27.9.23

MALCATA: A PORTA DA JUNTA É SERVENTIA DOS FREGUESES DE MALCATA

 


   











   Esta semana
houve sessão ordinária da Assembleia de Freguesia da nossa aldeia. Não estive presente mas costumo marcar presença sempre que posso.     Desta vez, soube da dita reunião muito em cima da data e também por “impedimentos” de assistência à família não deu para me deslocar de Matosinhos a Malcata.
   Podem não acreditar no que eu estou a pensar, mas tenho um feeling que  as cadeiras reservadas ao público só ocuparam espaço e nem sequer aqueceram.
   Dessa reunião da Assembleia de Freguesia de Malcata, realizada, supostamente, na Junta de Freguesia, sei o mesmo que os fregueses que residem na nossa aldeia: nada! Ora antes da reunião, já eu sabia que o pato nada…a pescada já o é, mesmo antes de ser pescada…e como todos os peixes, também nada!
   E eu que esperava que, desta vez, alguém da Junta de Freguesia viesse dar uma palavra de esperança e de conforto a todos os malcatenhos, sobretudo aos emigrantes, sobre a verdade das contas da festa deste ano…esclarecer o que é verdade e o que é mentira e que tem andado a ser empurrada e ignorada sem qualquer mostra de preocupação do nome da nossa freguesia estar a ser enxovalhado pela região como uma terra de “amigos do alheio” e que não sabem fazer contas certas...foi apenas um sonho meu, porque moro longe daí e tanto gostava de ler notícias vindas de longe! Sonho meu!
   Sei que há assuntos muito mais importantes para se debater nas assembleias. Mas com uma Ordem de Trabalhos tão abrangente, também se arranjam uns minutos para a assembleia se pronunciar sobre as festas da freguesia, em especial a deste ano, ou não? E como está a água da barragem, a ruptura dos tubos que conduzem a água até às bicas da fonte? E então o bardo lá prós baldios já se encheu de mé més ou o rebanho perdeu-se por falta de orientação? E que diz a Junta e a Assembleia sobre a consulta pública que está a decorrer de 21 deste mês de Setembro a 3 de Novembro? Já resolveram o problema das bombas que abastecem o depósito localizado à Rasa?
   Ah, lembro ao senhor Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia e aos restantes membros da dita, para ler com atenção o Regimento da Assembleia de Freguesia, nomeadamente o Artº. 25º-1,  é que eu não entendo o que lá diz. Para mim faria muito mais sentido que, neste ponto 1 do referido artigo, estivesse dito que as Assembleias de Freguesia são reuniões de porta aberta, por isso são públicas e fixar que, nos termos do Regimento da Assembleia, um período para intervenção e esclarecimento ao público. Agora regimentar no sentido de depois de terminada a sessão, os membros poderem continuar a trocar ideias e mimos, sugestões e outras coisas...que o tivessem feito durante a sessão! Os cidadãos do público presentes na sala para intervir na reunião têm de o fazer no seu período reservado à Intervenção do Público.  E os membros da Assembleia como não gostam de ouvir o público antes deles falarem, aprovaram um regimento que os obriga a aguentar em silêncio e de boca calada assistir ao desenrolar da reunião, ficando sem compreender metade do que eles dizem porque alguns membros da Assembleia estão sentados de costas para o Zé Povinho e depois admiram-se que quem está nas cadeiras reservadas ao público, perca muitas vezes o fio à meada e como não pode interromper o orador, membro por direito e primeiro a falar...a vontade é levantar-se e pela calada sair da sala para apanhar ar porque preciso dele para viver mas passa bem sem aqueles que estava a tentar ouvir. Ainda não percebi a lógica deste regimento da assembleia de freguesia. Ter um período reservado ao público no fim da ordem de trabalhos, no meu entender, é quase um pedido para não aparecer nas reuniões. Posso ir, sentar-me e ninguém me pede para sair ou falar, o regimento não permite. Tenho que aguentar que todos os outros assuntos sejam apresentados, discutidos e votados. Já dá para perceber um pouco as causas que afastam o cidadão do poder local. O cidadão cansa-se de tanto tempo à espera e desinteressa-se, aborrece-se e por isso não nasceu para ficar tanto tempo mudo e calado.  Alterem o actual Regimento da Assembleia de Freguesia tendo em conta o Artigo 25º, ponto 1 e coloquem a Intervenção do Público no início das sessões. Com esta alteração e uma sensibilização pública na freguesia, convocando uma vez por ano a sessão da Assembleia de Freguesia para fora da Junta de Freguesia, com espaço para pessoas, cadeiras, instalação sonora, e uma Ordem de Trabalhos ambiciosa, até a juventude vai estar lá! E para que isto seja real, precisamos da boa vontade dos membros da assembleia de freguesia.
                                                           José Nunes Martins

