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9.3.24

A NEVE BRANCA E FOFA EM MALCATA



Malcata já andou vestida de branco!
(Pequeno vídeo com neve na aldeia)

    No Inverno a chuva, o frio, o vento, o granizo, a geada e outros fenómenos meteorológicos eram normais em Malcata. E as pessoas da aldeia preparavam-se para estas condições adversas alterando as suas rotinas diárias. Quem ditava as regras do trabalho era o tempo. E que remédio havia se não aceitar trabalhar ao sabor do tempo. 
   A nossa região sempre foi chuvosa no Inverno e muito fria. A neve já caiu muito mais que actualmente. Nevão digno de muita neve há muitos anos que não se sentem nem veem na nossa aldeia.

Lembro-me dos grandes nevões na minha infância, tão grandes que chegavam a aguentar a neve durante semanas. Muita coisa ficava por arranjar, por fazer, não por não quererem trabalhar, mas porque a neve não permitia. A vida na aldeia levava uma reviravolta e só depois da neve derreter é que a normalidade regressava. Já se imaginaram a aguentar um Inverno rigoroso, com muita chuva, vento e neve ou geada ? Aguentar o frio e a chuva numa terra sem luz eléctrica, sem água nas casas, com algumas ruas em terra batida e as águas pluviais a correr valeta abaixo?! A neve chegava aos 50 cm de um dia para o outro. Alguns telhados abatiam com o peso da neve, o gado tinha que ficar encerrado e alimentava-se com feno seco, beterraba, nabos, botelhas...porque não havia condições para ir buscar alimento aos campos. 
                                             
Gelo na pia do chafariz na Rua da Moita.
Onde há água e frio, aparece naturalmente gelo.

   O gelo é um dos grandes contratempos na aldeia. Um descuido e os acidentes acontecem. E escorregar no gelo é perigoso para pequenos e graúdos e qualquer animal. 
   Depois de nevar durante toda a noite a aldeia acordava vestida com um manto branco de neve. Os telhados, as árvores, as ruas transformavam o espírito humano e toda a gente aceitava a situação. Era normal, estávamos no Inverno!
   Como mudou o clima! Continua a chover e a fazer muito frio, mas há muitos anos que em Malcata a neve se tornou mesmo passageira e leve, tão leve que não dá para brincar. Já a geada e o gelo continua a justificar os avisos para se ter cuidado ao sair de casa, ao conduzir viaturas na estrada...porque uma escorregadela em cima de gelo, é meio caminho para uma pessoa se partir todinha!
   Tantas são as memórias de nevões! 

   



4.7.18

MALCATA: COM FAMA MAS SEM PROVEITO

                                           
                                             
                                                  SENTADOS NA PRAÇA DO ROSSIO

  

    
A aldeia de Malcata mantém-se no mesmo lugar e a serra lá continua a proteger o povoado. A tranquilidade que se vive nesta aldeia, apesar das eólicas, convida os visitantes a olhar para a paisagem e dali não sair até ao cair da noite. Ao entrar na aldeia os nossos olhares focam-se nas curvas da Serra da Malcata, nas eólicas e no azul da água que enche a albufeira da barragem e em cujas profundezas moram moinhos, lameiros, ponte velha e o nicho da Senhora dos Caminhos.
   O coração de Malcata é um lugar com história e muitas histórias, conversas de rua e de café, de ver quem passa e falar de fulano e sicrano, de cartas e jogos tradicionais, de comércios e de festas, de água fresca e sol e sombra. Para uns é o Rossio, para outros é a Torrinha. E quem olhar para a torre do relógio, ali presente desde 1959, fixar o olhar na pequena pedra em mármore, uns palmos abaixo do painel de azulejos, ao ler Praça do Rossio, não tem que se preocupar porque dos três nomes qualquer deles está bem.
  
José Nunes Martins
josnumar@gmail.com

11.4.18

CONHECER A ALDEIA DE MALCATA

Busto de Camões


   Quem visitar a aldeia de Malcata saiba que há alguns lugares e monumentos que vale a pena conhecer. Logo à entrada da aldeia deparamos com o Busto de Luís Vaz de Camões. Foi inaugurado em Setembro de 1965, pelo padre Lourenço, pároco da paróquia nessa época e ao seu lado encontrava-se o casal Corceiro, mecenas desta obra. Continuando pela Rua da Fonte, escondida pela calçada, encontramos a Fonte de Mergulho que recentemente foi recuperada. No fim desta mesma rua deparamo-nos com a Praça do Rossio, também conhecida pela Torrinha, pois neste local, em 1959, foi construída uma torre, toda ela feita em pedra de granito, exibindo nas alturas e virado para o largo um enorme relógio. Durante muitos anos este relógio, que funcionava com o sistema de dois pêndulos, ditou as horas dos malcatenhos que aqui viviam e graças à altura da torre e às badaladas do sino que se ouviam por toda a aldeia. Quando visitar a nossa aldeia arranje tempo para uma subida ao varandim desta torre, pois é um dos miradouros mais vistosos sobre a povoação e a sua envolvente.
   Depois de conhecer a Torre do Relógio, ande uns passitos até ao Rossio e entre no Forno Comunitário. Para além do antigo forno a lenha, no seu primeiro andar encontramos uma sala onde está permanentemente uma mostra de vários artefactos antigos e relacionados com os usos, costumes e tradições de Malcata.
   Seguindo para a parte mais antiga da aldeia, podemos descer a Rua de Baixo até à Igreja Matriz. Também merece uma visita dada a sua boa conservação e não esqueçamos de subir as escadas do campanário e admirar a serra da Malcata e avistar a Capela de São Domingos.
   Depois de conhecer a igreja há que subir a Rua da Ladeirinha e admirar o património edificado em pedra de xisto e granito. Nesta rua e na Rua do Meio existem ainda muitas casas de habitação antigas, pequenas e baixas, com um só piso em terra. Os telhados são cada vez menos os que estão cobertos com telha de um canal, fabricadas em barro e que com o passar dos anos e muitos invernos ficaram mais escuras, cheias de musgos negros, não dá para esconder a idade. Há nesta Rua do Meio uma singularidade única e que merece atenção. Algumas paredes das casas assentam em grandes blocos de pedra, visíveis a olho nu, no exterior das paredes. É também nesta Rua do Meio que se encontra a Queijaria Tradicional da aldeia e nela já se fabricaram excelentes queijos.
   E chegados novamente à Praça do Rossio, ou à Torrinha, há que dar de beber à dor e nada mais fresco que ir beber água às bicas da fonte, olhar para a água armazenada nos tanques e se for o momento certo, olhar para a torre reflectida na água do tanque mais pequeno, ou a lua se for noite clara e serena.
   Para tomar uma boa refeição, infelizmente não há porta aberta com esse serviço, apesar de na aldeia existirem 4 estabelecimentos, ou cafés se assim lhe quiserem chamar. É uma área de negócio pouco considerada, mas que em boa verdade já se justificava a aposta num pequeno restaurante.
   Quanto a alojamento, felizmente a aldeia dispõe da Casa das Camélias, empreendimento particular inserido na rede do turismo rural, que oferece todas as condições e comodidades e a um preço acessível, ao aconchego de um casal, uma família ou grupo de amigos até máximo de seis pessoas.
   Hoje andámos um pouco pelo núcleo antigo de Malcata. Dei a conhecer alguns tesouros da aldeia, mas há mais e igualmente importantes. Voltarei ao assunto. Vejam as fotos:
  





