e olhar à nossa volta, preocupa-me o enorme número de habitações de janelas e portas fechadas. Casas relativa...