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24.9.23

MALCATA: AS TARDES DOS DOMINGOS



                                                            
  
    Lembro-me do tempo em que havia baile aos domingos. De manhã o povo ia rezar a missa e depois do jantar (almoço) os rapazes iam aparecendo ao Rossio. As moças ficavam por casa a acabar de lavar os pratos e panelas, a varrer a cozinha e sempre com os ouvidos atentos para ouvir a concertina do Carlos Coelho ou do Fernando Cego (era invisual e daí esta alcunha) anunciando que ia haver baile.
   Missa, jogo de cartas e baile eram as três coisas mais importantes que se faziam aos domingos à tarde na nossa aldeia. O Rossio e os namoros no baile ao som da concertina aconteciam à vista de toda a gente, em especial à vista das famílias dos dançantes. O baile era um momento romântico, aceitado pelas mães das raparigas como uma prova de carinho, de respeito, mesmo que o par controlasse os sentimentos e um aperto ou um beijo, o par continuava a sua dança.
   Algumas vezes havia rapazes a quem as raparigas respondiam que não queriam dançar com eles. Às vezes o rapaz ficava envergonhado pela recusa retirava-se e os amigos faziam mangação dele porque tinha acabado de levar uma “tampa”. E nalguns casos,
acabavam em zaragata, com murros e empurrões, copos e garrafas partidas em cabeças, alguns pontapés e a certa altura os agressores desapareciam para nunca mais serem vistos no baile daquele domingo.
   Vale a pena voltar a lembrar as tardes do domingo na aldeia, se vale!

                                                                 José Nunes Martins



3.2.23

TODOS AO ROSSIO DANÇAR!

                                                                 Baile de domingo à tarde
 

   O Largo do Rossio enchia-se de vida com tanta gente que ali se juntava às tardes dos domingos ou feriados religiosos. Queriam todos dar um pé de dança ao som da concertina. Os bailes nessas tardes, era o principal divertimento para todo o  povo. Todos apareciam para ver a moda, ouvir as novas músicas e claro, dançar com o amor da sua vida. Os rapazes eram os primeiros a aparecer e as raparigas chegavam aos poucos, acompanhadas das mães, das irmãs ou vizinhas.
E durante todo o baile, as mães raramente dançavam. A sua principal missão era a de acompanhar as filhas, que ao longe e à volta do Rossio procuravam fazer uma vigilância não tirando os olhares de todos os pedidos para dançar. Entretanto, as crianças divertiam-se a imitar os adultos ou em loucas correrias a escaparem-se uns dos outros passando por entre os pares que alegremente dançavam. Todos à sua maneira se divertiam e quando o cansaço chegava às mães, ou o frio começava a incomodar, com um simples sinal, as raparigas iam para casa na companhia das mães, não dando qualquer hipótese de satisfazer outros desejos…eram assim as tardes com baile no Rossio.

2.2.23

A JANELA QUE NOS DAVA MÚSICA


  

Naquela janela
virada para a rua...




     Conheço uma janela de uma casa que mesmo fechada me faz pensar na pessoa que viveu na casa daquela janela voltada para a rua. Quando lá estava o seu dono, era de lá que ecoavam aquelas músicas tão conhecidas e tantas vezes fizeram grandes bailes ao Rossio e pelos largos parecidos pelas aldeias vizinhas da nossa. Às vezes ouvia-se a Rosa a arredondar a saia, o malhão malhão, aquela dos emigrantes que lá longe trabalhavam e as saudades os faziam regressar à sua amada terra...e outras mais mexidas que todos os dias se escutavam nos programas de rádio e tv. Muitos ouviam e diziam uns para os outros "olha, lá está o Carlos a tocar a concertina"! 
   Foi naquela casa modesta, tão modesta como ele sempre foi. A sala de jantar era também o seu sítio preferido para ensaiar as músicas que depois tocava nos bailes das tardes de domingo, ou na animação de um casamento ou outros eventos festivos. 
   A casa e a janela foram o seu porto de abrigo e sempre que o convidavam a animar uma festa, um casamento, uma festa no lar, estava sempre pronto a participar. Fica na minha memória a sua pronta resposta em querer participar no primeiro encontro dos naturais e descendentes do concelho do Sabugal. Quem teve a ideia de organizar esse encontro foi a Natália Bispo e surpreendeu-me que o Carlos e o José Lucas tivessem aceitado participar na animação.  Naquela janela virada para o mundo...

                                             José Nunes Martins

  

17.1.12

UMA VIDA A FAZER DANÇAR

Algumas participações de Carlos Coelho:



Carlos Coelho no Rancho Folclórico

Carlos Coelho, sempre a animar


Carlos Coelho e os Carlos de Malcata


Carlos Coelho e seu amigo José Lucas


   Carlos Coelho em Malcata

   Deixo aqui um pedido: as pessoas que tiverem fofografias ou filmes com o Carlos Coelho tenham a amabilidade de digitalizar e enviar-me, pois, seria importante fazer um registo bibliográfico deste homem e artista. Para quando uma merecida homenagem em Malcata?

17.9.07

CARLOS COELHO AINDA DÁ MÚSICA



Aqui está o nosso conterrâneo com a sua concertina integrado no Grupo de Cantigas do Meimão. Bem faz o Carlos, pois já que em Malcata não há(até agora) um grupo de cantigas aí foi ele até à aldeia vizinha do Meimão. Em conversa que há tempos tive com ele mostrou-se feliz por as gentes do Meimão terem pensado nele e no seu valor de concertista para acompanhar o Grupo de Cantigas do Meimão. É que o Carlos Coelho já não é o animador dos bailaricos dominicais que em tempos se faziam em Malcata. Isso já pertence ao passado e claro que este convite lhe proporciona alegrias e prazer ao abrir e fechar o fole da concertina.