24.9.23

MALCATA: AS TARDES DOS DOMINGOS



                                                            
  
    Lembro-me do tempo em que havia baile aos domingos. De manhã o povo ia rezar a missa e depois do jantar (almoço) os rapazes iam aparecendo ao Rossio. As moças ficavam por casa a acabar de lavar os pratos e panelas, a varrer a cozinha e sempre com os ouvidos atentos para ouvir a concertina do Carlos Coelho ou do Fernando Cego (era invisual e daí esta alcunha) anunciando que ia haver baile.
   Missa, jogo de cartas e baile eram as três coisas mais importantes que se faziam aos domingos à tarde na nossa aldeia. O Rossio e os namoros no baile ao som da concertina aconteciam à vista de toda a gente, em especial à vista das famílias dos dançantes. O baile era um momento romântico, aceitado pelas mães das raparigas como uma prova de carinho, de respeito, mesmo que o par controlasse os sentimentos e um aperto ou um beijo, o par continuava a sua dança.
   Algumas vezes havia rapazes a quem as raparigas respondiam que não queriam dançar com eles. Às vezes o rapaz ficava envergonhado pela recusa retirava-se e os amigos faziam mangação dele porque tinha acabado de levar uma “tampa”. E nalguns casos,
acabavam em zaragata, com murros e empurrões, copos e garrafas partidas em cabeças, alguns pontapés e a certa altura os agressores desapareciam para nunca mais serem vistos no baile daquele domingo.
   Vale a pena voltar a lembrar as tardes do domingo na aldeia, se vale!

                                                                 José Nunes Martins



20.9.23

AOS QUE PARTIRAM E AOS QUE PARTEM DE MALCATA BUSCANDO A SORTE NOUTRAS PARAGENS

                                                     


                               


