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12.2.23

CUIDAR DE MALCATA

   



  Na aldeia de Malcata há casas, muitas casas velhas, de meia idade e modernas. Umas aguentam-se iguais desde que foram construídas, outras foram refeitas segundo os gostos dos seus proprietários, outras acabaram derrubadas e no seu lugar foram construídas casas de estilo “maison” porque o seu dono é emigrante.

Janela ou porta





A Rua do Cabeço já foi assim


  Percorrendo as ruas do núcleo mais antigo, ainda podemos observar casas de pedra de xisto, janelas de madeira e portas também de madeira, as portas das lojas ainda fechadas com a cravelha e ao lado a argola para ajudar a fechar a porta.



Rua da Moita, a mesma  casa antes
de restaurada.

Rua da Barreirinha, um dia vem tudo ao chão


E a janela resiste


    
 
   E pensar que assim nasceram tantas crianças e que se tornaram em adultos…é um encanto ver e recordar algumas cenas desta aldeia.
                                                                                                                     
                                                                  
Rua da Escola Primária



Um nevão branqueia a aldeia.


   A mim o que me preocupa é que ninguém quer colocar fim a estas situações. É que a fotografia da nossa aldeia está cada vez mais descaracterizada e feia de se ver. Não aprendemos com os erros. A nossa aldeia não pode perder a sua identidade e há situações que têm de terminar, isto se nós quisermos salvar o passado da freguesia! 
 

Travessa do Calvário sem céu e sem paraíso

  Vivemos numa terra que não é só nossa, não é tua e não é minha, é de todos. 
  Acabar com os abusos e os maus exemplo é uma necessidade. Está nas mãos de todos e não devemos fazer de conta que não sabemos, que não vemos a tristeza que cresce dia a dia.
                                                                                 José Nunes Martins
                                                                    

30.11.21

O DIABO QUE OS CARREGUE

 

 

Caiu e nunca o levantaram


 
 Hoje vou relatar-vos o que tenho visto pela nossa aldeia. Em Agosto e Setembro tive a oportunidade de percorrer todo o concelho do Sabugal, tendo visitado vários lugares e sítios, castelos e igrejas, restaurantes e cafés, artesãos e outras pessoas que diariamente trabalham neste nosso canto português.
   A aldeia onde eu nasci e que visito várias vezes durante o ano, está a caminhar para o precipício e cuja queda trará danos difíceis de reparar, isto se houver quem os repare. A cada ano que passa, as mudanças são cada vez mais preocupantes e em nada contribuem para a tomada de consciência do caminho que estamos a percorrer, pois mesmo com os avisos que nos são diariamente dados, existe uma total despreocupação e falta de planos para salvar a nossa aldeia da sua agonia e da sua morte.
   Andar pela aldeia e olhar à nossa volta, preocupa-me o enorme número de habitações de janelas e portas fechadas. Casas relativamente recentes e que aparentam ter boas condições de habitabilidade, onde se gastaram muitos milhares de euros, com boa garagem, dois pisos e muitas com três e águas-furtadas. Sinais mais que evidentes daquelas famílias um dia ocuparem toda a casa. Mas isso só acontece uma vez por ano e durante três ou quatro semanas, no mês das férias. Tantos sacrifícios e tanto querer construir uma casa para toda a família, para todos se sentirem agradecidos e poder mostrar o que os anos lá fora lhes permitiu ganhar, para agora responder à pergunta impensável: valeu a pena?
   Em Malcata, as ruas mantêm-se mais ou menos limpas, mas em algumas estou cansado de ver montes de areão e pedras à espera de transporte para um lugar mais útil. Aquele terreno no entroncamento da Rua da Moita com a Rua da Barreirinha, podia estar mais apresentável e não continuar ali um amontoado de pedras e terra dos restos da derrocada. Se a uns obrigaram a segurar as paredes, a outros ignora-se o estado de abandono. Não está certo e também quando limparem as ruas, preocupem-se na remoção do lixo, das areias e caso haja necessidade, façam uso da caixa aberta das viaturas da autarquia.
   Malcata é uma aldeia que me afeiçoei facilmente e quando eu nasci, vivia-se com menos dinheiro, com menos conforto, sem electricidade e sem água canalizada em casa. Tinha sim, pessoas e algumas delas trabalhavam bem quando se tratava de servir o povo e eram pessoas com objectivos e grandes sonhadores. Quando tinham uma dificuldade, um problema, uma necessidade, reuniam-se e decidiam o que fazer para continuar a vida sem esses contratempos. E que grandes obreiros, desde água para todos, uma torre com um relógio que dá horas a todos, uma escola primária, uma igreja e uma capela, uma estrada e posto de correio, moinhos de água e fornos de cozer pão. Viesse quem viesse, se a freguesia estava em causa, batiam o pé, exigiam e faziam.
   Hoje a aldeia está diferente, muito diferente da minha aldeia quando eu nasci. O dinheiro ajudou a fazer boas casas, mas também serviu para construir autênticas aberrações e a reconstruir sem regras. Não se aprendeu quase nada e o ter dinheiro não é sinal de ser cidadão respeitador da história, da tradição e da vizinhança comum.  
Continua... 

