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9.9.22

AS MINHAS HISTÓRIAS NA ALDEIA ONDE NASCI

    

A caminho do Ozival 

                                                        CONTA-ME  COMO  FOI ...

   Vou contar-vos uma cena que se passou na aldeia que todos guardamos no coração. Esta pequena história é ficção, embora pareça verdadeira, não é real. É um recordar e um reviver de situações reais, com pessoas e lugares que existiram nessa aldeia. É apenas uma história das muitas histórias que eu vivi em criança. E a história começa na cozinha lá de casa:
_ Vou à loja ordenhar a vaca, ver se consigo tirar leite para fazermos um queijo - disse a minha mãe enquanto apertava o avental arás das costas. Pegou no balde habitual e desceu as escadas até à loja. 
   Era o tempo do frio e da chuva, o Inverno na aldeia costuma ser assim e as manhãs eram mesmo frias.
   Eu fiquei ao lume, a olhar para a fatia de pão que estava a torrar em cima da grelha de ferro. As brasas estavam fortes e uma pequena distração transformaria o pão em carvão. Pão torrado na grelha e depois um fio de azeite a fazer de manteiga, torna aquela coisa numa deliciosa torrada. E assim me soube, acompanhada de uma chávena de cevada. Com a barriga composta, fui ter com a minha mãe à loja. Entrei devagar para não assustar a "Amarela", nome que os meus pais puseram ao animal. 
   A minha mãe falou:
_ Amanhã vou ao Ozival de manhã cedo. Levo o carro cheio de esterco e depois há que o espalhar pelo chão todo. Temos de aproveitar este tempo sem chuva e estrumar o chão para depois semear as batatas.
A Ti Céu já lá andou ontem com o tio a espalhar no chão deles e amanhã já acaba de espalhar tudo. Temos que fazer isto antes que a terra fique gelada e depois da terra ficar dura, não dá para lavrar.
_ De manhã cedinho?! Mas por que raio a mãe tem que ir cedo? Ainda está noite e não tem necessidade
 de se sacrificar tanto. - disse eu.
   A minha mãe, mulher mais trabalhadora eu não conheci, sorriu e respondeu assim:
_ Ó filho, vou cedo e a luz vai aparecendo e quando lá chegar já se vê bem a terra. Assim descarrego o carro e se o tempo estiver bom e com a terra enxuta, espalha-se logo. Tu não precisas de te levantar ao mesmo tempo do que eu. Prefiro que fiques a dormir e me leves o "almoço". Depois vimos os dois a jantar aqui a casa. Vá, ficamos assim combinados. Está bem? Mas não adormeças!
    E o diálogo ficou por aqui quando fomos interrompidos pelos dois chibos que tal como as crianças
pequenas, adoram dar saltos e pinotes. A vasilha com o leite estava praticamente cheia e a mínima distração podia uma das crias fazer derramar o líquido para a cama da vaca. E lá se ia o desejado queijo fresco que a minha mãe tanto quer fazer.

Explicação de algumas palavras:
Esterco = Estrume
"Almoço"= Pequeno Almoço
"Jantar" = Almoço
Chibos = Cabritos
                                    José Nunes Martins
   

   
   
 

1.3.20

O EMBELEZAMENTO DUMA ALDEIA TAMBÉM SE FAZ COM PEQUENAS CONTRIBUIÇÕES

Uma obra simples e barata mas valorativa
para o embelezamento da aldeia
 
   Sempre que venho a Malcata, gosto de percorrer as ruas para observar, conhecer e perceber algumas alterações na paisagem. Ainda vou encontrando pessoas preocupadas pela sua aldeia, pelo seu lugar e pelo respeito dos moradores no que respeita ao embelezamento da aldeia.
   Hoje trago ao conhecimento de todos uma obra simples, barata e bem valorativa em termos de contribuição para o embelezamento da nossa aldeia.
                                                                                                        José Nunes Martins

