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sexta-feira, 11 de julho de 2025

MALCATA: para melhor está bem, para pior, já basta assim!

    Preciso de ajuda para esclarecer esta coisa das novas placas com os nomes das ruas, travessas e bêcos. Uns nomes são os mesmos, outros são novidade e o mesmo acontece no que diz respeito â afixação e localização das placas.
   A freguesia estava a precisar de colocar alguma ordem na sua toponímia. Tenho acompanhado este processo à distância, pois não resido na aldeia. Contudo, este tema da toponímia interessa dada a sua importância. Eu tinha lido um Edital da convocação de uma Assembleia de Freguesia e na Ordem de Trabalhos, no Ponto 3 os membros da Assembleia de Freguesia iam discutir e votar alterações à toponímia da nossa aldeia. A imagem que se segue mostra o Edital e ao lado está a minha observação acerca deste assunto. O Edital e a minha participação estão publicados na página da Junta de Freguesia- de Malcata. Não se dignaram responder! Fiz o que podia fazer! Lembro que esta reunião se realizou em
 18-12-2023. Fica o registo:

Assembleia de Freguesia 18-12-20023


   Neste ano de 2025, soube através de pessoas que visitaram a freguesia de Malcata, nomeadamente alguns elementos da Confraria do Cabrito, que estavam a substituir as placas toponímicas. A Junta de Freguesia não se dignou divulgar no seu espaço da internet esta decisão de alterar as placas e muito menos as alterações, votação e decisão quanto às placas. O trabalho, mesmo que ainda não esteja terminado, dá a entender que estão apenas a trocar as placas velhas por novas, que uma rua, uma travessa ou via pública para ter nome, só necessita de uma aprovação da Assembleia de Freguesia e tempo para afixar as placas, umas conversas com alguns residentes e "voilà" a freguesia pode orgulhar-se de exibir uma toponímia nova, melhorada e mais correcta. Eu não estou satisfeito com o que encontrei por estes dias. Para os que conhecem o Regulamento Municipal de Toponímia do Sabugal, devem estar espantados com a ligeireza com que a Junta de Freguesia trata dos assuntos de interesse público da freguesia e dos seus residentes. Vejam estes exemplos:

Rua da Fontainha
           Esta placa "Rua da Fontainha" está afixada numa parede da Casa Mortuária!

Ruas da Fontainha e Rua das Eiras no Mapa da Junta de Freguesia

   

                                                                         Rua da Fontainha
 

    Nova placa e o mesmo nome da "Rua da Fontainha" , com novo piso em pedra de granito. Onde começa e termina a Rua da Fontainha?
   Observando o mapa da toponímia,  que a Junta de Freguesia dispõe na sua página da internet, a rua que vai para o cemitério da freguesia, chama-se Rua das Eiras, que entronca com a Rua Carvalheira do Jorge. 
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    Vamos a outros casos que irei tratar mais tarde:
     Rua da Fonte: onde termina a rua? A placa toponímica foi afixada no muro da casa nº38, mas segue-se o nº40 e 42, depois sim, termina!
    A Rua da Estrada: não afixaram a respectiva placa!
    Os novos nomes: Travessa da Rua do Braz Carvalhão ( com 1 casa e sem saída ou ligação a outra via); Beco da Rua do Braz Carvalhão, Beco da Moita, Rua da Corela, etc., etc, etc...
    O Regulamento da Câmara Municipal é documento para ficar na gaveta, desde que se afixe a placa, já está bom! E o que dizer quanto à mudança de moradas? Ao contrário do que dizem na aldeia, é da responsabilidade da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia proceder a essas alterações através de envio dos novos topónimos às Finanças, ao Tribunal e Registo Civil, GNR, Segurança Social e CTT.
   Vamos trabalhar pelo bem da freguesia e bem-estar dos seus residentes e todos os malcatenhos ausentes?
   

                                                José Nunes Martins

sábado, 5 de julho de 2025

MALCATA: A HISTÓRIA NÃO SE APAGA!