GENTE QUE AMA A SUA TERRA

   Vou dirigir-me aos malcatenhos emigrantes. A sua presença na aldeia durante a semana da festa verificamos que os emigrantes continuam a marcar presença e então no domingo da festa fazem questão de passar o dia na aldeia. Quem não vem à festa, segue o desenrolar da festa através da internet. Quem vem, já não é como nos primeiros anos, vêm de carro, de avião ou apanham lugar nas carrinhas de transporte de passageiros, conduzidas por conhecidos e que também são da mesma terra.
   São os emigrantes que fazem transbordar a aldeia. Muita animação, boa disposição, enchem os cafés, a Zona de Lazer e há filas nos minimercados. No dia de mercado, vão todos para o Sabugal e os feirantes vendem tudo o que têm. O mês de Agosto é o melhor mês para quem tem um negócio. As comissões de festas anseiam pela chegada dos emigrantes e de bom tempo.
   Na nossa aldeia cada família teve ou tem gente emigrante. Os mais idosos já gozam a sua reforma francesa, bem mais recheada que os que não foram para longe trabalhar. Há dias no café os três homens falavam sobre a importância que os emigrantes tiveram e têm no desenvolvimento do nosso país, em particular da nossa freguesia. Longe vão as partidas à pressa, pela calada da noite e um meio retrato no bolso. Iam a “salto” e quando chegassem a França, procuravam a pessoa que tinha na sua posse o outro meio retrato e juntando as duas partes a pessoa via que tudo estava certo. Tinha valido a pena tantos sacrifícios para chegar ao destino. Há casos de pessoas que não tiveram a mesma sorte, foram apanhadas pelas autoridades e se não foram presos, eram recambiados para o buraco onde nasceram. Muitos emigrantes fugiam da guerra que Portugal estava a levar a cabo na África. Ou quem se casava, não conseguia enriquecer mesmo que trabalhassem de sol a sol. Tinham que sair da terra e procurar nas grandes cidades do país, indo a maioria para o estrangeiro em busca de uma vida melhor, onde pudessem ganhar dinheiro e mandá-lo para os bancos em Portugal. Os emigrantes dos anos 50, 60 e 70, tinham poucos estudos ou mesmo nenhuns. Uma das maiores dificuldades foi o não entender a língua francesa, depois também nem sonhavam como era a casa onde iam morar e com que companhia a partilhavam. Mas a razão que os levou a chegar à França, foi tão forte que aguentaram tudo. E foi focados nessa “vida melhor” para a família, aumentavam as possibilidades de oferecer educação aos filhos, construir uma casa e viver a vida sem depender das saias dos pais, que tantos decidiram emigrar.
   É para estes malcatenhos que vai a minha homenagem, o meu sincero abraço e mesmo que hoje tudo seja diferente para melhor, venham mais vezes à aldeia, fiquem por aqui mais uns dias porque quem vive na aldeia, gosta da vossa presença e do vosso
interesse pelas tradições e costumes da terra.
   Termino com um pedido feito em nome dos bons conterrâneos: rezem a Oração de São Francisco, também conhecida pela Oração da Paz…que lembra:

              Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa Paz.
              Onde houver ódio, que eu leve o amor.
              Onde houver discórdia, que eu leve a união.
              Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
              Onde houver erro, que eu leve a verdade.
              Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
              Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
              Onde houver trevas, que eu leve a luz.

                                   Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
                                   consolar, que ser consolado;
                                   compreender, que ser compreendido;
                                   amar, que ser amado.
                                   Pois é dando que se recebe.
                                   É perdoando que se é perdoado.
                                   E é morrendo que se vive para a vida
                                   eterna. Amén!


         Porque uma aldeia e um povo é muito mais que uma festa!

                                                 José Nunes Martins


                                                                                           

18.9.23

MALCATA PRECISA DE LIMPAR O QUE ESTA SUJO

 

   Espero que esta minha carta vos chegue à caixa do vosso correio cerebral. Eu fico bem, graças a Deus. Tenho a necessidade de desabafar convosco e espero ajudar a interpretar os acontecimentos que se passaram durante o mês de Agosto na nossa aldeia. Então lá vai:

   Muitas vezes quando uma festa corre mal, o povo procura encontrar uma espécie de válvula de escape para acabar com a insatisfação do povo. Noutras épocas e noutras terras o pau servia de arma de arremesso e varriam os impuros da sua terra. Mas para isso acontecer havia que primeiro encontrar o tal “bode”.
   É um pouco assim que eu descrevo o que se tem passado na aldeia onde nasci. Será que assim se consegue perceber as contas da festa? É um mordomo culpado de tudo?
Sim e a mordoma e o povo. E porquê o povo? E eu expondo: porquê a mordoma?
   Hoje estamos a acusar uma pessoa, amanhã estaremos a acusar outras pessoas, porque tem de haver sempre quem deve ser culpado de não ter chegado o dinheiro para pagar as despesas da festa. Encontrado o “bode expiatório” há que o condenar e depressa, não pode continuar sem castigo. E pensamos nós que se não for assim, mais aumenta a insatisfação e mais vingança pedimos. E com tanto ruído, acabamos a compreender mal o que se está a passar e ainda contribuímos para abrir mais a ferida, esquecendo-nos de que cada um de nós também tem a sua quota-parte da culpa e do estado a que se chegou. O mordomo que todos querem encontrar frente a frente acaba por ser o único que praticou os crimes, os abusos, os acordos com os fornecedores de bebidas, de espectáculos, de receber ofertas e deitá-las no mesmo saco preto e opaco.
Todos nós nos transformamos em juízes e rimos à farta uns com os outros daquele mordomo que já não tem uma casa na aldeia para se esconder e cheio de medo desaparece para longe da vista porque quer continuar a viver.
   É difícil provar a inocência e quanto mais tempo demorar a explicar, mais culpa as pessoas lhe atribuem. Eu interrogo-me porque deixaram o maquinista continuar a levar o comboio sozinho até esbarrar na última estação? Durante a viagem ainda alguns se mostraram insatisfeitos e na ausência de mudanças da linha, avisaram o maquinista que se ia esbarrar na última estação, mas a fé e o saber fazer, convenceu o maquinista que conseguia chegar ao destino e depois, direitinho para férias…Não foi assim que aconteceu e ainda hoje se desconhecem os verdadeiros motivos de faltar tanto dinheiro para pagar as contas da festa que bastava entrar o valor que havia a receber e pagavam a festa, porque a partir daí, seria só lucro. Estas foram as palavras que me lembro, de ter lido em Abril deste ano na página Mordomos 2023.
   E agora como vai a freguesia lavar a cara?
                                                        José Nunes Martins

15.9.23

COM FESTAS E BOLOS SÓ SE ENGANAM OS TOLOS

 

   As festas em geral são eventos que as pessoas gostam de vivenciar e divertir. Mas o facto de as pessoas gostarem de se divertir, em nada estão impedidas de, perante os números até agora apresentados pela Comissão de Mordomos, de acharem que a festa não correu bem. Aliás, o achar que não correu bem peca por defeito. A festa de Malcata foi muito participada pelo povo da aldeia. O que os mordomos não conseguiram foi alcançar resultados positivos. E esses resultados positivos seriam alcançados se no mínimo tivessem dinheiro para pagar todas as despesas que a festa custou.
   Este ano a mordomia não pode justificar os resultados negativos com a falta de adesão das pessoas e das contribuições que muitos ofereceram. Estou a escrever tendo por base um prejuízo na ordem de oito mil e tal euros que tanta falta fazem nas contas. Tratando-se de um valor considerável, maior se torna quando se trata da festa numa aldeia rural como é o caso da nossa. O valor da dívida até pode vir a ser reduzida, mas estes números que apresentaram no fim da festa, provam que nem tudo correu bem e ao contrário daquilo que as pessoas observaram durante os dias da festa, aconteceram situações que merecem ser esclarecidas pelos mordomos.
   E a falta de dinheiro para o pagamento das despesas fez acordar aqueles que andaram a dormir durante meses. Deixaram a coisa andar e nunca se mostraram descontentes com a caminhada dos mordomos. Depois da festa e do atraso da apresentação das contas, é que muitos se aperceberam que alguma coisa má estava para ser anunciada.



