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30 março, 2025

MALCATA: 1ª MÃO DA TAÇA "ALMA RAIANA" NO ARENA MALCATA

 

Malcata-Benquerença 2024

   Durante muitos anos na nossa aldeia os rapazes que gostavam de jogar à bola reuniam-se e iam para as tapadas jogar. Nas férias da escola, chegavam a reunir uma equipa para jogar com as aldeias vizinhas, ou então um daqueles jogos “solteiros contra casados”.
   Na nossa terra o desporto resumia-se ao jogo da bola. Como havia muita juventude, surgiu a Associação Cultural e Desportiva de Malcata que passou a realizar as actividades desportivas e culturais de forma mais organizada e programada ao longo de todo o ano.
   A Associação passou por maus momentos e chegou mesmo a ficar inactiva durante algum tempo, pois a juventude abalou para fora e não havia quem assumisse a direcção. Quando reabriu apareceu renovada, organizada e com novidades: atletismo federado. Foram tempos em que a aposta foi no atletismo para os mais pequenos e podemos agora dizer, foi uma aposta ganha e que enquanto se manteve a equipa técnica, honrou a modalidade, a associação e a freguesia. A bola não foi esquecida, apenas por falta de atletas, a associação voltou-se para o futsal e chegou a participar com uma equipa no torneio do município torneio "Inter-freguesias do Sabugal”, sempre com resultados modestos.
    O ano de 2017 ficou assinalado pela eleição de novos corpos sociais, um mapa de actividades diferente e verdade seja dita, tudo o que inclua comer e beber, é êxito pela certa. Já quanto ao desporto e à cultura, muitas dificuldades para formação de uma equipa de futsal, futebol de 11 só com a “contratação” de reforços externos e vestem o que cada um tem em casa ou do que ainda há dos antigos equipamentos da associação.
   Hoje, 30 de Março de 2025, pelas 16H30, está marcado um jogo de bola contra a Benquerença. Tal como aconteceu no ano passado, a Benquerença vem a Malcata para disputar um jogo de futebol de onze.
   O cartaz foi divulgado através da internet, esta semana também foi publicitado na página oficial da Freguesia de Malcata, na da Associação Cultural e Desportiva nem uma letra!!!! Muito diferente da promoção do ano passado, em que a ACDM e a JFM se apresentaram como patrocinadores do encontro realizado no campo da bola. Este ano numa versão mais “in” e com transmissão directa na internet, batizado com o nome “TAÇA da ALMA RAIANA” não tem patrocínios?
   Há tanta coisa a acontecer na aldeia e o vento nada me diz!
   Se puder e conseguir ver, vou ver numa janela aberta.
   Boa sorte Malcata.
                                                                                José Nunes Martins

LINK PARA VER EM DIRECTO AQUI:

3 d  ·

1.ª MÃO DA TAÇA ALMA RAIANA: MALCATA vs. ADCR BENQUERENÇA

📺 Transmissão em direto pela Aduane Sports

https://www.youtube.com/live/MsK7otdYVJA

🗓️ 30-03-2025 - 1.ª mão da Taça Alma Raiana

🕑 16h30

🏟️ Arena de Malcata

⚔️ Malcata 🆚 ADCR Benquerença

26 março, 2025

MALCATA EM IMAGENS

 

     DESAFIO DE HOJE:         


   Encontrei esta fotografia nos meus arquivos pessoais. 
   Penso que muitas pessoas na nossa aldeia reconhecerão o local de onde fotografei a picota (burra). Conseguem identificar em que sítio da aldeia se encontra o engenho usado pela Ti Rosa Amara, para regar as batatas, os pimentos, tomates à força dos braços e de balde?
   O desafio de hoje é identificar este sítio, cujo cenário muitos de nós reconhecemos e conhecemos assim como mostra a imagem de há uns anos atrás!
   
   Nota: Cliquem com o ponteiro em cima da imagem para ver melhor!
   
   

                                                             José Nunes Martins

23 março, 2025

ARES DE MUDANÇA EM MALCATA?

 


   Malcata está a ficar diferente, está transformada numa aldeia onde há casas recuperadas, umas do agrado de todos, mas outras só os seus donos parece gostar. Também alguns dos monumentos da freguesia mudaram de feições, alguns mudaram também de poiso, como é o caso do Cruzeiro de São Domingos e o Nicho da Senhora dos Caminhos. Este último caso foi mesmo destruído, esbarrondado pelas máquinas que andavam a trabalhar nas obras da barragem da Sra. da Graça (muitos era este nome escolhido), mas a mando de quem estava na Junta de Freguesia, penso eu que assim foi! Ainda pensei que esse nicho tão invulgar e tão respeitado pela população, fosse deslocado do lugar onde foi construído para não se perder aquele património e respeitar as crenças religiosas dos habitantes da aldeia. Assim pensava eu, por isso, quando visitei a aldeia pela primeira vez depois das obras de desmatação e limpeza da futura albufeira, apercebi-me que o nicho da Senhora dos Caminhos tinha desaparecido do local onde sempre o vi, que era a uns metros antes da ponte, no lado direito da berma da estrada para quem sai da aldeia e vai em direcção ao Sabugal ou Santo Estevão.

   Eu ainda pensei “se não está aqui, devem-no ter levado para outro lugar”.  Pensei ainda “foi mais para cima daqui”.

   Mas não, o nicho antigo desapareceu e foi mandado fazer outro nicho, novo mas completamente diferente, construído com pedra de xisto e granito, sendo a obra principal e central do novo jardim que ali nasceu. Este novo nicho foi uma oferta dos mordomos da Senhora dos Caminhos, que em 2004, se a memória não me falha, decidiram avançar com a obra e cuja inauguração veio a tempo da festa.

