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15.9.23

COM FESTAS E BOLOS SÓ SE ENGANAM OS TOLOS

 

   As festas em geral são eventos que as pessoas gostam de vivenciar e divertir. Mas o facto de as pessoas gostarem de se divertir, em nada estão impedidas de, perante os números até agora apresentados pela Comissão de Mordomos, de acharem que a festa não correu bem. Aliás, o achar que não correu bem peca por defeito. A festa de Malcata foi muito participada pelo povo da aldeia. O que os mordomos não conseguiram foi alcançar resultados positivos. E esses resultados positivos seriam alcançados se no mínimo tivessem dinheiro para pagar todas as despesas que a festa custou.
   Este ano a mordomia não pode justificar os resultados negativos com a falta de adesão das pessoas e das contribuições que muitos ofereceram. Estou a escrever tendo por base um prejuízo na ordem de oito mil e tal euros que tanta falta fazem nas contas. Tratando-se de um valor considerável, maior se torna quando se trata da festa numa aldeia rural como é o caso da nossa. O valor da dívida até pode vir a ser reduzida, mas estes números que apresentaram no fim da festa, provam que nem tudo correu bem e ao contrário daquilo que as pessoas observaram durante os dias da festa, aconteceram situações que merecem ser esclarecidas pelos mordomos.
   E a falta de dinheiro para o pagamento das despesas fez acordar aqueles que andaram a dormir durante meses. Deixaram a coisa andar e nunca se mostraram descontentes com a caminhada dos mordomos. Depois da festa e do atraso da apresentação das contas, é que muitos se aperceberam que alguma coisa má estava para ser anunciada.



    Para surpresa da comunidade os Mordomos de 2023 divulgaram um comunicado, que eu li nas redes sociais, pedindo ajuda financeira para poderem pagar a todos os fornecedores. Ao fazer o apelo à ajuda antes da apresentação das contas veio agravar ainda mais a situação pela qual estavam a passar. Se a esta decisão adicionarmos as contas provisórias, feriram de morte o crédito e o apoio de muita gente, incluindo pessoas amigas ou ligadas por laços de convivência.
   Em qualquer terra as festas são uma forma de promover a dita freguesia, que as tradições e os costumes ajudam a alcançar esse fim. E quando a festa apresenta contas limpas, transparentes, fundamentadas com documentos, movimentos de dinheiro justificados e verificados, toda a gente aplaude e encerram-se as contas. Não fosse um desvio tão elevado entre receita e despesa se calhar não se falava tanto ou se apontavam as causas desse desvio. Mas o errado não está no prejuízo que há, mas as causas que levaram a que isso acontecesse. Quem anda à chuva corre o risco de se molhar, mas se eu sair à rua e estiver a chover, faço-o com o guarda-chuva aberto!  Isto só para dizer que a prevenção pode ser boa conselheira.
   E quem nunca errou que atire a primeira crítica! Todos já falhámos e nas nossas vidas há momentos menos felizes. O que temos a fazer é aprender com o erro e mudar a nossa actuação para não repetirmos os mesmos erros.
   Aplicando esta minha teoria aos Mordomos 2023, quem vier a seguir tem que trabalhar, delegar, responsabilizar, organizar e confiar uns nos outros. Vejam o trabalho realizado por uma equipa da F1 e interroguem-se sobre as razões de tanto êxito. É graças ao trabalho em equipa que os pilotos ganham as corridas. Cada elemento da equipa sabe a função que deve executar e tem a consciência que um erro vai afectar o bom desempenho da marca do carro. Na equipa a confiança, a responsabilidade e a entrega resulta numa festa na pista.

   Os mordomos de 2023, convocaram o povo para o dia 16 de Setembro, pelas 17 horas, na sede da Junta de Freguesia. Dizem nessa convocatória que ali vão apresentar todas as contas e todos os documentos que têm sobre a festa.
   Muitas pessoas mostraram interesse em estar presentes. Desejo que quem estiver presente tenha a capacidade e paciência de distinguir o essencial e importante que aconteceu na festa e esquecer o acessório. Defender aquilo que não tem defesa, não vale a pena estar a perder tempo, porque o povo sempre gostou da festa e da música, do baile e da procissão. Detesta é ser enganado e enxovalhado.
                                                           José Nunes Martins


  

10.9.23

MALCATA: FESTAS 2023 FORAM DE ARROMBA

 


A Festa de Malcata deste ano foi de arromba! As imagens que alguns malcatenhos divulgaram nas redes sociais não são fáceis de escolher, porque todas estão bonitas e mostram bem como foi este ano a nossa festa.

