31.1.10

MALCATA: QUE FUTURO?


   O malcatense  tem tanto amor à sua terra que é bem capaz de defender as suas leiras até à morte. Estes últimos anos, principalmente nos meses de Verão, a Repartição de Finanças do Sabugal  fica atulhada com as  pessoas à procura do que lhes pertence.
   A predominância de uma agricultura de minifúndio e as dificuldades de comunicação com os grandes centros do país, forjaram o carácter individualista dos habitantes da aldeia. Ainda hoje, tentam por todos os meios, bastar-se a si próprios e cultivam tudo aquilo que precisam para o seu sustento. O desconhecimento de melhores condições de vida, de cultivar a terra, faz com que se considerem ricos com o pouco que têm. Todos têm casa própria e a regra hoje é cada um ter um tractor e as respectivas alfaias e ferramentas. Já não há juntas de vacas, nem sequer uma vaca leiteira. O tractor substituiu a força animal e na aldeia vêem-se mais tractores do que os necessários para o trabalho. Apesar do regresso de alguns emigrantes, a acelerada diminuição do número de habitantes continua e as terras continuam a ficar abandonadas, podendo observar-se as vinhas e algumas hortas sem ninguém que as trate.
   Na altura das sementeiras e das colheitas, apesar de reformados, têm que trabalhar porque o que a reforma lhes oferece não dá para sobreviver sem umas batatas, umas couves, uns pimentos e uns tomates.
   Os rostos dos malcatenses, mulher ou homem, à medida que avançam os anos, tornam-se enrugados e queimados pelo sol e os dedos das mãos ficam tensos e tortos por tanto trabalharem no campo. Horários é coisa que nunca tiveram, trabalham quando o tempo deixa e até que as forças físicas e a saúde deixar. A partir daí, não demora muito a que as suas vidas se extingam rapidamente.  Férias nunca tiveram, nem sabem lá muito bem o que isso é. Muitos conhecem a cidade do Sabugal, a Senhora da Póvoa ou o Santuário de Fátima. Sabem que o mar existe em Portugal, mas nunca molharam os pés nas praias da nossa costa. As maiores deslocações que fazem são feitas em  ambulância para as consultas médicas, exames ou tratamentos para os quais o Centro de Saúde do Sabugal não tem resposta. E algumas pessoas nunca foram ao cinema ou ao teatro. Os jornais e revistas de informação quase que não existem, havendo quem leia o “Amigo da Verdade”, por assinatura, ou o “Cavaleiro da Imaculada” oferecido aos domingos à saída da missa. Acabam por ver as novelas transmitidas pela televisão e os telejornais que elas difundem. As novas tecnologias não lhes dizem nada, apesar da Junta de Freguesia disponibilizar tempos para, gratuitamente, se afeiçoarem aos computadores e à internet, tendo mesmo instalada uma rede Wirless por toda a aldeia. É que a gente mais velha que frequentou a escola, no seu tempo, estudaram até à 4ªClasse que era o fim da escolaridade obrigatória. Quem nos anos 60, 70 ou parte dos anos 80 queria estudar mais teve que sair para as grandes cidades e por aí ficaram. Os outros que não quiseram estudar mas que sentiam que valiam, emigraram para terras  francesas e agora são os filhos e os netos dos filhos que por lá ficam. Todos eles produzem riqueza que não vai para Malcata, terra que visitam nas férias, mas para onde não querem ir viver.
   Quem fica ocupa-se naquilo que sabe fazer: trabalhar a terra ou nas obras de construção civil. Para lá disto há na aldeia quatro cafés, um mini-mercado, uma queijaria tradicional, uma serrelharia e uma empresa de isolamentos e afins para a construção civil.


   
















 O nível cultural e escolar baixo não ajuda quando é preciso inovar para tornar a agricultura rentável. Com um espírito empreendedor tão baixo, um espírito que não vai muito para além do que se aprendeu pela experiência da escola da vida, o futuro da aldeia revela-se bastante mortífero e arrasador.