   Como tratam de ti, minha Malcata!

   O que havia na aldeia era simples, mas único e não conhecíamos coisa igual aquela. E não pensem que não gosto do novo nicho, é apenas a constatação de um facto que transformou para sempre a aldeia, neste caso, um mau exemplo daquilo que deve ser a preservação, manutenção e respeito por aqueles que nos precederam, pessoas dedicadas, trabalhadoras e crentes em fazer o melhor para todos.

                                                               José Nunes Martins

21 março, 2025

MALCATA: SEXTA-FEIRA DE SAUDADE

  
Rua do Carvalhão em 1994

   Só quem mora longe do lugar
que sempre gostou, é que sente saudades. Quem está fora continua a levar a sua vida da forma que melhor é capaz. E andamos meses e semanas a pensar naquele dia em que, faça chuva ou sol, rumamos em direcção ao nosso pequeno mundo secreto e ao qual pertencemos. Foi nesse pequeno cantinho do mundo, longe do mar e perto da floresta, que a nossa vida começou. É nessa pequena aldeia serrana, protegida dia e noite dos ventos que sopram do lado da Espanha, que por amor,
pela água fresca, pela liberdade que se vivia, muito afastados das preocupações que muitas famílias tinham que ultrapassar, sempre com todos os cuidados e cumprindo todas as leis do regime, que as frágeis árvores que nós eramos, se agarraram à terra e cujas raízes nos mantêm
para sempre ligados e agradecidos.

Os meus dois amigos fieis


    Vivemos com essa ideia de chegar aquele dia em que nós regressaremos. E o que parece fácil e rápido de resolver, demora anos a concretizar esse desejo. E de todas as dores que uma pessoa pode sentir, as da alma são aquelas que custa mais a passar. Não sei se convosco acontece o mesmo, comigo é duro e difícil. E talvez seja por sentir o que sinto que guardo em casa tudo o que se identificar com a aldeia onde nasci e que cada vez estou a visitar menos.

  




Rua da Moita

  Eu sei que é uma aldeia igual ou pelo menos, com muitas parecenças a outras aldeias do nosso país, do nosso concelho.

   A vida é feita de mudanças. E o nosso mundo responde e abre as suas janelas para sermos criativos, trabalhadores e ainda arranjar tempo para contemplação. Esse cantinho da aldeia, na rua com carvalhos gigantes e figueiras de figos lambões, numa casa sem electricidade, sem água nem torneiras, com uma loja cheia de vivo e dois porcos no cortelho por baixo das escaleras, nasci eu, João, na Rua do Carvalhão e um mês depois registado com nome de José. Um dia conto esta história de fio a pavio. Sei que há estórias bem piores!!!

  

 

    Saúdo todos aqueles que, tal como eu, optaram por conhecer mais mundo, caminham por estradas e céus bem distantes e que às vezes apanham uma ensaboadela por terem vergonha de se apresentar e revelar as suas origens. O trabalho, a resistência e algumas réstias de brutalidade beirã, que vem e faz parte das características dos beirões, inconscientemente, funcionam muitas vezes como os códigos de barras ou dos dados biométricos e não vale a pena esconder. Somos malcatenhos. 

                                                                  José Nunes Martins

    

 

 

 

 


19 março, 2025

MALCATA: ROSTOS E LUGARES

 AQUI VOS APRESENTO OS ROSTOS
E
O CENÁRIO QUE NOS AJUDA
A IDENTIFICAR O LUGAR
(para o desafio ficar mais completo)



Rostos de Malcata

Os rostos vão sendo identificados. A imagem anterior foi publicada sem paisagem, sem qualquer parede, árvore ou edifício ou chão que ajudasse a identificar as pessoas. Felizmente, a Madalena Corceiro, Deolinda Gonçalves Afonso, Maria de Lurdes Fernandes, Fausto, Gorete Rato, Célia Apolinário, Maria Fernandes (dos Santos)...tantos que já desvendaram o mistério destes rostos de Malcata, talvez duas  de pessoas que estão a gostar deste desafio. 
As memórias são muitas vezes associadas a pessoas, lugares, casas, ruas, animais e a união de todos os pontos conduz-nos a uma espécie de puzzle completo. 
A todos, o meu muito obrigado pelo interesse mostrado.


José Nunes Martins


AINDA MAIS UMA AJUDA:
Alguém me pode legendar a fotografia? 
Basta fazer a respectiva correspondência da pessoa com o número.

Cada vez mais perto!

18 março, 2025

ROSTOS DE MALCATA

       Encontrei esta fotografia nas redes sociais. Neste grupo de gente de várias idades há um rosto que reconheço e sei que não me engano. Pessoa conhecida por toda a região sabugalense, natural da nossa aldeia, vivia na Rua da Fonte, animador de festas, casamentos, bailes, ranchos folclóricos...um verdadeiro homem do espectáculo. 
   

Grupo de malcatenhos em dia de festa


Coloco aqui esta foto com este grupo bem disposto, em traje de gala, na esperança que me ajudem a descobrir a quem pertencem estes rostos. Confesso que há caras que sei serem de gente de Malcata, mas perdoem por não saber os seus nomes.  O desafio para este imagem é identificar todos os rostos. Ao autor desta fotografia o meu muito obrigado, talvez tenhamos a sorte de o(a) conhecer!

