Mostrar mensagens com a etiqueta cabras. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cabras. Mostrar todas as mensagens

21.11.23

EM MALCATA CONTINUAMOS À ESPERA DAS CABRAS SAPADORAS

 Nos baldios da freguesia de Malcata investiram-se 300 mil euros, construiu-se edifício de apoio, vedação, equipamento para a ordenha mecânica, plantações e sementeiras. 
Instalações novas desocupadas e nem sinais de pastores e de cabras!



                                                                                        

AgroRaia 2019 - Apresentação do Rebanho

   Deixo aqui o meu desagrado por não se saber quase nada sobre a obra que a Junta de Freguesia de Malcata assumiu realizar nos baldios da nossa aldeia. É para mim preocupante e estranho o facto de não se saiba o estado actual dessa importante obra.

   Desde o início do processo que procuro acompanhar o decorrer da obra e claro, naquela espectativa de ver o rebanho em pleno funcionamento. Estranhei que tenha sido a Junta de Freguesia a mandar elaborar o projecto e não ter sido a Assembleia de Compartes dos Baldios a assumir esse mesmo empreendimento. Até porque mais tarde, as duas entidades tiveram de realizar cada qual a sua Assembleia Geral, tendo ficado firmado um protocolo e ficado decidido que a obra ficaria sob responsabilidade da Junta de Freguesia. E na verdade, a obra foi apresentada aos apoios da União Europeia e em 2019 veio a confirmação. O subsídio não vai cobrir todas os valores da obra, por isso a Junta de Freguesia solicitou um apoio financeiro à Câmara Municipal, que foi aprovado e edifícios de apoio, que segundo o Presidente João Vítor, está praticamente concluída.
   O tempo está a passar e parece que nada acontece nos baldios da nossa freguesia. Os edifícios mostram-se prontos para quem olha para eles de fora, conseguimos ver que a vedação exterior, constituída por suportes em ferro e rede ovelheira, está terminada. Já quanto ao interior do edifício, a última visita que fiz ao local, encontrei todas as portas fechadas e foi impossível ver como as coisas estavam. A verdade é que já passaram praticamente três anos, as máquinas e os operários já não andam na obra e o silêncio é revelador da ausência das cabras no “bardo”.
   Todas as vezes que escrevi sobre este projecto, não conheci qualquer opinião, qualquer manifestação a favor ou contra, deixando em mim alguma preocupação e estranheza. Não há fregueses, nem compartes interessados na colocação das cabras nos baldios da nossa freguesia? Será que não é importante saber como está a decorrer esse importante projecto, de tão interesse para a freguesia e também para o concelho?
Os 233,000,00 euros gastos nos edifícios, mais os 33,000,00 euros na vedação, a que se somam mais 23,000,00 euros em equipamento de ordenha mecânica, 13,000,00 euros em pastagens, mais ainda o que está em falta, as cabras, os pastores, a água…não desperta nenhuma curiosidade nas pessoas? E os prazos, os compromissos assumidos, as responsabilidades assumidas no controlo do andamento do projecto e sabe-se mais não sei quantas decisões que têm de ser tomadas? Estes valores que aqui refiro são aproximados e não pensem que são precisamente assim. Uma certeza eu tenho, que qualquer pessoa pode confirmar que estes números pecam por defeito e não por excesso, facilmente confirmados na página dos ajustes directos já assumidos pela Freguesia de Malcata. Pode consultar aqui: https://www.base.gov.pt/.
   Todos sabemos que os Baldios da Freguesia de Malcata são propriedade da Assembleia de Compartes, com a gestão entregue à Junta de Freguesia, que assume o Conselho Directivo dos mesmos.  Contudo, as contas da Junta de Freguesia estão separadas das contas dos baldios. E da mesma forma que a Junta de Freguesia tem a preocupação de honrar os compromissos que o executivo assume, também o mesmo deve ter em conta quanto aos compromissos que assumiu em nome do Conselho Directivo dos Baldios. Quando a situação é deixada arrastar, ainda que haja protocolos assinados e assumidos, está muito dinheiro em causa. O actual executivo, que decidiu dar continuidade ao projecto, e bem, não pode simplesmente deixar correr o tempo e chegar ao fim deste mandato e deixar um “elefante branco” na serra. O “animal” existe e toda a gente sabe disso, ou seja, há obra feita e muitos continuam a acreditar que é um investimento de interesse para a freguesia.
   Sendo eu um dos entusiastas deste projecto, também na qualidade de comparte, sabendo que é uma obra importante, quero deixar bem claro que faz falta mais informação aos compartes, aos malcatenhos, para desse modo este sonho não se transforme num pesadelo ou num naufrágio a poucos metros da praia.

