MALCATA: QUE DESTINO?
No Dia do Concelho, a minha reflexão é esta:
Na nossa freguesia, são muitos aqueles que deixaram a
aldeia e partiram em busca de uma vida melhor. Não temos registo do número de
pessoas que saíram e para onde foram, sabemos que deixaram a terra e foram em
busca do sonho de poder construir uma vida mais digna, fazendo trabalhos
diferentes daqueles que faziam nos campos da terra. Alguns nem se importaram de
ir trabalhar naquilo que nunca imaginaram alguma vez na vida, mas foi o que lhe
arranjaram. O que importava era o dinheiro que recebiam no final do mês, enviar
algum para a família e pagar as suas próprias despesas.
No princípio tudo é estranho e
ganha-se coragem para ultrapassar todos os obstáculos
que um país estranho, uma língua que não se fala ou percebe, porque a vontade
de vencer é tanta que desistir nem pensar!
Actualmente o número de gente nascida
na nossa aldeia e que está a trabalhar fora do seu espaço geográfico é maior
que o número de habitantes a viver nela. Se juntarmos os mais novos, as novas
gerações, rapazes e raparigas que estudam nas Universidades e escolas, mais os
que estão a trabalhar em grandes empresas multinacionais, mesmo até em
organismos do Estado, chegamos facilmente a um desequilíbrio nos dois pratos da
balança, pesando mais o lado dos malcatenhos fora da aldeia.
Ai destino, ai destino que é o nosso!
Que destino será? Pelos vistos, a nossa gente tem tido um destino fora da nossa
área espacial. Mas o pensamento dominante é que quem defende melhor os
interesses da terra é quem vive e sente na pele os problemas e as dificuldades
do dia a dia, seja em casa, nos campos, nos caminhos e nas ruas.
Malcata mais parece uma aldeia daquelas
onde o cidadão comum, as pessoas comuns,
não contam para nada. O destino é traçado por quem detém o poder, pois decidem
o que fazer no presente e quanto ao futuro, não se está a exigir a criação das
condições para que o bem comum seja tido em conta e seja partilhado quando há
que decidir o que fazer, como fazer e um tempo para concretizar.
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