12.11.18

A IMPORTÂNCIA DA TOPONÍMICA EM MALCATA


  


 
   É na Praça do Rossio que tem início a Rua da Fonte. Continua a ser a rua mais longa da aldeia, mas não a mais habitada como já foi noutros tempos. É a rua mais movimentada da aldeia, pois é por ela que mais pessoas e veículos entram e saem e tem ligações para as outras ruas ou becos. Por ser uma das ruas mais movimentadas e conhecidas da nossa terra e por ela andamos quase todos os dias e várias vezes, podem pensar que é uma rua que não nos escapa nada aos olhos. Mas andamos por ela tão depressa e tão ocupados com as nossa vidas, que não damos importância a pequenos mas importantes problemas que precisavam de ser resolvidos. A começar pela defeituosa e ausência de informação quanto ao seu início e ao seu final. Na Praça do Rossio, a falta da placa toponímica a indicar o início da Rua da Fonte há muito que acontece; segue-se a existência de casas com número de “polícia” repetido e mais à frente, na fonte velha, quantas vezes que passamos por cima da Fonte de Mergulho sem dar por isso. Ficou lá por baixo da calçada e do betão e de nada tem servido o quadrado envidraçado, porque ninguém no seu perfeito juízo, fica ali parado ou ajoelhado a ver e admirar o monumento, por muito interessante que ele seja e onde as pessoas enchiam de água os cântaros em barro para levar e colocar na cantareira lá de casa. Não pode haver o mais pequeno descuido, porque na rua circulam automóveis, camionetas e outros veículos motorizados. Há uns tempos ao passar por aquele local perguntei à Ti Benvinda o que havia ao fundo das escadas. A Ti Benvinda olhou para mim e apontando o seu dedo para o fundo das escadas respondeu assim:” Eu sei onde fica a Fonte de Mergulho! Basta desceres essas escadas e já vês tudo às claras. Olha João, lembraram-se de pôr aqui este painel solar e de noite dá luz para as pessoas verem. Verem o quê? Não há aqui escrito a indicar o que aqui está por baixo! Também eles bem podiam ter posto aqui uma daquelas placas, olha assim como aquelas que vês ali na Barreirinha a dizer “Junta de Freguesia” e escreviam “Antiga Fonte de Mergulho”! Se calhar assim vinham mais pessoas ver a fonte, a verdadeira fonte de mergulho.
Isto é trabalho de quem não quis dar-se ao trabalho de fazer as coisas como devem ser. Tanto dinheiro aqui se gastou e não puseram a fonte à mostra. Não pensam nas coisas, não perguntaram ao povo e olha aqui está a obra que ninguém quer ver, porque também não sabe que existe, só os da terra é que vão vendo. Podiam pensar melhor, ai isso podia.    A Rua da Fonte tem início na Praça do Rossio e termina onde? Já ouvi dizer que era ao chegar ao Camões. E existe o Largo de Camões? As placas toponímicas são afixadas ao início e ao fim da referida rua, no mínimo é assim que deve ser. Ao início não existe e a que existe a indicar o seu fim está na casa errada, pois a rua não acaba junto ao P.T. (antiga cabine da luz),mas muitas casas mais acima, ali ao Camões.

   Porque este pequeno problema se pode transformar num grande problema e numa grande confusão? Vou referir-me a apenas à correspondência do Estado, ou seja, Finanças, Tribunais,Escolas, Autoridades Policiais, Reformas, Cartas do Instituto Emprego, etc… por azar no dia da entrega é feita por um novo funcionário dos correios. Imaginemos que esse funcionário não conhece nada de Malcata, não tem o à vontade como o “velho” carteiro e não está para andar a perder tempo à procura do número da porta…não encontra, leva a correspondência para trás.

   Até pode não ser importante, mas também pode ser URGENTE e IMPORTANTE que o destinatário receba a correspondência!

                                                                             José Nunes Martins

3.11.18

NOVEMBRO EM MALCATA




   Por estes dias os cemitérios transformaram-se nos jardins mais floridos das nossas terras. As variedades de flores vão desde crisântemos brancos, rosas de muitas cores, arranjos florais com várias flores e  adornados com uns verdes.
   Este ano na aldeia o cemitério apresentou-se vestido de branco graças à tinta e aos artistas que durante dias pensaram nos que ali passam os seus dias e noites num profundo silêncio e escondidos do mundo. 
   Quantas vezes nos perguntamos se a morte é o fim ?
   Acreditamos ou não na vida para lá da morte?
    Porque muitos de nós vão aos cemitérios em Novembro?
   Saberão os crentes cristãos como comportarem-se nas cerimónias religiosas?
   O que importa é enfeitar e rodear a lápide mal se entra no cemitério ? Ou primeiro devemos acompanhar o padre, orar em comunidade por todos os Santos e só depois as famílias se juntarem a rezar pelos seus familiares? Nestas cerimónias a pressa fica fora dos muros. É importante que o povo reze em comunidade e primeiro sob a orientação do padre que ali se encontra a orientar as orações pelas intenções de todos e a maior parte das vezes, o padre é o único que não tem um familiar ali enterrado, mais um motivo para todos o rodearem e orar em uníssono. A Fé e o Respeito todos o merecemos.
   Deus é amor!












1.11.18

CEMITÉRIOS: UM DIA DIFÍCIL DE PASSAR



  

   Dia 1 de Novembro 2018
   Dia de todos os santos.
   Por conveniência, também se costuma ir aos cemitérios lembrar os “fiéis defuntos”. Na aldeia de Malcata, os mortos serão lembrados hoje com a celebração de uma missa pelas 11.30, seguida de romagem ao cemitério.

  
As tradições vão mudando um pouco ao sabor das mudanças e das conveniências da Igreja e os fiéis não têm outro remédio que aceitar.
   Eu, por princípio, não gosto de nada feito por obrigação, ir porque os outros também vão ou ir para depois não ter que explicar porque não fui, não é a minha maneira de agir. Ir ao cemitério, apenas neste dia, vir para casa com a ideia de dever cumprido e talvez com uma “selfie” para mostrar aos amigos que estive lá,
mesmo que a mente tivesse ido passear para bem longe daquele lugar cheio de corpos sem vida. Tenho saudades e muitas da minha mãe e de outras pessoas que passaram pela minha vida e com elas vou mantendo diálogos ao longo da minha vida.
   Cada um de nós deve é tratar bem dos vivos enquanto vivem e não sentir a obrigação de enfeitar aquele espaço com flores de plástico e velas, com cores bonitas mas sem cheiro, sem o cheiro da cera e que em vida, tanto eles apreciaram. E o momento é agora, porque amanhã pode já ser tarde!

                                                   José Nunes Martins