2.6.23

EM MALCATA : NÃO HÁ REBANHO SEM PASTOR

 

 


   Foi em Junho de 2019, durante a Agro-Raia realizada em Malcata, anunciado, pelo senhor presidente da Junta de Freguesia de Malcata, João Vítor Nunes Fernandes, a aprovação da candidatura de instalação do rebanho de cabras nos baldios da freguesia.
   Ler aqui: https://www.noticiasaominuto.com/pais/1275658/freguesia-da-malcata-no-sabugal-promove-projeto-de-cabras-sapadoras

   Passados quase três anos do anúncio oficial da obra o que foi concretizado? No meu entender, o cidadão comum, que vive em Malcata ou que a ela se encontra ligado por laços afectivos, familiares ou de negócios, a autarquia devia sentir o dever e a obrigação de divulgar informação sobre o andamento do projecto. E se isso acontecer, muitas das dúvidas e críticas que sobre ele possam ser ditas, ficavam esclarecidas para a esmagadora maioria da população. É que a prática que esta Junta de Freguesia nos habituou, que herdou de juntas anteriores, tem sido o silêncio sobre as suas actividades e a evolução das mesmas, ficando o cidadão muitas vezes sem conhecimento do que se vai fazendo ou decidindo.
   O projecto e a candidatura é importante para a população de Malcata, não se trata de um interesse pessoal ou apenas da autarquia ou dos compartes. Como tal, é importante manter a população informada sobre obras do interesse da freguesia, de todos os malcatenhos. E por muitas que sejam as razões e as decisões políticas e técnicas, das quais o povo não parece querer saber, sendo uma obra tantas vezes falada, prometida e adiada, estando agora em construção, a sensibilização. a informação e a participação da população em todo o processo, é mais que justificada. Garantir que se vai acabar e que vai tudo funcionar, até porque é do interesse de toda a gente que funcione, se não houver a vontade de aceitar a participação do povo, vai ser difícil manter um rumo previamente planeado, visível e claro, transparente e em segurança.
   Durante a construção dos edifícios e nas visitas que eu realizei ao local ou pela aldeia, posso afirmar que nunca encontrei qualquer informação sobre o que ali se está a construir. E a autarquia tem o dever de informar, mesmo quando o cidadão não pergunta. É que o facto de não perguntar não é revelador da falta de interesse na informação a que a comunidade e cada cidadão tem direito. O direito à informação quando é satisfeito sem que ele o exija, contribui para que esse mesmo cidadão participe livremente cumprindo o seu dever de cidadania.
   Deixo aqui uma sugestão à Junta de Freguesia: organizar reuniões com a população para dialogar sobre a obra do rebanho de cabras, prestar informações, porque o diálogo entre autarquia e cidadãos enriquece a transparência do poder local e aumenta a participação cívica. Penso que só assim será possível garantias do trabalho que está a ser feito. É muito importante que todos nós nos identifiquemos com o rebanho e os seus objectivos de desenvolvimento social e económico.
                                                       José Nunes Martins

22.11.22

PERGUNTAR NÃO OFENDE

 Quando escrevo sobre a nossa freguesia pretendo apenas emitir a minha opinião e contribuir para o desenvolvimento da freguesia, ajudar a que as pessoas se unam, em nome de melhor qualidade de vida para todos. E já que os malcatenhos vivem calados, falam, mas muito baixinho, não querem ser incómodos e desagradáveis com o poder instituído, vou dando voz aos que a não querem usar.

   É realmente triste verificar que na nossa aldeia, muitas placas toponímicas estão partidas, com as letras sem tinta, algumas das ruas não têm as placas, as casas em ruínas para não cair pedras para a rua, chapadas de cimento e basta. Como se pode ver, há situações que não estão bem e como tal, têm que se falar delas, pois se ninguém o fizer, as vergonhas continuam escondidas e não vem à tona, não são do conhecimento de todos os malcatenhos.