20.8.15

VISÃO SOBRE O FUTURO DE MALCATA



   Se há tema de conversa ou reflexão sobre o qual não consigo ser desapaixoando, esse tema é Malcata, a aldeia onde nasci, cresci e passei os melhores momentos da minha infância e juventude. Era na aldeia de Malcata que passava as minhas férias e se há visitas que me têm permitido recuperar parte das minhas memórias, únicas, desses tempos, é precisamente aquelas experiências vividas na aldeia. Experiências únicas, porque Malcata é única, não existe outra aldeia igual e as outras nenhuma a consegue igualar.
   Para mim é assim mesmo, o que Malcata tem, mais nenhuma outra terra tem. Malcata não tem centros comerciais, com salas de cinema e muitas sessões de filmes, muitas lojas de pronto a vestir ou restaurantes. Não, em Malcata não há nada disso e também não vai haver. Por saber que nada disto lá existe, o que eu procuro quando lá vou são outras coisas e outras experiências que só o mundo rural me pode oferecer, que só podem ser vividas na aldeia de Malcata e no seu espaço territorial.
   Malcata tem pela frente desafios muito importantes e os malcatenhos já possuem o mais difícil de obter: valor e riqueza humana, florestal, patrimonial, material e imaterial. Muito ainda está por explorar. Precisamos de potenciar toda esta riqueza humana e natural e colocá-la ao dispor dos outros cidadãos, os nossos vizinhos raianos, os outros portugueses e todos os europeus ou até americanos, vivam onde vivam.
   Desafio dificil, não é? Pois é, mas os malcatenhos têm que enfrentar estes desafios, pois, se os ganharmos, teremos um desenvolvimento mais real e efectivo, melhores condições económicas, uma vida presente e futura bem melhor. Malcata tem que definir os seus valores principais e fortalecê-los como imagem de marca, aproveitar melhor os nossos recursos, desenvolvê-los através de parcerias com empresas, com o poder local e também com as associações locais e outras, dedicadas ao desenvolvimento rural e social. Actualmente estou particularmente empenhado na divulgação e no arranque da Associação Malcata Com Futuro ( AMCF ). A nova associação ( AMCF ) pretende ajudar a criar condições para que os bons projectos e as boas iniciativas tenham sucesso em Malcata. Confio no apoio e no empenho dos malcatenhos, na experiência e saber daqueles que já experimentaram, pois sei que não sei tudo e que sózinho nada poderei fazer. Por isso contem comigo para ajudar, porque acredito que os objectivos da AMCF de promover e fomentar o desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural da nossa Malcata, com uma base de confiança, com humildade, seriedade e honestidade os resultados surgirão.
José Nunes Martins
Nota: visitem a página da AMCF na internet aqui:
          
http://www.malcatacomfuturo.pt

22.3.09

CASA MANDEGO: "SEJAM BEM VINDOS"


Casa do ManegoCasa do Manego



EMPREENDORISMO EM QUADRAZAIS

Casa do Manego, novo empreendimento turístico aberto há dois meses em Quadrazais.
A casa possui quatro quartos, uma pequena sala de convívio e destina-se a acolher todos os que queiram passar alguns dias em contacto com a natureza.
Trata-se de uma casa construída em pedra de xisto, térrea, pode albergar até oito pessoas. Enquanto estão em casa, os hóspedes podem comer e até confeccionar algumas refeições.
A promotora deste empreendimento está a cargo da Meia Choina-Colette Correia. Os proprietários esperam agora começar a receber os hóspedes, em especial, aqueles que desejem ter contacto com a natureza, uma vez que a casa situa-se bem perto da Reserva Natural da Serra da Malcata.

8.9.08

A FLORESTA É O NOSSO OURO E PRESERVÁ-LA É O NOSSO DEVER


No próximo dia 10 de Setembro, a partir das 9h30, no Auditório Municipal do Sabugal, vai ter lugar uma sessão de esclarecimento sobre os cuidados a ter com a floresta e sobre as medidas de prevenção dos incêndios florestais. Com esta acção, pretende a organização desta iniciativa sensibilizar as pessoas, principalmente a população rural, para o facto de os incêndios prejudicarem a flora e a fauna que habita na floresta da região.
Esta sessão de esclarecimento é organizada pela Câmara Municipal do Sabugal, através do seu Gabinete Florestal, e a Coopcôa-uma cooperativa agrícola do nosso concelho. Contam ainda com o apoio da Forestis, Associação Florestal de Portugal, a Federação Nacional dos Baldios, Fenafloresta, Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais, Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção Regional dos Recursos Florestais, Federação dos Produtores Florestais de Portugal e da União das Florestas Mediterrânica.
Bom, se cada uma das entidades enviar um representante teremos 12 presenças garantidas na sessão de esclarecimento. Porquê realizar esta sessão no Auditório Municipal? O objectivo não é sensibilizar as populações rurais? Se é esse o objectivo é porque estão esperançados em que as pessoas venham dos campos até à cidade. Desconfio que vão ser poucos os rurais a ouvirem a vossa mensagem. Penso que a iniciativa teria mais sucesso e os vossos bons conselhos seriam muito mais escutados se realizassem uma sessão de esclarecimento em cada uma das aldeias do concelho do Sabugal. Estas iniciativas são de louvar e de incentivar. Contudo, penso que às vezes queremos igualarmo-nos às gentes das grandes metrópoles e todos sabemos que no Sabugal as coisas funcionam de maneira diferente. Claro que dá mais trabalho a quem organiza se tiver que percorrer as aldeias. Mas se a floresta é tão importante para a nossa região, porque não ir com estas sessões mais próximo dos principais interessados?
Mas, mesmo com ideias diferentes das das pessoas que organizaram esta sessão, louvo a iniciativa e faço votos para que seja bem acolhida e participada por muitas pessoas.