11.4.21

RONDA PELA FREGUESIA DE MALCATA

 

  

Nora na Fonte Velha


   Tudo o que nasce morre, diz o ditado.
   Nós às vezes esquecemos que as aldeias também envelhecem. Estou a referir-me ao seu património, ao seu mobiliário urbano, ao seu edificado...casas que já foram habitadas, nelas se criaram os filhos e hoje essas habitações são um monte de pedras ou para lá caminham. Paredes com “barrigas” que podem romper a qualquer momento, janelas sem vidros, carvalhos e sabugueiros nascem entre as paredes, enfim, um dó de alma olhar para aquilo.
   Vesti a roupagem de um turista e dei uma volta pela nossa aldeia. Cheguei à Fonte Velha, ali reparo na nora, uma relíquia de antigamente, arrepio-me ao ver tanta ferrugem e tanta degradação. Olho para as paredes e a tinta onde ela já vai. Disse para mim mesmo: “Valha-me Santa Engrácia! Então não seria possível arranjar a nora e pintar as paredes?” Aqui deixo o pedido, como malcatenho, a quem de direito, que devolva a beleza e a dignidade que aquela fonte merece.
   Mas as coisas não acabaram, há mais para contar. Na Rua da Moita há muitas casas desabitadas e abandonadas à sua sorte. Não tenho palavras para descrever o estado de abandono que vi naquela rua. A Junta de Freguesia devia continuar a seguir o mesmo critério que já aplicou noutras casas abandonadas ou em ruínas existentes noutras ruas. Quando um proprietário não quer saber da casa para nada, quem olha pela segurança do transeunte ou mesmo os residentes que por necessidade, têm que passar naquela rua? Não basta chamar a Autoridade da Protecção Civil Municipal, estender uma fita vermelha e branca e lavar as mãos se ocorrer um acidente!
   Hoje vou ficar por aqui. As duas situações são gritantes e merecem ser
motivo de maior atenção por parte da Junta de Freguesia, pois penso que dinheiro e soluções existem. E há que resolvê-las para não acontecer uma desgraça a alguém que passe no local errado e à hora errada!!!!  
   
                                        Josnumar
                                       (José Nunes Martins)
  

24.8.18

AS RUAS DE MALCATA

Rua da Ladeirinha


  Uma das respostas ao despovoamento da aldeia passa pela requalificação de ruas e casas antigas. Ruas, praças, bêcos e casas que fizeram que a esta aldeia de Malcata, esteja ligada a identidade de todos os malcatenhos.
  Muitos malcatenhos, principalmente os que optaram por sair desta bela terra em busca de uma vida melhor, não esqueceram as suas origens. A aldeia até pode ter-se despovoado, mas temos de reconhecer que foi com a ajuda dos que saíram (que foram bastantes) que a aldeia cresceu e isso vê-se, quer pela quantidade de casas novas que construíram, quer pela preservação e recuperação de casas antigas. E sobre as ruas de Malcata, temos todos coisas que contar, mas é ali na Rua da Ladeirinha que se encontra o maior número de casas construídas em pedra de xisto, preciosidades que urge recuperar.