    Para surpresa da comunidade os Mordomos de 2023 divulgaram um comunicado, que eu li nas redes sociais, pedindo ajuda financeira para poderem pagar a todos os fornecedores. Ao fazer o apelo à ajuda antes da apresentação das contas veio agravar ainda mais a situação pela qual estavam a passar. Se a esta decisão adicionarmos as contas provisórias, feriram de morte o crédito e o apoio de muita gente, incluindo pessoas amigas ou ligadas por laços de convivência.
   Em qualquer terra as festas são uma forma de promover a dita freguesia, que as tradições e os costumes ajudam a alcançar esse fim. E quando a festa apresenta contas limpas, transparentes, fundamentadas com documentos, movimentos de dinheiro justificados e verificados, toda a gente aplaude e encerram-se as contas. Não fosse um desvio tão elevado entre receita e despesa se calhar não se falava tanto ou se apontavam as causas desse desvio. Mas o errado não está no prejuízo que há, mas as causas que levaram a que isso acontecesse. Quem anda à chuva corre o risco de se molhar, mas se eu sair à rua e estiver a chover, faço-o com o guarda-chuva aberto!  Isto só para dizer que a prevenção pode ser boa conselheira.
   E quem nunca errou que atire a primeira crítica! Todos já falhámos e nas nossas vidas há momentos menos felizes. O que temos a fazer é aprender com o erro e mudar a nossa actuação para não repetirmos os mesmos erros.
   Aplicando esta minha teoria aos Mordomos 2023, quem vier a seguir tem que trabalhar, delegar, responsabilizar, organizar e confiar uns nos outros. Vejam o trabalho realizado por uma equipa da F1 e interroguem-se sobre as razões de tanto êxito. É graças ao trabalho em equipa que os pilotos ganham as corridas. Cada elemento da equipa sabe a função que deve executar e tem a consciência que um erro vai afectar o bom desempenho da marca do carro. Na equipa a confiança, a responsabilidade e a entrega resulta numa festa na pista.

   Os mordomos de 2023, convocaram o povo para o dia 16 de Setembro, pelas 17 horas, na sede da Junta de Freguesia. Dizem nessa convocatória que ali vão apresentar todas as contas e todos os documentos que têm sobre a festa.
   Muitas pessoas mostraram interesse em estar presentes. Desejo que quem estiver presente tenha a capacidade e paciência de distinguir o essencial e importante que aconteceu na festa e esquecer o acessório. Defender aquilo que não tem defesa, não vale a pena estar a perder tempo, porque o povo sempre gostou da festa e da música, do baile e da procissão. Detesta é ser enganado e enxovalhado.
                                                           José Nunes Martins


  

12.9.23

MALCATA: VEM AÍ REFORÇO DA REDE DE TELEMÓVEIS?

 

 

Retirado da Acta da Reunião CMS
realizada a 2 de Agosto 2023

As populações das nossas freguesias do Sabugal continuam a desconhecer o que a Câmara e as Juntas de Freguesia andam a “cozinhar” secretamente para algumas freguesias. Digo secretamente porque, ouvi falar que estão a projectar a instalação de “infraestruturas de suporte de estações de radiocomunicações” ( retirado da acta da Reunião de Câmara do Sabugal). O pedido é feito pela NOS e sem que se consultem os cidadãos das terras abrangidas, votam favoravelmente o pedido. Isto aconteceu na reunião de 02-08-2023, cuja acta foi colocada “on Line” já esta semana, em Setembro.
  E pela sua leitura fico a saber que os vereadores do Partido Socialista votaram contra “porque não estão reunidas todas as condições para votar favoravelmente”.
  Parece não ter aprendido nada e continuam a governar sem informar e esclarecer o que se passa. Então as Assembleias de Freguesia não têm uma palavra a dizer?
  Isto eu chamo, simplesmente, desconsideração pela população e um abuso de poder. E a nossa Junta de Freguesia também não está isenta de culpa, pois tem um historial de executar obra sem dar conhecimento atempado. Lembro o caso da “antena” que queria instalar no jardim da Junta e que lá continua inacabada, sem utilidade.  O que não entendo é porque é que continuam a fazer assim isto? Têm medo que as pessoas se oponham outra vez? Pois não sei.
  Em Malcata a dificuldade em obter informações é mais difícil. Sem oposição, com o poder absoluto, estar a perguntar é mais como estar a perguntar a uma parede. Mesmo assim, deixo a pergunta no ar: vai em breve ser instalada uma “estação de radiocomunicações” pela NOS TECHNOLOGY SA ?  Onde?
   Fico à espera de respostas.

                                                                 José Nunes Martins

   Nota: Sou sempre a favor do desenvolvimento sustentável da freguesia de Malcata e o reforço da qualidade da transmissão das comunicações contou sempre com o meu apoio, desde que tudo se faça com transparência e na defesa do bem-estar de todos.