Fonte de Mergulho

Torre do Relógio

Forno Comunitário

Rua do Meio

Fonte da Torrinha

15.7.17

EU QUERO IR À SERRA VER O LINCE DA MALCATA

                                       Inês, Sara e Sofia, à procura do lince da Malcata


   - Mãe, Carmo, eu quero ir ver um lince! Quando é que vamos à serra ver o lince?
   Esta foi a pergunta que a Sofia fazia à Olga, mãe da criança e que naquele mês de Agosto aceitou o nosso convite para deixar o Porto e ir até Malcata. A verdade é que eu sabendo que já não havia linces na Reserva Natural da Serra da Malcata, mas a insistência da Sofia em ir à serra e talvez encontrar um lince pelo caminho levou-nos a ir à procura daquilo que não íamos encontrar.
  Depois de umas horas a subir e descer, de olharmos para tudo o que mexia e andava, a Sofia um pouco desanimada disse:
- Zé vamos para casa! Sara e Inês o lince está escondido, ele deve ter medo de nós e não aparece. Vamos regressar e vimos amanhã mais cedo. Está bem?
- Tens razão Sofia. Vimos amanhã outra vez, quem sabe o lince apareça!
  Depressa chegámos a casa, porque a descer todos os santos ajudaram a andar mais depressa e o burro não tropeçou.
  Chegados a casa a Sofia disse-me ao ouvido:
- Ó Zé, prometes que amanhã vamos encontrar um?
- Sim Sofia, vamos lá amanhã outra vez!

24.2.16

QUEREM DECAPITAR MALCATA?

  Bandeira da Freguesia de Malcata

    A aldeia de Malcata tem o nome da Reserva Natural da Malcata. Está enquadrada na área da reserva natural e o seu próprio nome identifica e liga com naturalidade aos valores que também habitaram e ainda habitam: o lobo, o coelho, o javali, a águia, o grifo, o tordo, o gaio, o esquilo, a raposa, a lebre, o lagarto...e o lince da Serra da Malcata. Para que serviram os 6 milhões de euros já gastos na Reserva Natural da Serra da Malcata? É incompreensível que se venha agora, da noite para o dia, afirmar que a Serra da Malcata está excluída do Pacto Nacional para a Reintrodução do Lince Ibérico? Como é que um Ministro do Ambiente afirma que a Reserva da Serra da Malcata tem o habitat favorável ao lince, mas que lhe faltam coelhos para se alimentar? Porque razões um presidente e um vice-presidente de Câmara (Município de Penamacor, sede da Reserva Natural da Serra da Malcata), se esmifraram para conseguir o aprovamento de mais uma Zona de Caça Municipal, se já existem quase uma dezena delas? Li que ambos gostam de caça e são caçadores e interessados na gestão de zonas de caça associativa!


   Em que país vivemos nós?


27.5.15

MALCATA: FESTA DA CARQUEJA 2015


Carqueja na serra da Malcata
(Foto de Maria Helena Antunes)





Com ou sem flor da carqueja, a relação das pessoas com a serra é inseparável, sobretudo para aqueles e aquelas que em determinada altura das suas vidas a percorreram no pastoreio, no contrabando, na feitura do carvão, na apanha dos medronhos.

Este ano foi no dia dezassete de Maio. Como sempre, a “carqueja em flor” é a atração que justifica este evento há mais de vinte anos. Uma festa que em cada realização leva até à Serra, mais concretamente ao Espigal, algumas centenas de pessoas de Malcata e amigos a fim de viverem uma jornada de convívio com os outros e com a natureza. Com ou sem flor da carqueja, a relação das pessoas com a serra é inseparável, sobretudo para aqueles e aquelas que em determinada altura das suas vidas a percorreram no pastoreio, no contrabando, na feitura do carvão, na apanha dos medronhos. Há uma identificação de valores dos malcatanhos que os liga perpetuamente à nossa Serra da Malcata, que mais não seja pelo nome que orgulhosamente ostentam.
Esta festa surgiu a pensar em todos os que por motivo de emigração e à procura de uma vida melhor a tiveram de abandonar, e que regressados à terra natal sentiram necessidade de a revisitar, de lhe pedir desculpa pelo abandono e de a proteger.
Mais uma jornada repleta de sol, de amigos, de plantas e de flores em que se deu asas à alegria rezando, cantando, partilhando o almoço, brincando aos jogos tradicionais. Cada um à sua maneira, saboreando o dom da vida que renasce, cresce e se multiplica. Não sei se Francisco de Assis não teria trocado o Monte Subasio pela Serra da Malcata para continuar o Cântico do Sol ou Cântico das Criaturas. Dezassete de Maio, domingo da Ascensão, foi passado nas alturas em festa, convívio e partilha. Sursum corda (corações ao alto)!…
Rui Chamusco

 Texto copiado do Jornal Cinco Quinas
  Pode ler aqui: 
http://www.cincoquinas.net/?news=malcata-festa-da-carqueja-de-2015



