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10.3.24

O FUTURO DA ÁGUA EM MALCATA

Há que fazer alguma coisa para a água vir à tona
                         

   A forma de utilizarmos a água na nossa aldeia vai ter que mudar e deve ser uma das prioridades da autarquia melhorar o abastecimento de água para consumo humano à nossa freguesia, bem como a sua utilização na agricultura e nos espaços verdes da freguesia.
   Na nossa aldeia estamos acostumados à abundância deste recurso natural, mesmo durante os meses de mais calor não tem havido constrangimentos para ninguém.
   Mas os tempos são outros e o clima está a mudar. No que diz respeito à água para consumo humano, é do conhecimento de todos que os bombeiros voluntários têm transportado a água num camião-cisterna para encher o reservatório de água para a rede de abastecimento público
da nossa terra. Houve já necessidade de efectuar esse reforço duas vezes por semana. As causas da escassez da água estão relacionadas com as altas temperaturas e a falta de chuva que estão a secar as nascentes naturais.
   Na nossa freguesia há falta de planos para reaproveitar a água, para armazenar os milhões de litros que saem nas duas bicas da fonte, deixando fugir a água ruas abaixo. Podem dizer que não tem havido desperdício, que a água vai acabar por chegar à albufeira. Eu pergunto aos malcatenhos porque deixamos a água correr para a barragem em vez de a armazenarmos em reservatórios para futura utilização pela freguesia, pelos que necessitam dela para as regas?
   Já bastou a obra da barragem do Sabugal que sem dó nem piedade nos deixaram sem rio Côa!
   Não há nada que nos pague esse bem e esse recurso, como era o rio e as terras que o acompanhavam. Lembrem-se que na nossa região só existe água doce e investimentos para aproveitar a água do mar está fora de questão. Ora isso dá-nos argumentos para olharmos para a água que até é natural, de nascentes e também merecemos ajudas financeiras para manter
este recurso tão importante.
   Estes dias li que o concelho do Sabugal fazia parte dos municípios que mais desperdiçava água nas redes de abastecimento público. Os números estão escritos num relatório da entidade que regula a água em Portugal. Chama-se ERSAR e neste documento relatório da ERSAR ficamos a saber que o concelho do Sabugal desperdiçava, em 2022, 70,2% da água. Trata-se de água que existe e que não chega ao consumidor e por diversas razões: rupturas, avarias e desvios. Ora se há dois anos mais de metade da água era desaproveitada, logo não rendia um cêntimo, diz-nos que há muito trabalho a realizar.
   Então como será o futuro da água em Malcata?
   Será que a APAL-SIM (Águas Públicas em Altitude – Serviços Intermunicipalizados) vai resolver os problemas no concelho do Sabugal?
   Deixar de fazer alguma coisa não é opção! Pagar e continuar a pagar a água que se utiliza na rega? É uma possibilidade e sabemos que quem rega com a água dos tanques da Fonte da Torrinha, paga-se uma taxa por cada vez que se esvazia o tanque grande. E está certo que assim seja, pois eu não acredito que haja alguém que se recuse a pagar. Com certeza que na nossa freguesia não vamos brincar aos transvases para outras terras. Por curiosidade, li que os agricultores da Cova da Beira, que regam com a água da barragem do Sabugal, vão este ano pagar mais caro a água para rega! E em Fevereiro houve escaramuças e tubos cortados por desentendimentos por causa da água.
    Deixo aqui um alerta: olhem para as vossas próximas facturas da água e vejam o volume de água consumido e leiam também a segunda página. Digam o que viram e o que pensam.
   Obrigado


    

De 1937-2024 sem parar de deitar água





Ler a factura da água segundo a Deco
      

   

Trabalhos na nascente em Malcata 


                                        
                   Foto CMGuarda -Assinatura da constituição da Apal-Sim

    Saiba mais sobre a nova entidade das águas e saneamento:

   https://capeiaarraiana.pt/2024/02/19/sabugal-integra-sistema-intermunicipal-de-gestao-da-agua/


11.8.23

QUE TRADIÇÕES TÊM MAIS FUTURO EM MALCATA?

 


   Considero e penso que é legítimo cada um de nós ter a sua opinião sobre as garraiadas, gostar ou não das  que se têm feito nestes últimos anos em Malcata, nos dias próximos à festa. Também penso e não aceito que se procurem falsas razões para expressar e impor qualquer tradição.
   Em Portugal existe um Regulamento de Espectáculos Taurinos (RET) aprovado pelo Decreto-Lei nº 89/2014. Não conheço todo o documento, mas suponho que a organização do espectáculo se preocupou em conhecer para realizar, promover e respeitar a legislação.
   Tendo em conta que a participação na garraiada é voluntária, a organização costuma mesmo assim, garantir a assistência de socorro garantida pela presença em permanência dos Bombeiros Voluntários e uma ambulância de apoio.
   Em Malcata nestes últimos anos, está-se a tentar “reavivar” uma tradição que nunca existiu, e ainda por cima com alguma falta de condições, passando uma imagem errada das pessoas da terra. As duas vezes que fui assistir a garraiadas na nossa aldeia, não fiquei até ao fim, abandonei o recinto antes de terminar.
   Lembro que todos somos livres e temos cada um a nossa opinião. O que eu digo é que não pode valer tudo para contentar o povo, porque os Santos não saiam da igreja para participar ou assistir a uma garraiada. São santinhos, mas têm medo dos bois do diabo!
   Eu tenho uma idade que me dá mais anos de vida e de conhecimento sobre as tradições vividas em Malcata. E as “touradas” ou “garraiadas” não me recordo assim de tantas e só aconteciam uma vez por ano apenas até chegar aquele belo ano em que os homens disseram que não vieram a este mundo para ser vítimas por causa das investidas dos bois ou das vacas das touradas. Há tradições bem melhores e mais fáceis de manter…se há! Então porque é que temos de promover e incentivar a participação voluntária em espectáculos que nos podem causar perdas de vidas humanas? 
   Já alguém pensou em promover novos eventos? Por exemplo, o “Dia do Cabrito”, reavivando e fazendo regressar a tradição do cabrito assado, estufado, grelhado…que tão longe levou o nome da nossa aldeia? Que tradições têm mais futuro em Malcata?
                                               José Nunes Martins

1.1.21

HOJE É O PRIMEIRO DIA DE 2021

    


 Hoje é o primeiro dia do ano 2021. As minhas primeiras palavras são de agradecimento, de reconhecimento para com todos aqueles que durante este último ano, dias e noites, sábados e domingos, tudo têm feito para proteger as pessoas e também os seus familiares, da doença que a todos parece querer atacar. Uns são médicos, outros enfermeiros, auxiliares, técnicos, estafetas, carpinteiros, electricistas, gestores, administradores, operários de limpeza, voluntários...um vasto número de profissionais que com o seu trabalho fazem funcionar os serviços de saúde portugueses.

  Começamos este novo ano com a grande esperança e fé nas vacinas contra a pandemia do Covid 19. Mesmo com a vacinação a correr bem, ninguém deve relaxar e baixar a guarda quanto às medidas de prevenção. As vacinas têm o seu tempo de acção e não são uma cura imediata. E a melhor forma de garantir a sua eficácia curativa, é respeitar as próprias vacinas e seguir os conselhos dos profissionais de saúde habilitados para essa tarefa. E a ajuda passa também por ajudar e respeitar todas as pessoas que diariamente trabalham na presença do covid 19.
  Esta pandemia ajudou-me a entender a fragilidade das pessoas, do mundo e percebi que de um dia para o outro, pode modificar radicalmente a vida de uma pessoa, da sua família, dos seus filhos e amigos. Já que o ano 2019 foi tão duro e sofredor, os meus desejos são que as vacinas contribua para a cura das pessoas e ajude o mundo a voltar ao seu ritmo normal.
  Este ano de 2021 vamos continuar a dar atenção ao conhecimento (científico, técnico, ao saber e ao saber fazer) e de uma vez por todas, admirar e respeitar os outros.
  Bom ano.                                           José Nunes Martins

29.1.20

O QUE É QUE MALCATA TEM?



      O que é que a nossa aldeia tem e  que as outras aldeias não têm e gostariam de ter?

   Um ambiente tranquilo e pacato, convívios, coisas simples e naturais, ar puro e andorinhas a esvoaçar no céu?
   Isto são características que todas as aldeias do nosso concelho oferecem. Hoje toda a gente sabe que as aldeias do interior são bons carregadores de baterias, são um bálsamo para o corpo e para a alma.
   Malcata tem aquilo que tem. Mais, eu digo que hoje a aldeia já tem algumas ofertas que as outras aldeias não têm e nunca irão ter. Haja projectos e vontade de os construir, sejam eles projectos municipais e da junta de freguesia, das associações ou de investidores particulares.
   Todos são bem-vindos, porque há muito a fazer na nossa aldeia e pela nossa freguesia. E não importa que residam em Malcata ou que nela tenham cá nascido. Venham, porque serão vistos como um estímulo aos habitantes e também aos que tendo nascido cá, andam pelo mundo fora. É sabido que quem nasceu na aldeia e sempre trabalhou nas cidades ou ainda trabalha, geralmente guardam no seu coração um torrão de terra lá bem guardadinho, seja por causa dos familiares e amigos, ou das boas recordações e experiências, continuam a gostar da sua aldeia e por isso regressam.
   Eu ainda sou do tempo em que as crianças nasciam na aldeia e hoje nascem numa maternidade a uns quilómetros de distância. Também a escola e a creche estão fechadas. Obviamente que esta é uma circunstância que ninguém deseja, muito menos os casais que têm crianças na idade escolar. É um preço demasiado elevado a suportar pelo casal. Mas então como criar as melhores condições para a nossa aldeia ser querida e desejada para uma família optar em mudar-se para aqui viver, trabalhar, educar e acompanhar a vida escolar dos seus filhos? A resposta é tão óbvia que tem escapado aos nossos governantes e autarcas: apoios.  
   As mudanças, por muito pequenas que elas sejam, acarretam custos, sacrifícios, incertezas, burocracias com organismos públicos, procura de habitação, etc., etc…e sem ajudas tudo se torna ainda mais difícil.
   Malcata, como freguesia pequena e integrada num município com mais uma quarentena de aldeias como a nossa, tem sido apoiada pela Câmara Municipal em algumas obras que têm contribuído para o seu desenvolvimento e mudança da sua imagem.
   Ainda se lembram da pergunta que fiz no início desta crónica?
   Vou repetir e gostava que ousassem partilhar a vossa resposta.
    A pergunta é esta:
   O que é que a nossa aldeia tem e o que as outras aldeias não têm e gostariam de ter?


18.1.20

PROGRAMA 2030 JÁ COMEÇOU



   Os próximos dez anos vão ser decisivos na definição daquilo que querem os malcatenhos para a sua freguesia a longo prazo. E dez anos passam depressa tendo já começado a contagem dos anos. Todos carregam consigo pontos fortes e pontos fracos. Se chegarmos a 2030 é sinal de que vivemos mais uns anos, contudo a probabilidade de lá chegarmos com mais problemas de saúde, mesmo com a ajuda da ciência e da tecnologia a ajudar com os seus avanços.
   O futuro pode trazer novas esperanças mesmo que os desafios sejam grandes. Por isso, ao longo destes dez anos muitas oportunidades irão surgir e temos de saber aproveitá-las bem, ou seja, vamos ter de fazer escolhas acertadas.
 
                                                                                                 José Nunes Martins
  

1.2.18

O PROBLEMA DE MALCATA

   
   Cem dias de mandato já passaram desde 1 de Outubro de 2017.
Mais transparência devia ser uma das metas da Junta de Freguesia, garantir maior transparência nos actos e divulga-los com mais eficiência, apostando na utilização e no poder da internet e das redes sociais para mostrar aos malcatenhos que vivem na aldeia e a todos aqueles que vivem e trabalham longe, o trabalho da Junta de Freguesia.




   A internet e as redes sociais são um veículo de comunicação muito ágil e eficiente. Basta publicar as actas das reuniões realizadas, as obras realizadas e a informação chega a todos da mesma fonte, a junta de freguesia.
   A nossa Junta de Freguesia já tem a sua página oficial na internet e também nas redes sociais. A verdade é que não está a ser devidamente utilizada e não está a servir o fim para que ela foi criada.
   Apelo aos malcatenhos que façam chegar a sua manifestação de descontentamento aos representantes do povo. Se a internet só serve para publicar fotografias, vídeos, eventos e campanhas solidárias, se o cidadão que quiser solicitar uma informação, pedir um documento, enriquecer os seus conhecimentos gerais, etc.,etc…e nem sequer encontra a forma de fazer esse contacto via internet, para que serve a página da junta de freguesia de Malcata na internet?
    Muitos dos problemas que têm existido em Malcata são por falta de transparência e por falta de partilha de informação por parte da Junta de Freguesia, mas também porque os cidadãos não se interessam, não lêem, falam muito do tempo e da bola, têm medo de reclamar apesar de não concordar ou até de ter uma melhor ideia, no fundo, estão-se a borrifar para o futuro da nossa freguesia.





Perguntem, interpelem, exijam porque sempre ouvi dizer que perguntar não ofende. E aqueles que fazem perguntas são muitas vezes os primeiros a obter as respostas e até ficarem esclarecidos não deixam de perguntar e perguntar-se a si mesmos. Por que é que será? Simplesmente é dessa forma que os Homens encontram a resposta para o fogo, para a roda, para a lâmpada e o telefone, para a máquina a vapor e o motor eléctrico, para a estrada e para a internet. Basta de marasmo, de conformismo e deixar as coisas acontecer. Vamos todos fazer mais e melhor! Vamos todos fazer acontecer e trabalhar para o bem de todos.



10.10.17

                 


QUAL É A IMPORTÂNCIA DO VOTO?
   O voto em democracia é que manda, é soberano. Os malcatenhos que votaram no passado domingo, 1 de Outubro, deram mais votos ao PSD do que aos outros partidos. E não há dúvidas que a maioria dos eleitores que votaram em Malcata quer que a junta de freguesia continue a ser dirigida pelos apoiantes de João Vítor, Palmira Corceiro e Carlos Vaz. Parabéns aos que venceram e parabéns aos que tiveram menos votos. Ninguém se sinta derrotado ou excluído da nossa comunidade. Os corajosos foram a jogo e agora que se sabe o resultado, cabeça erguida, continuar a vida e todos a trabalhar para todos. Uns de uma forma e outros de outra .Mas isso não quer dizer que eu mude de opinião, porque continuo a afirmar que Malcata perdeu uma oportunidade para mudar de rumo e de paradigma.
   Com os resultados verificados nas últimas eleições, está claro que os malcatenhos que votaram querem continuar a fazer o que têm feito até agora
e ao longo destes últimos anos. Todos sabem que sou crítico quanto ao trabalho executado pelo poder local, não foi só com a que agora vai sessar funções, mas por causa das redes sociais foi a mais visível. Vou continuar a falar aquilo que eu achar mau e com a discussão aumentar a intervenção cívica do nosso povo na vida pública.
   A nova equipa da Junta de Freguesia tem quatro anos para cumprir as promessas feitas, para trabalhar pelo bem da freguesia e servir os malcatenhos.
   Sou cidadão de Malcata, não estou amarrado a nenhuma ideologia ou partido político, como cidadão continuarei a dar a minha opinião, mesmo não vivendo na aldeia. Tenho consciência que muitos malcatenhos não vivem em Malcata, mas em França, Coimbra, Lisboa, Porto, Guarda…Argentina, Brasil…
mas nasceram em Malcata e lá longe continuam ligados aquela aldeia da beira ali aos pés da serra.
   Continuo a acreditar que a mudança é possível e necessária. E essa mudança para acontecer, temos que todos ter de fazer diferente o que temos feito sempre da mesma maneira. Há que encontrar coragem e vontade em mudar para melhor. Dizer que queremos fazer melhor, é insuficiente! É um começo de um desejo, mas há que correr riscos e não ter medo de errar.
   Espero da nova Junta de Freguesia um trabalho orientado para o sucesso,
com dedicação e serviço em favor das pessoas, dedicação, seriedade, transparência e verdade nas suas acções.
   Termino com a citação de uma frase muitas vezes dita pelo nosso conterrâneo José Rei: “Vamos devagar que temos pressa”!
                                               José Nunes Martins



   

10.8.17

A SEMENTEIRA E A COLHEITA

    

   Eu nunca estive filiado em partidos políticos. Tenho a plena consciência e noto que as palavras que escrevo por vezes são incómodas para algumas pessoas. Eu sempre gostei de fazer perguntas, caindo algumas vezes no erro de não escutar algumas das respostas. Também a mim me deixa um pouco admirado pela ausência de comentários ao que escrevo. tive sempre aquela mania de querer saber muitas coisas sobre o que me rodeia, independentemente do lugar onde esteja. Penso ser um cidadão que acima de tudo se interroga sobre o nosso mundo e tento encontrar respostas que me auxiliem a compreender os outros. Tenho uma certa tendência para agitar as consciências e com o desassossego das vidas demasiado sossegadas da nossa comunidade. 


 Orgulho-me de ser malcatenho, sou um defensor convicto de Malcata e é por sonhar com uma aldeia melhor que aqui estou.  A nossa terra está como está e nada que deitar as culpas à crise, ao calor do sol ou ao frio do Inverno.  A mãe natureza sempre tem estado ao serviço de todos e cada um de nós. Nestes anos que levamos de vida o que sabemos é que estamos como estamos por causa da incompetência de pessoas que muitas vezes não souberam como dar a volta às situações que surgiam. Recordo alguns factos de pessoas que quiseram e estavam dispostos a transformar a nossa aldeia e por isto, por aquilo não deixaram abrir os seus negócios. Há uns anos atrás um senhor holandês, casado com uma bela moça de Malcata, sonhou e projectou aquilo que hoje bem podia estar a dar trabalho e dinheiro a muita gentinha. As burocracias e as barreiras foram tantas e umas a seguir às outras, que Tim desistiu e partiu para terras algarvias fazer pela vida e pela sua família.Já com o grande hospital, a obra que iria transformar Malcata num oásis para gente senior e com dinheiro, vindos dos países nórdicos ou mesmo doentes de alzaimer, que cá lhes seria oferecido serviço de excelência, afinal, foi pior que tomar banho com água gelada no Inverno. O Ofélia Club deu para tudo menos para o que devia. Das promessas e  das ameaças de expropriações, o que ficou? Nada e todos se calaram, mesmo aqueles que deram a cara e acreditaram que não estavam a ser enganados. O tempo passa e parece que nada aconteceu, não se fala logo está tudo bem. Não, meus amigos, está muita coisa errada e as terras lá estão ao Deus dará! Impõe-se uma pergunta: e agora, o que vai acontecer com aqueles terrenos?
   Em Malcata parece que se aceita tudo e não se pergunta nada. Há que questionar e voltar a perguntar até ter respostas. 
   Porque não se construiu o Ofélia Club?
   Porque ainda não se instalou a antena de radiocomunicações?
   Porque a freguesia de Malcata tem muita calçada e um Salão sem cadeiras em número suficiente e confortáveis?
   Porque nem todas as associações têm igual tratamento institucional?
   Porque se apoiam uns eventos e outros não?
   Porque só existe um sítio e sem espaço, para colocar as informações ao povo?
   Porque só agora vão começar a construção de uma exploração de pecuária em Malcata?
   
   Eu até imagino porquê! Porque há muitos mascarados mas alguns dão a cara, porque uns têm medo e outros não, deixam-se comprar, sentem-se mais espertos e calculam tudo o que fazem, têm esperteza e habilidade que muitos não temos.
   O amanhã de Malcata depende do que quiserem fazer dela hoje. Vamos todos concentrar-nos nas sementes, não nas colheitas, porque estas chegarão na altura própria.
   
   
   


      Malcata está longe do mar, mas tão perto da água que tem feito as delícias daqueles que gostam de ir a banhos em águas tranquilas e num convívio perfeito com a terra.A abundância da água na albufeira é benéfica e mostra quão é importante a sua existência.






 

  

 
 
 
 

7.8.17

CAUSA E EFEITO

    Não há arma que corte a raiz ao pensamento que se esconde na mente de cada pessoa. Tudo começa com um pensamento, uma ideia que progressivamente se torna real. Vivemos num mundo em que as ideias, boas ou más, têm resultados bons ou maus. Qualquer problema com que nos temos que enfrentar, qualquer que seja a nossa situação em que nos encontremos, é o efeito de uma causa. E para encontrar a causa devemos procurar dentro de cada um de nós, dentro da comunidade os nossos pensamentos mais dominadores e persistentes. 
 


Em Malcata as coisas funcionam assim: se questionas ou discordas da condução da gestão pública, seja qual for o assunto, és logo rotulado como sendo do contra. Bem podes perguntar por quê que nunca te vão responder. Nada de espantar, até porque na maior parte dos assuntos são muito poucos aqueles que te sabem dar uma resposta. Porque desconhecem o tema ou porque já estão de pé atrás contigo. E também porque ao não responder às tuas perguntas sentem-se leais ao poder dominante e dessa forma podem manter e assegurar tachos e outros benefícios, mesmo que lá bem no íntimo até discordem de algumas das atitudes e decisões.
     Alguns neste momento já devem estar a roer-me na casaca e a murmurar para o vizinho do lado que lá estou eu a deitar abaixo o que os outros fazem com tanto amor e dedicação. Ou então a dizer que se eu critico o que fazem ou deixam de fazer, por que não vou eu para Malcata e mostrar obra melhor!
    Tenho uma resposta para essas gentes que é esta: não custa trabalhar, custa mais é saber e ter capacidade para fazer e trabalhar melhor! Mais, reconheço e aplaudo o trabalho, o empenho e a dedicação às causas públicas de muitas pessoas da nossa aldeia, bem como dos que por ela vão andando ou estão ligados. Bem-haja por tudo o que têm feito. Mas como não sou cópia de ninguém, sou um ser único, logo sou eu e só eu, penso por mim e tenho ideias boas e outras menos boas com a boa intenção de contribuir para o desenvolvimento socioeconómico e de bem-estar das nossas gentes. Sei que nem todos acreditam no que acabo de dizer, mas é com esse propósito que escrevo estas minhas crónicas.


    

2.7.17

O QUE FAZER COM TANTA ÁGUA?


Albufeira da barragem
   
   Desde os anos sessenta, setenta e seguintes a aldeia de Malcata está bem diferente nalguns aspectos e igual noutros. Quando vamos hoje a Malcata, basta deixarmos a EN233 e entrar na M542 e as mudanças ocorridas na paisagem do nosso território estão à vista de todos. Ao nosso lado direito surpreende o Parque Eólico que se estende ao longo das Ferrerias e até quase à Machoca. A água da albufeira da barragem quase nos faz desviar por um daqueles caminhos em terra à nossa esquerda, pois o calor faz suar e a água hidrata e mata a sede.
   Longe vão os tempos em que conheci essas terras cheias de espigas douradas de centeio e trigo. Vinham ranchos de homens e mulheres e de foice na mão direita, dia após dia, entre cantigas e merendas, lá ceifavam até à última espiga.
   Poceirão, Ferrerias, Gorgulão, Chãos da Serra, Rasa, Ninho das Corças, Curral dos Porcos e outros lugares cheios de “pão e trigo” (centeio e trigo).
   Hoje todas estas terras deixaram de produzir cereal e encheram-se de pinhos bravos e carvalhos, outros são autênticos matagais totalmente improdutivos. 
   Em 1997 começaram as obras da construção da Barragem do Sabugal e em 2000 a água começou a sua subida até fazer cobrir os terrenos de muitas famílias da aldeia. Quem tinha terras na Fontacal, Ribeiro Grande, Várzea, deixaram de poder cultiva-los. Boa terra para produzir batata de excelente qualidade, lameiros com erva verde e fresca, moinhos movidos com a água do rio Côa, pontões e poldras para atravessar as margens de um lado para o outro, freixos, sabugueiros e amieiros, altos e frondosos, ao longo das duas margens do rio, sem dó nem piedade, foram literalmente engolidos pela subida das águas. 




                                                               Pego-Rio Côa

   Foi assim que se acabou aquela boa tradição de “ir para a ribeira tomar banho”, carregados de mantas e boas merendas. Nem o pó que se apanhava no regresso a casa, subindo a pé aquele caminho de pedra e muito pó, até chegar ao princípio da rua da Moita, fazia desistir de viver esta aventura de Verão em Malcata. Há uns tempos desci por este caminho, agora mais largo e menos poeirento e senti-me num pego invisível e irreconhecível. Muita água, mas não é a mesma água do pego, nem sequer os velhos amieiros deixaram e os barrancos também desapareceram.
   Malcata mudou e ainda hoje me pergunto se valeu o sacrifício. Hoje a maioria das pessoas que vive na aldeia são de idade avançada. Poucos são os que ainda vão para os campos trabalhar. A falta de saúde e a idade já não os ajuda a sair para os campos.
Os filhos e netos foram para longe ganhar a vida. Por isso há muitos terrenos ao abandono e não produzem riqueza.
   Como vamos mudar o estado destas coisas?
   A construção da barragem foi um alívio ou a oportunidade que Malcata precisa para se desenvolver?
   São perguntas que faço a mim mesmo e a cada um dos malcatenhos. Como vêem, vou a Malcata e dou comigo a pensar nestas coisas.
   A vós também vos acontece o mesmo?  

   

22.4.17

A NOSSA TERRA TEM FUTURO





Toda a gente deseja  que uma aldeia tenha vida, pessoas com trabalho, bem sucedidas e com muita esperança no futuro. Está nas mãos de cada um de nós contribuir para um desenvolvimento sustentável da nossa  terra. O sucesso da nossa aldeia é o de todos. O mérito também é de cada malcatenho, da nossa paróquia, das nossas associações e também daqueles cidadãos que têm exercido funções na Junta de Freguesia.
   Na aldeia de Malcata não conheço nenhuma pessoa que faça milagres e o mesmo digo em relação a todas as instituições. Contudo, era bom que não nos esqueçamos ou apaguemos da nossa memória aquilo que era a aldeia de Malcata há 40, 50 anos atrás. E essa é mesmo a pergunta importante que devemos fazer:
   Sabemos o que queremos?
   Queremos uma aldeia que faz jus à sua tradição autêntica de uma aldeia ligada à serra e à floresta, aos  rebanhos e ao cabrito, ao queijo e ao mel ?
   Queremos uma aldeia que aproveita e valoriza uma  albufeira e um parque eólico que proporcionam uma atração invulgar a quem nos visita?
   As infraestruturas existem, mas há muito trabalho por fazer para que a albufeira, a floresta e o parque eólico sejam efectivamente bem aproveitadas e sejam fontes de rendimento.   Para além do paredão, que permitirá a manutenção do nível da água junto ao Parque de Lazer junto à aldeia, a construção de alguns ancoradouros para pequenas embarcações, a construção de um parque de campismo, a melhoria da ASA de Malcata (Área Serviço Autocaravanas junto ao campo de futebol ), são elementos de valorização e de aproveitamento da albufeira, uma beleza natural que ninguém fica indiferente, fazendo de Malcata uma aldeia também voltada para o turismo de natureza, com tranquilidade, com sítios onde dormir e comer um delicioso cabrito assado, um naco de saboroso pão cosido no forno comunitário e uma não menos deliciosa fatia de queijo entregue pela queijaria da rua do Meio.
   Ou então queremos uma aldeia cada vez mais velha, com os seus idosos acomodados confortavelmente num lar e a guardar para si próprios todo o seu saber da vida de Malcata, deixando que todas as suas memórias , ricas em experiências, de conhecimento da vida da aldeia e que desapareça assim como estamos a deixar cair as casas mais antigas, aumentando o número de casas vazias e o silêncio nas ruas porque não há crianças a correr acima e abaixo, nem precisamos de baloiços no parque infantil, uma terra vencida, sem ambição e sem futuro?
   Eu não tenho dúvidas sobre a aldeia que sonho e desejo. E este desejo não começou com aminha participação numa associação, mas aumentou e muito essas minhas esperanças,  porque também acreditam que é possível dar a volta à nossa terra. E mesmo longe, ao longo destes anos, tem sido pelos malcatenhos que continuo a falar e a escrever sobre o passado, o presente e o futuro de Malcata.
   É urgente e importante trabalhar em conjunto, em rede, como dizemos agora. O longe torna-se mais cerca, porque hoje temos ferramentas que nos permitem uma maior aproximação, uma maior colaboração,uma mais rápida sintonia e eficácia.
   Para mim e para muitos malcatenhos, quando a liberdade de pensamento e acção ligada a um associativismo activo, sério, visionário em união com o poder local e os cidadãos, será aquele tão desejado milagre de Abril.
   Este verdadeiro milagre só será realidade quando cada um de nós entendermos e agirmos de forma diferente do passado. O dia de amanhã será bem diferente quando hoje fizer algo diferente daquilo que ontem fiz. Porque se hoje faço o mesmo que ontem fiz, o dia de amanhã será igual ao dia de hoje. Temos que mudar o paradigma e pensar, acreditar, trabalhar para o futuro diferente.

   Vamos acreditar?
   Eu acredito.
  
  
  

  



  

1.3.17

EXPOSIÇÃO DE PINTURA EM MALCATA


    Abriu no passado dia 26 de Fevereiro de 2017, uma exposição de pintura, na sede da Associação Malcata Com Futuro, na Praça do Rossio, nº13, em Malcata.
  

9.1.17

VALE A PENA PENSAR NO PRESENTE E LUTAR PELO FUTURO



   Agostinho da Silva, filósofo, um dia contou uma história, aí pelos anos 60, passada numa aldeia da Serra da Malcata e havia nessa aldeia cinco famílias. Três dessas famílias emigraram para a Alemanha e a França, sem saberem a língua, com os costumes rurais que tinham, a mentalidade da Nossa Senhora de Fátima, mas tiveram a ousadia e a coragem de irem a salto para esses dois países europeus. Quando mais tarde regressaram triunfantes, com uma família, um carro, uma casa, quem dominava a aldeia? Aqueles que não tiveram a coragem de partir. Dominavam a sacristia, o comércio, a serração de madeira e também  a junta de freguesia.
   Malcata é um pouco isso. As pessoas corajosas e ousadas são as que partem. Ficam na aldeia, alguns está certo, pois não serão todos, os que não têm coragem de partir, mas que desejam partir, ou seja, não têm coragem de mudar, de inovar. E que bom seria que os que partiram e tiveram a coragem de aprender e inovar fossem audazes e ajudassem os malcatenhos nesta tarefa difícil que é olhar o presente  e  juntamente com os que ficaram, construirmos um futuro melhor para os malcatenhos.