   E as pequenas casas da Rua do Meio, verdadeiros símbolos dos modelos de habitações que naqueles tempos se usavam, casas baixas e rasteiras, que nos deixam a pensar como naquele espaço moravam uma família.
   
Estas casas ainda são o testemunho daquela geração de pessoas que está a desaparecer. Há necessidade de fazer alguma coisa para preservar a identidade e a história de Malcata.
  Votos de um bom fim de semana.
José Nunes Martins



6.11.12

A MINHA CASA


Casa rural da aldeia


 Casa de emigrantes




A CASA DO EMIGRANTE
 
   Malcata mudou muito e hoje tem mais e melhores casas. Amealhar foi e continua a ser a ideia do emigrante da aldeia. Foi a esperança de um dia vir a ter uma vida mais desafogada, com uma boa casa construída ao seu gosto e com melhores condições de habitabilidade que os levou a ir trabalhar para um país distante, desconhecido e diferente.
   As casas que os emigrantes construíram em Malcata são na sua maioria modelos de outras casas que eles viram e admiraram nos países onde trabalham ou trabalharam. São construções que representam a concretização dos sonhos daqueles que um dia deixaram a casa dos seus pais. Eram casas de pedra e barro, granito e madeira. Normalmente tinham dois pisos: rés-do-chão que era composto pela loja e o curral. No andar superior ficava a cozinha, uma sala e os quartos. Aquecimento não existia, a não ser quando se acendia o lume na lareira da cozinha, também não tinha quarto de banho e não havia água canalizada. Eram casas pequenas, sombrias e frias.
   Estas casas novas que os emigrantes construíram traduzem a prosperidade alcançada e são motivo de orgulho para os seus proprietários. São casas, embora de modelos importados, a maioria conserva ainda os mesmos dois pisos da casas mais antigas. Têm uma particularidade que é a existência de uma garagem no rés-do-chão, onde agora guardam o seu automóvel. E o curral é agora um pequeno jardim entre a fachada e o muro divisório da rua ou então um pequeno quintal com algumas árvores de fruto e uns troncos de couve ou pés de roseiras.
   A utilização de materiais novos e mais industriais acabam por fazer sobressair estas casas do povoado mais antigo. O uso do cimento para tudo, os azulejos, os alumínios e as tintas com cores berrantes são características das casas dos emigrantes. Ainda assim, são casas que não estão completamente afastadas das raízes dos seus antepassados.
   Por isso, vale a pena olhar para as casas mais antigas e para as casas dos emigrantes porque todas fazem parte da nossa aldeia.

21.12.11

MALCATA, UMA ALDEIA COM HISTÓRIA


 Ir a Malcata, não fosse a família e os amigos, não seria uma viagem lá muito atractiva para fazer. E agora, com o pagamento de portagens mais desanimador se torna visitar uma terra do interior do nosso país e que continua desconhecida por muita gente.
   Malcata é uma aldeia aconchegada por montes verdes de um lado e um enorme espelho de água do outro. Para que a aldeia não caia, está amparada de um lado pela Serra das Mesas e do outro pela alta e fria Serra da Estrela, ficando a Serra da Malcata e a sua Reserva Natural  um pouco escondidas e talvez por esse motivo as torres eólicas estão lá a  crescer quase ao mesmo ritmo das árvores, sendo até uma espécie preferida pelos engenheiros em detrimento da plantação e preservação de outras espécies, como os sobreiros, as medronheiras e até destruindo o habitat natural do lince ibérico, aquele que já foi o mais ilustre habitante da serra da Malcata.
   A aldeia sempre esteve ligada à serra e durante muitos anos não as pessoas souberam tratar dela e ainda hoje é um dos locais mais conhecidos. Mas as pessoas não viviam na serra porque é muito alta, fria no inverno e então construíram as primeiras casas ali entre a Rua de Baixo e a Rua da Ladeirinha, indo também morar para a Rua do Meio. Os casais nessa altura trabalhavam as terras e passavam as outras horas à volta da lareira, à luz das candeias de azeite, mais tarde dos candeeiros de petróleo. Como não havia electricidade, ninguém tinha televisão e deitavam-se mais cedo do que agora. Ora os casais novos, deitados naqueles colchões de palha, duros, com cobertores por cima por causa do frio, enroscavam-se um no outro e muitas nove meses depois a família estava mais numerosa. Daí que a aldeia teve necessidade de se expandir até ao Cabeço, para o Carvalhão, para a Moita, para o Soitinho e ainda hoje continua o seu crescimento, mas muito mais lento.  Mas os braços já chegam à Rasa, à Senhora dos Caminhos e à Fraga.
   Apesar deste seu crescimento, continua a manter o seu núcleo central na Praça do Rossio, também conhecida por Torrinha e que se espalha até à Igreja Matriz. A Rua da Ladeirinha está ainda rodeada por casas construídas em pedra de xisto. Atrevo-me a afirmar que juntamente com a Rua da Moita, são o centro histórico da aldeia. Não é um núcleo rico, mas o património ainda ali existente, é um precioso testemunho histórico que merece ser protegido, preservado e é fundamental  manter como lugar de atracão para quem  visita a povoação e também para as gerações vindouras da terra.
  

