8.9.20

MALCATA: MAIS UM VERÃO SEM "CABRAS SAPADORAS" NA SERRA

 


      

   Um cidadão comum, como é o meu caso, quando ouve o presidente da junta informar que está aberto um concurso público para determinada obra na freguesia, em princípio, é porque essa obra irá ser feita. Sendo uma pessoa distraída como eu sou, outras pessoas também ficam com a ideia que essa obra é mesmo para começar em breve, até porque já há concurso e datas para cumprir.
   Ora bem, em Junho foi anunciado na Assembleia de Freguesia de Malcata que estava aberto o Concurso Público para a construção das estruturas que vão receber o rebanho das “cabras sapadoras”, a instalar na nossa freguesia.
  Os prazos de apresentação para as empresas candidatas à construção dos edifícios já terminaram, bem como a data para a abertura das propostas recebidas e estamos em Setembro sem sabermos o resultado final.
   Durante o mês de Agosto estive na nossa aldeia e nunca se falou desta obra. Afinal o que aconteceu ao concurso? As obras vão começar ou não?
   O mínimo que o freguês deve exigir a uma junta é que consiga resolver aquelas tarefas mais básicas da freguesia. Manter a comunidade informada é contribuir para o exercício de transparência, de abertura ao esclarecimento de assuntos importantes para ambos os lados. Ao informar esclarece e ao esclarecer diminui-se a pressão para que o cidadão deixe de fazer perguntas à junta.
   Não parece, mas o presidente de junta exerce um cargo político e exerce as tarefas seguindo um programa político, no qual fez o seu eleitorado acreditar.
   Sabemos que em Malcata é cada vez mais visível a falta de pessoas com coragem de criticar e pensarem na freguesia e na qualidade e bem-estar da vida das pessoas.
   Enfim, no entender de uns, Malcata está muito bem entregue. Dou os parabéns a esse grupo de apoiantes, em especial aos influentes de Malcata que os têm levado nos braços.
   É a realidade assim e eu atrevo-me a perguntar:
   Qual o ponto da situação em que se encontra a
   “Construção de Edifício para Exploração Pecuária” ?
  
Nota: Sendo uma pergunta escrita por mim,  José Nunes Martins, que não é jornalista encartado, apenas administra desde 2006, o blog “Malcata.net” e “Malcatenhos Pelo Mundo”, seguido por muitos malcatenhos, sendo eu natural de Malcata e no meu  direito de exercício de cidadania participativa, deixo o registo da minha posição de cidadão que se interessa pelo que se vai passando ou não, na terra onde nasci e poder fazer perguntas às instituições públicas, como é o caso da autarquia de Malcata. A resposta é livre e as perguntas também. Eu pergunto e não posso ser eu a dar uma resposta verdadeira porque não sei e não é da minha competência política!

3.9.20

ESCREVO ESTA CARTA PARA VÓS


    Esta minha incapacidade de estar calado pode ter criado alguma animosidade em relação à minha pessoa. E isso eu tenho a certeza e também tenho a certeza de que tenho a liberdade de dizer tudo. Também sei estar calado e guardar segredos. Quando diz respeito à comunidade, ao povo, eu digo sempre tudo e não preciso que me digam para o fazer. Olhem, já que tenho a fama de dizer mal de tudo, fico com a fama e o que desejo é que o povo ganhe alguma coisa com as minhas maluquices. 

   Esta minha forma de pensar e dizer porque penso, seja através da internet ou numa conversa de rua, é porque não sou pessoa de olhar para as consequências ou do resultado daquilo que digo ou escrevo. Não me censuro a mim próprio, portanto não vou censurar os outros. Isto tem um preço alto? Sim, é claro que tem, estou disposto a pagar pela minha liberdade de pensamento.
    
   Eu, como bem sabem, não abdico de defender as minhas ideias, até que me provem que estou errado. Acho que é importante a crítica, o elogio e o reconhecimento do que se faz e do que não se faz. Muito mais do que ficar calado e e dizer amém a tudo, mesmo que não se concorde. E ter pontos de vista diferentes é muito natural e acontece em muitas situações das nossas vidas. Até quando discutimos “bola” e depois de assistirmos a um jogo de futebol, temos pontos de vista diferentes sobre o mesmo jogador, o mesmo treinador e árbitro.
   E se há quem não goste das minhas críticas, ao longo destes anos aprendi e faço questão de o fazer, é assinar os textos que escrevo. A liberdade democrática que Abril de 74 nos trouxe continua a ser uma das maiores conquistas alcançadas e ao meu dispor para defender o que acho estar correcto, apontar o que está errado, sem ter medo das consequências
   
   E como malcatenho, o que o assumo com tudo o que isso significa, não me vou cansar de defender as minhas ideias. Em Malcata temos que procurar ser sensíveis e corajosos para corrigir os erros do passado e pensar (planear) um pouco (ou muito) antes de tomar decisões definitivas, porque é possível fazer melhor. É claro que as coisas são feitas com boa vontade, mas a nossa freguesia é do povo, não é só minha, não é só tua, pertence a todos. Esta aldeia tem história e tem tanta coisa bonita, que bem aproveitada e cuidada pode ser um verdadeiro paraíso.
                                                                           
                                                                                                                                                                José Nunes Martins