29.1.10

A PRAÇA NÃO ASSINALADA

Os taxistas da Praça de Táxis do Sabugal no Largo  da  Fonte,   ainda não trabalham em harmonia e o clima continua crispado. Tudo por causa da não existência de um sistema de chegada e saída  dos  táxis   da  dita praça. Ao contrário da maioria das outras praças de táxis do país e do Regulamento Municipal do Transporte Público e Aluguer em Veículos Ligeiros de Passageiros – Transporte em Táxi, a praça do Sabugal  não possui os locais destinados ao estacionamento dos oito táxis “devidamente assinalados através de sinalização horizontal e vertical” ( Artº8, nº3).  Ora, para mim, os locais não estão devidamente assinalados porque, apesar da sinalização existir, não permite uma clara definição de qual é o táxi que está primeiro. Ou seja, se repararem bem, o estacionamento das viaturas não é feito em fila. Portanto, os passageiros quando chegam à praça dos táxis não conseguem saber quem está primeiro para sair. Observem algumas fotografias de outras praças de táxis em Portugal e vejam as diferenças. O sistema de chegada e saída é o de “o primeiro a chegar é o primeiro a sair em serviço”. Para que os clientes não sejam aliciados ou para que os taxistas respeitem a ordem de chegada, as entidades responsáveis pela praça, normalmente colocam sinalização vertical com a indicação de “Entrada de Passageiros” e todos sabem que é ali que está estacionado o primeiro táxi a sair em serviço.

 
 Há tempos, o Jornal Cinco Quinas, noticiava que alguns taxistas já estavam cansados de solicitar a intervenção da Câmara Municipal do Sabugal para resolver esta situação. De facto, não é trabalhar como estão a fazer alguns profissionais que as coisas se resolvem.
   O bom senso, a seriedade e o profissionalismo tem que ser mais forte. E num ramo de negócio dominado por homens, quero destacar uma mulher, Joela Coelho, natural de Malcata e taxista há cerca de quatro anos, que apesar da sua juventude se mostra uma pessoa calma e tranquila, deseja apenas que todos se entendam e afasta-se das discussões.
   “Já assisti a situações complicadas, as pessoas a baterem-se, mas não me meto. Só quero que as pessoas se entendam para podermos trabalhar todos em paz”, afirmou Joela ao Notícias da Guarda.
    Volto a repetir que esta discordância tem solução. E a Câmara Municipal do Sabugal, como entidade gestora da praça, tem o dever de cumprir o que diz o regulamento então aprovado. Mesmo apesar de todos os regulamentos das Câmaras serem cópias uns dos outros, há municípios que se preocuparam em implementar um sistema claro e simples para bem dos clientes e dos taxistas.
É tempo de agir, pois, não esteja a Câmara à espera do agravamento da situação para depois se debruçar sobre este assunto.


ELAS ACONTECEM A TODOS


   
   Os acontecimentos, uns bons e outros maus, têm sempre uma mensagem a que devemos prestar atenção e reflectir sobre os ensinamentos que essas ocorrências trazem para a nossa vida.
   Há umas semanas atrás parti o pé direito. O pé partido não me tem permitido grandes movimentos, mesmo dentro de casa, mas trouxe algumas vantagens. Começou por me obrigar a ficar em casa, de baixa, posso dizer que não é uma vantagem, mas pensei que seria uma oportunidade que tinha nas mãos para ordenar as minhas ideias e os meus pensamentos, uma vez que ultimamente pareciam andar um bocado à deriva na minha vida.
   O meu pé partido ensinou-me que o dia de hoje pode não ser o mesmo amanhã. Hoje estamos a trabalhar, amanhã não sabemos onde e o que estaremos a fazer. Entendi que apesar de necessitar de trabalhar e de exercer a função de auxiliar de acção médica com paixão e dedicação num hospital, há mais vida do que a que vemos no nosso quotidiano. Quando parti o pé só me preocupei com o facto de não poder ir trabalhar. E acabei por não faltar ao serviço e apenas o fiz quando já não aguentava as dores. O que ao princípio me parecia uma pisadura, um mau jeito que dei ao pé, acabou por me obrigar a ficar em casa muito mais tempo. Mesmo quando o médico que me atendeu na urgência me anunciou que este ano iria passar o Natal em família, em nada contribuiu para que me sentisse melhor e mais feliz. Já não bastava estar a minha mulher internada numa unidade hospitalar, agora eu também ia passar uns dias em casa, de baixa e com duas canadianas de apoio,  ficando  à mercê da disponibilidade das minhas filhas e do meu sobrinho para apoiar a minha mulher. É que não podendo deslocar-me ao hospital não tinha como a ver, a ouvir e saber como estava a evoluir o seu tratamento. Para poder ir visitá-la tive que estar sempre dependente da disponibilidade do meu sobrinho, da minha cunhada ou dos amigos. Felizmente e graças a estas pessoas penso que apesar deste contratempo, lá consegui fazer o meu papel de marido que ama e quer viver com uma família feliz.
Haja saúde, sim muita saúde, porque o resto meus amigos, vem por acréscimo.
  