28.5.10

A SEGURANÇA VOLTOU À RUA DA MOITA

    Este é um bom exemplo de eliminar as probabilidades de acidentes inesperados e indesejados. No mês de Abril, ao passar pela rua da Moita reparei no mau estado desta casa e na eminente caída de pedras para a via pública. Alertei aqui para o perigo da situação e hoje, 28 de Junho, encontrei-a assim. Ainda bem que tomaram a decisão de derrubar as paredes que eram mesmo um perigo.

AGORA NÃO ESQUEÇAM OS PERIGOS NAS OUTRAS RUAS...

Rua da Barreirinha
   Quem sobe pela Rua da Barreirinha, aconselho a que o faça mais pelo lado direito, pois as lascas (lousas) do telhado estão mal seguras e podem cair a qualquer momento.

E AQUI TAMBÉM HÁ PERIGO:
É uma das ruas principais da aldeia, ao lado do Largo da Fonte velha, frente à casa do senhor Carlos Coelho. O problema é o mesmo: lousas em perigo de cair para a rua. Enquanto eu observava a rua da Barreirinha, o senhor Carlos Coelho dizia em voz alta:
- Olha, as pedras aí podem cair, mas as desta casa estão também na mesma.
Olhei para a casa e de facto as pedras podem cair. Não gostei foi de ver a parede de pedra de xisto no estado em que está. Se as paredes estão a cair, se a casa está sem ninguém e desocupada, mais valia derrubar as paredes em vez de lançar para ali umas colheradas de cimento. Assim não!

23.5.10

MALCATA: O PERIGO NA RUA DA MOITA

A casa há muito que se encontra desabitada. O telhado deve estar todo caído e as paredes também não devem estar tão firmes assim. O perigo espreita a qualquer momento, mesmo apesar do alerta que a fita da Protecção Civil lembra a quem ali passa. As pedras de lousa que ainda se aguentam no seu lugar de sempre, com um vento mais forte e alguma chuva podem transformar-se numa guilhotina mortal para qualquer ser vivo que tenha o infortunio de ali passar, naquele lugar e nesse preciso momento. Entendo que devem ser tomadas outras acções de protecção e evitar males maiores. Todos sabemos que a Vida é o Momento e todos sabemos que há acontecimentos na vida dos outros dos quais dizemos: "passou no lugar certo, mas no momento errado", ou "já tinha o destino traçado". Vale a pena pensar nisto e quem de direito e dever, colocar segurança naquele sítio da rua da Moita.

7.4.09

CONFUSÕES ARQUITECTÓNICAS

Eis três casos de confusão arquitectónica na aldeia de Malcata. Como estes exemplos, infelizmente, existem ainda muitos mais. O cimento parece ser a melhor solução para sesolver problemas de degradação.



Rua Principal


Rua do Cabeço





Rua do Meio