José Nunes Martins




17 março, 2025

OS ROSTOS DE MALCATA

       

Gente de Malcata
(Clicar na foto para ver melhor)


   Em 2014, estava na aldeia a passar uns dias. Esta fotografia foi tirada por mim, no mesmo dia em que a aldeia estava a ser pintada por um grupo de artistas dedicados à arte de pintar o que observam, o que sentem, ou outro motivo que lhes permita apresentar obra feita e relacionada com a aldeia onde estavam. 
   Onze anos depois, quando procurava uma outra imagem, encontrei esta no meio de outras que também são da mesma data. 
   Tenho muitas fotografias guardadas no meu arquivo pessoal. Quanto a esta imagem, é um pequeno tesouro, tendo em conta as pessoas que estão nela. 
   Não vou tecer qualquer comentário sobre estas pessoas, simplesmente vos deixo aqui estes rostos fotografados com todo o respeito que elas merecem. Ajudem-me a desvendar um pouco mais esta preciosidade: o lugar, o espaço, as conversas, as compras, os olhares das mulheres e os sorrisos dos homens a ver a Torrinha transformada numa praça dos pintores...e eu com máquina a tiracolo. Vamos lá desvendar. Obrigado.

                                         
José Nunes Martins


                                                          Desvendado o mistério:
     
Gente de Malcata
(Clicar na foto para ver melhor) 
Legenda da esquerda para a direita:
Lena, Ana, Ti Manel, Zé e Ti Santa
  

27 fevereiro, 2025

MALCATA: É TEMPO DE FAZER PROVA DE VIDA

    

Malcata-Praça do Rossio precisa de ser arrumada

   A Câmara Municipal do Sabugal, de 2021 a 2024, não apresentou qualquer proposta de reabilitação urbana para a Freguesia de Malcata. E, agora, a poucos meses de irmos para as eleições autárquicas, que até podem vir a mudar as caras do poder e a distribuição de lugares, vem propor uma Área de Reabilitação para a freguesia de Malcata.
   Isto tem mesmo cara de propaganda política. Desde a sua aprovação pela Câmara Municipal, às idas e vindas dos organismos do Estado, que pode levar meses de espera, leva-me a pensar que se trata de mais uma promessa impossível de ser cumprida por estes dois executivos, o municipal e o da Junta de Freguesia de Malcata. É que passar do papel ao real, não se faz da noite para o dia ou do mês de Janeiro para Fevereiro. As etapas que têm de ser levadas a cabo vão demorar algum tempo a concretizar-se. Duas já estão concluídas, foram em Janeiro, assunto de deliberação na Reunião da Câmara e amanhã, 28 de Fevereiro de 2025, vão a votação na sessão da Assembleia Municipal do Sabugal. E tendo em conta a formação da actual Assembleia Municipal, a aprovação da ARU está garantida.  Depois seguem-se as etapas seguintes, a começar pelo envio do documento para publicação em Diário da República; depois irá parar ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (prazo máximo de três anos), para a seguir se proceder à elaboração da
ORU ( Operação 
de Reabilitação Urbana); para depois ser aprovado noutra reunião de Câmara, que ainda o terá de publicar e colocar em discussão pública e depois, voltar a enviar outra vez, à Assembleia Municipal, onde será apreciado e votado; se for aprovado, tem de ser enviado para publicação, em Diário da República e depois ficar disponível, para consulta, na página oficial da Câmara Municipal.

   Já se perderam em alguma das etapas? Pudera! Tantas voltas e reviravoltas, a confusão e as dúvidas não ficam por aqui. Então, se durante quatro anos de governação autárquica (Câmara e Junta de Freguesia) não apresentaram o tão importante plano de reabilitação da freguesia de Malcata, querem agora fazer os malcatenhos acreditar em milagres? A poucos meses das eleições, que até vão decidir quem ocupará as cadeiras do poder local, que será durante quatro anos, com fortes possibilidades de ocorrerem mudanças políticas ligadas ao poder autárquico, é que se lembraram desta visão futurista para reabilitar a freguesia de Malcata? Até ao contar das votações a possibilidade de as coisas mudarem é real e pode mesmo acontecer!
   Sabemos todos que, na nossa santa terrinha, já não há quem precise de tempo para vindimar. Mas a sabedoria popular lembra que, até à lavagem dos cestos, ainda a vindima decorre!
   Só se a populaça anda completamente atarantada é que se cortam as pernas a uma oposição e a uma verdadeira alternativa política. Não é bom para a democracia, é mau para a freguesia deixar que continuem os mesmos de sempre, agarrados ao poder e aos lugares e ficarem a rir-se tanto ou mais que em 2021.
   Haja espaço e vontade de intervir.
   Quem avança?
                                                  José Nunes Martins

25 fevereiro, 2025

ARU DE MALCATA: PORQUÊ SÓ AGORA, EM ANO DE ELEIÇÕES?

   