27.1.10

A IMPORTÂNCIA DA FACE

O regresso às aulas

Publicou o Jornal de Notícias mais uma crónica escrita pelo ilustre escritor e jornalista sabugalense, Manuel António Pina. Mais uma vez acertou na face daqueles  se consideram trabalhadores exemplares, mesmo qunado espiam colegas, esquecendo os defeitos dos seus cérebros.

"A TAP convocou nove pilotos para um "curso de ética" alegadamente por estes terem mantido no Facebook um diálogo privado em que terão abordado assuntos relacionados com a empresa.

Para o Sindicato dos Pilotos, tal curso, que envolverá custos elevados, visa apenas humilhar e intimidar os referidos pilotos. A medida abre, porém, perspectivas estimulantes e não parece, por isso, uma ideia má de todo. Assim, pode ser que, agora, quando os gestores da TAP se atribuírem chorudos prémios e contemplarem com viaturas topo de gama apesar da situação deficitária da companhia, sejam chamados a frequentar um curso rápido, já não digo de gestão, mas tão só de economia doméstica; que, quando discriminarem funcionárias grávidas, retirando-lhes subsídios, tenham umas aulas de direitos fundamentais; e que, quando discordarem que a Constituição e as leis reconheçam aos funcionários da empresa o direito à liberdade de expressão e quiserem espreitar-lhes as conversas, aprendam a fazê-lo com um mínimo de elevação frequentando (e, pelo que se sabe do caso, já agora também os pilotos) algum curso de boas maneiras".
Copiado daqui:
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1478707&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina

25.1.10

O PODER DOS CIDADÃOS RESPONSÁVEIS E SÉRIOS DO CONCELHO DO SABUGAL





O http://www.autarquias.org/  oferece aos cidadãos a possibilidade de alertar os municípios para as mais variadas situações, desde lixos na via pública, postes de iluminação que não funcionam, buracos na via pública, equipamento danificado, problema nos abastecimentos, ou outros tipos de problemas, que muitas vezes as Câmaras Municipais não têm conhecimento.



Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas, aos pedidos e aos debates apresentados por outros cidadãos, bem como participar nesses mesmos temas adicionando comentários.
Ora, aqui está uma boa oportunidade para, com seriedade e responsabilidade, alertar a Câmara Municipal do Sabugal daquelas situações que nos incomodam ou que sentimos não estar bem e desejríamos ver resolvidas. O nosso alerta pode muito bem evitar aquelas desculpas dadas muitas vezes pelas autarquias de que "não temos conhecimento da situação" ou "ninguém nos avisou". E como no "autarquias.org" há espaço para todas as autarquias, a nós interessa acompanhar os assuntos relacionados com a Câmara Municipal do Sabugal ( e por arrastamento, as Juntas de Freguesia ).
Eu, por mim, lá irei espreitar como vão os assuntos relacionados com o nosso concelho. Se tiver que alertar ou pedir, pois, responsavelmente o farei.
Concluo dizendo que o poder, mesmo numa democracia, também acorda com um "clic" dado num qualquer teclado, num qualquer lugar do Mundo.

22.1.10

MÃE








O Teu Rosto Mãe

O teu rosto, mãe, dava-me Esperança
O teu rosto, mãe, era de uma Santa.
Ainda que o espaço nos separe,
Ainda que a vida se acabou ...
O teu rosto, mãe, é harmonia
O teu rosto, mãe, dá-me alegria.
Ainda que de ti me afastei,
Ainda que o perigo me persiga...
És mãe, sempre mãe, és mãe, minha mãe...