28.3.15

VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO AMBIENTAL DE MALCATA

Contra as espécies de crescimento rápido que invadiram a serra

   No seu livro “Malcata e a Serra”, José Rei apresenta-nos uma proposta para valorizar a serra e o povo de Malcata, que se pode também aplicar às outras aldeias que estão próximas da serra da Malcata.
   Passo a apresentar, então a proposta de valorização do património ambiental da serra da Malcata:
   “A nossa proposta assenta numa valorização que passa pela sua ligação à vivência das populações e às expectativas de todos aqueles que visitam a nossa região.
   A defesa do nosso património ambiental passa pela sua valorização que deve ter em atenção os interesses do povo e admitindo um certo desenvolvimento baseado nos parâmetros convencionados pela modernidade.
   Mas como conciliar desenvolvimento com preservação?
   Será isso viável?
   Talvez! Possivelmente através de um ordenamento do território que entre em linha de conta com os interesses das pessoas que vivem e residem em Malcata, como também com a tendência actual da humanidade.
   E qual a importância económica da serra da Malcata?
   Propomos o seu aproveitamento económico, dada a sua importância, mas conforme os modelos tradicionais. Somos contra aqueles que defendem um desenvolvimento económico baseado na plantação de espécies de crescimento rápido. Assim, devem ser incentivados os rebanhos de cabras, a apicultura, pontualmente a cultura de cereais. De igual modo pode ser rentabilizada a serra da Malcata através da florestação, mas apenas recorrendo a espécies autóctones e árvores que produzam madeira de qualidade e não provoquem a poluição genética e degradação dos solos. Bons exemplos são os carvalhos, os sobreiras, as azinheiras, os castanheiros, as nogueiras…Dos lucros obtidos através da exploração silvícola, que uma boa parte das verbas seja utilizada na limpeza, manutenção e construção das estruturas tradicionais ( sebes, caminhos-vicinais, moinhos…) que devem ser preservados. Optando-se pela reflorestação nos moldes propostos, que se eliminem os corta-fogos de terra batida, substituindo-os por prados de montanha, os quais poderão permitir uma diminuição da poluição visual que os corta-fogos actuais provocam, facilidade de circulação, pastos para os gados e, em particular, redução da erosão dos solos.” InMalcata e a Serra”, de José Rei.
  


20.2.15

MALCATA: SIM, NÓS PODEMOS


José Lucas, foi pastor e conhece bem a serra
e ela a ele
  


Tenho para mim a ideia que os malcatenhos são pessoas trabalhadoras, esforçadas e abnegadas e com capacidades para através do seu trabalho fazerem-se à vida, seja em Malcata ou noutra zona do mundo. 
   A nossa aldeia desde sempre anda ligada à serra da Malcata. Muitos nos lembramos ainda da importância que a serra teve e ainda tem para a população de Malcata. A serra serviu de despensa e a ela as pessoas recorriam para terem o seu sustento. Nessas terras lá para a serra, semeavam o "pão", que depois era levado em grão para os moinhos à beira do Côa e depois da farinha amassada era levada em tabuleiros de madeira até aos fornos de onde depois saiam pães para alimentar as famílias. Era nas terras da serra que os pastores alimentavam os rebanhos de cabras e ovelhas, faziam o carvão de torga e esteva, para depois o irem vender às outras terras vizinhas. 
   Nos anos setenta e oitenta o país ficou a saber que o lince da Malcata corria o perigo de desaparecer e se nada fosse feito...era o fim da espécie, pelo menos na Serra da Malcata. A famosa e muito divulgada campanha "Salvemos o Lince da Serra da Malcata" catapultou ainda mais a nossa aldeia para bem longe. E o barulho foi de tal ordem que as empresas de celulose, ávidas de obter madeira de crescimento rápido para as fábricas, arrepiaram caminho e os governantes decretaram que a serra da Malcata passaria a designar-se de Reserva Natural da Serra da Malcata. Toda a gente se esforçou e houve cientistas que estudaram o lince, o meio natural, o que devia e não devia ser realizado nas terras da serra. Mas, no meu entender, esqueceram-se de estudar a ocupação feita pelas pessoas de Malcata. Com a serra a chamar-se Reserva Natural, as pessoas começaram a abandonar o território e tudo foi ficando ao abandono e aos poucos e poucos quebrou-se aquela ligação à serra, acabando mesmo por deixar de ser a despensa do povo porque  com tantas restrições que apareceram e com os mais velhos a não terem forças para trabalhar, tudo se complicou.
   A interacção dos malcatenhos com a serra tem que continuar. Actualmente ainda há uma ligação íntima e invulgar do povo com a serra: A Festa da Carqueja.
   O nosso conterrâneo José Rei, pessoa ilustre da nossa aldeia e que dedicou alguns anos da sua vida ao estudo da serra, no seu livro "Malcata e a Serra" à páginas tantas escreveu Isto:
   "Não há lugar para grandes dúvidas de que a preservação da paisagem da serra da Malcata passa obrigatoriamente, pela alfabetização ecológica e pela vivência das populações, uma vez que só se protege o que é compreendido. Sem a vivência das populações restará unicamente o abandono da dinâmica natural...e se assim não for, num futuro próximo, a paisagem da serra da Malcata já não será o resultado da interacção homem/serra, mas tão só o resultado da dinâmica natural e das irracionais violações do solo."
   E José Rei lança esta pergunta:
   "Conseguiremos arrepiar caminho?"
   Continua ele o seu pensamento para nos responder que:"Talvez! Tudo dependerá da força que vier adquirir a nova vaga de gente disposta a desacelerar e a dar novos destinos ao tempo da vida. A escolha está entre uma vida de "stress" - ainda que com mais dinheiro - e uma vida com mais tempo livre para o próprio, para a família, para os afectos e para o trabalho criativo.
   Assim, há que dar utilidade à serra da Malcata para que sejam as próprias populações pela sua labuta diária e tirando proveito do seu trabalho, a fazerem a gestão do espaço. E deste modo a preservação transformar-se-á num processo natural e integrado na vivência das gentes e do seu próprio potencial, e não de uma imposição vinda de cima, que não conduz aos resultados desejados.
   É preciso um "plano de desenvolvimento integrado" que permita uma aproximação aos padrões de vida da cidade, conciliando os dois mundos!"

 
 E a pergunta continua a ser: 

 
 Conseguiremos arrepiar caminho? 


