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A ALDEIA JÁ FOI ASSIM

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  Escola Primária da aldeia encerrada!    Nasci numa aldeia e lá passei toda a minha infância. Andei pelas ruas a brincar e a respirar os aromas campestres. Na casa dos meus pais aprendi o que era trabalhar a terra, a importância dos animais, como o burro e as vacas, as cabras, coelhos, galinhas e porcos. Foi na Escola Primária que havia na aldeia que aprendi a ler e a escrever. Depois do exame da 4ª Classe, para continuar a poder estudar, tive de sair e fui parar bem longe. Nas férias, voltava à aldeia porque ali viviam os meus pais, a minha família e os meus amigos de infância. Que bem me fazia aquele regresso!    A aldeia era pequena e tinha sempre saudades e vontade de estar uns dias naquele paraíso, com pessoas a ir e a vir, uns carregavam coisas e outros carregavam os carros de vacas e os burros com tudo e mais alguma coisa, até acharem que estava com a carga completa. A aldeia tinha vida de dia e de noite. Começava a fervilhar ao nascer do sol e sossegav...

AMIGOS PARA SEMPRE

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  Ter amigos é bom, vê-los partir faz sofrer.    A vida é o que é e muitas pessoas já esqueceram que, há cinco anos atrás, o mundo andava de pernas para o ar por causa do COVID-19. Muitas pessoas adoeceram, muitas delas morreram, outras ainda hoje sentem sequelas e vivem com a saúde afectada. Eu não me esqueci, faz hoje 5 anos perdi este ser humano da foto! Um riso único e que marcou a minha forma de viver, de compreender a vida. Foi sempre expressivo e os seus gestos e atitudes eram o reflexo verdadeiro do seu sentir e do seu relacionamento com os outros. Partiu em circunstâncias terríveis para ele e para a família. Foi ele e muitos outros, penso que nunca tinha havido tantos funerais na nossa aldeia e com tantas regras proibitivas. Este acontecimento deixou-me muito triste, nunca me passou pela cabeça que os acontecimentos seriam da forma que foram.     Bem tento fazer do presente o melhor que posso. Continua a ser difícil e ainda não ultrapassei aqueles ...

MALCATA: SEXTA-FEIRA DE SAUDADE

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   Rua do Carvalhão em 1994    Só quem mora longe do lugar que sempre gostou, é que sente saudades. Quem está fora continua a levar a sua vida da forma que melhor é capaz. E andamos meses e semanas a pensar naquele dia em que, faça chuva ou sol, rumamos em direcção ao nosso pequeno mundo secreto e ao qual pertencemos. Foi nesse pequeno cantinho do mundo, longe do mar e perto da floresta, que a nossa vida começou. É nessa pequena aldeia serrana, protegida dia e noite dos ventos que sopram do lado da Espanha, que por amor, pela água fresca, pela liberdade que se vivia, muito afastados das preocupações que muitas famílias tinham que ultrapassar, sempre com todos os cuidados e cumprindo todas as leis do regime, que as frágeis árvores que nós eramos, se agarraram à terra e cujas raízes nos mantêm para sempre ligados e agradecidos. Os meus dois amigos fieis      Vivemos com essa ideia de chegar aquele dia em que nós regressaremos. E o que parece fácil e...

MÃE

O Teu Rosto Mãe O teu rosto, mãe, dava-me Esperança O teu rosto, mãe, era de uma Santa. Ainda que o espaço nos separe, Ainda que a vida se acabou ... O teu rosto, mãe, é harmonia O teu rosto, mãe, dá-me alegria. Ainda que de ti me afastei, Ainda que o perigo me persiga... És mãe, sempre mãe, és mãe, minha mãe...