                                                   ARU da freguesia de Malcata 


     A Câmara Municipal do Sabugal, está a tratar da reabilitação urbana de três freguesias: Bendada, Fóios e Malcata. E, conforme a imagem mostra, já está definida a área de intervenção na nossa freguesia.
   Mas o que vem a ser isto de Área de Reabilitação Urbana da Freguesia de Malcata?
    As áreas de reabilitação urbana são definidas e delimitadas tendo em consideração as insuficiências e fenómenos de degradação ou obsolescência do edificado, do espaço público, das infraestruturas urbanas, dos equipamentos e dos espaços verdes, bem como fenómenos de declínio da atividade económica e de “erosão” social, que, no seu conjunto, justifiquem uma intervenção integrada de reabilitação e revitalização de espaços urbanos.
   Estes aspetos foram identificados no âmbito do trabalho de campo que possibilitou o reconhecimento detalhado do território.
   Estas são as justificações gerais para as Câmaras Municipais criarem as tais ARU’s (Áreas de Reabilitação Urbana ). O que se lê no  documento da ARU de Malcata é que os lugares e infraestruturas foram identificados e o território detalhadamente reconhecido, ficamos a saber que há espaços e infraestruturas públicas dentro da ARU de Malcata, cuja responsabilidade cabe à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia de Malcata, portanto, mesmo sem ser criada esta área tão especial e específica, em nada vai alterar o estado de responsabilidade, ou seja, não era preciso aprovar a ARU porque já é responsabilidade do poder local, Câmara e/ou Junta de Freguesia de Malcata, zelar por esse património. Já no que se refere aos espaços verdes ou dos espaços urbanos, eles são tão poucos, que não tenho muito a dizer. Agora, falando das redes de saneamento e de abastecimento de água, todos já sabemos o estado destas infraestruturas, que começaram já a ceder e a trazer problemas. E para resolver esses problemas não precisaram de criar a tal ARU! Há uns tempos, a Rede de Abastecimento de Água na freguesia de Malcata, foi alvo de um investimento avultado, quando foram feitos uns metros de rede e a entrada em funcionamento de bombas eléctricas para aumentar a pressão da água na rede. Os quase 40 mil euros investidos (gastos) nessa intervenção, prometiam o fim dos problemas que havia no abastecimento público de água e que as pessoas há muito reclamavam. Desconheço os ganhos obtidos com essa obra, porque mantiveram em funcionamento o mesmo furo de água, o mesmo sistema de bombar a água do Vazão até à Rasa, onde está o velhinho depósito.
   A área que querem ver aprovada, conforme a imagem mostra, existem realmente construções muito antigas, degradadas, vazias e que reclamam uma intervenção. O que a imagem não nos mostra e esconde são os planos que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia querem que sejam feitos nessa área de reabilitação.
   A mim e aos outros cidadãos com propriedades, dentro desta ARU, interessa-nos zelar por aquilo que é nosso, pelo legado que recebemos dos nossos pais. E claro, temos interesse na obtenção do maior rendimento possível dos terrenos ou casas. E cabe à Câmara e à Junta gerir o território respeitando e fazendo respeitar as leis.  O que o poder local não pode fazer é gerir as coisas como se fossem suas, autorizam a uns e proíbem a outros, obrigam a uns a derrubar e a outros fecham os olhos e não se incomodam com o caos e desrespeito público. Já deu para ver que a nossa aldeia está um caos urbanístico e alguns terrenos que, antes eram agrícolas, hoje não há ruas, há bêcos sem saída, com calçadas públicas que apenas são utilizadas pelo proprietário da habitação, que construiu afastado da rua principal.      Tudo foi autorizado e agora não há como corrigir o mal, a autarquia de Malcata fez obras públicas em áreas que de “públicas” nada tinham.
   Mas voltando ao programa de reabilitação Urbana para a freguesia de Malcata, quem ler o documento até ao fim, fico sem conhecer os edifícios que vão ser reabilitados, as ruas e os espaços verdes que vão sofrer melhorias. A Câmara e a Junta de Freguesia têm que ser mais claros e dizer ao que vêm. Não compete aos habitantes de Malcata a começar obras e se pensarem bem, pensem no que pode acontecer nos próximos meses deste ano. Basta ter em conta que o tempo do mandato desta Junta de Freguesia está a chegar ao seu fim. E se em três anos e meio não se sabe o que investiu, gastou ou guardou no cofre, também não se sabe o que falta aplicar. Em matéria de obras, este último ano, o que foi feito? Que melhoramentos extraordinários fizeram, para além de de vez enquando limpar as ruas?
   Não acham que é tarde para virem agora com esta ideia do programa de reabilitação urbana? Vai ser um documento feito à pressa, sem estudos sérios, sem a participação dos habitantes, proprietários ou não, mesmo difícil de elaborar um bom plano. Nesta ARU que querem aprovar estão incluídos espaços verdes, espaços e edifícios públicos, privados e infraestruturas. A Praça do Rossio, a sede da Junta de Freguesia, a requalificação da rua de Baixo, a reabilitação da Zona de Lazer, são alguns dos cancros a precisar de cura. Mas nada disto está escrito, nenhum destes locais se diz que vão ser reabilitados.
                                       
José Nunes Martins
Aprovação da ARU de Malcata 
em reunião da Câmara do Sabugal







Ordem de Trabalhos da Assembleia Municipal
do Sabugal (ARU de Malcata)
a realizar no dia 20-02-2025
    

23 fevereiro, 2025

MALCATA : O QUE É ISTO DE "ARU" ?

 

Área Reabilitação Urbana de Malcata
Limites



   A Câmara Municipal do Sabugal, em ano de eleições autárquicas, prepara-se para exibir três cenouras às pessoas das freguesias de Bendada, Fóios e de Malcata. A estratégia, que até já foi aprovada em reunião do executivo do concelho, é levar as cenouras à Assembleia Municipal, com data marcada para o próximo dia 28 de Fevereiro, portanto estamos muito próximos desse dia. Que se saiba, na freguesia de Malcata ninguém sabe o que se trata, discussão pública nem a própria Assembleia de Freguesia de Malcata sabe de que estou aqui a falar. E se o desconhecimento também incluir o presidente da Junta de Freguesia, aí então está o caldo todo entornado.

   Tive acesso à leitura do documento e aqui estou a partilhar convosco e a minha primeira análise e as minhas primeiras dúvidas sobre a oportunidade e a urgência da estratégia escolhida pelo município, que sabendo da realização das eleições autárquicas, lá para o final de Setembro ou Outubro, vai andar este tempo todo a falar dos planos que foram já aprovados e que vão trazer muitos benefícios às pessoas.


Rua do Canto-Rua da Fonte

                                  


   Quero aqui deixar claro que, eu não sou contra as Áreas de Reabilitação Urbana de Malcata, dos Fóios ou da Bendada. Sou a favor da reabilitação urbana, social e económica da minha aldeia e das outras todas.  
 

Rua de Baixo
Adro da igreja

   

  -Então, mas o que se passa com a freguesia de Malcata? Perguntam vocês e com toda a razão.
   Vou ser claro e rápido, depois noutro dia volto ao assunto com mais tempo.       Ora bem, o que se está a passar na Câmara do Sabugal é que os senhores do executivo, isto é, presidente Vítor Proença, vice-presidente, vereadores do município, aprovaram a Área de Reabilitação Urbana da Freguesia de Malcata, também a dos Fóios e Bendada. O documento vai ser apresentado e votado na próxima Assembleia Municipal, reunião que se vai realizar no próximo dia 28 de Fevereiro de 2025. 

Edital Assembleia Municipal
para 28-02-2025



Piscina 

   Algum dos habitantes da nossa aldeia sabe o que diz essa coisa do ARU? Nesse documento está escrito que os “peritos” percorreram a freguesia de Malcata e tomaram conhecimento da realidade e da necessidade de intervir na reabilitação urbana e baseados nesses estudos, riscaram a área e os limites até onde ela chega, pois, todo o edificado e espaços públicos, irão ficar abrangidos pelos benefícios e obrigações aprovados na tal ARU e respeitando as leis do Estado. Ter uma área definida é legal, é bom. Só que ter uma área urbana, sem a participação da Junta de Freguesia, da Assembleia de Freguesia e sem se discutir em público, é perigoso e pode trazer chatices futuras, incompreensões e recusas em aplicar as medidas que a ARU define como necessárias.
   
                                                                 

Estação Elevatória de Malcata

   No documento que li, em lado nenhum estão definidas as intervenções públicas, nos espaços comuns, nos terrenos de particulares, de concreto a ser feitas, quem as executa e quem as paga. Apenas referências gerais, que fazem parte de qualquer ARU neste país. E aquilo que parece tão simples de fazer, pegar no mapa da freguesia e riscar a vermelho as linhas que não se podem pular, podem transformar-se num pesadelo para algumas pessoas da nossa freguesia, que como donos e proprietários legítimos, podem vir a ser expropriados, ser forçados a vender ou a deixar espaço para servidões e até à obrigação de ser obrigados a fazer obras onde não estavam a pensar fazer. E estas coisas, menos boas, a boazinha câmara municipal, nem se pronuncia nesta ARU. Porque será? Será que, em ano de eleições, há que mostrar que vão fazer o que nunca fizeram? É muito fácil elaborar esta ARU, assim como está, sem mencionar que infraestruturas, equipamentos públicos, espaços verdes e espaços urbanos vão mesmo ser reabilitados. 
                                             

Praça do Rossio

   Quanto dinheiro público vão investir na freguesia? Nós, os particulares e proprietários, sabemos que há benefícios e apoios. E eu sei, que cabe a cada proprietário fazer requerimento à Câmara do que pretende reabilitar. E quem não sabe, aqueles que só acreditam quando lhes dizem o que devem fazer? E se algum proprietário não quiser fazer as obras que a Câmara achar necessárias, ou que não as terminem dentro do prazo, o que vai acontecer? Expropriam e declaram utilidade pública? Depois das obras feitas, quanto tempo têm os proprietários para pagar?
   E vou terminar com mais estas perguntas:
   A Junta de Freguesia levou este documento "ARU" à votação da Assembleia de Freguesia? E o que ficou decidido? 
   Bem, chega de questões e quem arranjar tempo e paciência para ler, pode pesquisar na internet estas palavras: DL nº 307/2009 ....  


https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/307-2009-483155
                                                                

                                        José Nunes Martins














11 fevereiro, 2025

MALCATA: CARLOS CLEMENTE, ARRAIANO COM OBRA FEITA

    AOS CINCO ANOS, VIU O SEU PAI EMIGRAR PARA O BRASIL, DEIXANDO A MULHER E TRÊS FILHOS ENTREGUES À SUA SORTE. 
   FOI CONVIDADO PELO DR. ALMEIDA SANTOS (PS) PARA SER CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL; FOI MEMBRO DA COMISSÃO INSTALADORA DA RESERVA DA SERRA DA MALCATA; 
   EM 1993, FOI ELEITO PARA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DE MALCATA;
   O LAR PARA IDOSOS EM MALCATA TORNOU-O UMA REALIDADE.
   O blogue ( jornal on line ) Capeia Arraiana, esteve à conversa com este bom homem e cujas palavras aqui transcrevo. Basta clicar neste link e ler com atenção:

   https://capeiaarraiana.pt/2025/02/09/carlos-lopes-clemente-dinamico-arraiano/#more-225548

Um dia que fica na história de Malcata

                         



   

10 janeiro, 2025

QUANDO É QUE AS CABRAS CHEGAM AOS BALDIOS DE MALCATA?

   

Cabras e cabritos que conheciam bem o seu pastor.
(No tempo em que o Ti Manuel Santos tinha saúde...)



          Como está o projecto da
    Exploração Pecuária nos Baldios de Malcata?