  O Movimento "Malcata Pró-Futuro" acredita que é possível arrepiar caminho.
  Para isso apela a todos que se juntem no próximo dia 21, sábado, pelas 17:00 no salão da Junta de Freguesia de Malcata.
  E como diz o poeta: "Pelo sonho é que vamos"






 

24.1.15

TODOS POR MALCATA



Malcata continua a ser notícia na comunicação social. Ultimamente tem-se escrito muito sobre o aumento do número de torres eólicas à volta da aldeia. Sabemos que alguns residentes em Malcata estão de acordo e afirmam que até são uma mais valia para a terra, são sinal de desenvolvimento e vieram valorizar terrenos que nada valiam.
As eólicas não apareceram do dia para a noite, mas foram implantadas aos soluços e hoje já contamos 19 e querem instalar mais 6, desconhecendo se a coisa fica por aqui.
Como é que a população da aldeia de Malcata tem lidado com a industrialização dos seus montes?
Os residentes em Malcata são quem mais estão incomodados com a presença das torres metálicas, bem visíveis de qualquer canto da povoação e que a ninguém passam despercebidas. Daí existir mais  oposição dos habitantes de Malcata em relação os habitantes do Meimão.
Já pensaram o que será daqui a 20, 30 ou 50 anos? Quando as torres eólicas ficarem obsoletas e já não derem lucro e for necessário desactivar o parque eólico, o que se seguirá? Limpar tudo e deixar tudo como estava é a obrigação da empresa detentora do parque eólico. Mas será de acreditar que nos espaços onde durante esses anos todos existiram toneladas de cimento, ferro e outros metais, bem enterrados e pisados pelas máquinas usadas na sua construção, renasçam frondosas árvores ou novas cearas?
Oxalá esteja errado, pois quando esse dia chegar, os planos escritos e aprovados se forem mesmo cumpridos, tudo voltará a ser como era no passado. Por essa altura já eu e muitos de nós não poderemos ver e não sei se os nossos filhos ou netos estarão interessados nisso.
A luta de hoje, que fique claro, não é contra a energia eólica. A luta hoje é a favor do nosso património natural, da nossa paisagem, da qualidade de vida e o bem- estar dos que vivem em Malcata e também dos que desejarem um dia viver em Malcata num ambiente limpo, tranquilo e saudável.
A luta de hoje é contra aqueles que querem criar a desordem no território que não é deles, mas de todos nós, reconhecido a nível nacional e internacional, como território com valor patrimonial natural e paisagístico. Não podemos esquecer a classificação atribuída à Serra da Malcata e a Albufeira da Barragem. Se para umas coisas o povo de Malcata está impedido de alterar ou realizar obras, porque razão outros estranhos podem? Os impactos negativos da existência das torres eólicas são sentidos mais pelos malcatenhos que aqueles que investiram nesta obra, pois são os residentes na aldeia que diariamente vivem perto delas.
Para além das rendas anuais recebidas pelos donos dos terrenos onde instalaram eólicas, que outros rendimentos existem? Sabe-se que a Câmara Municipal de Penamacor e a Câmara Municipal do Sabugal ganham 2,5%, mas não nos revelam o seu valor em euros. Porque não dão a conhecer esses rendimentos? Tem havido um completo desconhecimento por parte dos habitantes de Malcata e dos munícipes do Sabugal, dos destinos dados ao dinheiro recebido. Porque não revelam o fim desse dinheiro?
Ao não dar o que recebem e onde aplicam os rendimentos do parque eólico, no meu entender, tanto a Câmara Municipal do Sabugal como a Junta d Freguesia de Malcata, estão a falhar. Seria bom, caso esteja a haver ou vá existir, rendimentos para além dos recebidos pelos proprietários particulares, dar a conhecer os valores recebidos e onde investiram ou irão investir ou gastar esse dinheiro.
Malcata é uma aldeia com poucos residentes e muitas das habitações permanecem vazias durante quase todo o ano. São casas de emigrantes e estes vêm à terra uma ou duas vezes durante o ano. Não acompanham devidamente o processo de construção do parque eólico. E tem sido através dos jornais, das televisões e das redes sociais que seguem à distância o desenrolar das obras.
Em Malcata, falar das “ventoinhas” ou das “caravelas” tem sido assunto tabu e até ao surgimento do movimento “Malcata Pró-Futuro” as pessoas mostravam-se receosas e com medo de falar sobre esse assunto. Desconheço as razões dessa forma de pensamento, mas as eólicas não deixam de ser motivo de conversas nos cafés e nas ruas da aldeia, onde cada qual expressa a sua opinião. Contudo e apesar de cada um expressar a sua opinião, muitos têm ainda receios e medos de revelar em público aquilo que realmente é o seu sentimento. Esses receios e esses medos se estiverem relacionados com o poder local, venha ele de onde vier, então é um ponto que nos deve merecer maior atenção.
As pessoas de Malcata não se podem alhear do presente e não podem ignorar o que é real aos seus olhares. Ao apostar tudo no presente, isto é, ao aceitar tudo sem se perguntar o porquê e o que se ganha com isso, estamos a desprezar o futuro da aldeia. É chegada a altura dos malcatenhos saírem da sua lareira e do quentinho do lume e mostrarem que são contra todos aqueles que apenas desejam e ambicionam o seu próprio bem-estar.

25.11.14

NÃO A MAIS EÓLICAS EM MALCATA

   Não sou contra as energias renováveis e amigas do ambiente, logo não sou contra os parques eólicos. O que não entendo é a localização de alguns desses parques eólicos e de algumas decisões tomadas quanto à expansão desses mesmos parques.
   As 19 torres eólicas que avistamos nos montes de Malcata parece que vão ganhar mais 6 novas espécies e desta vez ainda mais altas e mais perto das habitações da aldeia.
   Malcata, terra conhecida pela Reserva Natural da Serra da Malcata, cujo 31ºaniversário da sua criação foi recentemente lembrado a 16 de Outubro, está a passar por momentos difíceis no que respeita ao seu ambiente natural. Hoje todos sabemos que o Lince Ibérico escapou para as florestas espanholas e por Malcata restam algumas memórias que os mais velhos guardam desses outros tempos. Os habitantes de Malcata ainda não esqueceram a acusação que sobre eles foi feita quanto à destruição e descaracterização da serra provocada pelo fabrico do carvão, pelo corte de madeira, pelas caçadas ao javali, aos coelhos e outras espécies. Desde a criação da Reserva Natural muita coisa mudou e os habitantes de Malcata foram os que mais souberam  respeitar a floresta, a fauna e a flora que rodeia a aldeia. O mesmo já não podem dizer os promotores e os defensores da energia eólica. Basta olhar para o cume dos montes, olhar para a serra da Malcata, ali nos Alísios e muito perto da Machoca e rapidamente percebemos que não foram respeitadas as leis.