       É preciso e é importante saber o que se passa na freguesia. E por isso faz falta saber e falar das coisas boas e falar também das que estão menos bem e que devem ser corrigidas. Como perguntar não é para ofender, há perguntas que se repetem.


   











 Volto a fazer esta pergunta: quem é o dono do rebanho das cabras sapadoras? É a Junta de Freguesia ou a Assembleia de Compartes? O que todos sabemos é que a Assembleia de Compartes delegou a administração dos baldios da freguesia no executivo da Junta de Freguesia. Como não sei o que se tem passado nas Assembleias de Compartes, tenho algumas dúvidas quanto aos últimos desenvolvimentos relativos à exploração dos baldios, através da introdução das cabras. Trata-se de um projecto importante e com interesse para toda a freguesia.





  

  
   Quem tem conhecimento dos acordos assinados entre a Assembleia de Compartes e a Junta de Freguesia? Como está planeado a exploração do rebanho? Quais os deveres e os direitos de cada entidade? Em que ponto está a primeira fase da exploração caprina?
   Como podem reparar há muitas perguntas cujas respostas eu não sei e penso que muitos dos malcatenhos estão como eu. Ficamos à espera que nos respondam? Eu assim vou fazer.
                                         José Nunes Martins



8.5.22

MALCATA: Cabras sapadoras nos baldios

    

   As obras continuam lá para os baldios da Freguesia de Malcata. Em 2019, foi a grande conhecida a aceitação e aprovação do projecto e da sua inclusão nos programas PDR-2020. Só quem tem meios próprios para se deslocar até aos baldios e tiver bom sentido de orientação, encontra o lugar e observar a obra. José Escada da Costa, em 2019, na sua habitual coluna no Jornal Cinco Quinas, presenteou-nos com um texto sobre este importante investimento que está agora a ser realizado. Dada a importância do tema e também a experiência profissional e como gestor de muitos projectos, alguns de enorme impacto e importância nacional, penso que é essencial ler o que este "conterrâneo" reflectir acerca do presente e principalmente do acautelar o crescimento sustentável no futuro, tendo em conta, por exemplo, as ideias expressas neste texto. Boa leitura e partilhem também as vossas ideias.



SEJA ASSINANTE DO JORNAL DO SEU CONCELHO

19.4.22

MALCATA: PROCURAM-SE NOVOS PASTORES

 

   Há 50 anos havia vários rebanhos na nossa aldeia e eram uma fonte de rendimento para as famílias.   
  Hoje já não há pastores e também já não há praticamente quem tenha cabras. Conheço três famílias que possuem algumas ovelhas e nenhuma delas vive exclusivamente desse trabalho.
   As cabras e as ovelhas ajudaram a manter os terrenos limpos à volta da nossa freguesia. O pastor saía todos os dias com o rebanho e os animais percorriam montes e vales, alimentando-se das muitas espécies que existiam. Sem que as pessoas se dessem conta, estes ruminantes ajudaram a manter os terrenos limpos, mesmo naqueles lugares mais difíceis para o homem, estes animais trepavam para todos barrancos porque lá havia boa comida.
   Nesses tempos, os pastores saíam de manhã cedinho e regressavam ao fim da tarde aos bardos.   Depois de muitos quilómetros percorridos, tinham de arranjar forças para tratar das ordenhas, das cabras prenhas e dos seus cabritos. Era uma actividade muito cansativa e tinha que ser realizada todos os dias, mesmo naqueles que a vontade não era nenhuma.
   O pastor era muito respeitado na aldeia e o seu trabalho foi sempre valorizado, mas nunca recompensado economicamente. Ser pastor era trabalhar sem horários, sem férias, sem folgas ou sem pausas para café. O pastor contentava-se com o bornal e a borracha espanhola, pão e vinho para todo o dia.
   A família tinha as cabras e a obrigação era tratar do rebanho, aproveitar o leite, vender algum cabrito ou cabra e conservar as peles para depois as vender no dia em que o comprador aparecesse lá em casa.
   Penso que é esta a imagem que as pessoas de Malcata mantêm nas suas memórias e que ser pastor é mesmo assim.
   Que dirão os mais velhos quando ouvirem falar de jovens engenheiros zootécnicos, biólogos ou com outros cursos universitários, que querem dedicar-se ao pastoreio de animais nas nossas serras? Já pensaram quem e como se vai desenvolver o rebanho de cabras que a junta de freguesia anda já a construir? É urgente e importante sensibilizar toda a população para o que está a nascer. A instalação daquele rebanho não é um passatempo, não é uma brincadeira e só fará sentido se for feito para criar novos postos de trabalho, novas fontes de rendimento económico, se desenvolver o próprio turismo rural, no fundo, o rebanho ser uma das alavancas do desenvolvimento económico e social da freguesia, aumentando o bem-estar e a felicidade dos malcatenhos, como comunidade e povo unido e não apenas a alimentação de egos pessoais. A freguesia tem nas mãos uma forma de mostrar ao mundo e aos senhores doutores de gabinetes que os malcatenhos aprenderam a investir, a produzir e a acreditar no futuro.