   Vamos lá ter cabras quando?
   Há tanta gente sem uma casa digna desse nome que faz dó olhar para aquele enorme edifício vazio! A casa de abrigo e o departamento comercial estão construídas as suas paredes exteriores e respectiva cobertura. A chuva não entra graças às portas e janelas. O que falta então? Até dinheiro para o fornecimento de energia fotovoltaica já foi dado pela Câmara do Sabugal! E este valor é para juntar aos 100.000,00 euros que a mesma Câmara já tinha aprovado em reunião! Também se pagaram plantas, pastos, vedação do terreno…uma peça para a sala de ordenha (há muito que estava embrulhada e protegida com plástico, eu a vi no coberto da antiga escola primária).
   Há luz? Água do furo? WC’S e papel higiénico?
   Se a resposta a estas questões for positiva, só me resta mais uma questão:
   Quem são os pastores das cabras?
   Ajudem-me a compreender tanta demora neste ambicioso projecto, que tanta gente fala e está como que com destino previamente decidido pela autarquia, cujo presidente, é também, o responsável pelo acompanhamento da obra.
   Aguardo então pela vossa ajuda.
   Obrigado
   Há tanta gente sem uma casa digna desse nome que faz dó olhar para aquele enorme edifício vazio! A casa de abrigo e o departamento comercial estão construídas as suas paredes exteriores e respectiva cobertura. A chuva não entra graças às portas e janelas. O que falta então? Até dinheiro para o fornecimento de energia fotovoltaica já foi dado pela Câmara do Sabugal! E este valor é para juntar aos 100.000,00 euros que a mesma Câmara já tinha aprovado em reunião! Também se pagaram plantas, pastos, vedação do terreno…uma peça para a sala de ordenha (há muito que estava embrulhada e protegida com plástico, eu a vi no coberto da antiga escola primária).
   Há luz? Água do furo? WC’S e papel higiénico?
   Se a resposta a estas questões for positiva, só me resta mais uma questão:
   Quem são os pastores das cabras?
   Ajudem-me a compreender tanta demora neste ambicioso projecto, que tanta gente fala e está como que com destino previamente decidido pela autarquia, cujo presidente, é também, o responsável pelo acompanhamento da obra.
   Aguardo então pela vossa ajuda.
   Obrigado

                                  José Nunes Martins
   
   As seguintes imagens espelham um pouco aquilo que se está a passar na nossa freguesia. Antes do boom dos telemóveis, das auto-estradas e dos hipermercados, havia muito gado na aldeia e os lameiros bem cuidados. O aparecimento de pequenas indústrias nem sempre é devidamente pensado e quando não há um plano de negócios viável, é um negócio condenado ao fracasso. E investir à custa do apoio financeiro sem apoios na gestão, também não é aconselhável. A realidade é muitas vezes dura, difícil de suportar e qualquer atraso ou problema, tem consequências nefastas, que muitas vezes são coisinhas ligeiras mas com o tempo fazem feridas difíceis de sarar.  Olhemos para estas imagens e vamos reflectir sobre a fileira do pastoreio. 
   

   



No tempo em que todas as famílias
criavam cabras e as levavam para o campo.



Agroraia 2019- Apresentação do Rebanho à
comunidade local (Malcata) 


Portas fechadas da queijaria em Malcata
explicam muito o que se passa.
 
A obra existe e está à vista no Google.
Sem cabras e sem pastores é dinheiro desperdiçado!

Enviem comentários.
Obrigado




01 janeiro, 2025

MALCATA: BALANÇO DE 2024

   


 Todos desejamos ter saúde, paz, prosperidade, trabalho. Por uns minutos esquecemos as preocupações e as asneirolas feitas durante o ano velho e só pensamos no novo.
   Saímos das nossas casas para olhar e admirar o fogo de artifício e por uns momentos nada dói, não há preocupações e há que aproveitar o momento de luz, som e champanhe nas primeiras horas do novo ano. E agora que já estamos em 2025, é chegado o momento de recordar o ano que passou fazendo um balanço e fazer uma lista de coisas a fazer nos próximos meses. Por estes dias é este o meu propósito e quando estiver pronto, aqui será publicado.

   Um detalhe: ajudem-me a escrever o balanço enviando uma lista de assuntos, acontecimentos que ocorreram em 2024, contribuindo assim para um trabalho mais abrangente. Têm até este sábado para enviar via mail: josnumar@gmail.com.
   Resta-me agora desejar um Próspero Ano Novo e um 2025 melhor ou, no mínimo, igual que o ano de 2024.
  

16 dezembro, 2024

MALCATA - NÃO QUER O QUE SORTELHA VAI TER !!!



COMUNIDADE DE ENERGIA INCLUSIVA DE MALCATA

Reunião "OnLine" da direcção da AMCF com
João Víctor, Presidente da Junta de Freguesia de Malcata e
Víctor Fernandes, Presidente do Lar de Malcata


MALCATA  NÃO QUER O QUE SORTELHA VAI TER !

   Caros Malcatenhos:
   Leiam por favor:

   "Junto envio a apresentação que fiz à Junta de Malcata e ao Lar de Malcata para criação de uma Comunidade de Energia em Malcata".

   Sortelha vai ter a sua. O tema vai à Assembleia Municipal na próxima sexta-feira, dia 30

   Até hoje não obtivemos qualquer resposta nem da Junta nem do Lar!
   É este o fado de Malcata nas mãos de quem está... uma tristeza!

   Cumprimentos
   Engº José Escada da Costa
   Presidente da Associação Malcata Com Futuro

   A PROPOSTA PODE SER CONHECIDA AQUI: p.f. clicar neste link

07 dezembro, 2024

NATAL NA MINHA ALDEIA _ MALCATA

    