21.1.10

A MINHA RUA


Durante muitos anos o mundo para mim acabava no Sabugal. Fui crescendo e descobri que se queria continuar os estudos tinha que descobrir outro mundo. Esqueci a minha rua e parti à procura do outro mundo. E de facto encontrei outro Mundo.
O outro Mundo é tão grande que me perdi nele e  nunca mais vivi na minha rua. Mas sinto saudades da minha rua. É que a minha rua não era só o chão de terra batida, o muro de pedra, os três enormes carvalhos e as casas em volta. A minha rua era muito mais do que isso. Hoje já não vive lá o carpinteiro que fazia os carros de vacas, as grades para alisar a terra e as janelas de madeira para as casas. Os sapatos deixaram de ser arranjados pelo Ti Quim e também já não vai com a sua mulher, a Ti Rosa, levar o centeio e o trigo ao moinho de água. Hoje, não há moleiros e os moinhos jazem na água da barragem.


Hoje a minha rua já não é a mesma, até o nome lhe tiraram. Eu conhecia-a por Rua do Carvalhão e os três carvalhos serviam de testemunho. Agora, dizem que o meu pai vive na Rua de Braz Carvalhão. Disseram-me que é o nome do dono da última casa lá da rua. A minha rua, a rua do Carvalhão, de tão estreita que era, só passava um carro de vacas e a camioneta tinha que ficar no Camões porque era muito larga. Até o Ti Coxo era obrigado a levar a malhadeira lá pela rua do Cabeço, mesmo que as vacas o não quisessem. As casas de um lado e o muro de pedra do outro obrigavam a estas alterações de tráfego e por vezes as teimosias deitavam as pedras abaixo.
No Verão, depois da escola, a minha rua era o nosso parque infantil. Desde pontapés na bola, jogar ao fite ( malha), à macaca, ao pião e aos feijões, até ao jogo do lenço e fazer corridas de carros de madeira, eu e os meus amigos éramos os donos da rua.


A minha rua era o cheiro da chuva no pó, ou na sua ausência em tempo de Verão, era a Ascensão que se encarregava de regar o pó para ele não entrar pela casa dentro, a manta de farrapos no chão cheia de gravanços a secar ao sol, a minha mãe e a Ti Cilda na varanda.
Por essa altura, o mundo era só do tamanho da minha rua e todas as pessoas que eu conhecia eram ainda vivas. Agora, encontrei estas fotografias velhas e voltei a ser feliz na minha rua outra vez.



Ai se a rua fosse minha, se esta rua fosse minha eu mandava-a ladrilhar...

CAMPANARIOS DE AZABA E MALCATA

No passado dia 14 de Janeiro, no Colégio Mayor Fonseca, Salamanca, decorreu a apresentação do projecto “Conservação da Biodiversidade no Oeste Ibérico”. Teve a participação de muitas organizações ambientalistas e outros peritos no ambiente, tendo estado também presente o Dr.Fernando Queirós, em representação do ICNB ( Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade).







                                            E Sabugal está tão perto...

O Projecto LIFE+NATURE colocará em funcionamento este ano de 2010 a Fundación Naturaleza y Hombre a defender o Campo de Azaba, na província de Salamanca, em Espanha e Malcata, em Portugal.

“Conservação da Biodiversidade no Oeste Ibérico: Reserva Campanários de Azaba”, é um projecto ambicioso apoiado pela União Europeia e conta com a colaboração de inúmeros patrocinadores como a Fundación MAVA da Suíça, Junta de Castilla e Leão, Fundación Património Natural, Ministério do Meio Rural e Marinho, Fundación Biodiversidad, Obra Social Caja Madrid, Red Eléctrica Española e Cementos Portland.
O trabalho está a desenvolver-se na reserva Campanários de Azaba, uma quinta com 522 hectares, que vai funcionar como um espaço fornecedor de biodiversidade, já que se encontra no epicentro de outros espaços Natura 2000, como o Campo de Azaba, o Campo de Argañán , em Espanha e Malcata em Portugal, com um total de 132.878 hectares.

Trata-se de uma zona situada na fronteira entre Espanha e Portugal, onde ainda predomina a floresta mediterrânica, pretendendo com este projecto a gestão activa e integral na defesa das espécies com maior eficácia dispersora como as aves, as plantas e insectos.

