3.6.12

A VISITA DA SAGRADA FAMÍLIA PELOS LARES DE MALCATA

 Dª.Armanda mostra a Sagrada Família

   


Quem não se lembra da visita da “Sagrada Família” de casa em casa?
Vem de muito longe a tradição em Malcata, em que as imagens de São José, de Nossa Senhora e do Menino Jesus, devidamente resguardados num pequeno oratório, percorre as casas da aldeia numa verdadeira manifestação de fé.
 “No princípio havia só uma imagem. Como muitas pessoas queriam ter a “Sagrada Família”, decidiram comprar outra. Agora uma só imagem dá várias voltas à aldeia porque há menos pessoas que pedem para receber a imagem” revelou a Dª. Armanda, enquanto abria as portinhas do oratório. E continuou dizendo que “habitualmente a permanência da Sagrada Família em cada casa era de 24 horas, mas agora é de 2 dias”, e, no seu percurso, as pessoas vão colocando esmolas num pequeno compartimento. Após ter circulado em todas as habitações, uma zeladora encarrega-se de recolher as ofertas que, por sua vez, as entrega à paróquia para obras de caridade.
   Com a população a diminuir, com muitas casas fechadas por motivos de ausência dos seus proprietários e ainda por muitas das pessoas não mostrarem interesse em receber a Sagrada Família, a mesma acaba por estar dias seguidos na mesma casa.
   Aos poucos vai-se perdendo uma tradição, ainda na recordação de muitos, em que a Sagrada Família não era entregue à vizinha seguinte sem ter rezado o terço em família.



Dª.Armanda entrega o oratório à vizinha


2.6.12

MALCATA: OBRAS NA IGREJA MATRIZ

Interior da Igreja Matriz de Malcata está irreconhecível
   
      Os emigrantes quando chegarem no Verão à aldeia, já vão encontrar a igreja matriz de cara lavada. Para já, o interior da igreja está transformado num emaranhado de ferros e madeiras e todos os altares encontram-se tapados com plásticos negros para ficarem resguardados das poeiras que invadem o espaço.
   A população da aldeia não está incomodada pelo facto das cerimónias religiosas estarem a ser realizadas na Capela Mortuária, mesmo ali ao lado da igreja. O povo aplaude as obras de requalificação da igreja, pois, eram necessárias, a começar pelo telhado que precisava de ser mudado. A obra do telhado é mesmo completa, foi retirado o forro velho de madeira azul, retiraram todas as telhas e todas as madeiras. Na última semana de Maio as placas de subtelha já tinham sido colocadas e as novas telhas já aguardavam que os operários as colocassem no seu devido lugar.

Novo telhado quase pronto

Interior da igreja sem forro

   No dia que fui visitar as obras, fui surpreendido pelo achado que os operários tinham feito quando picavam o cimento da parede do campanário. À medida que iam avançando e as pedras ficavam nuas e limpas, foram surgindo umas pedras em granito que dada a sua forma e colocação indicavam que se poderia tratar de uma antiga porta. As obras pararam e alertaram os elementos da Comissão Fabriqueira e o pároco, Pe. Cesar Cruz acerca desta descoberta e dessa forma saber os passos que deviam ser tomados. Quanto à porta agora encontrada, talvez as pessoas mais idosas se lembrem da sua existência. Sabe-se agora que essa porta dava para um "buraco" que só termina na actual placa onde têm que estar para tocar os sinos. Ou seja, tudo leva a crer que antigamente existiam duas cordas para tocar os sinos, pois há quem diga que as escadas para o campanário foram construídas depois da igreja. Que a porta está lá e o tal túnel existe agora todos sabemos que assim é. Deixemos passar mais tempo e com certeza que o mistério da porta será melhor esclarecido.
Túnel agora descoberto

   As obras vão prosseguindo e todos anseiam pelo seu fim. Não sei quando é que estarão terminadas. Desconheço o custo total das obras, mas será um valor muito elevado, até porque neste tipo de obras há sempre intervenções com que ninguém conta e que podem influenciar os custos.
   A comunidade de Malcata tem contribuído sempre quando há obras na igreja ou nas outras instituições da aldeia e nunca uma obra ficou por acabar e muito menos por pagar.
   E tenho a certeza que não faltarão ideias aos malcatanhos para simpaticamente e alegremente organizarem actividades que contribuam para a angariação de dinheiro para esta grande obra. Também vou pensar e exporei as minhas ideias a quem de direito.
Porque, como afirma o D.José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda
                                      "A igreja não é instituição,
                                      não é uma associação,
                                      não é um movimento,
                                      É UMA COMUNIDADE DE PESSOAS"