8.7.07

A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA NA SERRA DA MALCATA









"Um dos nossos grandes problemas do ponto de vista da conservação da natureza é o facto de termos abandonado a agricultura típica que criou, que marcou aquela paisagem.


Na Serra da Malcata, onde deixou de haver cultivo, deixou de se apanhar o mato para a cama dos animais, deixou de haver habitat de coelho, deixou de haver alimento para o lince ibérico. É uma cadeia, está tudo relacionado. Em muitos sítios faz falta que o homem lá esteja, o problema é que não está da mesma forma que nos últimos dois mil anos e isso, sim, causa impactes negativos".
Palavras publicadas pela revista "Notícias Magazine" de 8 de Julho de 2007.






Assim pensa Ricardo Mendes, investigador no Laboratório Marítimo da Guia, da Faculdade da Universidade de Lisboa e um dos docentes que leccionam o curso de pós-graduação em Ecoturismo, no ISLA.







Actualmente falar do ambiente, organizar grandes eventos a chamar à atenção das pessoas para a importância que a natureza tem na nossa vida actual e futura, concertos musicais, campanhas promocionais de marcas comerciais que levam os seus consumidores a ter a defesa do meio ambiente como um objectivo ao alcance de todos...desperta em nós um novo conceito de turismo, uma nova forma de passar as férias a que anualmente todos nós temos direito.

O turismo de natureza está a desenvolver-se cada vez mais. As praias e o sol à beira mar começa a ser substituido por semanas passadas no meio da mãe natureza.

Em Portugal, a Reserva Natural da Serra da Malcata, é um dos locais que o Turismo de Portugal refere como destino a ser explorado pelos amantes deste tipo de turismo. Malcata tem hoje uma albufeira que faz parte da barragem do Sabugal. É uma aldeia que sempre esteve ligada à Serra da Malcata.

A Serra forneceu durante muitos anos a lenha seca para acender o lume nos dias frios de Inverno, a caruma, os "fietos"(fetos), as "gestas"(giestas) que serviam para manter a cama dos animais em boas condições de acomodação. E claro, a cama com o passar dos dias transformava-se no rico e natural estrume que os agricultores aproveitavam para os campos de cultivo. Até as folhas dos carvalhos e dos castanheiros era apanhada o que ajudava a manter os terrenos limpos, mais livres de que um possível incêndio causasse grandes prejuizos porque como não havia mato o fogo extinguia-se mais facilmente e passava só aos pés das árvores, quase sem causar queimaduras nos seus troncos. Outra grande ajuda na limpeza da floresta era o forno público que a aldeia tem. Eram necessárias grandes quantidades de lenha para aquecer o forno e onde se ia buscar? Desde sempre, Malcata e as suas gentes viveram com a serra e ambos se respeitavam.












Hoje, a agricultura é muito reduzida,
as lojas estão vazias, sem moscas,
sem o cheiro a estrume e são poucas
as que têm animais a lançar
metanol para a atmosfera.











A Malcata parece restar-lhe o turismo,

o turismo ecológico, o turismo ligando o turista com a Serra da Malcata. Proporcionar dias de gozo e de sombras naturais, passeios a pé, de burro, de carroça, de bicicleta, comer um bocado de pão acompanhado de uma boa fatia de queijo de cabra, de vaca ou de ovelha...um bom naco de presunto e um quartilho de vinho...pode estar aqui o futuro da aldeia. Há muito trabalho a fazer. Malcata possui uma mina de ouro em bruto. Necessita de exploradores empreendedores e visionários para dar a conhecer a riqueza que a mina tem. Há que dar a conhecer esse ouro aos portugueses. A globalização em que vivemos vai contribuir para a divulgação de Malcata pelos quatro pontos do mundo. Haja ideias e quem acredite em pô-las em prática. O fruto um dia será saboreado por quem o semeou e o soube estrumar.







O turismo de natureza significa gozar o que a natureza nos oferece. Quanto menos o turista mexer e quando mexer não estragar, melhor para todos.