   Esta obra ( a expansão do Parque Eólico ) foi motivo de uma queixa apresentada à Comissão Europeia pela Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves. A verdade é que as novas 6 torres eólicas que querem implantar obrigou a empresa a proceder a uma Avaliação de Impacto Ambiental.
É mais que sabido que a pressão é enorme para a aprovação deste sobreequipamento. O povo já mostrou o seu desacordo e deu a conhecer às autoridades as razões dessa posição contrária à expansão do parque eólico.
   Para além dos benefícios das rendas que estão a receber os proprietários dos terrenos onde as torres eólicas estão ( ou vão estar ) e do benefício de 2,5% que recebe a Câmara Municipal do Sabugal, que outras contrapartidas ganhou a freguesia? Que se saiba, a freguesia de Malcata não recebe nada. Mas se o que escrevo não é verdade, é importante que seja dado a conhecer os benefícios recebidos devido à instalação destas torres eólicas.
   Os efeitos negativos que esta obra provocou na paisagem de Malcata, o facto das pessoas terem que viver a ouvir aqueles ruídos que, embora digam ser uns zumbidos ou assobios, dada a sua existência durante longos períodos do dia e da noite, podem causar más interferências na saúde das pessoas que residem mais perto das torres ou que porque possuem campos de cultivo para aqueles lados e têm de por ali passar horas seguidas, dizia eu que, são questões a ser faladas e a serem estudadas. Um ambiente natural, verde, sossegado, está a ser transformado num pólo industrial barulhento que serve para aumentar os lucros da Tecneira e não traz mais valias para Malcata e para os seus habitantes.
   É por isto que eu sou contra a expansão do Parque Eólico em Malcata.

10.7.14

MALCATA: PASSADO E PRESENTE COM FUTURO


Crianças na Fonte da Torrinha



Malcata é uma terra cada vez mais conhecida e o seu nome vem quase sempre ligada à serra com o mesmo nome e ao Lince da Serra da Malcata.
As recentes mudanças e melhorias ocorridas na pacata aldeia do interior têm contribuído enormemente para manter viva uma aldeia bem portuguesa e as pessoas que nela vivem, ainda acreditam num futuro melhor.
Muitos de nós recordamos aqueles tempos, não muito longínquos, em que se ia à Fonte da Torrinha ou à Fonte Velha com os cântaros de barro buscar a água para cozinhar, para lavar o corpo, para beber e claro, também para o gado.
Agora a aldeia tem saneamento básico e água nas torneiras, as curvas perigosas da velha estrada para o Sabugal desapareceram e a viagem faz-se com mais segurança e conforto, graças às obras de requalificação da via. Com a construção da barragem, surgiu uma enorme albufeira que até agora só tem servido os agricultores da Cova da Beira e leva a água às casas de muita gente. Os Caminhos Rurais de Malcata para o Meimão e de Malcata para Quadrazais foram arranjados e permitem uma ligação bem melhor. Também as comunicações telefónicas e a internet são agora uma melhoria sentida por aqueles que quiseram ligar-se ao mundo. Mas apesar de ser uma ajuda para vencer distâncias, por si só, não estão a ser capazes os custos da interioridade manifestada num êxodo das suas gentes e que levou ao encerramento da creche-infantário, da escola primária, de comércios, da queijaria e agora o desemprego está a atingir quem trabalhava na construção civil. 




 Cemitério de Malcata(ampliação)


Lar da Assm-pólo a ser inaugurado brevemente


A triste sina de Malcata é assistirmos às obras de ampliação do cemitério e do Lar de idosos. As consequências desta realidade estão à vista: as crianças e os jovens são obrigados a sair da aldeia e acabam por ficar pelas cidades que lhes proporcionam um melhor futuro. Com a escola está desactivada e servindo agora para outros fins,  os pais das crianças têm que deixar levar os seus filhos para outras escolas abertas noutra terra e acabam por lá ficarem todo o tempo da escolaridade obrigatória, que são muitos anos, levando-as inconscientemente a optar por “esquecer” a sua aldeia e viver a sua vida em qualquer outro lugar que lhes ofereça melhores empregos e um futuro  mais risonho.
Perante tantas dúvidas e tantas incertezas pergunto:
 Malcata tem futuro?
O passado de Malcata é ou não importante para compreender o presente e projectar o futuro?

27.6.14

UMA AVENTURA PELA SERRA DA MALCATA

Serra da Malcata, no sítio da Machoca
 
    Acompanhado por um geocacher infantil, cujo gosto, ainda tem que ser devidamente alimentado, eis-nos, montados no cachemobile, a passar pela primeira vez na estrada repavimentada de Quadrazais - Malcata. Chegados às proximidades do Vale da Ussa ainda lhe chamei a atenção para o posto de vigia do Alto da Machoca. E o garoto, que como todos já fomos, vendo as coisas ampliadas, proporcionalmente ao seu tamanho, deixou passar uma interjeição de espanto!