O projecto prevê dois grandes objectivos: o meio ambiente pretende a melhoria das populações de grandes aves como a Cegonha Negra, o Abutre Negro ou a Águia Imperial. Nos invertebrados temos o Porco Cerambyx, ou Euphydias aurinia e outras espécies de máximo interesse de conservação como é o caso do lince ibérico
Mas também dos diferentes habitats e ecossistemas de floresta presentes na área da qual devem ser elaborados indicadores de qualidade e métodos de gestão sustentável.
Também tem um eixo social de sensibilização e consciencialização tanto da população escolar como as pessoas que habitam na área através de campanhas de educação ambiental, com voluntariado, que “valorizem a biodiversidade da área”.



18.1.10

AS MARAVILHAS DO NOSSO PORTUGAL




DIVERSÃO NA NEVE




Há pessoas, como o Sérgio e amigos, que mesmo com neve, adoram passear na Serra da Malcata.

12.1.10

A NEVE NA SERRA DA MALCATA

Caro Conterrâneo:

Depois de ter dado uma fantástica volta de bicicleta, responsabilidade das fantásticas paisagens da Serra da
Malcata, com uns amigos durante a manhã de hoje dia 11, ficam alguns registos fotográficos do denso manto branco que cobria toda a serra para que possa colocar no seu blog, do qual sou visitante habitual.
Cumprimentos
Sérgio Vaz Correia




















Estes são os aventureiros que proporcionaram estas belas fotografias da neve na Serra da Malcata. Nem o frio e a neve os impediram de fazer aquilo que gostam. Ora, meus queridos, lanço-vos daqui um desafio: contribuir para a boa classificação da Serra da Malcata ( também chamada Reserva Natural ) na eleição das "7 Maravilhas de Portugal". A internet está a ficar já com muita informação e os adversários já mostram o que defendem. E vocês com essa genica toda, mesmo de bicicleta e máquina fotográfica, podem ajudar a divulgar essa maravilha.AGUARDO MAIS FOTOS E OUTROS CONTRIBUTOS.
Já agora, quem foi o fotógrafo? Para além do Sérgio, quem são os outros aventureiros?

11.1.10

OPERADO DE MANHÃ E IR PARA CASA À TARDE:

UCA EM FUNCIONAMENTO NO HOSPITAL DA GUARDA ( UNIDADE CIRURGIA AMBULATÓRIO )



A partir de hoje, o Hospital Sousa Martins ( Hospital da Guarda ) passa a ter condições para operar doentes em regime  de ambulatório. Ser operado de manhã e regressar a casa durante a tarde é possível com a abertura da Cirurgia de Ambulatório. O Dr. Dias Costa, director desta nova unidade cirúrgica está convencido que com este novo serviço, as listas de espera  vão diminuir, pois, este novo serviço vai operar 10 doentes por dia.
O que é a Cirurgia de Ambulatório?
Responde o Dr. Dias Costa:
"Todos os doentes operados serão contactados 24 horas depois para aferir do seu estado e do seu grau de satisfação com o serviço".
Com instalações próprias no rés-do-chão e primeiro andar do edifício mais antigo do antigo sanatório, a unidade é composta por gabinetes de triagem, uma área de preparação e o bloco operatório, complementado com a zona de recobro com quatro camas e cinco cadeirões para os doentes poderem recuperar. As obras de adaptação e o equipamento custaram cerca de 100 mil euros.
Para o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS), a unidade garante "mais comodidade ao doente e rapidez assistencial, além de aliviar muito as listas de espera em cirurgia". Fernando Girão acrescentou que a meta para este primeiro ano de actividade é "tentar ultrapassar os mil casos", sendo que a área de influência do serviço são dez concelhos do distrito. "Este tipo de cirurgia já funciona em Seia desde Setembro, onde foram operados 200 doentes", justificou. No entanto, o responsável alerta para a necessidade de informar os pacientes sobre esta nova forma de trabalhar: "Para algumas pessoas, ainda é muito difícil compreender que se vá para casa no mesmo dia em que se é operado", disse, realçando também a importância que os médicos de família e os cuidados domiciliários vão ter no acompanhamento daqueles doentes. 