 


   A História faz parte da identidade do nosso território, da nossa identidade. Os factos que aconteceram não se podem apagar. A única coisa que podemos apagar diz respeito ao nome das coisas, ou seja, o nome pelo qual as conhecemos.
   Há uma década, na Assembleia de Freguesia de Malcata foi aprovada uma proposta que alterava o nome de duas ruas da nossa aldeia: Rua de Baixo e Bêco da Corela. A dita proposta foi enviada para a Comissão de Toponímia Municipal do Concelho do Sabugal que após uma análise ao assunto, foi rejeitada. 
   O assunto morreu ali e nunca mais se ouviu falar dessas coisas de mudar-lhes o nome.
   As ruas continuam na nossa freguesia estão a precisar de mais atenção, designadamente as placas toponímicas. Ao contrário do que se pode pensar, as placas
das ruas têm muita importância na organização da freguesia. E na nossa aldeia é urgente fazer uma revisão séria a todas estas coisas ligadas à toponímia.
   A freguesia cresceu, mudou o seu aspecto, surgiram novas ruas, novas casas e houve benefícios em algumas dessas ruas. É triste viver numa rua sem a placa com o seu nome, afixada no início e no fim da via.   Quem tem competência para aprovar o nome de uma rua, de uma praça ou largo em Malcata é a Comissão Municipal de Toponímia do Concelho do Sabugal. Esta comissão foi criada para apreciar as propostas que lhe forem apresentadas. Depois de analisada a proposta e tomada uma decisão, enviam essa mesma proposta para a Câmara Municipal do Sabugal a fim desta poder deliberar e decidir o que fazer. A Comissão de Toponímia é constituída por pessoas com conhecimentos alargados, com memórias sobre o território do Sabugal e que se reúnem para reflectir sobre a atribuição dos topónimos no concelho.
   Reconhecer a qualidade da Comissão de Toponímia é confiar nas decisões que tomam.    A atribuição de um nome a uma rua, a uma praça ou a outra coisa, significa que existe um reconhecimento público do nome que se está a analisar, que esse nome se identifica com a cultura das pessoas, da história do lugar. Quando está em análise a atribuição do nome de uma pessoa os pressupostos são os mesmos, ou seja, tem de ser uma pessoa reconhecida por todos como digna de lhe ser atribuída a placa toponímica porque a sua cultura, a sua vida, a sua história e os seus actos assumidos durante a sua vida, contribui com o seu bom exemplo e trabalho, para a construção do presente da terra. É também
uma das formas que um povo tem nas suas mãos para reconhecer publicamente todo o trabalho que essa pessoa realizou para o bem comum.
   Todas as ruas, bêcos, vielas, largos e praças, são parte integrante da freguesia, são como que uma espécie de veias por onde caminha a gente que dá vida à aldeia. E aqui incluo o carteiro, o vendedor ambulante, os bombeiros, as ambulâncias de socorro, os visitantes…
   Cuidar do nome das coisas é cuidar da aldeia e da vida dos que nela vivem.  
   Perguntar e alertar as pessoas que residem na freguesia sobre a mudança das placas e da toponímia é necessário envolver o povo, promover e defender a preservação da aldeia. 
   Vamos deixar apagar a história da aldeia de Malcata? As mudanças de nomes, o aparecimento de outros, alguns sem sentido e lógica, desrespeitando até o nome antigo dado pelos nossos avós e bisavós, sem primeiro consultar a população, estamos a assistir ao esquecimento da história comum. 
   Concordam com o que a Junta de Freguesia de Malcata andou a fazer quando substitui as placas toponímicas por outras novas? Acham justo que este tipo de decisões sejam tomadas sem envolver a população, sem ter promovido uma reunião pública para esclarecer e ajudar a compreender as intenções da Junta de Freguesia ( que são pensadas com boa intenção)?  
   E vós malcatenhos, o que dizeis?
                                                                            José Nunes Martins

segunda-feira, 9 de junho de 2025

A ALDEIA JÁ FOI ASSIM


 

Escola Primária da aldeia encerrada!