   De facto por aí passámos, revisitei eu e mostrei-lhe a cache aí existente (de boa saúde, de resto), chamei-lhe a atenção para a paisagem e para os "placards" informativos aí existentes (O da fauna e flora, ainda está razoável, embora apresente buracos de eventuais tiros; o relacionado com a paisagem, esse, está uma lástima, o que aliás é característica comum a outros que vimos).
   Visitada a Machoca foi de ir em direcção a esta. Desconhecedor das diferentes vias, em que caminhos se confundem com corta-fogos servindo estes, também, em alguns casos de caminhos, optámos por uma das vias. Chegámos a 600 metros do GZ mas verificámos que ele ia ficando à n/esquerda. Pelo que, atingida a distância mínima, foi de fazer corta-mato, com o puto a portar-se lindamente.
   À cautela, marquei um ponto para nos servir de referência no regresso. O puto, por sugestão minha, memorizou o número. Passados alguns 400 metros, surge uma estrada. Caminhámos por ela abaixo. O GZ continuava a ficar à esquerda, mais ou menos a SE. Descobrimos um cruzamento mais abaixo e, aí, continuando com as orientações do aparelho, cortámos à esquerda, descemos em direcção a um pontão sobre uma ribeira, vendo, a partir daí, as infra estruturas existentes pertencentes , ao que nos pareceu, a uma empresa de celulose.
   Entretanto a internet havia falhado. Com um erro de 10 metros o aparelho apontava exactamente para uma das portas da maior das casas ali existente. Pus a descansar o aparelho e, tentando descansar eu e o puto, lá encontrou o recipiente no seu esconderijo. Recipiente esse que tinha água no fundo, com o livro de registos bastante húmido o que, dado o desejado bom tempo, se vier, não resultará em problemas de maior.
   O regresso?  O ponto marcado pouca ajuda nos deu. Continuámos em frente, no cruzamento atrás referido.
   Andámos umas centenas de metros e, de repente, o caminho embocou no corta-fogos onde havíamos deixado o cachemobile. Só que ele não se via. Convencidos de que estava a seguir à curva, lá ao cimo, o puto arranjou energias para fazer mais um pedaço de caminho. Porém não foi preciso tanto quanto eu - e ele - pensava:  o cachemobile encontrava-se escondido numa depressão do corta-fogo uma centena de metros à frente. E então foi de ver o garoto a fazer os cem metros para, algum tempo depois, adormecer profundamente.
   O resto do percurso? Uma aventura pelo interior profundo da Serra da Malcata antes de voltarmos ao trajecto inicial.
IMAGENS DO REGISTO DESTA AVENTURA PELA MALCATA:
 A casa mor...

 Inspiração para um quadro...



 Um óptimo sítio para passar um dia de Verão
 A casa pequena...
Pr'a matar a sede

   A RNSM ( Reserva Natural da Serra da Malcata ) situa-se nos Concelhos de Penamacor e Sabugal. Toda a área da RNSM insere-se nos distritos de Castelo Branco e Guarda; nas freguesias de Penamacor, Meimão, Malcata, Quadrazais, Vale de Espinho e Fóios.
   O Geocaching é um desporto praticado ao ar livre e serve também de passatempo e dessa forma as pessoas passeiam enquanto procuram encontrar uma pequena caixa deixada por outro "cacher" que deverá ser aberta e descobrir o seu conteúdo, deixando depois no seu interior novos registos, novas informações na esperança de que outros praticantes deste desporto os encontrem e partilhem através das redes informáticas.
   Sabem mais aqui:http://www.geocaching.pt/

14.6.14

MALCATA E A SERRA

Assm, novo lar de Malcata


MALCATA E A SERRA

Passado Presente com Futuro

Malcata é uma terra cada vez mais conhecida e o seu nome vem quase sempre ligada à serra com o mesmo nome, Serra da Malcata.
As recentes mudanças e melhorias ocorridas na pacata aldeia do interior têm contribuído enormemente para manter viva uma aldeia bem portuguesa e as pessoas que nela vivem ainda acreditam num futuro melhor.
Muitos de nós recordamos aqueles tempos, não muito longínquos, em que se ia à Fonte da Torrinha ou à Fonte Velha com os cântaros de barro buscar a água para cozinhar, para lavar o corpo, para beber e claro, também para o gado.
Agora a aldeia tem saneamento básico e água nas torneiras, as curvas perigosas da velha estrada para o Sabugal desapareceram e a viagem faz-se com mais segurança e conforto, graças às obras de requalificação da via. Também as comunicações telefónicas e a internet  são agora uma melhoria sentida por aqueles que quiseram ligar-se ao mundo. Mas apesar de ser uma ajuda para vencer distâncias, por si só, não estão a ser capazes os custos da interioridade manifestada num êxodo das suas  e que levou ao encerramento da creche-infantário, da escola primária, de comércios, da queijaria e agora o desemprego está a atingir quem trabalhava na construção civil. A triste sina de Malcata é assistirmos às obras de ampliação do cemitério e do Lar de idosos. As consequências desta realidade estão à vista: as crianças e os jovens são obrigados a sair da aldeia e acabam por ficar pelas cidades que lhes proporcionam um melhor  futuro.
Perante tantas dúvidas e tantas incertezas pergunto:  Malcata tem futuro? O passado de Malcata é ou não importante para compreender o presente e projectar o futuro?

27.2.14

VISITA À RESERVA NATURAL DE MALCATA

Reserva Natural da Serra da Malcata(Malcata,Sabugal)