                                                                          
José Nunes Martins


8.9.20

MALCATA: MAIS UM VERÃO SEM "CABRAS SAPADORAS" NA SERRA

 


      

   Um cidadão comum, como é o meu caso, quando ouve o presidente da junta informar que está aberto um concurso público para determinada obra na freguesia, em princípio, é porque essa obra irá ser feita. Sendo uma pessoa distraída como eu sou, outras pessoas também ficam com a ideia que essa obra é mesmo para começar em breve, até porque já há concurso e datas para cumprir.
   Ora bem, em Junho foi anunciado na Assembleia de Freguesia de Malcata que estava aberto o Concurso Público para a construção das estruturas que vão receber o rebanho das “cabras sapadoras”, a instalar na nossa freguesia.
  Os prazos de apresentação para as empresas candidatas à construção dos edifícios já terminaram, bem como a data para a abertura das propostas recebidas e estamos em Setembro sem sabermos o resultado final.
   Durante o mês de Agosto estive na nossa aldeia e nunca se falou desta obra. Afinal o que aconteceu ao concurso? As obras vão começar ou não?
   O mínimo que o freguês deve exigir a uma junta é que consiga resolver aquelas tarefas mais básicas da freguesia. Manter a comunidade informada é contribuir para o exercício de transparência, de abertura ao esclarecimento de assuntos importantes para ambos os lados. Ao informar esclarece e ao esclarecer diminui-se a pressão para que o cidadão deixe de fazer perguntas à junta.
   Não parece, mas o presidente de junta exerce um cargo político e exerce as tarefas seguindo um programa político, no qual fez o seu eleitorado acreditar.
   Sabemos que em Malcata é cada vez mais visível a falta de pessoas com coragem de criticar e pensarem na freguesia e na qualidade e bem-estar da vida das pessoas.
   Enfim, no entender de uns, Malcata está muito bem entregue. Dou os parabéns a esse grupo de apoiantes, em especial aos influentes de Malcata que os têm levado nos braços.
   É a realidade assim e eu atrevo-me a perguntar:
   Qual o ponto da situação em que se encontra a
   “Construção de Edifício para Exploração Pecuária” ?
  
Nota: Sendo uma pergunta escrita por mim,  José Nunes Martins, que não é jornalista encartado, apenas administra desde 2006, o blog “Malcata.net” e “Malcatenhos Pelo Mundo”, seguido por muitos malcatenhos, sendo eu natural de Malcata e no meu  direito de exercício de cidadania participativa, deixo o registo da minha posição de cidadão que se interessa pelo que se vai passando ou não, na terra onde nasci e poder fazer perguntas às instituições públicas, como é o caso da autarquia de Malcata. A resposta é livre e as perguntas também. Eu pergunto e não posso ser eu a dar uma resposta verdadeira porque não sei e não é da minha competência política!