   Nasci numa aldeia e lá passei toda a minha infância. Andei pelas ruas a brincar e a respirar os aromas campestres. Na casa dos meus pais aprendi o que era trabalhar a terra, a importância dos animais, como o burro e as vacas, as cabras, coelhos, galinhas e porcos. Foi na Escola Primária que havia na aldeia que aprendi a ler e a escrever. Depois do exame da 4ª Classe, para continuar a poder estudar, tive de sair e fui parar bem longe. Nas férias, voltava à aldeia porque ali viviam os meus pais, a minha família e os meus amigos de infância. Que bem me fazia aquele regresso!
   A aldeia era pequena e tinha sempre saudades e vontade de estar uns dias naquele paraíso, com pessoas a ir e a vir, uns carregavam coisas e outros carregavam os carros de vacas e os burros com tudo e mais alguma coisa, até acharem que estava com a carga completa. A aldeia tinha vida de dia e de noite. Começava a fervilhar ao nascer do sol e sossegava ao fim da noite. Moravam muitas pessoas e pareciam felizes, mesmo com pouco, não havia muita coisa, portanto, não fazia falta nenhuma, logo chegariam dias melhores e vida mais desafogada era bem-vinda.
   Hoje, ainda há gente à espera que algo de diferente aconteça!




                                                       NOUTROS TEMPOS...



A ponte era uma passagem
Igreja de São Barnabé

sábado, 18 de janeiro de 2025

LAR DE MALCATA: IMAGENS COM HISTÓRIA

1 - Números e palavras que interessam:




2- Visitas Culturais 
AMCF-Segredo dos trapos

1


2


Em memória do Ti Cidades

Homenagem merecida

Quando a obra começa nunca sabemos quando e como vai terminar.
O momento do início é histórico e hoje, 30 anos depois,
ainda não conheço obra com tamanha ambição.

O QUE VOS DIZEM ESTAS IMAGENS?


José Nunes Martins








 

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

MALCATA NOS RECORTES DO PASSADO

 

                                               
    Guardo muitos recortes da imprensa regional sobre assuntos relacionados à nossa freguesia. O conhecido jornal semanário "Amigo da Verdade", incluía sempre, um suplemento dedicado ao concelho do Sabugal, onde se publicavam as notícias das aldeias.
   Este que hoje vos trago, é datado de Janeiro de 1969, já com 56 anos.
   Traz duas notícias:
    1ª- A festa de Natal das crianças que frequentavam a Escola Primária em Malcata.
         
    2ª- O regresso do sr. Rui Varandas, que cumpriu o seu serviço militar 
a defender Portugal.
           

     O tempo passa e acabamos por nos esquecer do que já aconteceu no passado, muitas vezes não foi há um ano mas muitos mais...
                                                                                      José Nunes Martins

sexta-feira, 12 de julho de 2024

MALCATA: HISTÓRIA DO NICHO

   Tudo tem por trás uma história. 

   Hoje vou dar-vos a conhecer um pouco duma dessas coisas com história que qualquer malcatenho vai gostar de saber. Aconteceu há 56 anos, portanto, vamos viajar na máquina do Tempo até ao ano de 1968, num dia de festa em Malcata. Imaginem-se no dia 7 de Julho de 1968 a participar na inauguração do nicho da Senhora dos Caminhos
(ou de Nossa Senhora dos Caminhos) na Fonte da Cal (Fontacal).
   A ideia do nicho e depois a iniciativa surgiu do grupo de três professoras que nessa época ensinavam a ler e a escrever às crianças da nossa terra. Os seus nomes:
   D. Maria do Carmo Corrais,
   D. Isabel Ramos Barroso,
   D. Dulce Borges Alexandrino.

   A obra ficou por conta do senhor Joaquim Vieira, construtor civil, que também ofereceu a mão de obra, materiais para a sua construção e foi incansável enquanto a obra se construiu.
   Neste dia 7 de Julho a aldeia viveu um dia de festa, com muita alegria e religiosidade.
   Lembro-vos estas palavras:
   “ Tudo correu da melhor maneira e outra coisa não era de esperar das pessoas de Malcata. É por isso que aqui ficam para todos vós os nossos agradecimentos, parabéns
e uma prece muito fervorosa a Nossa Senhora: que a Senhora dos Caminhos nos
abençoe e nos proteja em todos os caminhos da vida”, foram as bonitas palavras da professora Dulce Alexandrino.