Esta notícia é de extrema importância para os que vivem na zona abrangida pelo hospital da Guarda. Desde que o hospital garanta todas as condições exigidas para  bom funcionamento desta unidade, os doentes têm muito a ganhar. Já fui submetido a uma operação efectuada numa unidade de cirurgia de ambulatório e tudo correu bem. Recordo-me que entrei às 8h30 no bloco operatório e por volta das quatro da tarde estava a ir para minha casa pelo meu pé, embora ajudado pela minha mulher, pois, é necessário que o doente seja acompanhado nas primeiras horas. Comigo trouxe uns comprimidos e uns números de telefone. Tudo correu bem e houve a preocupação do médico da UCA me telefonar saber do meu estado clínico. Portanto, o serviço de ambulatório, quando funciona bem, vem contribuir para melhorar os serviços de saúde prestados pelos hospitais. Os doentes não devem recear estas unidades de cirurgia, pois, são sempre cirurgias que permitem aos doentes recuperar em suas casas, acabando também por ser mais baratas do que as que exigem internamentos no hospital. Nada melhor que a casa e a ajuda da família, sempre que essa seja a melhor opção para que o enfermo fique curado, claro está.
Oxalá a UCA do Hospital Sousa Martins seja uma unidade de referência nas cirurgias de ambulatório. Ganhamos todos.











10.1.10

MALCATA CANTA AS JANEIRAS





Dia 16 de Janeiro de 2010 pelas 19h30, Malcata vai dar um salto no passado para relembrar uma antiga tradição que é cantar as Janeiras.
Saiba mais aqui:






A RAIA E AS BOAS PRÁTICAS



A Cáritas Diocesana da Guarda apresentou em Novembro de 2008 um estudo intitulado "A RAIA: REALIDADE PROBLEMÁTICA, FUTURO DE ESPERANÇA".
Trata-se de um estudo levado a cabo pela Cáritas Diocesana da Guarda, de Ciudad Rodrigo e de Salamanca. Contou também com a colaboração da Fundação FINSOA e do Observatório Económico e Social da Universidade da Beira Interior.
O estudo visava alterar a situação raia portuguesa e espanhola e os promotores acreditaram que era possível que algo se mexesse na raia.
O documento foi notícia em muitos meios de comunicação social e também em blogues. Alguns exemplos:









http://aldeiademalcata.blogspot.com/2008_11_01_archive.html

O texto do documento pode ser lido aqui:


Dada a importância deste documento, volto novamente a falar do tema.  Neste estudo são dados a conhecer 9 casos de "Boas Práticas" levadas a cabo em Espanha e em Portugal. Da Zona da Raia Portuguesa são referidos estes casos:

- PISCICULTURA E RESTAURANTE TRUTACÔA
   Freguesia de Quadrazais, concelho do Sabugal
   ( No Sabugal e aldeias é mais conhecido pelo Viveiro das Trutas )


                                                                                                     

                                                                         
   O lago das trutas, foi uma excelente ideia e proporcionou
momentos de alegria, prazer e boa disposição a todos que por lá passam.





  Restaurante Trutalcôa




-EUROMEL
   Concelho de Penamacor
                                                   






-ENAT-ENERGIAS NATURAIS
  Sede em Lisboa, mas com filial no Sabugal











-QUINTA DO CARDO
  Figueira de Castelo Rodrigo



Estes exemplos de "Boas Práticas" mencionadas no estudo, eram apresentadas como exemplo de algo que se estava a fazer bem, que estavam a gerar uma actividade que alcançavam resultados positivos e eram exemplos susceptíveis de ser aplicada noutros locais. De facto, não conheço todos os projectos escolhidos. A Trutalcôa é conhecido por muitas pessoas no concelho do Sabugal. Eu já lá passei uns bons momentos de boa disposição na companhia da minha família e de amigos que me acompanharam. Actualmente, as informações que tenho são bastante cinzentas e o empreendimento está a passar por maus momentos. Oxalá aquilo que já foi considerado uma "Boa Prática", um bom investimento, com características inovadoras, realizáveis e sustentáveis, não caia no esquecimento e no desinteresse dos seus promotores e das entidades que deviam apoiar e ajudar a continuar a ser um projecto com futuro e importante para o concelho do Sabugal.

   O estudo sobre a Raia, foi levado a cabo entre Julho de 2007 e Junho de 2008. A ideia de "não nos resignarmos ao desaparecimento das populações presentes, há séculos, na Raia, e à sua conversão num deserto" esteve subjacente no cerne deste projecto.
   Solicitaram as opiniões de mais de uma centena de pessoas, conhecedoras e responsáveis das povoações de ambos os países, de Salamanca e da Guarda.
   
