Mostrar mensagens com a etiqueta castanhas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta castanhas. Mostrar todas as mensagens

31.10.22

SINAIS E MEMÓRIAS

    Por esta altura e com o clima que tem estado, só de imaginar-me a remexer as folhas amarelecidas dos castanheiros e os montinhos de terra debaixo da caruma dos pinhos, vem a saudade dos dias de Outono na aldeia. Os sinais desta Estação do Outono estão à nossa frente e as imagens valem tanto como as palavras. 
O ambiente de Outono vem sempre pintado de tons amarelos e castanhos, uma combinação perfeita de tons e tonalidades e merece ser visto e vivido.
   Quem não tem nas suas vidas memórias daqueles serões na cozinha lá de casa, em volta do lume, onde havia um assador com castanhas e um par de folhas de couve a tapar? E aquela carne que ia grelhando e desaparecendo entre uma fatia de pão cozido no forno do Rossio? Claro que havia que deixar aquele espaço para as castanhas assadas e umas copitas de jeropiga caseira. O Outono era assim...sabia tão bem!





















12.11.20

MALCATA: TERRA DA BOA CASTANHA


    

     Esta é a altura do ano onde o cheiro a castanhas anda no ar pelas ruas das cidades, vilas e aldeias. Estamos no Outono, altura das castanhas e jeropiga. Adoro castanha assada e não sou fã quando são simplesmente cozidas. Existem diversas receitas em que a castanha pode fazer parte dos ingredientes. Elas são tantas que decidi reunir algumas. Não as conheço e algumas delas foram escolhidas pela sua apresentação fotográfica e o interesse visual.

   Sabiam que no concelho do Sabugal existem cerca de 600 hectares de soutos?
  A Câmara Municipal, desde 1998 que tem um protocolo com a Direcção Regional da Agricultura da Beira Interior disponibilizando terrenos para a instalação de um Campo Experimental e de Produção de Material Vegetativo, situado na Colónia Agrícola de Martim Rei. Aqui está instalado um viveiro de castanheiros com 800 árvores da variedade martaínha, 500 da espécie judia e 400 da variedade longal. Também em 2016 foi criada a
Castcôa-Associação de Produtores de Castanha do Côa.
  Eu gosto bastante de castanhas assadas, mas não posso negar que é maçador descascá-las, especialmente retirar a pelezinha que às vezes fica agarrada, fico com os meus dedos sujos e doridos depois de descascar algumas castanhas. 
  A castanha tem potencial para se transformar num produto importante para a economia local, da nossa freguesia.

  Se alguém tiver alguma técnica que facilite a retirada dessa pelezinha, agradeço a dica!
                                                                                                  
                                                                                                                 José Nunes Martins



27.11.13

CASTANHAS






  Na aldeia o tempo passa lentamente e quem comanda a vida das pessoas é o dia, a noite, a chuva, a neve, o vento, o sol e a lua. Aqui os minutos e os segundos pouco importam e quase não têm sentido.
   Pelo Outono de outros tempos, apareciam as primeiras castanhas e com elas apareciam os magustos um pouco por todo o lado. Também na escola primária o magusto não era esquecido. As professoras pediam às crianças para irem aos pinhais próximos apanhar caruma e trazê-la até à escola para depois fazerem o magusto.
   Os castanheiros sempre existiram em Malcata e quase todas as famílias tinham castanha de boa qualidade. A doença da tinta varreu a maior parte destas árvores e as pessoas começaram a desinteressar-se     pela renovação da espécie   mantendo apenas os castamheiros que já existiam.   A castanha era apanhada manualmente para umas cestas de verga e despejadas nas sacas para depois serem levadas para casa do lavrador. Comiam-se assadas, cozidas e também eram incluídas no caldudo. Os assadores eram feitos de caldeiros velhos a que se furavam dos lados e no fundo e depois eram despejadas as castanhas no interior e eram pendurados nas cadeias em ferro e ali permaneciam a apanhar o calor do lume até as castanhas ficarem assadas.

  Para secar as castanhas, deitavam-se nos caniços e ali permaneciam duas a três semanas a apanhar calor e fumo. O caniço era uma espécie de estrado feito de varas ou ripas em madeira, separadas ligeiramente entre si, de forma a entrar o calor e sem deixar as castanhas cair.                                                                                                                                                             
Depois de secarem, eram recolhidas para dentro de um cesto de verga e os homens calçavam um par de tamancos próprios para  pisarem a castanha e retirarem as duas camadas de casca. Esses tamancos, uma espécie de sapatos com o peito do pé em couro e a base em madeira,  cravada de pregos em ferro que com o peso da pessoa e os pregos, de tanto pisarem as  castanhas, acabavam por lhes retirar a casca e deixá-las piladas. Era com as castanhas piladas que se fazia o caldudo, que é uma sopa forte e um prato bastante cozinhado durante o Inverno.
Com a emigração ocorrida na segunda metade do séc. XX e consequente alteração dos hábitos alimentares, o consumo de castanha quase que desapareceu. Esta tendência está, contudo, a inverter-se e o caldudo parece sobreviver. Trata-se afinal de um prato rústico, muito nutritivo e de sabor incomparável, seja ele consumido quente ou frio. 