Malcata tem casas que se forem bem recuperadas e equipadas podem vir a constituir uma fonte de rendimento para quem investir nesse trabalho.

Hoje a aldeia começa a ser mais conhecida graças à Reserva Natural da Serra da Malcata. Sempre que se fala no lince ibérico Malcata vem à memória das pessoas. Mas será que essas pessoas associam Malcata à serra ou à aldeia ? A aldeia merece ser mais conhecida dos portugueses não apenas quando se fala no lince, mas sempre que se falar de turismo de natureza, de ecoturismo, de turismo rural...porque o lince já todos sabemos que não existe na Serra da Malcata, mas poucos sabem que Malcata também é uma aldeia situada mesmo aos pés da serra que hoje muitos conhecem de nome e poucos, muito poucos a visitaram. Malcata ainda é daquelas terras que só lá vai quem tem de ir. Mesmo de automóvel, quem entra na aldeia para voltar a sair tem que voltar por onde entrou. Claro, hoje já existe uma estrada rural de Malcata para o Meimão...mas poucos a conhecem e não é aconselhável para velocidades. Tem um óptimo piso de alcatrão, com curvas perigosas e de Malcata para o Meimão há que descer com muito cuidado. A paisagem é magnifica e ainda pouco danificada pela mão humana.

Seria bom pensar numa nova saída para Quadrazais. Parece que já se fala nisso há uns anos mas até agora apenas existe um caminho em terra batida. Esta saída, se for construida com regras de protecção ambiental e de circulação automóvel, com certeza que beneficiaria as duas aldeias tão próximas e até agora tão afastadas.

Nestas coisas de Reservas Naturais há leis e planos que têm que ser respeitados. Mas penso que as Reservas Naturais não devem ser assim tão restritivas e devem proporcionar uma boa e sã integração com as aldeias integradas nesse mesmo espaço. As pessoas já lá viviam muito antes de ser transformada em reserva natural, por isso, há que ter isso em conta e ser mais compreensivos em relação aos anseios e desejos dessas populações.













































26.6.07

O FUTURO DA ALDEIA DE MALCATA

As ruas da aldeia de Malcata são limpas, sossegadas, muitos sossegadas, até demasiado sossegadas.
















O que podemos fazer para contrariar a desertificação da aldeia de Malcata?




O que se pode potenciar?



Ideias com tradição









Ideias Inovadoras:




Campo de Mini Golfe



Parque de Lazer e desporto( Porque não substituir o campo de futebol por árvores, mesas para pic-nic, parque infantil...). Podia funcionar como local de lazer aproveitando também o ringue da Associação Desportiva para praticar desporto. O campo de futebol não tem sido utilizado para o desporto com bola. Apenas é usado uma ou duas vezes no Verão. Transformar esse terreno num aprazível parque de lazer penso que a aldeia e a Associação dava um bom contributo para a desertificação e contribuia para que aquele local pudesse ser utilizado por escolas(passeios anuais das escolas), escuteiros, turistas ocasionais para descanso e um bom repasto...e depois de comerem também podiam jogar uma partida de Mini-golfe, "de petanque", de raiola, de sueca. Ou então irem de bicicleta até à aldeia e tomar um café, ver a aldeia, comprar um centeio no forno ou um queijo de cabra na queijaria...o peixe só necessita de morder o isco para dar felicidade ao pescador.

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O turismo rural, é uma das potencialidades a não esquecer. Aproveitando a beleza natural da Reserva da Serra da Malcata, já bem conhecido dos portugueses e não só, aproveitando as potencialidades para oferecer condições para que as pessoas visitem a aldeia, desfrutem até de umas férias sossegadas e retemperadoras. Há muitas casas vazias que precisam que alguém lhes dê nova vida. Podiam ser transformadas em casas de turismo rural. Quem tiver euros e os queira investir deve procurar apoios para pôr em prática alguma ideia luminosa para promover o turismo rural.



O Presidente da Junta de Freguesia dos Fóios, José Manuel, tem ideias e algumas já deram luz e a população dos Fóios orgulha-se dos projectos concretizados. Há outros já imaginados e que começaram a germinar. É de autarcas como o Prof.José Manuel que as aldeias do nosso concelho precisam. Os bons exemplos são para serem" imitados" e devem levar os outros autarcas a pensar um pouco no futuro das aldeias.


"NÃO TEMOS MAIS NADA A QUE NOS AGARRAR,
A NÃO SER O TURISMO, ASSIM SAIBAMOS NÓS

SER IMAGINATIVOS"


Palavras ditas pelo Presidente da Junta de Freguesia dos Fóios,José Manuel