Por Cinco Quinas:
O
 secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, visitou a Reserva Natural da Serra da Malcata, no dia 26 de fevereiro, e foi recebido pelos presidentes das Câmaras Municipais do Sabugal e de Penamacor que também deram a conhecer o projeto “Linx Park”.
Com o objetivo de tomar conhecimento dos trabalhos de gestão da área protegida nos últimos cinco anos, nomeadamente das ações desenvolvidas na melhoria de habitat para o coelho bravo, mas também para avaliar os recursos e formas de valorização, de modo a contribuir para o desenvolvimento de atividades de turismo de natureza, o secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza visitou a Reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM).
No Salão Nobre dos Paços do Concelho do Sabugal, o presidente da Câmara Municipal, António Robalo, deu as boas vindas a Miguel de Castro Neto, e realçou que o Sabugal “é um dos concelhos do país com maior biodiversidade e geodiversidade” e que por essa razão este deve ser considerado pelo secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza um “paraíso natural” e espaço de referência prioritária para o poder central.
Com um território de 827 km2 de área, o autarca do Sabugal destacou que
Com um território de 827 km2 de área, o autarca do Sabugal destacou que são muitos os pontos de interesse existentes” e que cabe “ao poder central, local, a todos os agentes e intervenientes no processo de desenvolvimento, agilizar, facilitar e criar formas e plataformas de entendimento para que todos estes patrimónios vários possam ser valorizados”.
O que os dois presidentes de Câmara pretendem é uma gestão conjunta da Reserva, localizada 70 por cento no concelho de Penamacor e 30 por cento no do Sabugal, pois as restrições que existem nessa área protegida acabam por condicionar o desenvolvimento da mesma, nomeadamente em termos desportivos e turísticos, mas sempre tendo em consideração a manutenção do habitat. “A Reserva não pode ser um obstáculo à presença das pessoas, mas sim facilitar a relação com o utilizador responsável, o usufruto do cidadão consciente”, sublinhou António Robalo. Para o secretário de Estado, a Reserva da Malcata “é no imaginário coletivo o solar do lince ibérico” e por isso mesmo “assim que estiverem reunidas as condições teremos novamente o lince neste território”, acrescentando que os parques naturais “não podem ser vistos como elementos que carregam um conjunto de restrições”.
A reintrodução do lince ibérico na RNSM deverá acontecer daqui a dois anos, depois de reunidas as condições para o seu regresso e garantida a sua sustentabilidade, através da criação de parques para a introdução do coelho bravo, base alimentar do lince. Só depois deste processo concluído, que terá a duração de dois anos, será avaliada a situação.
Nesta visita, o edil do Sabugal aproveitou ainda para falar sobre a candidatura à Carta Europeia de Turismo Sustentável e da classificação que o Municipio quer obter para o território transfronteiriço que engloba os municípios de Sabugal e Penamacor e das mancomunidades do Alto Águeda e Sierra de Gata.
Está assim previsto que o dossier de candidatura seja entregue em fevereiro de 2015, avaliado em junho e galardoado em setembro de 2015.
Com a marca “Lynx Park” (Lince Parque),
A reintrodução do lince ibérico na RNSM deverá acontecer daqui a dois anos, depois de reunidas as condições para o seu regresso e garantida a sua sustentabilidade, através da criação de parques para a introdução do coelho bravo, base alimentar do lince. Só depois deste processo concluído, que terá a duração de dois anos, será avaliada a situação. Nesta visita, o edil do Sabugal aproveitou ainda para falar sobre a candidatura à Carta Europeia de Turismo Sustentável e da classificação que o Municipio quer obter para o território transfronteiriço que engloba os municípios de Sabugal e Penamacor e das mancomunidades do Alto Águeda e Sierra de Gata. Está assim previsto que o dossier de candidatura seja entregue em fevereiro de 2015, avaliado em junho e galardoado em setembro de 2015. Com a marca “Lynx Park” (Lince Parque), “estamos a desenvolver um processo inovador de definição duma estratégia comum e integradora para o potencial de recursos patrimoniais que este território envolve, pretendendo que este trabalho seja orientador para intervenções de referenciação, recuperação, preservação, conservação, promoção, animação e divulgação a candidatar ao próximo quadro comunitário, explicou o presidente da Câmara do Sabugal, evidenciando também que este projeto “vai valorizar nesta raia espanhola e portuguesa os valores de património natural, edificado, etnográfico e cultural e promover a sua salvaguarda”.
Miguel de Castro Neto também teve a oportunidade de ficar a conhecer este novo projeto que considerou
Miguel de Castro Neto também teve a oportunidade de ficar a conhecer este novo projeto que considerou “muito interessante e que pretendo acompanhar, ficando ao dispor para prestar o apoio político que for necessário”.
António Robalo, na sua intervenção, referiu ainda que
António Robalo, na sua intervenção, referiu ainda que 60 por cento do concelho do Sabugal está englobado na Rede Natura 2000”. Em relação a isso, o secretário de Estado afirmou que é necessário “criar mecanismos em que o facto de termos em certos territórios mais Rede Natura, mais património natural, não seja um constrangimento à atividade económica e sim algo diferenciador que pode potenciar o desenvolvimento económico”. Desta forma, o Governo prevê, para estes territórios que integram a Rede Natura 2000, “um modelo económico-financeiro, para que estes municípios que não podem, tal como outros, desenvolver certos investimentos na área da construção e que não conseguem assim um maior retorno económico, arranjar mecanismos de redistribuição desses retornos”.
Ainda no Salão Nobre, Miguel de Castro Neto assumiu que tinha expetativa de encontrar nestes dois concelhos“um pouco do país das maravilhas, tal como diz o repórter de imagem de vídeo da natureza, Luís Quintas ao apelidar Portugal dessa forma”.
Depois de recebidos no Sabugal, o secretário de Estado e a sua comitiva seguiu para a Reserva da Malcata, onde pode visitar a Casa Abrigo da Ventosa, e posteriormente, já em Penamacor, o Centro de Interpretação da Reserva da Malcata.
Os autarcas, António Robalo e António Luís Beites, continuam a lutar por aspirações já antigas no que respeita à Reserva da Malcata, esperando que esta visita a estes dois territórios “do país das maravilhas” consiga acabar com algumas restrições e assim potenciar o território desta área protegida.
Ainda no Salão Nobre, Miguel de Castro Neto assumiu que tinha expetativa de encontrar nestes dois concelhos“um pouco do país das maravilhas, tal como diz o repórter de imagem de vídeo da natureza, Luís Quintas ao apelidar Portugal dessa forma”. Depois de recebidos no Sabugal, o secretário de Estado e a sua comitiva seguiu para a Reserva da Malcata, onde pode visitar a Casa Abrigo da Ventosa, e posteriormente, já em Penamacor, o Centro de Interpretação da Reserva da Malcata. Os autarcas, António Robalo e António Luís Beites, continuam a lutar por aspirações já antigas no que respeita à Reserva da Malcata, esperando que esta visita a estes dois territórios “do país das maravilhas” consiga acabar com algumas restrições e assim potenciar o território desta área protegida.

AG, in Cinco Quinas,
Leia aqui:
 http://www.cincoquinas.net/?news=reserva-da-malcata-recebeu-visita-de-secretario-de-estado#

