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31.12.16

O DIA DE ANO NOVO EM MALCATA



    Quem ainda se lembra dos tiros de caçadeira ou rebentamento de bombas com que os malcatenhos matavam o Ano Velho?
    E as borgas para festejar a entrada do ANO NOVO ?
    José Rei, no seu livro "Malcata e a Serra", aviva-nos essas tradições de outros tempos:
 

O Dia de Ano Novo em Malcata

   Tenham um BOM ANO e que para o ano corra pelo mesmo cano.



  


20.12.13

SENTIR O NATAL EM MALCATA

Presépio na Igreja Matriz


SENTIR O NATAL EM MALCATA  

Não há iluminações e música nas ruas da aldeia, nem existem decorações de montras a concurso. A animação vai ter lugar no dia 24 de Dezembro com a ida à Missa do Galo e o acender da Fogueira no adro da igreja. Também não está programada a chegada do Pai Natal, as poucas crianças esperam pelo Menino Jesus, que durante a noite vem visitar as casas de todas as pessoas e lhes deixa uma prendinha no sapato ou nas botas deixadas na cozinha.
    Quando eu era garoto, Malcata acordava muitas vezes envolta num manto de neve. Fazia muito frio e só se estava bem à volta do lume ou do calor da braseira.
   Na noite de consoada, horas antes da Missa do Galo, havia que fazer as filhós, uma das iguarias típicas na altura de Natal. Só as famílias mais pobres não as faziam, mas a solidariedade dos vizinhos ajudavam e também acabavam por aparecer à mesa.
   Vêm-me à lembrança o presépio que a minha irmã e eu construíamos em nossa casa. Graças às figuras de barro trazidas de Coimbra, nos dois ou três dias anteriores ao Natal a minha mãe e nós dois íamos arrancar musgos e pequenos ramos verdes de era das pedras e muros velhos, que transportávamos delicadamente numa cesta até casa. O Presépio ocupava um dos cantos da sala de jantar e eu adorava ver a evolução da sua construção. E depois de acabado, ficava ali a olhar para as casas, o pastor vestido com a capa amarela, acompanhado do seu cão pastor e as ovelhinhas brancas a pastar na erva. No monte mais alto, nascia um rio e ao longo do seu sinuoso leito ficava o moinho, o moleiro e o burro carregado com as talegas de farinha, não faltava a ponte e mulheres a lavar a roupa. Eram bonecos que tinham vida própria e que a banda de música ajudava a sentir-me ainda mais alegre nesta época do ano. Mas o mais importante do nosso presépio era o Menino Jesus. A cabana construída com palha, o berço coberto de espigas de centeio onde estava deitado o Menino Jesus, ao lado Nossa Senhor e São José, uma vaquina cinzenta e um burrinho preto ali próximo do berço completavam este religioso quadro. Atrás do presépio e com uma altura de metro e meio, coberto de luzinhas coloridas a piscar, enfeitado com bolas grandes e pequenas de várias cores, disfarçadas com as fitas douradas, prateadas, vermelhas ou azuis, o pinho era o que faltava para que o presépio ficasse lindo, bonito, alegre, festivo e se sentisse mais o espírito de Natal.
   

18.12.13

OS LABURDOS




 

Dia festivo, de grande comesaina e promissor

Manuel Leal Freire - © Capeia Arraiana
Quadro bárbaro, a matança do porco, é, no quadro familiar, um significativo acontecimento. É que o porco, chegado ao chambaril, garante tempero anual para o caldo, peguilho para almoços, jantares e merenda e ainda meia dúzia de refeições de arromba.
Leia mais aqui:

http://capeiaarraiana.pt/2013/12/18/dia-festivo-de-grande-comesaina-e-promissor/

9.3.11

O ENTRUDO NA ALDEIA

  
 O CÂNTARO E AS BUGALHAS
Atirar um cântaro de barro para dentro da casa da moçoila nada diz para um qualquer grupo de jovens desta "geração à rasca".
   Mas nos anos 50, 60 os rapazes da raia, na região do Sabugal, curtiam à brava e era uma das brincadeiras preferidas da juventude da "geração emigração". E aquilo até não tinha grande dificuldade em levar a cabo. Tratava-se de pegar num cântaro de barro inutilizado, encher com bugalhas secas e escolher a vítima. Em grupo a brincadeira tinha outro sabor e por isso na noite vespertina da terça feira do entrudo ( carnaval ), juntavam-se e com o(s) cântaros preparados, escolhiam as casas das vítimas e tinham preferência por aquelas onde havia raparigas em idade de namorar. Depois de anoitecer, protegidos pela escuridão da noite e apenas com a luz da lua, iam até à primeira casa a visitar. O grupo escondia-se debaixo da varanda da casa. No momento certo, um elemento subia com muito cuidado as escaleras ( escadas ), seguia-o um segundo rapaz carregado com o cântaro de barro. Ao primeiro competia abrir com cuidado a porta da casa e ao segundo, assim que a porta abria lançava com toda a força o cântaro para o soalho da casa. Imediatamente fugiam juntamente com os outros elementos do grupo.
   O estrondo do cântaro ao bater no chão é tal que os donos da casa ficam assustados. A conversa à lareira foi abruptamente interrompida e apesar de rapidamente se levantarem dos bancos, deparam-se com muitas bugalhas e alguns cacos de barro espalhados por todo o soalho que lhes dificulta a perseguição aos atrevidos rapazes. Resta-lhes limparem o chão e depois de tentativas falhadas em saber quem teria sido, riam e voltavam a sentar-se junto à lareira.
   Mas havia famílias que reagiam "mal" a estas brincadeiras...e não gostavam de ficar sem resposta ripostando mais tarde.

OUTRAS PARTIDAS DO ENTRUDO




   No entrudo, para além da brincadeira do cântaro de barro e as bugalhas secas dos carvalhos, os rapazes divertiam-se também a assaltar as lojas e sem o dono dar conta, levavam a vaca, o burro, a cabra ou o que lá houvesse e escondiam noutra loja até ao amanhecer. Na manhã de terça-feira, os rapazes mascaravam-se e montados nos burros, percorriam as ruas de Malcata. Até ao desfile da burraria ninguém sabia onde eles se encontravam escondidos. Com os outros animais, cada dono teria que procurar nas lojas dos outros vizinhos e o remédio era depois de encontrar voltar a levar para a loja devida.
   Era entrudo, era Carnaval e ninguém levava a mal.

5.2.08

O ENTRUDO


O entrudo na aldeia de Malcata tem destas coisas. Ainda me lembro destas partidas engraçadas que os rapazes, durante a noite de segunda para terça de carnaval, pregavam aos descuidados.


Em grupo, os rapazes "assaltavam" as lojas e "roubavam" os burros, os carros de vacas, os vasos de flores...e na manhã de terça-feira as ruas apareciam diferentes, os donos que não evitaram o "roubo" tinham que ir pelos currais da aldeia saber do seu jumento. Nunca ninguém levou estas brincadeiras a mal, afinal era carnaval...entrudo como se diz na aldeia.

Posted by Picasa