25.1.20

AJUSTES DIRECTOS COM O POVO

Ajustes Directos


   Como malcatenho interesso-me pela comunidade, pelo património e tudo o que se relacione com a nossa freguesia. Sempre que me é possível, vou às reuniões da Assembleia de Freguesia e também às Assembleias Municipais. A minha participação tem sido através de perguntas colocadas à Mesa da Assembleia da Freguesia, ficando esclarecido em alguns casos e às vezes as respostas dadas não convencem mas sempre é melhor que nada e pelo menos vou assimilando o pensamento do executivo e dos membros que compõem a Assembleia de Freguesia. Às vezes fico com a sensação que se executa sem conhecimento e sem aprovação deste orgão deliberativo e que também tem a responsabilidade de "vigiar" o trabalho da junta.
     Como já se aperceberam, a Freguesia de Malcata adjudicou duas obras. São duas obras de grande vulto e importantes para a nossa freguesia. Há muito que são inseridas nas promessas eleitorais, mas por razões que se desconhecem não têm passado disso, de promessas. Bem desta vez alguma informação já é conhecida. Mas essa informação é tão escassa e tão irrelevante que me deixa preocupado. Basta constatar a ausência dos cidadãos nas reuniões da assembleia de freguesia, o lugar certo para esclarecimentos sobre a vida autárquica. E se o cidadão não pergunta, não coloca as suas dúvidas e sugestões é porque tudo está bem.       Eu não penso dessa forma e já até já sugeri a realização de uma reunião pública para a Junta de Freguesia informar devidamente todos os cidadãos acerca das obras que vai realizar. Refiro-me mais concretamente à empreitada do "Centro Interpretativo do Lince" e aquele rebanho de cabras sapadoras "Cabras Serranas". Sendo duas obras de grande vulto para a freguesia, prometidas  em várias campanhas eleitorais e se a estas juntarmos a "Sala das Memórias", sendo todos projectos comunitários, não acham que o povo devia estar mais esclarecido, mais envolvido nestes projectos? É que contrariamente ao pensamento e convencimento do senhor presidente, o povo pouco ou nada sabe acerca destas obras. E há perguntas cujas respostas podem levar a mais perguntas cujas respostas são importantíssimas: onde e porquê ali e não aqui? Como garantir o sucesso do investimento? Por exemplo, parece que o Centro Interpretativo do Lince vai para junto do antigo quartel. Quais as razões desta escolha? Será um ponto de chegada ou um ponto de partida à descoberta ?
   Eu tenho estas perguntas. Outros terão perguntas diferentes e ideias diferentes, mas obras desta envergadura e importância, devem ser apresentadas, discutidas e esclarecidas antecipadamente e com  abertura do poder local. Se este meu apelo tiver resposta positiva da junta e a participação do povo, então a freguesia sairá a ganhar.

                                                                                     José Nunes Martins
   

14.7.12

NÃO HÁ CABRAS BOMBEIRO NA MALCATA

   

   O projecto "Self-Prevention" está com dificuldades para se implantar no concelho do Sabugal. As dificuldades financeiras e,  a falta de terrenos em área suficiente, estão a atrasar a introdução das cabras nos montes da região. No passado dia 13 de Julho, no jornal Público o responsável pela comunicação na Câmara Municipal do Sabugal, o senhor Vítor Proença, dizia que " não existe a área mínima necessária. É necessário no mínimo uma área de 200 hectares ( de terrenos públicos ) para este tipo de projecto e o município não tem esta área disponível".
   Leia aqui:http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1554816
   Mas esta exigência de área mínima não foi tida em conta em Espanha. Na província de Salamanca, em Robleda, o projecto avançou no ano passado e em terrenos de 53 hectares introduziram 200 cabras. Para além dos animais outras infraestruturas foram construídas e até o negócio está a funcionar.
   Em 31 de Dezembro de 2011, José Luís Pascual, director geral da AECTD disse numa reunião de esclarecimento que decorreu na cidade do Sabugal ser "o objectivo para o1º semestre deste ano é colocar em andamento duas explorações: uma em Espanha  e outra em Portugal".
   Que aconteceu daí para cá? A exploração espanhola está já a funcionar e a de Portugal dizem estar com falta de financiamento e de terrenos. Vejam o que os espanhóis já avançaram:



24.4.12

O GUARDADOR DE CABRAS

   Ti Horácio, pastor de cabras


A Primavera traz aos campos da aldeia de Malcata as cores das papoilas, das giestas, do rosmaninho, mas não consegue esconder o mal feito por um Inverno frio e seco.
   O sol já quase abalou, está um vento frio e Ti Horácio deita os olhares para a pequena capela de São Domingos, ao mesmo tempo que a mão direita tira a boina da cabeça que uns segundos depois volta a tapar-lhe a cabeça. Continua a sua vida e olha para a nuvem de poeira provocada pelas cabras que regressam do Ozival para casa, depois de um dia inteiro a pastar.
   - Nem no Verão elas levantam tanta poeirada! Nem no Verão isto está tão seco! Desabafa o Ti Horácio, um pouco irritado.
   As cabras andaram desde manhã nos campos e nos caminhos à cata de mato e pequenas ervas. Mas nem as mais novas tiveram grande sorte e o pastor lança mais um desabafo:
   - Ouve João, por esta altura do ano, era para andarem aos saltos além pela serra, a encher o bandulho. Mas este ano, a falta da água é tanta, que não há comida suficiente.
   Quando o rebanho chega à Rua de Baixo, apressam mais o andar e não se enganam quando passam pela Torrinha, pois tal como se tivessem um GPS incorporado no corpo, iniciam a descida da Rua do Carvalhão e só param na loja do dono. Entram aos empurrões e atropelam-se umas às outras para apanhar o feno e a ração que a Ti Ana momentos antes já tinha espalhado pelo chão. Vêm com fome e comem até que começa a ordenha. De balde na mão e tendo já a primeira cabra pronta, inicia a tarefa de encher a vasilha de leite. E sem parar diz-me:
   - Este ano não estou a ver como vou continuar a alimentar o gado. O feno que guardei do ano passado já acabou. Cada fardo custa-me quatro euros, quando o normal é custar dois euros e meio. O leite cada vez é mais despesas e menos leite! Como é que posso acordar de cabeça erguida? Eu já disse à minha mulher que mais valia vender as cabras. Afinal, já não há quem queira ajudar, estas são uma raça boa, da charnequeira, mas como as coisas estão, não sei se as vou manter durante mais tempo.
    E foi mesmo o que aconteceu, vendeu-as ao Ramalhas, proprietário da quinta ali à entrada da aldeia.
 

2.2.12

UMA RAÇA EM PERIGO


É uma corrida contra o tempo para que os últimos herdeiros de uma raça de origem beirã não desapareça por completo das encostas da Serra da Malcata. Há uns anos atrás, estes animais eram uma presença habitual nos montes da aldeia de Malcata. O ano passado ainda encontrei o Ti Horácio e a Ti Ana com as suas cabras “charnequeiras” a caminho das pastagens. Nessa altura, este casal pôs-me ao corrente do interesse manifestado pela Junta de Freguesia em arranjar maneira de voltar a aumentar a presença destes animais nos montes e vales da aldeia, pois, trata-se de animais oriundos de uma raça autóctone e que estava em risco de acabar.
   Como sabem, na nossa aldeia, a cabra sempre foi um animal amado por todos e para além dos rebanhos, todas as famílias possuíam 2 ou 3 animais, deles obtendo uma excelente carne, um leite de qualidade ímpar utilizado para o transformar em queijo. E é de salientar a grande importância que estes queijos têm hoje para o desenvolvimento sócio-económico  das pessoas da nossa aldeia.É um produto que quando bem explorado, por exemplo, com a queijaria tradicional de Malcata em pleno funcionamento, levaria à continuação e manutenção desta raça autóctone e servia para manter uma actividade agrícola com ganhos para todos. Para além destes benefícios, promovíamos a imagem da aldeia e até se criariam postos de trabalho.
   Numa das minhas últimas idas à aldeia, a Ti Ana informou-me que as cabras tinham sido vendidas ao Ramalhas. Mesmo sem eu perguntar as razões que a levaram a vender os animais, disse-me que a saúde já não era muita e os anos não param de andar, era chegado o momento de ter uma vida mais sossegada.
   Naquele dia não tive coragem para lhe perguntar mais razões da razão de se ter “desfeito” das cabras. Fiquei parado no meio da rua enquanto no meu pensamento saía uma pergunta: deixaram que vendesse as cabras charnequeiras assim sem mais nem menos? Souberam do negócio? Porque razão não avançaram com aquele projecto de vedar uns terrenos lá para a serra e por lá andariam as cabras? Mas afinal, eles tinham ou não interesse em preservar esta raça de cabras tão ligadas à história da aldeia e da serra?
   Acreditem, ainda hoje ando com estas dúvidas na minha mente. Continuo a pensar na enorme falta de oportunidade desaproveitada para se conseguir reintroduzir uma raça autóctone nos nossos montes da aldeia e na serra da Malcata.
  Ainda vamos ganhar esta corrida? 
  Eu gostava que sim.


 

5.9.10

O projecto de reintrodução de cabras nas serras da raia já não é assim tão novidade. A cooperativa Terra Chã desde 2008 que tem um projecto muito parecido. As cabras estão a servir para preservar a gralha e ao mesmo tempo ajudam a construir um futuro mais sustentável para as populações residentes na área.


Apresentação do projecto "Conservação da gralha-do-bico-vermelho"

   Em Outubro de 2008 foi apresentado um projecto para voltar a colocar as cabras nas serras de Aires e Candeeiros. A Vodafone, a Quercus e a cooperativa Terra Chã lançaram-se num trabalho de defesa e preservação da gralha de bico vermelho. Através desta iniciativa visam, para além de protegerem a ave, garantir que se implementem algumas actividades como os apoios ao pastoreio de pastagens, através da colaboração de pastores locais; instalação de estábulos e de salas de ordenha, certificação do cabrito e dos queijos.
   Subjacente a estas actividades, está a promoção da profissão de pastor, actualmente em declínio. No projecto, vão ser vários os pastores a trabalhar e assim conseguirem cada um ter o seu direito ao descanso semanal. 
    O projecto foi concebido para cinco anos. A Vodafone, se cumprir o acordo, sai do projecto mas quer que haja uma produção autónoma suficiente que mantenha o projecto.
    Começaram por 50 cabras e poderão chegar até às 200, espalhadas por uma área de 300 hectares.
    Terra Chã tem o seu rebanho e está a incentivar novos pastores a criar os seus. E já têm ideias concretas para que o projecto não morra. O apadrinhamento de um cabrito num rebanho é uma delas. Há uns meses atrás a cooperativa procurava um pastor jovem, licenciado e foram bem sucedidos.
   Ora, como vêem, as cabras podem de facto ajudar ao desenvolvimento da nossa terra. Quando a oferta de trabalho é acompanhada de um salário compatível com essa tarefa, quando apresentam às pessoas um projecto com cabeça tronco e membros, sem obscurantismos de nenhuma espécie, com perspectivas de futuro, acreditem que muitos vão querer ser pastores.


26.8.10

SELF PREVENTION ABRANGE MALCATA

"Self Prevention"

A AECT-Duero Douro, Associação(Agrupamento) Europeia de Cooperação Territorial, da que a freguesia de Malcata faz parte, apresentou no Governo Civil da Guarda, no passado dia 24 de Agosto, o projecto "Self Prevention".
Estamos perante um projecto, uma ideia que foi pensada e depois de explorada foi agora apresentada na cidade da Guarda e testemunhada pelos Governadores civis de Bragança e da Guarda. Esteve também representado o Governo de Espanha e outras pessoas ligadas à política autárquica.
    A ideia é simples: reintrodução de cabras nas zonas raianas dos distritos da Guarda, Bragança, Zamora e Salamanca. Querem já começar no próximo ano a distribuir os animais.
   Os promotores do projecto dizem que as pessoas das zonas rurais da raia têm duas formas de pa1rticiparem activamente: criação de rebanos e cedência de terra para pastagens. Ao participarem convertem-se em sócios da empresa que gere o projecto e traduz-se em:
                                                    - 1 cabra  =   1 acção
                                                    - 1 hectare=   3 acções
   Essa empresa, de capital público e privado, contará com uma moderna infra-estrutura de apoio para assegurar a viabilidade económica do projecto:
                           - 60 rebanhos de +- 2.000 cabras
                 - 12 queijarias                 
- Central de comercialização
-15 lojas
-2 matadouros
-Plataforma logística de transporte e distribuição
- Serviços silvo-pastorícios
- Serviços indirectos ligados ao turismo

   A reintrodução de 150.000 cabeças de gado caprino incluirá a introdução de animais de raças autoctones, algumas delas em perigo de extinção. Está neste caso, a raça autóctone de cabras da serra da Malcata, existindo actualmente alguns exemplares na aldeia que desta forma poderão permitir a continuação da sua existência. Em Agosto tive a oportunidade de fotografar três exemplares:


Raça autóctone da Serra da Malcata

MAPA DAS EXPLORAÇÕES DO PROJECTO
"SELF PREVENTION"

AECT-Duero Douro

Self Prevention Beira Interior Norte
PS.: Clicar com o rato em cima da foto para ver melhor.