RECEITA DE CALDUDO:
 1. Cozer bem, em panela de ferro, as castanhas secas previamente 
 2. Esmagar, a garfo, as castanhas.
 3. Juntar açúcar e/leite a gosto.

Bom proveito.









24.10.07

FEIRA DA CASTANHA, DO COGUMELO e do MÍSCARO NO SABUGAL

DIA 3 DE NOVEMBRO PODEM PARTICIPAR NESTA FEIRA. PARA AQUELES QUE GOSTAM DE COMER CASTANHAS E MÍSCAROS, TARTULHOS(OU COGUMELOS) TÊM UMA OPORTUNIDADE DE APRENDEREM UM POUCO SOBRE ESTES MANJARES QUE muitas vezes nos deliciam e outras vezes nos podem dar dor de barriga...quando não levam alguém deste para o outro mundo....por isso a importância destes encontros e a participação neles são tempo bem empregue. Infelizmente, eu não vou poder estar presente, mas tenho a certeza de que quem lá for não vai dar o tempo por mal empregue. Com os cogumelos todo o cuidado é pouco e nem todos são para a alimentação humana...

8.10.07

A FAMOSA CASTANHA DE MALCATA



Com o Outono chegam as castanhas.
"O fruto dos frutos,
o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza,
cai dumas árvores altas, imensas, centenárias(...)
só em Novembro as agita a inquietação funda, dolorosa,
que as faz lançar ao chão
lágrimas que são ouriços.
Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos
deixam ver numa carne fofa
a maravilha singular de que falo".
Autor:Miguel Torga





5.6.07

ANTES QUE SEJA TARDE

















Governo espanhol chumba
Auto-Estrada para salvar lince





O Governo espanhol decidiu cancelar a construção de uma auto-estrada de 300Km, entre Toledo e Córdova, para proteger muitas espécies de animais em perigo, em especial o lince ibérico.O Ministério do Ambiente emitiu um parecer desfavorável à obra por considerar que ameaçava a vida dos linces ibéricos (felinos em vias de extinção), águias imperiais e abutres negros da Serra Morena e dos Montes de Toledo.O lince ibérico, que habita na Península Ibérica ( em Portugal a Reserva Natural da Serra da Malcata era um dos seus habitat) é uma das espécies de animais mais ameaçadas do mundo e pode tornar-se o primeiro felino a desaparecer desde a Pré-História, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).Actualmente existem 200 a 300 exemplares da espécie em liberdade, sobretudo no Parque Nacional de Doñana, perto de Sevilha. No início do século XX, a população de linces ibéricos rondava os cem mil felinos.
























É UMA ESPÉCIE DE ÁRVORE A ABATER?













Albufeira da Barragem da Meimoa, mesmo ao lado da Reserva Natural da Serra da Malcata, é já um exemplo desta nova floresta do século XXI.















Em Portugal, o Governo e as autarquias parecem agora virados para a plantação de uma nova espécie de árvore. Elas estão a crescer um pouco por todas as serras de Portugal. São árvores de grande porte, com um tronco a rondar os 60 metros de altura, normalmente com três enormes ramos giratórios que impelidos pelo vento fazem tanto ruído que não há ave, coelho, lebre ou javali que aguente descansar á sua sombra. Alguns, como o lince, nem aparecem e nem dão sinais de vida. Coitados, têm que procurar uma árvore mais pequena, com mais sombra, nem que seja mais velha e mais baixa mas que não provoque dor de ouvidos ou dor de cabeça. Vamos estar atentos ao desenvolvimento desta nova floresta nacional.É que o que apregoam os senhores engenheiros e os proprietários destas árvores, dizendo que os frutos que produzem são ecológicos, logo, amigos do ambiente, podem no futuro não serem árvores tão amigas do ambiente. Lembram-se, quando apareceu há uns anos atrás outra grande árvore, o eucalipto,depois deu no que deu...acautelem-se meus amigos, é que a madeira destas árvores não serve para aquecer no inverno, muito menos pode ser aproveitada para fazer algum móvel que lhes faça falta lá em casa. Os entendidos neste tipo de árvores, dizem que um souto delas pode iluminar uma cidade, uma aldeia...prontos os vendedores de azeite para as almotelias que se lixem e deixem de andar com as candeias acesas, é que em pleno século XXI há energia mais limpas e mais amigas do ambiente (e do homem?).























Isto sim, mesmo velhinhos,ainda são uns senhores castanheiros . Para além de castanhas, no Verão, servem de sombreiropara os idosos que residem no Lar de Malcata.









Curiosidade: Clique nas fotografias e veja a imponência destas árvores.