29.7.22

A LIBERDADE DE VIVER

 

As duas Malcatas

   Há quem pense e persista naquela ideia de que para uma pessoa estar de boas relações com todos e com o mundo ficar quieto e em silêncio é mesmo indispensável, ou devia ser obrigatório. Eu felizmente não sou mudo, os meus olhos ainda veem mais ou menos bem e também escuto razoavelmente. Então qual a razão de auto submeter-me ao silêncio? Louvado seja Deus por me concederes o dom de pensar pela minha mente, de ver com os dois olhos, de ainda escutar com ambos os ouvidos e também dizer palavras em frases com sentido e mais ainda, agradeço-Te a Liberdade de utilizar todos estes dons, porque sem eles, iria ter uma vida mais difícil.
   Tenho sempre um motivo para escrever: dar utilidade ao talento que Deus me
concedeu e viver livre, em pensamentos e palavras.
                                                                                                  José Nunes Martins

27.7.22

QUE SONS GOSTAMOS DE OUVIR EM MALCATA ?

Sinos com bom som


   Os sons da aldeia serão diferentes dos sons das cidades?
   Os mais idosos que sons recordam mais? Os seus netos continuam a ouvir os mesmos sons ou há alterações?
   Quando eu era garoto ouvia o som do sino da torre que repetia as horas e as meias horas, todos os dias e todas as noites. Olhando para o mostrador podemos ver que existem uma série de números que vão de 1 a 12; então como é que as pessoas sabiam que horas eram às tardes  e às manhãs? Sabiam, raramente se enganavam e muitos dos nossos avós e pais eram analfabetos. Eram bem-falantes e tinham inteligência, faziam contas simples e outras coisas do dia a dia, alguns tinham uma cabeça que metia inveja a alguns doutores.
   Outro dos sons que se ouvia no povo eram os sinos que estavam no campanário da nossa igreja. Claro que ainda hoje lá estão dois sinos, um maior que o outro. Tenho para mim a ideia de que o som dos sinos da igreja já não tem o mesmo timbre, quando os ouço refugio-me naquelas sonoridades limpas, de eco prolongado, que é completamente distinto do que hoje se ouve. Dizem que o sino pequeno está com fissuras e isso prejudica imenso o toque. O outro, é maior e devia ouvir-se ainda melhor e não é assim. O seu tamanho esconde, ao que parece, a causa da sua rouquidão que a acompanha desde que ali foi colocado.
   Lembram-se dos profetas que anunciavam a chuva? Pois claro, os amoladores que apareciam na aldeia armados em técnicos no arranjo de varetas soltas dos guarda-chuvas, deixavam as meninas costureiras satisfeitas e felizes porque a tesoura ficava a cortar como nova...e faziam todo o trabalho sem gastar um escudo de electricidade, mas ao fim do dia a perna mostrava-se cansada de tanto dar ao pedal para que a correia fizesse rodar a pedra de amolar.
   O som das galinhas, do gado na loja ou na rua, os chocalhos e as campainhas que os lavradores penduravam ao pescoço das cabras, das vacas e nunca vi burro ou cavalo com este tipo de albercoques. Não tenho explicação!
   Hoje os sons que se ouvem na nossa aldeia são bem diferentes daqueles que eu me lembro de ouvir há pelo menos 50 anos atrás. Mesmo que alguns sons se pareçam e tenham ainda o mesmo significado, continuo a ter melhores recordações dos sons que ouvia de pequenino.
   Que sons se ouvem neste Verão pelos ares de Malcata? 


                                                                                                              José Nunes Martins

    
Tocar os sinos em dia de festa
A concertina do Fernando
Capoeira com galinhas
Burros, cabras, vacas...
Sons raros

Sons de concertos


14.7.22

BEM VINDO A MALCATA

Foto de António F. Rato


 

      É ponto de encontro entre as pessoas residentes e visitantes. Também os conterrâneos que chegam de fora para uns dias de descanso, sabem que ali é o melhor sítio para encontros, conversas e outras combinações. Aqui, na sala de visitas da aldeia, é também o ponto de início de cinco ruas, por sinal, as mais movimentadas da freguesia. Uma torre com um relógio de ponteiros, um forno de cozer pão, uma fonte de duas bicas e os seus três tanques, uma paragem, onde as pessoas esperam por transportes, bancos de um lado e do outro, um minimercado e também a existência de um desfibrilhador externo (DAE), compõem esta sala.
   É nesta Praça do Rossio que muitos malcatenhos “tomam o pulso” à vida da nossa aldeia de Malcata. Bem Vindos todos a casa!
----


 










 

4.7.22

ELES SABEM O QUE FAZEM, MAS O POVO NÃO!

 


   Uma junta de freguesia que trabalha com transparência em tudo o que faz, divulga e dá a conhecer o que anda a fazer.  Ora bem, o historial da nossa junta de freguesia é precisamente esconder o máximo de informação, mesmo quando se trata de assuntos do interesse dos malcatenhos.
   Quantas actas das reuniões da junta de freguesia estão publicadas na página oficial da freguesia de Malcata na internet?
   Alguma vez o executivo publicou informação sobre as obras que vai fazer?
   Já informou alguma vez o ponto da situação da obra da construção das instalações para as cabras sapadoras?
   A resposta é “não” a todas estas perguntas. Este estado de coisas é revelador da falta de transparência que reina na junta de freguesia. Por muito que se pergunte, ninguém dá qualquer explicação. Em Malcata, a democracia fica terminada no dia seguinte às eleições. Será que os malcatenhos não podem saber o que é discutido e decidido nas reuniões da junta?
   E o que se passa com a junta de freguesia, para nossa desilusão, também se passa com as reuniões da Assembleia de Freguesia.
   Mas alguém em Malcata ou noutro canto deste planeta se preocupa com merdices destas? Gostam de viver numa aldeia que é governada como se de uma república das bananas se tratasse. Na nossa terra, quem tem um olho, é rei e senhor dos seus súbditos.
   Continuem assim a “dormir na forma” e a bater palmadinhas, mas depois não se queixem ou me enviem mensagens a pedir socorro. Já me bastou o caso da antena dos telemóveis!