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24.6.23

MALCATA: SÃO JOÃO É NA MOITA

   

Festejar para não esquecer

 

   

   Recordo-me dos meus tempos de garoto na aldeia, onde se celebrava o São João, popular santo e que o povo gostava de festejar. Nesses anos sessenta, na aldeia sentia-se e vivia-se aquele espírito de “povo unido” e pronto para festa ou trabalho. Talvez por esses motivos as festas eram tão alegres e divertidas.
   E o São João, esse popular festivaleiro, punha toda a aldeia em alvoroço durante pelo menos um mês antes de 23 de Junho. As noites eram para cada rua juntar os seus moradores e fazerem os arcos mais bonitos e mais vistosos para a festa. O empenho era muito e todo o trabalho era feito em segredo, isto para que as outras ruas não copiassem as ideias da nossa! Noite após noite, à luz das candeias e dos candeeiros, entre montes de papeis coloridos, tesouras e cordões, a sala ou lá onde fosse, transformava-se num atelier de costura e artesanato de papel. Era preciso muitos cuidados na Confecção e principalmente no enrolar dos arcos. Um mal enrolado podia resultar num arco partido, emaranhado e tirava a pessoa do sério quando andava a enfeitar a rua.
   E no dia da festa, todos apareciam no Rossio para dar um pé de dança ao som do tocador de concertina!  

 

   São João para ver as moças
   Fez uma fonte de prata
   As moças não vão a ela
   São João todo se mata.

                                             José Nunes Martins

23.6.07

SÃO JOÃO EM MALCATA


Foto retirada do blog
"Sabugal Tarrento"
junho 2006


Festejar o São João.
Quinze dias antes do dia de São João, os rapazes e as raparigas reuniam-se para preparar a festa de São João(Baile).
Os rapazes tratavam de ir aos campos e colher rosmaninhos. Eram transportados nos carros de vacas para o Rossio e aí ficavam a secar.
As raparigas reuniam-se às noites para fazerem flores e bandeiras de papel. Com as flores de papel faziam arcos com que enfeitavam o recinto da festa e as bandeiras de papel eram colocadas no pinheiro que espetavam no Rossio e que cobriam de rosmanhinhos secos. Tinha que ser um pinheiro alto, direito e sem ramos nenhuns. Para segurar os rosmaninhos aplicavam-lhes uns “ramos” sem rama (paus) que ajudavam a segurar (a vestir) o tronco . Na parte mais alta do pinheiro era colocado um boneco de trapos, contendo no seu interior algumas “bombas” de foguetes para rebentarem na altura devida. No final, o pinheiro ficava todo engalanado, cheio de rosmaninhos e bandeiras de papel.
Para enfeitar melhor o espaço e os arcos ficarem mais bem esticados, espetavam quatro pinheiros mais pequenos nos cantos do largo. Ao contrário do pinheiro grande, estes mantinham os ramos todos. Davam um ar de frescura e verde ao espaço e o arraial ficava com outra graça.
Recordo-me do cheiro agradável que os rosmaninhos lançavam no ar.
O baile tinha início à noite.Assim que o relógio da torre desse as badaladas da meia-noite, lançava-se o fogo ao pinheiro. Era um espectáculo fantástico e dava imensa alegria aos festejos. O tocador da concertina tinha tocado as modas que todos alegremente dançaram. O povo saía á rua e era noite de São João em Malcata.