O projecto foi apresentado. A ideia é interessante e tem o apoio do Governo de Espanha e de Portugal. Também está dependente da atribuição de subsídios da UE. Dizem que vai criar a oportunidade de mais de quinhentos postos de trabalho, entre os quais estão os pastores. Consultei o site da AECT e não consegui ver como se procuram as várias oportunidades de trabalho. Era bom que essa informação estivesse mais acessível, mais clara, pois  vai com certeza aparecer gente interessada em trabalhar.
Nota: Este texto está baseado no dossier de imprensa que a AECT disponibiliza na internet.

16.6.10

MALCATA: CÃES NO DESEMPREGO

Cão pastor no desemprego

   O animal adormeceu ao sol, apesar de ter sombra por perto. Preferiu as pedras em vez da erva. Nada o incomoda e a soneca está-lhe a saber pela vida. "Agora, disse-me a Ti Ana, o pobre só dorme. Antes, não largava as cabras, mas tive-as de vender. Sabes, João, já estou cansada e a saúde anda fraca.As pastagens são muito longe e o gado tem que comer todos os dias. Eu já não posso andar nesta vida, bem pena tenho mas que vamos fazer?!"
   Depois desta breve conversa fiquei a olhar para o cão e a pensar nos milhares de pessoas que agora têm mais tempo para dormir, para ver a selecção no mundial, porque alguém lhes retirou o trabalho. Para mim, o cão continua a ser o animal com mais sorte, pois, não precisa de trabalhar para viver, comer e dormir. O ser humano, necessita de trabalhar para poder viver e satisfazer as suas necessidades básicas. A boa vida está para os cães, mesmo aqueles que nasceram com o "faro" para guardar cabras e ovelhas.

8.9.08

AINDA HÁ PASTORES EM MALCATA




Foi nas férias de Verão que vi este rebanho de cabras. Dois pastores e um cão vigiavam o pequeno rebanho que deliciando-se com as folhas das árvores que rodeiam o moinho em Malcata. Onde já vão os grandes rebanhos de cabras que havia na aldeia? Agora que Malcata possui uma queijaria os rebanhos são poucos e pequenos. Era de pensar no bom que seria para a freguesia se a queijaria laborasse com leite produzido pelas cabras dos rebanhos de Malcata. Agora que a marca está criada ( Queijos da Serra da Malcata ) dá dó ver um empreendimento a funcionar a meio gáz e às vezes não abre por falta do leite, quando o não tem que ir comprar às aldeias vizinhas. Há que incentivar as pessoas a dedicarem-se ao pastoreio de cabras. Os rebanhos sempre tiveram como rendimentos a venda do leite, dos queijos e dos cabritos. Os queijos de cabra todos os apreciadores reconhecem a excelente qualidade dos queijos fabricados em Malcata. O mesmo se passa com os cabritos que Malcata sempre se orgulhou de criar. Muitos ainda se recordam do Ti Ruvino e dos muitos forasteiros que iam à taberna dele e da Ti Benvinda, principalmente aos sábados, à procura do cabrito. A razão era a qualidade da carne e sabiam que dali iam levar um produto genuino e de grande qualidade. O negócio da carne de cabrito, o negócio do queijo de cabra, o negócio das peles podem ser o futuro risonho para aqueles que desejam investir e ganhar dinheiro. A qualidade destes produtos está mais que provada. Há que explorar estas riquezas que a aldeia de Malcata sempre teve e ainda tem. Parece-me que o que falta é ajuda, é parar e visualizar o que podemos alcançar se nos metermos ao caminho. Sonhar ainda é gratuito e os grandes empreendedores, antes de o serem, primeiro sonharam e visualizaram o seu projecto e quando deram conta estavam no topo irradiando felicidade e desfrutando do trabalho que realizaram.
Ainda há esperança de um dia as coisas acontecerem.