                                                                                  José Nunes Martins

Continua...



sexta-feira, 19 de maio de 2023

À DESCOBERTA DE MALCATA

                                                            MALCATA e as minhas histórias

Praça do Rossio-Casa de habitação

   Malcata é uma freguesia situada no Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda, no com cerca de 330 habitantes. Era no passado composta pelos seguintes lugares: Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha, Rua do Meio, Praça do Rossio, Moita, Rasa, Tapadinha, Barreirinha, Courela, Fonte Velha, Camões, Soitinho, Carvalhão, Cabeço, Fontainhas, Eiras, Vazão, Fraga, São Domingos, Bradará, Ferrerias, Cholrreira,
Chãos da Presa, Cabeço Castanheiro, Veigas, Apartadeira, Vale da Ursa, Curral dos Porcos, Rebiacé, Ribeiro Grande, Várzea, Cavadas, Gorgulão, Pradinho, Ninho das Corças, Relva das Casas, Poceirão, … e tantos outros… Hoje, muitos destes lugares deram lugar a ruas e algumas continuam como estavam. Lembro que a electricidade foi ligada pela primeira vez à Fonte Velha, que era onde estava a primeira “cabine”! Um dia também chegou à casa dos meus pais! Nem toda a gente aderiu à electricidade dentro de casa; desde essa altura passámos a ter luz pública, para iluminar os caminhos de terra batida ou calçada e hoje todos calcetados
. Vivíamos numa terra sem luz eléctrica, com um telefone público, sem rádio e sem TV.  Eu, e os `putos´ do meu tempo, íamos ver TV a preto e branco para a taberna do Ti Quim Ruvino, outros iam para as outras tabernas que havia na freguesia e ao pé de casa via, com a minha mãe, a tourada e os teatros na casa da Ti Navalhinhas, que era a casa pegada à Ti Lucinda, na Rua do Carvalhão. Uns tempos depois, lá tivemos uma televisão a preto e branco e a RTP. Hoje, temos Fibra Óptica, televisão LCD e mais de uma centena de canais a cores.
Rancho folclórico de Malcata
                                                                
Procissão 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

MALCATA: CONTRIBUTO PARA A SUA HISTÓRIA

 


Data das obras levadas a cabo
pela Câmara Municipal do Sabugal, em Malcata



       A Fonte da Torrinha (das Bicas)


   Poucos serão (infelizmente) aqueles que, não sendo naturais ou não residam em Malcata, conheçam a Fonte da Torrinha (Fonte das Bicas ).
   É uma fonte que merece ser visitada e conhecer um pouco a sua história, que começou antes de 1937.
   Como curiosidade, e para a história desta fonte, existem documentos em arquivo que registam que esta fonte foi assunto discutido em várias reuniões da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Concelho do Sabugal, realizadas em 1935, 1936 e 1937.
   A inscrição “1937” que ostenta um das pedras de granito  é, no meu entender, referente ao ano civil de início da entrada em serviço de abastecimento público de água potável à freguesia, isto tendo presente que, a obra da fonte fez parte dos assuntos tratados em anos anteriores pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Sabugal, que nos dá alguma informação do decorrer da obra. Ver cópia da acta de 1935:
   




Livro de actas da CMS em 1935
                                                                                +++
+
       As fontes noutros tempos tinham enorme importância na vida quotidiana das pessoas, particularmente as populações das nossas aldeias. E em Malcata essa forma de olhar para uma fonte grande ou fontinha bem mais pequena, permitiram garantir o abastecimento de água às pessoas e aos animais que com eles trabalhavam. 
       Na nossa freguesia a água é tão importante como ter boa saúde. E apesar desta importância que têm por este recurso natural, permanecem alguns maus hábitos no seu uso, caindo algumas vezes em atitudes contrárias ao respeito que este escasso recurso merece.
       Porque a água é indispensável, cada vez mais escassa, devemos ver  nas fontes, nas torneiras e nas diversas estruturas que conduzem a água até onde precisamos dela, bem como aqueles locais emblemáticos e tão característicos da nossa aldeia, onde sabe bem beber um copo de água fresca e limpa, com respeito e tudo fazer para os manter e preservar, procurando dessa forma dar continuidade às coisas boas que nos legaram aqueles que nos antecederam e que, por necessidade e amor à coisa pública, tanto trabalharam gratuitamente.
PS: Tema a continuar com ... António Nita e a sua luta pela água ao povo!
        Não deixe de ler!

  

Quem tiver mais informações que o diga!
   

                                                      José Nunes Martins


quarta-feira, 4 de julho de 2018

MALCATA: COM FAMA MAS SEM PROVEITO

                                           
                                             
                                                  SENTADOS NA PRAÇA DO ROSSIO

  

    
A aldeia de Malcata mantém-se no mesmo lugar e a serra lá continua a proteger o povoado. A tranquilidade que se vive nesta aldeia, apesar das eólicas, convida os visitantes a olhar para a paisagem e dali não sair até ao cair da noite. Ao entrar na aldeia os nossos olhares focam-se nas curvas da Serra da Malcata, nas eólicas e no azul da água que enche a albufeira da barragem e em cujas profundezas moram moinhos, lameiros, ponte velha e o nicho da Senhora dos Caminhos.
   O coração de Malcata é um lugar com história e muitas histórias, conversas de rua e de café, de ver quem passa e falar de fulano e sicrano, de cartas e jogos tradicionais, de comércios e de festas, de água fresca e sol e sombra. Para uns é o Rossio, para outros é a Torrinha. E quem olhar para a torre do relógio, ali presente desde 1959, fixar o olhar na pequena pedra em mármore, uns palmos abaixo do painel de azulejos, ao ler Praça do Rossio, não tem que se preocupar porque dos três nomes qualquer deles está bem.
  
José Nunes Martins
josnumar@gmail.com

segunda-feira, 27 de julho de 2015

MALCATA: AS SUAS GENTES E HISTÓRIAS


Quem foi Jerónimo Gonçalves Pedro? E Maria Adelaide Martins? Se acrescentar que o senhor Jerónimo foi Cabo da Guarda Fiscal no Sabugal, tendo exercido as funções de Comandante do Posto da Guarda Fiscal em Malcata até à saída de uma lei que o proibiu de continuar no município da qual era natural a sua mulher, o que era o caso da esposa, Maria Adelaide Martins, nascida no Sabugal.
   A 11 de Maio de 1932, deste casamento, nasceu um rapaz de nome José Martins Gonçalves Pedro. Foi para o Seminário do Fundão, ingressou na Faculdade de Teologia da Guarda e aos 23 anos cantou a sua primeira missa na Capela das Aparições, em Fátima.
   Em 1991, numa visita que o Padre Miguel ( do Meimão…) e o Padre José Pedro fizeram à Dona Dulce, a irmã do Padre Miguel, que vivia ali à Courela, em Malcata, num desabafo do Padre José Pedro, este terá comentado que “alguns diziam que eu cantaria missa só quando as galinhas tiverem dentes! Pois bem, as galinhas ainda não têm dentes e eu já cantei missa!”
   A 10 de Outubro de 1966, o padre José Pedro partiu para França e ficou destacado numa paróquia nos arredores de Paris. Todos gostavam dele e do seu trabalho. E a 3 de Janeiro de 1970, o padre deixou o sacerdócio e casou-se.
   O padre José Pedro deixou a sua marca no Sabugal. Os mais velhos atribuem-lhe a ele e às palavras usadas numa das suas homílias no Santuário da Senhora da Graça, ele disse ao povo que era uma vergonha aquele lugar não ter uma estrada em condições. Ora, estas palavras provocaram de todos e a estrada construiu-se.
   José Martins Gonçalves Pedro faleceu em Léon, Espanha, a 27 de Janeiro de 2010.
   Nota:Voltarei ai assunto, pois há mais para revelar. Se algum leitor souber mais sobre esta família, envie a sua participação para aqui.

Busto do Padre José Pedro, em Aldeia do Bispo(Penamacor)
( Obra do escultor Eugénio Macedo )

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MALCATA: CASA DAS MEMÓRIAS


Continuo num desassossego que não me deixa sossegado. Estou bem distante da minha terra, mas dou comigo a pensar no que se estará a passar por aí. Não sei se estou a raciocinar bem ou se estou a interpretar devidamente aquilo que se está por aí a passar. Mas mesmo longe daí ando preocupado com as pessoas, com o que outras pessoas andam a querer fazer contra a vontade de muitos.
Malcata está a ficar irreconhecível e os mais novos já não fazem ideia como viveram os seus avós, ou os seus pais. Por isso, há que fazer alguma coisa para preservar a memória e para que ela não se perca totalmente. Uma das maneiras de guardar esses tempos de outrora seria a Junta de Freguesia de Malcata adquirir uma ou várias casas em pedra de xisto, por exemplo, uma daquelas casas da Rua da Ladeirinha. Não seria uma boa aposta e uma forma de guardar e poder mostrar o passado da nossa aldeia?
Entrar numa casa antiga, toda restaurada e poder ver a cantareira, o lavatório, as bancas na cozinha, as candeias e as cadeias, o caniço, as panelas em ferro…objectos que hoje já não são usados mas que eram os pertences dos nossos antepassados.

sábado, 9 de março de 2013

OS ESPAÇOS DA ALDEIA


O ESPAÇO PÚBLICO NA ALDEIA DE MALCATA


Que espaços públicos existem na aldeia?
Como é que eles se  encontram  hoje organizados e que transformações sofreram ao longo do tempo?