10.9.23

MALCATA: FESTAS 2023 FORAM DE ARROMBA

 


A Festa de Malcata deste ano foi de arromba! As imagens que alguns malcatenhos divulgaram nas redes sociais não são fáceis de escolher, porque todas estão bonitas e mostram bem como foi este ano a nossa festa.

   Foi uma semana que certamente as crianças não vão esquecer, pois festa é sinal de alegria, de música, de boa e muita comida e descontrolo nas guloseimas.
   A festa deste ano teve de tudo e as pessoas participaram em todas as actividades e cerimónias que a mordomia preparou ao longo de meses de muito trabalho, sacrifícios e algumas dores de cabeça, sintomas normais e que qualquer comissão de festas sabe que faz parte dessa responsabilidade voluntariamente assumida, pois o povo sempre se divertiu nas festas de Verão.
   Agora que a festa já passou, ainda andam as pessoas na ressaca, vão olhando para as fotos, os vídeos, uns riem-se às gargalhadas, orgulhosos de segurar no andor do santo ou na opa que lhe deram na igreja para segurar num dos paus do pálio ou das lanternas.
   Tudo nos é mostrado com orgulho e cada foto expõe a grandeza da festa, das diversas coisas que foram feitas e todas contribuíram no engrandecimento da festa. Houve garraiada, jogos populares, feira de artesanato com danças e cantares sevilhanos, bandas de música popular e dj´s durante as madrugadas. Bailaricos todas as noites, com bar sempre aberto, onde se comeu, bebeu, sei lá, tantos petiscos e tremoços que a cerveja não ajudou a engolir. O trabalhão que os jovens tiveram atrás do balcão, sempre prontos a estender a mão com aquilo que lhe era pedido. Com um balcão tão comprido e o ter que andar lijeirinho, os moços e moças nem deram conta que pisavam um estrado novo e que lhes mantinham os pés firmes, mesmo que as cabeças andassem cansadas.
   Muito trabalharam e aos mordomos deste ano é que todos devemos estar agradecidos pela festa que prepararam. Sem dúvida, as imagens falam mesmo e não há, porque não aconteceu, nenhum dos eventos que decorreram durante a festa, sinais de descontentamento ou de desânimo. O povo foi parte da festa, disso não se pode apontar ao povo e aos que vieram de outras terras.
   No fundo de tudo, a festa mostrou ser grande e rija, muita diversão, muita música, calor, suor, ramo, quermesse, bailes e espuma, nem a procissão e a missa ficou esquecido, pois, a festa foi em honra de São Barnabé.
   Houve Festa em Malcata. Foi uma Festa de arromba porque o povo assim pensa uns dias depois da festa acabar.
   Nota: especial agradecimento aos que tiraram as fotos. Obrigado



Cartaz da Festa de 2023

                                     Não é um erro, é um enorme esquecimento, o não ter 
                                     impresso "2023" , ano destas festas. 



8.9.23

MALCATA: À ESPERA DA PROVA DOS NOVE

  

Banda da música na Festa da aldeia de Malcata,
quando ia a casa dos mordomos dar as boas vindas.
(Carvalhão, dois mordomos ali viviam)

   