   Ao então presidente da Junta de Freguesia de Malcata, foi feita esta pergunta:
   "Quais são, na freguesia de Malcata, os projectos reais, possíveis e viáveis, de iniciativa privada ou pública, que possibilitem a criação de empregos"?
    RESPOSTA:-Reserva Natural da Serra da Malcata
                          - Campismo
                          - Criação de gado (cabras)
                          - Produção de doces
                          - Parque eólico
   Principal ideia da conversa com o Presidente da Junta de Freguesia de Malcata:


"Estamos muito isolados, estamos fora de contexto do desenvolvimento programado a nível do litoral, sofremos muito com esta situação porque não há investimentos".
   
ALGUMAS CONCLUSÕES DOS ESTUDIOSOS:
"Julgamos que é necessário falar, escrever, projectar e debater mais, para começar a fazer algo porque, apesar do cansaço de algumas pessoas mais participativas, é necessário criar uma corrente de opinião pública, dentro e fora da Raia, que pressione, estimule ou, inclusivamente, force a tomar decisões e a começar ou a continuar a agir.
Nesta linha, assumimos a nossa responsabilidade e queremos que este esforço não seja inútil, pois, pensamos que os estudos, os congressos, os fóruns, as reuniões e todos os contributos a este nível podem ser benéficos para ajudar a melhorar a situação na Raaia. O pior que poderia acontecer é que ninguém tivesse em conta, nem se falasse nada desta zona e dos seus problemas".


   Amigos, entendem agora a importância das reuniões, congressos, fóruns, associações, blogues, jornais e outras coisas tais?
   Seá que os nossos responsáveis políticos conhecem este estudo? Não lhes fazia mal se o lessem.

   



 

9.1.10

SABER VALORIZAR



Vivemos numa sociedade dominada pelo dinheiro, pelos bens materiais, por coisas descartáveis e que depois de usadas se deitam para o lixo. A sociedade de consumo e as evoluções tecnológicas dominam praticamente a nossa vida. Felizmente que vão surgindo testemunhos que nos mostram que nesta sociedade também há coisas que são imunes às influências do tempo, que podemos preservar o nosso direito à alegria, à sabedoria e à humanidade.
Os sinos do campanário da Igreja de Malcata também têm influenciado a vida das pessoas desde há muitos anos. As novas gerações estão mais voltadas para os computadores e as consolas de jogos. Na minha adolescência e quando estava na aldeia, sempre que ouvia as badaladas dos sinos da igreja, ficava assustado e corria a perguntar à minha mãe o que se passava. É que quando os sinos tocavam era porque alguma coisa aconteceu ou ia acontecer na aldeia. Cada toque tinha o seu significado. Pelo toque do sino as pessoas ficavam a saber se alguèm morreu, se era hora de ir à missa, se era preciso apagar algum incêndio, ou simplesmente, um aviso para rezar. E nos dias de festa, durante as procissões, os sinos não se calavam.

A preservação do toque dos sinos é uma acção que se devia levar a cabo. Talvez o exemplo vindo das nove cidades históricas de Minas Gerais, no Brasil, que quiseram preservar o toque dos sinos, influencie as gentes de cá a dar mais valor a coisas tão simples e imateriais, como são os sinos das igrejas.




8.1.10

A NOVA OPORTUNIDADE




IEFP

(Instituto Emprego e Formação Profissional)

da Guarda vai levar a efeito uma sessão de esclarecimento sobre o processo RVCC (Reconhecimento,Validação e Certificação de Competências), no próximo dia 12 de Janeiro, pelas 15h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Sabugal.

Esta reunião é dirigida ao público em geral e em especial, às pessoas que desejem alcançar uma formação equivalente ao 9º Ano de Escolaridade.

Em Malcata e noutras aldeias do nosso concelho, é sabido que há pessoas à espera desta oportunidade. A Junta de Freguesia de Malcata, já tentou lançar esta formação na aldeia, mas parece que a ideia não avançou, com bastante mágoa para o Vitor Fernandes. Muito se tem falado das Novas Oportunidades e destas iniciativas para aumentar a qualificação das pessoas. É claro que politicamente falando, o programa tem objectivos que para muitos de nós,são duvidosos. Contudo, o importante e o que interessa para agora, é agarrar a oportunidade que nos estão a oferecer.