Qual a importância desses espaços  públicos  e a sua configuração, da sua envolvente e da sua adaptação às
novas necessidades das pessoas?

Quais as principais características que os espaços públicos devem possuir, de forma a responder eficazmente e com qualidade aos novos e futuros desafios de Malcata?

A PRAÇA DO ROSSIO

(Torrinha)



  A Praça do Rossio, também conhecida pela Torrinha, foi e ainda continua a ser o espaço público mais concorrido da aldeia. Desta praça partem, ou confluem, cinco das ruas principais da aldeia: Rua da Fonte, Rua do Carvalhão, Rua de Baixo, Rua da Ladeirinha e a Rua da Moita.



Início da Rua do Carvalhão

 Rua da Ladeirinha, ao fundo, para a direita e
Rua da Moita para a esquerda

 Rua da Fonte



Rua de Baixo



Praça do Rossio ( Torrinha )



 Fonte e tanques

 Torre do Relógio


 A Torre do Relógio

   A Praça do Rossio, sendo o espaço público com maior importância na povoação, não deve ser descurado, pois tem representado um modo de vida dos nossos conterrâneos ao longo de séculos.
   Este espaço tem funcionado como o local de festas, bailes, mostras gastronómicas, etc. E quem não se lembra dos encontros e das cartadas que se jogaram nesta praça? Este lugar ainda hoje continua a ser um lugar de encontros, de convívios. A presença da Torre do Relógio, a fonte e a água sempre fresca, os comércios do Ti Tó ( casado com a Ti Rosa ), o outro comércio, do Ti Varandas ( casado com a Ti Deolinda ), muitos anos serviu como Posto dos Correios e até de posto de "enfermagem" que muitos nunca esquecem os saberes e os dons do Ti Varandas. Também nesta praça existiu a taberna mais conhecida da aldeia e não só, onde eu em garoto, via televisão, os adultos bebiam os quartilhos ou traçados, tendo sido mais tarde, o primeiro sítio a servir café expresso, muitos chamavam "bica". Esta taberna do Ti Joaquim "Rebino" e da Ti "Benbinda" muito contribuíram para que este local fosse o centro da terra.
   Era nesta praça que os homens se encontravam. Então aos domingos, no fim das missa, todos paravam por aqui e por aqui ficavam na conversa, bebiam uns copitos e as mulheres juntavam-se nas bancas dos vendedores que apareciam por aqui com as carrinhas a vender frutas, calçado, roupas, às vezes lá aparecia um latoeiro e quem tivesse caldeiros rotos ou quisesse comprar um novo, ou comprar uma almotelia para o azeite, ou comprar uma candeia nova, era de aproveitar.
   Hoje, já não é a mesma coisa.
   E tanto mais que eu tinha para escrever sobre a praça do Rossio, a fonte, o forno do pão. É por isso inquestionável a necessidade de olhar para este espaço público e estudar a forma de manter, preservar e melhorar este mesmo local continuando como sítio de encontro de pessoas.
   Olhando para o espaço da praça, observando as construções que rodeiam o Rossio e a Torrinha, que vos parece? Está bem como está? As casas e a sua conservação contribuem para valorizar este espaço público, ou pelo contrário, está a necessitar de intervenção urgente?