   Então como foi a festa?
   A resposta é tão variada e tão geral que se resume a uma frase:
   "Fala-se que...olha, não quero saber disso"!
   Até agora, a Comissão de Mordomos de 2023, passados estes dias todos, ainda não apresentou todas as contas relativas à festa em honra de São Barnabé (foi assim que o arraial foi divulgado como podemos ler no cartaz).
   A falha na apresentação das contas, dar conhecimento do que se fez com o dinheiro da comunidade, está a ser um erro grande. É que o dinheiro existente na conta e o que entretanto foi angariado, não pertence à Comissão de Mordomos e muito menos é uma bolsa de crédito ao dispor dos membros da  comissão de mordomos. Todos sabem que, o dinheiro está à guarda dos mordomos e que eles(as), aceitaram voluntariamente a missão de organizar uma festa, contando para isso com o dinheiro. O que se espera das comissões de mordomos, é que tenham e exerçam uma gestão responsável, na forma como usam o dinheiro,  o destino que lhe vão dando. É por isso que, é de suma importância uma constante prestação de contas e das actividades que se vão desenvolvendo nos meses anteriores à festa, dando a saber e publicar os diversos movimentos de dinheiro. E como existe muita gente que vive fora da aldeia, é ainda mais importante e necessário explicar como se está a usar!  chegando mesmo ao mundo das redes sociais, para informar. Todos têm o direito a essas informações periódicas, porque quem vive na aldeia e ainda mais os que vivem fora, ao perceberem  como os mordomos vão gastando o dinheiro, como é o meu caso, que vivo muito distante daqui, se tiver acesso a informação séria e actualizada, acabamos por nos sentir mais parte da comunidade, sentimo-nos acarinhados e sensibilizados por,  mesmo longe, contam connosco. A falta de prestação de contas tem como consequência o aparecimento de falatórios e de criticas negativas, arrastam sentimentos de desconfiança e incertezas, aumentando o desânimo na aldeia.
   Ver as contas, não é sempre sinal de transparência e mesmo quando não há contas apresentadas, aumentam as desconfianças, vêm os desânimos e cada vez maiores.
   Quando há dinheiro envolvido, seja muito ou pouco, a atitude a ter é, que se trata de dinheiro da comunidade,  um recurso que os mordomos precisam de usar  respeitando os valores da transparência e responsabilidade. É que não há outra forma de organizar uma festa e no fim ter êxito. Fazer as coisas com transparência e não esquecendo as obrigações legais quanto aos contratos de bens e serviços. Dando periodicamente informação, mesmo quando não a pedem, é assunto que interessa a todos, porque agindo nestes moldes tudo é mais fácil de controlar e ao mesmo tempo estamos a fazer as contas aos poucos e com controlo apertado. Gerir bem o dinheiro é não ter medo de apresentar as contas, nada para esconder, porque é tudo claro, assinado e conferido. E sempre que surgem dúvidas, alertas e avisos, é necessário parar para pensar e antes de continuar a ignorar, com o intuito de no fim esclarecer, procurar deixar tudo claro, com o conhecimento de toda a equipa. Ficar calado e não dizer nada, ou, fazer de conta e ficar à espera da próxima escorregadela, é no meu entender, atitude irresponsável, porque o erro, ou a falha, quanto mais depressa se anular, melhor.
   Viver o espírito de mordomo é trabalhar em equipa.
   Ora pensem comigo um pouco:
   Uma Comissão de Festas organiza um baile, procura apoios e encontra. Tudo pronto, divulga o programa, os preços e os objectivos que quer alcançar. Para chamar gente, contratam quem anime e quem cozinhe. Há trabalho, há mesas prontas e espaço preparado para receber os convidados pagantes, pois o fim do baile é angariar dinheiro para pagar a festa mais lá para a frente.
   A festa/baile/caminhada/encontro ou o que lhe queiram chamar, acontece e decorre no local indicado e na data anunciada. Nunca mais se ouviu falar do baile, do dinheiro que conseguiram angariar…quanto dinheiro fizeram??? Só depois de alguns “ais” e “diz-se que…fala-se que” e aparecem as contas, fica-se a saber que a organização, apesar das ajudas dadas, tiveram prejuízos. O que vai pensar o povo dessa freguesia?
   A resposta é simples: “Assim, não vamos a lado nenhum”
   As coisas aconteceram e todos se calaram. Porque se calaram todos? Quem percebeu que tinha havido má gestão, porque não pediram a apresentação das contas?
   Este foi o início do que mais tarde viria a repetir-se?
   O risco de assim acontecer, era enorme! Só não viu quem não quis e nunca quis saber, salvando-se aqueles valentes e corajosos mordomos que bateram a tempo com a porta e saíram.
   Há valores na vida humana que nunca devemos abdicar deles. E agora Malcata?

    

                            José Nunes Martins