   As ruas da minha aldeia continuam tristes nesta época de festa. Vem aí mais um Natal e o presépio. Lembro-me de em criança ir aos musgos e paus velhos cobertos de uma espécie de musgo e uma ida ao pinhal procurar o pinheirinho mais perfeito de todos, com ramos verdes e bem composto.
   Actualmente o Natal é mais plástico que imita o que antes era natural. Já são muito poucos que ainda se juntam e de cesta na mão, vão aos musgos para depois fazer o presépio, com aquelas figuras de barro, pontes, casas, moinhos…um mundo de faz de conta em barro.
   O Natal é um delírio comercial e político vestido de carneiro manso e mãos largas. Desde Outubro que andam a enviar para publicação as compras que vão fazendo para fazer a festa de Natal. Como são poucos, falta quem ligue as luzes de Natal, monte todo o circo, pense e dê vida às ideias dos colaboradores incumbidos de montar todo o evento natalício.
   Como nesta época do ano os dias têm menos luz solar, a noite chega mais cedo e é muito bonito andar pelas ruas com tantas luzinhas a piscar. A entrada da nossa aldeia está toda iluminada, com a Senhora dos Caminhos em destaque, não precisava de tantas luzes, porque as árvores estão iluminadas e o recinto deixou de estar às escuras como sempre está no resto do ano. Aqui há a luz que não existe  
nas ruas da aldeia que, por falta de não sei de quê, não mereceram ficar enfeitadas, por razões que desconheço e alguém sabe porque enfeitam a entrada da aldeia, a Torre do Relógio e a Sede da autarquia. A magia das luzes de Natal nas ruas deixam as pessoas mais alegres, mais convidativas a sair de casa.
   Noutros tempos, para iluminar as igrejas, acendiam-se velas, enquanto cá fora, a escuridão escondia os rostos de quem por necessidade caminhava nas ruas. Com a chegada da luz eléctrica, tudo mudou, mas depois destes anos todos, talvez uns 52 anos, as ruas da aldeia continuam às escuras no Natal. Vivem e encolhem os ombros, aceitando e não resmungando, não perguntando, pensam que se a aldeia está às escuras, é porque ninguém as iluminou!
    A aldeia é a que os seus habitantes desejam que seja, é onde as pessoas vivem com o que têm.  Há que ganhar coragem de encarar a realidade e questionarem-se uns aos outros se alguma coisa podem fazer para mudar, mesmo que seja cada casa ficar iluminada durante este mês de Dezembro.


                    Luzes e música em Matosinhos:



10 novembro, 2024

MALCATA: QUE DESTINO?

 

   No Dia do Concelho, a minha reflexão é esta:

   Na nossa freguesia, são muitos aqueles que deixaram a aldeia e partiram em busca de uma vida melhor. Não temos registo do número de pessoas que saíram e para onde foram, sabemos que deixaram a terra e foram em busca do sonho de poder construir uma vida mais digna, fazendo trabalhos diferentes daqueles que faziam nos campos da terra. Alguns nem se importaram de ir trabalhar naquilo que nunca imaginaram alguma vez na vida, mas foi o que lhe arranjaram. O que importava era o dinheiro que recebiam no final do mês, enviar algum para a família e pagar as suas próprias despesas.
   No princípio tudo é estranho e ganha-se coragem para ultrapassar todos os obstáculos
que um país estranho, uma língua que não se fala ou percebe, porque a vontade de vencer é tanta que desistir nem pensar!
   Actualmente o número de gente nascida na nossa aldeia e que está a trabalhar fora do seu espaço geográfico é maior que o número de habitantes a viver nela. Se juntarmos os mais novos, as novas gerações, rapazes e raparigas que estudam nas Universidades e escolas, mais os que estão a trabalhar em grandes empresas multinacionais, mesmo até em organismos do Estado, chegamos facilmente a um desequilíbrio nos dois pratos da balança, pesando mais o lado dos malcatenhos fora da aldeia.
   Ai destino, ai destino que é o nosso! Que destino será? Pelos vistos, a nossa gente tem tido um destino fora da nossa área espacial. Mas o pensamento dominante é que quem defende melhor os interesses da terra é quem vive e sente na pele os problemas e as dificuldades do dia a dia, seja em casa, nos campos, nos caminhos e nas ruas.
   Malcata mais parece uma aldeia daquelas onde o cidadão comum, as pessoas comuns,
não contam para nada. O destino é traçado por quem detém o poder, pois decidem o que fazer no presente e quanto ao futuro, não se está a exigir a criação das condições para que o bem comum seja tido em conta e seja partilhado quando há que decidir o que fazer, como fazer e um tempo para concretizar.
  
  

04 novembro, 2024

MEMÓRIAS DE MALCATA-1

 

 Uma das casas mais vistas em Malcata

   Uma recordação de outros tempos. Uma casa grande, onde entrei só porque me abriam a porta. 
   Eu adorava estar na cozinha. Gente boa que ali vivia na casa grande. Como está ao lado do adro da Igreja Paroquial, é uma das casas mais vistas da aldeia. Por onde andarão os que nela viveram?

19 outubro, 2024

O MELHOR CABRITO É DE MALCATA

 