 
   




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MALCATA, UMA ALDEIA COM HISTÓRIA


 Ir a Malcata, não fosse a família e os amigos, não seria uma viagem lá muito atractiva para fazer. E agora, com o pagamento de portagens mais desanimador se torna visitar uma terra do interior do nosso país e que continua desconhecida por muita gente.
   Malcata é uma aldeia aconchegada por montes verdes de um lado e um enorme espelho de água do outro. Para que a aldeia não caia, está amparada de um lado pela Serra das Mesas e do outro pela alta e fria Serra da Estrela, ficando a Serra da Malcata e a sua Reserva Natural  um pouco escondidas e talvez por esse motivo as torres eólicas estão lá a  crescer quase ao mesmo ritmo das árvores, sendo até uma espécie preferida pelos engenheiros em detrimento da plantação e preservação de outras espécies, como os sobreiros, as medronheiras e até destruindo o habitat natural do lince ibérico, aquele que já foi o mais ilustre habitante da serra da Malcata.
   A aldeia sempre esteve ligada à serra e durante muitos anos não as pessoas souberam tratar dela e ainda hoje é um dos locais mais conhecidos. Mas as pessoas não viviam na serra porque é muito alta, fria no inverno e então construíram as primeiras casas ali entre a Rua de Baixo e a Rua da Ladeirinha, indo também morar para a Rua do Meio. Os casais nessa altura trabalhavam as terras e passavam as outras horas à volta da lareira, à luz das candeias de azeite, mais tarde dos candeeiros de petróleo. Como não havia electricidade, ninguém tinha televisão e deitavam-se mais cedo do que agora. Ora os casais novos, deitados naqueles colchões de palha, duros, com cobertores por cima por causa do frio, enroscavam-se um no outro e muitas nove meses depois a família estava mais numerosa. Daí que a aldeia teve necessidade de se expandir até ao Cabeço, para o Carvalhão, para a Moita, para o Soitinho e ainda hoje continua o seu crescimento, mas muito mais lento.  Mas os braços já chegam à Rasa, à Senhora dos Caminhos e à Fraga.
   Apesar deste seu crescimento, continua a manter o seu núcleo central na Praça do Rossio, também conhecida por Torrinha e que se espalha até à Igreja Matriz. A Rua da Ladeirinha está ainda rodeada por casas construídas em pedra de xisto. Atrevo-me a afirmar que juntamente com a Rua da Moita, são o centro histórico da aldeia. Não é um núcleo rico, mas o património ainda ali existente, é um precioso testemunho histórico que merece ser protegido, preservado e é fundamental  manter como lugar de atracão para quem  visita a povoação e também para as gerações vindouras da terra.
  

quarta-feira, 30 de março de 2011

A BATALHA DO GRAVATO


NOTA DE IMPRENSA da Câmara Municipal do Sabugal:
A Câmara Municipal do Sabugal promove nos próximos dias 2 e 3 de Abril, as Comemorações dos 200 anos da Batalha do Sabugal, com um diversificado conjunto de iniciativas, em colaboração com o Exército Português.
No sábado, 2 de Abril, às 14h30, realizar-se-á no Auditório Municipal, o lançamento dos livros “A Batalha do Gravato-Narrativas do Famigerado Combate do Sabugal” de autoria de Manuel Morgado e Marcos Osório e “Sabugal e as Invasões Francesas” de Manuel Francisco Veiga Gouveia Mourão, Joaquim Tenreira Martins e Paulo Leitão Batista.

Ainda no Auditório, às 15h00, terá início o Encontro Temático “Sabugal e as Invasões Francesas” com intervenções do Dr. Adérito Tavares, Dr. Joaquim Tenreira Martins, Dr. José Alexandre Sousa, Dr. Paulo Leitão Batista e Tenente-Coronel de Engenharia José Paulo Berger.
Pelas 21h00, no Auditório, terá lugar um concerto pelo Grupo de Música de Câmara da Banda Sinfónica do Exército.

No dia 3, domingo, às 09h30, nos Paços do Concelho, terá lugar a Cerimónia de Hastear da Bandeira com Honras Militares seguindo-se, pelas 10h00, a inauguração de Memorial no local do combate (Sítio do Gravato). Às 11h00, na Rotunda Batalha do Sabugal (EN 233), decorrerá a Cerimónia Militar com Inauguração de Monumento Evocativo de autoria do escultor Augusto Tomás, Deposição de Coroa de Flores, Cerimónia de Homenagem aos Mortos e evocação histórica pelo Tenente-Coronel Urze Pires.
Após a realização da Missa pelos Mortos em combate, na Igreja Matriz de S. João, terão lugar, a partir das 15h00, junto ao Castelo do Sabugal, os Festejos Comemorativos da Vitória com a presença de diversos grupos musicais e de animação de época.