2.6.13

MALCATA: UM PRESENTE DIFERENTE DO PASSADO



Em 1960 as pessoas da aldeia de Malcata conservavam as carnes numa arca em madeira a que chamavam salgadeira. Em alturas de aflições fisiológicas, dependendo do lugar onde me encontrava  tinha que me desenrascar e a loja ou o penico davam cá um jeitaço que todas as casas tinham o cuidado de ter esse objecto ali à mão escondido dentro da mesinha de cabeceira. Às noites as lanternas de pilhas andavam sempre connosco para irmos do Carvalhão ao Cabeço a casa do meu avô Pires. Como o lume da lareira não era suficiente, o meu avô tinha uma candeia pendurada na parede da cozinha. E como estudava nesses tempos da escola primária? Um candeeiro de vidro, petróleo e uma torcida em tecido a que se aproximava um palito ( fósforo ), iluminava a mesa e os livros da escola.
Já quando a sede apertasse dirigia-me à cantareira, pegava no copo e mergulhava no interior do cântaro de barro e deliciava-me a beber água que horas antes a minha mãe tinha trazido da Fonte da Torrinha.
Passaram mais de 50 anos e o que mudou?
Malcata mantém o mesmo nome e tudo o resto já não é como era.
Portugal nestes cinquenta anos mudou e de que maneira. A nossa aldeia começou a mudar com a chegada da electricidade. A maioria das casas aceitou as baixadas da luz e arrumou para o sótão os velhos candeeiros e candeias. Compraram televisores, frigoríficos, rádios elécticos, ferros de passar a roupa, máquinas de lavar a roupa, secadores de cabelo, etc. .
Nos anos oitenta Portugal torna-se membro da Comunidade Económica Europeia.E a vida do país começa a mudar aos poucos. Malcata também é beneficiada com dinheiro vindo da Europa. Eis alguns exemplos:
o saneamento básico e a água nas torneiras, a construção da Etar, alargaram-se ruas e substituíram-se as pedras desiguais e irregulares pelos cubos de granito, renovou-se a escola primária para anos depois encerrar por falta de crianças que a frequentassem e ainda hoje esse cenário se mantém. A Junta de Freguesia instalou-se na antiga escola primária e mais tarde foi restaurada e até  chegou a funcionar uma creche nas salas do lado. Construiu-se uma Queijaria Tradicional, um moinho de água, a estrada foi requalificada e corrigiram-se alguns troços mais perigosos, construiu-se a barragem do Sabugal e uma nova ponte foi construída para manter a aldeia ligada ao resto do mundo por via terrestre, pois que a ligação via internet também chegou um dia ao povo.
O dinheiro ainda chegou para que alguns malcatanhos tivessem frequentado algum curso de formação profissional, também subsidiado por algum fundo europeu.
O nível de vida da população da aldeia de Malcata melhorou e muito. Penso que poucos saberão qual o impacto que os dinheiros da Europa tiveram no desenvolvimento da nossa aldeia. Mas uma verdade não podemos esquecer e que todos sentimos quando acordamos e nos vemos em Malcata:a vida em Malcata é agora mais fácil e mais saudável, contudo mantemos o mesmo nome e a serra da Malcata continua lá no alto e com a mesma altura, aguardando a chegada do lince.


23.5.13

MALCATA, A SERRA E A CARQUEJA



   E como tem sido costume, o nosso querido Rui Chamusco escreveu para o Jornal Cinco Quinas umas palavras sobre a Festa da Carqueja. Para quem não tem acesso a este texto aqui vai:







"Mais uma vez um sucesso. É assim há 25 anos e está para durar. As pessoas de Malcata, da região e do país já não podem passar sem ela. Com efeito, é sempre uma grande honra e alegria podermos organizar e realizar este evento.


 A ACDM (Associação Cultural e Desportiva de Malcata )tudo fará para lhe dar continuidade. O espírito e o objectivo que presidiu à sua criação são cada vez mais pertinentes e atuais. Malcata e as povoações vizinhas que confinam a Serra sempre tiveram uma relação de amizade e de agradecimento para com ela. Outrora fonte de sustento (de lá vinha o carvão, lá se semeava e ceifava o pão, por lá se palmilhavam as veredas e os caminhos para se ir ao contrabando, lá viviam famílias com o seu pastoreio e os seus campos de cultivo). Com o aparecimento da emigração para França a serra foi progressivamente abandonada até que, pela década de setenta, pelo que a empresa Portucel surgiu com um projecto de plantação que ocupou uma boa parte dos seus terrenos. De seguida foi a criação da Reserva Natural da Serra da Malcata começou a ganhar corpo levando-a à sua criação em 1981, com um objectivo e uma campanha de âmbito nacional: “Salvemos o Lince e a serra da Malcata”. Adquiriu terrenos onde pode levar a efeito alguns projectos específicos, sobretudo de vigilância e de preservação da natureza. Estendeu depois a sua influência com a criação das áreas protegidas que, para bem da verdade mais não passa de limitações e obrigações aos proprietários de terrenos. O lince desapareceu por falta de habitat e as estruturas da reserva continuam bem ou mal.


Mas a Festa da Carqueja quis sempre que esta relação de amizade entre a serra e a terra continuasse e se fortificasse. Por isso o dia principal, que tem sido o segundo ou o terceiro domingo do mês de Maio, datas em que a carqueja e o resto da flora está em flor, é uma jornada vivida no meio da serra, no aprazível Espigal, onde a partilha da fé (eucaristia), do pão (almoço) e da amizade (convívio) tem sido uma constante. Esta serra é um dom de Deus. É uma pérola preciosa que não podemos desperdiçar e que devemos usufruir com respeito e amizade. Queremos viver em empatia com ela e não com antipatia. Saibam os poderes locais ou centrais que não abdicaremos desta relação, custe o que custar. A serra é nossa e nós somos da serra. Queremos respeitar a legislação feita pelos sábios e doutores mas também exigimos que nos respeitem a nós. Sempre prontos para colaborar, assim como foi no princípio, agora e sempre.
VIVA A SERRA DA MALCATA!… VIVA A FESTA DA CARQUEJA!…
OBS.: Obrigado a todos os que vieram à nossa Festa. E já agora, porque não pensar numa Festa da Carqueja mais envolvente, em que participassem activamente as povoações que, de todos os quadrantes, confinam com ela? Esta ou outras iniciativas talvez possam ser uma forma de melhor defendermos e preservarmos a Serra da Malcata. Aqui fica o repto…"
Rui Chamuscopublicado no Jornal Cinco Quinas





15.5.13

MALCATA E A FESTA DA CARQUEJA




PROGRAMA DA FESTA DA CARQUEJA 2013


Dia 18 de Maio:

15h00 - Arruada: Gigantes e cabeçudos de Aldeia do Bispo
16h00 - Abertura da Amostra de Sabores de Malcata, no Largo do Rossio e Torrinha
(as pessoas de Malcata interessadas em participar devem fazer a sua inscrição junto de qualquer membro da direção)
21h00 - Sarau Musical
- Academia de Música do Sabugal
- Banda da Bendada
- Duo Malcatanho

Dia 19 de Maio:

09h00 - Ronda Musical
10h00 - Caminhada para a Serra/Peddy Paper: à descoberta de plantas e flores, até ao Espigal
12h00 - Missa Campal
13h00 - Almoço convívio (oferta da ACDM)
14h00 - Jogos tradicionais de entretenimento/Passeio livre pela Serra
17h00 - Regresso da Serra
18h30 - Encerramento da Exposição e Amostra de Sabores
Arruada Final