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17.10.08

OS POBRES, AI OS POBRES!


Hoje falou-se da erradicação dos pobres no mundo. Os jornais noticiam que o nosso país foi o que mais reduziu a pobreza na Europa. No Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, em Portugal dizem que há 1,8 milhões de pobres e o objectivo é reduzir para 1,6 milhões.

Eu vivo num país onde um terço dos pobres trabalham e recebem um salário. A verdade, é que ganham um salário insuficiente para satisfazer todas as necessidades da família. E isto é ser pobre no nosso país. Apesar de trabalhar e ganhar dinheiro estas pessoas a meio do mês já estão a contar os dias que faltam para voltar a receber. Como o salário é baixo e muitos dos contratos de trabalho são precários, a realidade é negra e triste. O trabalho já não representa que deixaram de viver na pobreza.

O que é ser pobre em Portugal?

O Dr.Bruto da Costa dá-nos esta definição: "O pobre é alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa."

A pobreza é um fenómeno social, não apenas individual. Ser pobre, é quando não tenho recursos para participar nos hábitos e costumes da sociedade onde estou inserido.

E num dia em que falamos de pobres e insuficiência de recursos, ficamos a saber pelos jornais que as três campanhas eleitorais previstas para 2009 ( europeias, legislativas e autárquicas ), o Governo orçamentou-as com um custo previsível de 70,5 milhões de euros. Para além desta despesa com as campanhas eleitorais, o Orçamento para o próximo ano prevê que se gastem 167,7 milhões de euros em estudos, projectos e pareceres encomendados a gabinetes de advogados, de engenheiros e consultores privados.

Quando em Portugal há dois milhões de portugueses que vivem em risco de pobreza, porque sobrevivem com 366 euros, esta distribuição dos dinheiros públicos faz-nos pensar nos métodos, nas prioridades e na escolha das opções tomadas pelos governantes deste país.

As necessidades são maiores do que os recursos económicos que o Governo dispôe. Mas enquanto o dinheiro continuar a ser distribuido conforme as conjunturas políticas e os interesses partidários e enquanto o trabalho não for pago a melhor preço, os pobres continuarão pobres.