   Foi com satisfação que vi a nossa freguesia de braços abertos a receber a iniciativa da Confraria do Cabrito na Brasa do Sabugal. O pretexto é a realização do IV Capítulo da Confraria, com sede no Sabugal e que hoje, 19 de Outubro, tem Malcata como cenário.
   Ora é conhecido por muitos da nossa região que na freguesia de Malcata o cabrito sempre foi afamado e considerado como o melhor cabrito da região. Não é de estranhar que nas conversas entre os confrades que hoje estão em Malcata, contem várias histórias com cabritos que vinham comprar aos taberneiros da terra. Havia cabras e cabritos em abundância e satisfaziam a procura, principalmente nas épocas festivas do Natal, Páscoa e os meses de férias dos emigrantes. E como era famosa a iguaria, todo o ano se vendia.
   Quando era ainda garoto, aos sábados era cena habitual ver pessoas a chegar à Taberna do Ti Joaquim Ruvino e iam acomodar-se lá ao fundo do corredor, onde a Ti Benvinda com a ajuda das filhas ultimavam os preparativos para a refeição dos visitantes. Nunca vi ou ouvi anúncios a publicitar este lugar, eu admirava-me como é que as pessoas apareciam ali, entravam e todos dali iam satisfeitos, bem-dispostos e não se poupavam aos elogios aos donos da taberna. Mais tarde entendi que o sítio era conhecido por todo o país como um dos lugares de excelência para degustar um cabrito assado à maneira e
o segredo ia-se passando de boca em boca. Estes prazeres ainda demoraram uns bons anos, muitos repetiram a visita, outros levavam para casa, também levavam para oferecer a um amigo, ao seu doutor do hospital ou a quem arranjou trabalho a um familiar.
   E na aldeia não faltava onde comprar carne de cabrito. Lembro-me do Ti Apolinário e mais tarde do seu filho Fernando que também muito cabrito eles criaram e venderam. Os pastores também faziam os seus negócios e muitas das vezes, levavam o animal ao Ti Joaquim Ruvino para que o preparasse e deixasse limpo de maneira a ser levado pelo comprador.
   Há uns tempos e a propósito do cabrito assado na brasa ou cozinhar carne nas panelas de ferro, dizia-me uma das filhas do Ti Joaquim Ruvino que não esqueceu os ensinamentos da mãe nos tempos em que o lume e as brasas produziam toda a energia necessária para cozinhar. Com os olhar dirigido para as grelhas e as mãos a colocar pratos, talheres e copos sobre a mesa, sem parar graças à dedicação e entrega que mãe e filhas sempre punham naquelas ocasiões de bem servir.
   Gostava de continuar a escrever, mas vou ficar por aqui. Apetece ainda dizer que em relação à carne de cabrito criado em Malcata, só posso ter esperança que algo de bom aconteça e depois ouvir as pessoas a dizer de boca em boca que “o melhor cabrito é o de Malcata. Souberam manter o legado e a qualidade é excelente”.
   Que este dia 19 de Outubro seja histórico para a História Gastronómica de Malcata.

  

                                                                                          

18 outubro, 2024

CABRITO ASSADO EM MALCATA

    


   Há confrarias pelo país todo e algumas são autênticos clubes privados, associações de pessoas que se unem a defender os mesmos interesses de grupo, de sociedade e mesmo pessoais, usando a confraria para se manterem na onda.

   Louvo os confrades da Irmandade das Almas, da Confraria de Santo António, da Confraria da Senhora do Rosário e do Santíssimo. Eram confrades para voluntariamente servirem e ajudar quem precisava.
   Quanto às confrarias gastronómicas todas se reclamam defensoras de algum produto, tradição, costume e sempre que reúnem convidam outras confrarias para a festa. Ou seja, vestem as suas capas e outros complementos que pode ser um chapéu, uns bordões de madeira, um copo, muitos “pins” presos com alfinetes e estão prontos a desfilar e a mostrar-se aos outros confrades e convidados.
   Andei a observar alguns cartazes que as confrarias divulgam quando se reúnem em Capítulo. Apercebi-me que na sua grande maioria contam com a presença dos presidentes das Câmaras Municipais, dos Presidentes das Juntas de Freguesia, de outros políticos, engenheiros, doutores e professores, empresários, uns no activo e outros a viver as suas agradáveis reformas. Todos diferentes e de lugares distintos, alguns foram os responsáveis de se ter perdido certas tradições e identidades, abandono do património e do território e que pouco fazem hoje para defender o que de bom existe. E alguns afirmam solenemente que estão nas confrarias para defender e promover o que de bom e do melhor existe e se produz no território que a confraria diz defender e promover.
   Será que os confrades se apercebem do que se passa na freguesia de Malcata? Que informação lhes é transmitida sobre a freguesia, sobre os produtos com valor, com qualidade, quem os produz e em que condições os comercializa? Saberão eles quem merece o apoio e quem é apoiado, levado para todas as feiras e mercadinhos e ignoram  os artistas e empreendedores  fazer o seu próprio percurso criativo e artístico, lá partem para eventos, feiras, worshops, formações e com a aldeia no coração e no pensamento, vão às suas custas sem qualquer mimo das entidades públicas da terra, nomeadamente da autarquia, que tem o dever de defender e apoiar quem se propõe acrescentar mais valor à freguesia, divulgar a sua riqueza natural, os seus produtos. Eu, sinceramente,  custa crer que o que acabei de falar seja do conhecimento dos que amanhã estejam na freguesia e se dizem defender o território do Sabugal.  Questiono-me sobre o que irá ser transmitido amanhã quando os confrades fizerem a pergunta sagrada ao anfitrião da freguesia:
    Quando podemos preparar, distribuir pelas famílias da aldeia de Malcata um cabrito do rebanho das cabras serranas, que depois de bem confecionado, possa ser oferecido gratuitamente a quem visitar a freguesia num 19 de Outubro como o deste ano?
   É uma pergunta difícil de responder, mas se todos os confrades a fizerem a si próprios, penso que estaria encontrada uma via para o escoamento da produção do bom e do melhor cabrito na brasa do concelho do Sabugal.
   Isto de oferecer carne de cabrito por toda a freguesia parece utopia da minha parte e sei que muitos se estão a rir da ideia. E se quem degustar um naco de cabrito, um bocado de pão e um copo a ajudar, achar que é óptimo, saboroso, único, ambiente agradável, despretensioso e o deixa feliz da vida, voltar mais vezes e disser boca a boca que o melhor cabrito assado na brasa, o mais natural e que é “algu” do Sabugal, se encontra na aldeia de Malcata, ali aos pés da Serra e da Reserva Natural da Serra da Malcata?
   Assim é que respeitamos e defendemos o que é nosso, da freguesia, do concelho, saberes e sabores que os nossos antepassados nos deixaram.
   Espero ter boas notícias sobre o IV Capítulo da Confraria do Cabrito na Brasa-Sabugal e sinceramente, tenho esperança que assim aconteça.