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10.8.17

A SEMENTEIRA E A COLHEITA

    

   Eu nunca estive filiado em partidos políticos. Tenho a plena consciência e noto que as palavras que escrevo por vezes são incómodas para algumas pessoas. Eu sempre gostei de fazer perguntas, caindo algumas vezes no erro de não escutar algumas das respostas. Também a mim me deixa um pouco admirado pela ausência de comentários ao que escrevo. tive sempre aquela mania de querer saber muitas coisas sobre o que me rodeia, independentemente do lugar onde esteja. Penso ser um cidadão que acima de tudo se interroga sobre o nosso mundo e tento encontrar respostas que me auxiliem a compreender os outros. Tenho uma certa tendência para agitar as consciências e com o desassossego das vidas demasiado sossegadas da nossa comunidade. 


 Orgulho-me de ser malcatenho, sou um defensor convicto de Malcata e é por sonhar com uma aldeia melhor que aqui estou.  A nossa terra está como está e nada que deitar as culpas à crise, ao calor do sol ou ao frio do Inverno.  A mãe natureza sempre tem estado ao serviço de todos e cada um de nós. Nestes anos que levamos de vida o que sabemos é que estamos como estamos por causa da incompetência de pessoas que muitas vezes não souberam como dar a volta às situações que surgiam. Recordo alguns factos de pessoas que quiseram e estavam dispostos a transformar a nossa aldeia e por isto, por aquilo não deixaram abrir os seus negócios. Há uns anos atrás um senhor holandês, casado com uma bela moça de Malcata, sonhou e projectou aquilo que hoje bem podia estar a dar trabalho e dinheiro a muita gentinha. As burocracias e as barreiras foram tantas e umas a seguir às outras, que Tim desistiu e partiu para terras algarvias fazer pela vida e pela sua família.Já com o grande hospital, a obra que iria transformar Malcata num oásis para gente senior e com dinheiro, vindos dos países nórdicos ou mesmo doentes de alzaimer, que cá lhes seria oferecido serviço de excelência, afinal, foi pior que tomar banho com água gelada no Inverno. O Ofélia Club deu para tudo menos para o que devia. Das promessas e  das ameaças de expropriações, o que ficou? Nada e todos se calaram, mesmo aqueles que deram a cara e acreditaram que não estavam a ser enganados. O tempo passa e parece que nada aconteceu, não se fala logo está tudo bem. Não, meus amigos, está muita coisa errada e as terras lá estão ao Deus dará! Impõe-se uma pergunta: e agora, o que vai acontecer com aqueles terrenos?
   Em Malcata parece que se aceita tudo e não se pergunta nada. Há que questionar e voltar a perguntar até ter respostas. 
   Porque não se construiu o Ofélia Club?
   Porque ainda não se instalou a antena de radiocomunicações?
   Porque a freguesia de Malcata tem muita calçada e um Salão sem cadeiras em número suficiente e confortáveis?
   Porque nem todas as associações têm igual tratamento institucional?
   Porque se apoiam uns eventos e outros não?
   Porque só existe um sítio e sem espaço, para colocar as informações ao povo?
   Porque só agora vão começar a construção de uma exploração de pecuária em Malcata?
   
   Eu até imagino porquê! Porque há muitos mascarados mas alguns dão a cara, porque uns têm medo e outros não, deixam-se comprar, sentem-se mais espertos e calculam tudo o que fazem, têm esperteza e habilidade que muitos não temos.
   O amanhã de Malcata depende do que quiserem fazer dela hoje. Vamos todos concentrar-nos nas sementes, não nas colheitas, porque estas chegarão na altura própria.
   
   
   


      Malcata está longe do mar, mas tão perto da água que tem feito as delícias daqueles que gostam de ir a banhos em águas tranquilas e num convívio perfeito com a terra.A abundância da água na albufeira é benéfica e mostra quão é importante a sua existência.