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29.3.24

NINGUÉM SE SALVA SOZINHO

            Viver  a  vida  a  pensar  nos  outros


   O entardecer volta a cobrir a minha vida e recordo-me das trevas e do silêncio ensurdecedor, um vazio dentro de mim que não me deixava olhar sequer para o céu e isso ninguém viu porque estavam todos fechados nas suas casas porque a tempestade
era demasiado forte, inesperada e furibunda. Desorientei-me, as lágrimas não me deixavam ver o caminho e à porta do cemitério eramos cinco à espera de uma pessoa que não aguentou mais tempo confinado ao seu quarto, sem visitas, só entrava quem cuidava do seu corpo, porque a alma já a tinha oferecido aos que o amavam.
   Sempre respeitei a sua autonomia e a sua liberdade. Não lhe impus aquilo que eu pensava que seria o mais adequado para ele. Mas os decretos do Governo definiram que quem tivesse atendimento hospitalar e lá passasse a noite, regressava e tinha que ficar isolado dos outros utentes do lar. Nesse mês de Março de 2020, as missas eram proibidas e os funerais obedeciam a regras nunca antes decretadas. Os senhores da política até decretaram o número máximo de pessoas que podiam acompanhar os cortejos fúnebres e entrar nos cemitérios. Tudo porque não se podia fazer ajuntamentos de muitas pessoas. Como as missas estavam proibidas, os velórios deixaram de se realizar. As empresas funerárias encarregavam-se de todos os procedimentos necessários, cumprindo as determinações da Direcção Geral de Saúde.
Tinham o trabalho de ir aos hospitais e transportavam as urnas bem seladas directamente para o cemitério, onde os familiares mais chegados (máximo de 10) aguardavam a chegada, mantendo entre eles a distância que as autoridades aconselhavam. Sem grandes cerimónias, o Pe. Eduardo depois das orações e de umas breves palavras de aconchego, foi apressado para outro cemitério.
   Vivíamos todos em estado de emergência. Todos corriam o risco de ser apanhados de surpresa pelo vírus. A vida e a sociedade não estava preparada para tanto, ninguém estava habituado a sentir medo do presente e dos dias a seguir.
   Cada um penso que cumpriu o seu dever, mesmo aqueles que lhes foi imposto. E assim ajudámos o nosso país a levantar a cabeça. O mundo que quase parou, voltou ao seu habitual.
   Hoje, 29 de Março de 2024, estamos novamente a reflectir na morte de Jesus Cristo.
   Estamos todos no mesmo barco e a nossa fragilidade mostra-nos a falta das palavras do Mestre da embarcação “Não tenhais medo”. Somos chamados a remar juntos e confiar no nosso mestre para chegar a porto seguro.

José Augusto Martins
                 Hoje sinto que a vida começa a ficar mais normal, sem me sentir o único responsável pelo que aconteceu nos dias que antecederam o dia 29 de Março de 2020.
   A vida continua.
                                 Santa Páscoa a todos desejo.                                   
                                                                                               
   



24.7.11

MALCATA TEM UMA NOVA ESCULTURA

A aldeia de Malcata está prestes a inaugurar um novo monumento. Depois das obras efectuadas na Rua da Moita, em que foi removida a calçada para voltar a empedrar deixando o piso mais nivelado e sem arestas, ali ao chegar à Travessa do Calvário, depois de derrubada uma casa em pedra, a entrada da via ficou mais larga e a Junta de Freguesia sabedora de que ali existiu em tempos, um cruzeiro em pedra, pensou que com esta nova escultura contribuía para a reparação do desaparecimento misterioso do dito cruzeiro. O artista escolhido para produzir a obra foi o escultor Eugénio Macedo, artista sobejamente conhecido no país, especialmente no concelho do Sabugal. Aqui pelas terras raianas este grande artista e transformador da pedra em obras de arte, tem provas reais da sua inteligência, da sua forma peculiar de ver num bloco de granito, um bombeiro, um emigrante, um agricultor, um toiro, um santo ou santa, mesmo outros seres que só ele imagina.Eis o que publicou na net acerca da obra que acaba de deixar em Malcata.
Rua da Moita






Esta casa vai ficar agora só na nossa memória. Com a sua demolição a Junta de Freguesia alargou a entrada para a Travessa do Calvário. E aqui vai surgir mais um ponto de interesse para a nossa freguesia.



Montagem da escultura

Mais fotografias e todos os passos que o escultor Eugénio de Macedo teve que dar para chegar a esta obra de arte podem ver clicando aqui: