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| Água, terra, sonhos? Está nas mãos de cada malcatenho |
Com a aproximação das eleições autárquicas, é com
preocupação que não encontro as propostas da única lista que se vai apresentar
para governar a minha freguesia natal. Eu gostaria de conhecer as propostas,
mas, mais uma vez não há qualquer notícia. E esta opacidade, esta forma de
fazer política, como já disse, deixa-me apreensivo quanto aos próximos anos.
Não há vontade em mostrar confiança e
esperança aos malcatenhos. É incompreensível que, numa aldeia onde todos se
conhecem e todos têm amor à terra, depois de tanta experiência, competência e
paixão pelo serviço público, pela governança da freguesia, continuem a manter-se
tão distanciados das pessoas, tratando-as de forma diferente, só porque pensam
diferente. É importante varrer muito bem o lixo que foram deixando, derrubar
essas barreiras invisíveis que impede o diálogo, afasta cada vez mais a pessoa
da participação cívica. Ninguém é uma ilha, o homem sozinho não sobrevive. Uma
freguesia só se desenvolve com a participação e a união, com a confiança dos líderes
que dia a dia procuram construir, informam o que querem fazer e não se
envergonham de pedir colaboração, empenho, mãos para trabalhar.
Ninguém quer viver isolado, como se fosse um ser monstruoso.
Uma freguesia no estado em que se
encontra a minha, a quem interessa? A quem beneficia e serve? Todas as pessoas
que se voluntariam para tarefas públicas têm de perceber que se vão expor em
público e sobre elas e a sua actividade, vão cair críticas, acusações,
insinuações e delas esperam compreensão,
escuta atenta, informação, esperança em mudar para melhor.
É assim na vida de todos e também nas
aldeias. Estar à frente da freguesia, implica inevitavelmente críticas e, muita
paciência, tolerância, abertura, diálogo, compreensão e entrega.
A nossa freguesia é a nossa aldeia, é o
nosso berço. As pessoas são a vida da aldeia e a terra ou o chão, onde os
malcatenhos caminham, é o ouro mais valioso da aldeia. Confiança, acreditar,
lutar, confrontar, informar, dialogar, discutir, debater, contrapor, respeitar,
decidir e amar acima de tudo.
José Nunes Martins