Esta oportunidade deve ser aproveitada por aquelas pessoas, homens ou mulheres, rapazes ou raparigas que por variadas razões e circunstâncias das suas vidas, nunca tiveram a oportunidade de terminar os estudos do 7º,8º ou 9ºAnos de Escolaridade e também para aqueles/as que tenham só a antiga 4ªClasse…nunca é tarde para aprender.

Eu próprio já passei por este processo de qualificação. É um processo que  nada tem a ver com a ideia de regressar à escola, mas é mais um tempo em que as pessoas vão ser ajudadas a mostrar aquilo que a vida lhes ensinou, através das profissões, dos conhecimentos, das experiências e de tudo o que viveram, sentiram e alcançaram até ao presente, mas que nunca lhes foram verdadeiramente reconhecidos e validados.

E não me canso de chamar a atenção às gentes de Malcata, só têm a ganhar com esta oportunidade. Falem com o senhor Vitor Fernandes, presidente da Junta de Freguesia, que vos esclarecerá mais acerca desta reunião. Eu já agarrei esta oportunidade e consegui alcançar aquilo que ao princípio me parecia incapaz de ganhar.

As oportunidades só são boas oportunidades quando elas passam por nós e não as deixamos fugir e quando de facto essas oportunidades nos deixam mais ricos.

Compareçam à reunião do dia 12 de Janeiro. Quem lá for e depois necessitar de ajuda, pode contar com a minha, basta que entre em contacto comigo.

6.1.10

CINCO QUINAS EM MALCATA

    O Jornal "Cinco Quinas" andou pela freguesia de Malcata a fazer um trabalho de reportagem e o vídeo que se segue é uma peça desse trabalho. Vejam lá a reportagem :




   Cruzeiro? Chamem o CSI da judite, porque ninguém sabe do paradeiro do Cruzeiro que existia lá para a Rua da Moita. O seu desaparecimento deveu-se a quê? Era por ser de granito? Ficava ali mal? Claro que o cruzeiro, a ser verdade o que é dito no vídeo, nunca devia ter sido retirado dali. 
   A visita do "Cinco Quinas" está integrada num trabalho que o jornal tem feito por todas as freguesias do concelho. Há muito que aguardava por esta reportagem. O vídeo sobre Malcata é mais uma forma de divulgar a nossa aldeia, pois neste momento está também disponível no Youtube, indo assim acrescentar o número de vídeos já lá existentes. Outro dos vídeos realizado pelo "Cinco Quinas" durante esta visita à aldeia foi uma rápida entrevista a Vitor Fernandes, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia, reeleito recentemente para um segundo mandato. Ficou aquém daquilo que eu esperava. Não disse nada de novo e não entendi essa de arrumar a freguesia. Que me interessa a mim ter um forno público arrumado e limpo, ou um moinho bem arrumado se estes dois "motores" passam muito tempo parados e fechados? Qual foi a razão da recuperação do forno ou a construção do moinho? Vamos lá pôr estes equipamentos a trabalhar e façam o que fizeram com a Queijaria Tradicional. 
   Podem ver os vídeos aqui:



5.1.10

FICA MAL NA FOTOGRAFIA


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As casas retratadas nesta foto estão como podem observar. As portas e as janelas fechadas indicam-nos que estão desabitadas a maior parte do ano, se mesmo há muitos anos. A única porta que se vai abrindo é a porta da garagem da casa pintada de vermelho. Durante as festas da aldeia todas as comissões de festas fazem da garagem o armazém do bar que anualmente é montado aos pés da Torre do relógio.
No ano passado, a Junta de Freguesia, e bem, colocou um piso novo no Rossio.
As obras do forno já foram feitas há uns anos e o mesmo aconteceu ao antigo comércio que ali havia e está em obras de restauro a casa da esquina. Ora, esta fotografia vem chamar a atenção da urgente necessidade de embelezar mais o Rossio. Afinal, este local é a sala de visitas da aldeia. Há muitos anos que ali se realizam muitas actividades culturais, desportivas, lúdicas e tem servido para a realização dos bailes das festas de Malcata. Com esta fotografia quero alertar e denunciar esta situação.