   Foi uma semana que certamente as crianças não vão esquecer, pois festa é sinal de alegria, de música, de boa e muita comida e descontrolo nas guloseimas.
   A festa deste ano teve de tudo e as pessoas participaram em todas as actividades e cerimónias que a mordomia preparou ao longo de meses de muito trabalho, sacrifícios e algumas dores de cabeça, sintomas normais e que qualquer comissão de festas sabe que faz parte dessa responsabilidade voluntariamente assumida, pois o povo sempre se divertiu nas festas de Verão.
   Agora que a festa já passou, ainda andam as pessoas na ressaca, vão olhando para as fotos, os vídeos, uns riem-se às gargalhadas, orgulhosos de segurar no andor do santo ou na opa que lhe deram na igreja para segurar num dos paus do pálio ou das lanternas.
   Tudo nos é mostrado com orgulho e cada foto expõe a grandeza da festa, das diversas coisas que foram feitas e todas contribuíram no engrandecimento da festa. Houve garraiada, jogos populares, feira de artesanato com danças e cantares sevilhanos, bandas de música popular e dj´s durante as madrugadas. Bailaricos todas as noites, com bar sempre aberto, onde se comeu, bebeu, sei lá, tantos petiscos e tremoços que a cerveja não ajudou a engolir. O trabalhão que os jovens tiveram atrás do balcão, sempre prontos a estender a mão com aquilo que lhe era pedido. Com um balcão tão comprido e o ter que andar lijeirinho, os moços e moças nem deram conta que pisavam um estrado novo e que lhes mantinham os pés firmes, mesmo que as cabeças andassem cansadas.
   Muito trabalharam e aos mordomos deste ano é que todos devemos estar agradecidos pela festa que prepararam. Sem dúvida, as imagens falam mesmo e não há, porque não aconteceu, nenhum dos eventos que decorreram durante a festa, sinais de descontentamento ou de desânimo. O povo foi parte da festa, disso não se pode apontar ao povo e aos que vieram de outras terras.
   No fundo de tudo, a festa mostrou ser grande e rija, muita diversão, muita música, calor, suor, ramo, quermesse, bailes e espuma, nem a procissão e a missa ficou esquecido, pois, a festa foi em honra de São Barnabé.
   Houve Festa em Malcata. Foi uma Festa de arromba porque o povo assim pensa uns dias depois da festa acabar.
   Nota: especial agradecimento aos que tiraram as fotos. Obrigado



Cartaz da Festa de 2023

                                     Não é um erro, é um enorme esquecimento, o não ter 
                                     impresso "2023" , ano destas festas. 



2.8.23

FESTA EM HONRA DE SÃO BARNABÉ EM MALCATA

 

Festas de Malcata 2023

   Nas aldeias portuguesas os meses do Verão há muito tempo que estão marcados pelas festas populares e religiosas. E Malcata não é diferente das outras terras no que respeita às Festas de Agosto. Durante muitos anos e gerações a nossa freguesia celebrou as suas festividades de Verão em honra de várias imagens santas: Senhora do Rosário, Coração de Jesus, São Domingos e Senhora dos Caminhos. Em 2015 ficou acordado que a festa de Varão passava a ser em honra de Barnabé, o santo padroeiro da paróquia e freguesia.
A esta mudança veio juntar-se outra alteração na forma de organizar as festas e desde então o programa religioso fica à responsabilidade da Fábrica da Igreja. Todo o programa não religioso continua entregue aos mordomos. E estas foram mudanças que para muitas pessoas foi de compreensão um pouco difícil de entender. No primeiro ano que esta espécie de “divórcio” se materializou, foi normal e natural o surgimento de algumas dúvidas, de incertezas e até uns desconfortos interiores, que nunca resultaram em movimentos de protesto. Até porque as festas pagãs continuaram a realizar-se nos moldes que tinham sido assumidos nos anos anteriores.
   As festas de Verão na nossa terra sempre foram promovidas e organizadas pelos mordomos, mesmo após a cisão entre o religioso e o pagão. A Fábrica da Igreja é conhecida por todos os cristãos e também por todas as pessoas que não praticam o catolicismo. Já no que diz respeito aos mordomos, cada ano é um grupo diferente e às vezes nem os próprios se conhecem uns aos outros, sabendo que todos têm uma coisa em comum: Malcata.
   Não pretendo denegrir ou desvalorizar as Festas de Malcata, nunca o fiz e não vou fazer. Muito menos a mordomia que este ano de 2023 assumiu a responsabilidade de as organizar. Também quero deixar bem claro que não há e não tenho nada em concreto contra quem quer que seja. Escrevo umas palavras sobre os valores e os princípios, sobre o espírito das festas, das tradições e dos costumes que todos conhecemos. A história das festas e as tradições do nosso povo, da nossa aldeia mostra que existem algumas regras quando voluntariamente se aceita uma missão para fazer parte da equipa, da comissão dos mordomos. E cada vez estamos mais próximos de vivenciar uns dias de alegria, de diversão, de confraternização e também de oração. Os programas já são conhecidos e penso que todos desejamos que corra como planearam. Muito trabalho, sacrifícios, menos horas de descanso porque o objectivo principal é organizar bem a festa, proporcionando alegria às pessoas que nela participam.
   O que desejo à Comissão de Mordomos 2023 é que a crença e a fé, o trabalho e a aceitação de colaboração, esteja sempre em linha de conta e presente nas acções que fomentam a harmonia e entreajuda com todas as instituições e com todos os cidadãos.
   Sabemos que não há festas iguais, não há uma melhor ou maior, porque o tempo também nunca é o mesmo, as dificuldades também nunca são as mesmas e até as circunstâncias que envolvem a festa são as mesmas. Esquecer aquele espírito competitivo e os juízos de comparar com outras festas.
    Antes de pousar a caneta de escrever gostava que os Mordomos de Malcata 2023 divulgassem os nomes dos seus elementos. Este meu apelo penso que também vai ao encontro e ao esclarecimento desejado por mais pessoas.
    Parabéns aos Mordomos de Malcata 2023 por tudo, mas sobretudo pela vontade que mostram de levar em frente este belo projecto para o povo de Malcata.

                                      José Nunes Martins


4.3.16

AS FESTAS DE MALCATA

Cartazes das Festas em Malcata

  AS FESTAS DE MALCATA
 As Festas de Malcata ainda estão a uns meses de se realizar. Os últimos anos trouxeram muitas mudanças e actualmente, são bem diferentes o que não quer dizer que o povo deixou de participar e de se divertir. Mas que estão diferentes isso é reconhecido por toda a gente. Estão mais sofisticadas, mais animadas e talvez menos sentidas religiosamente. Penso que estão a desaparecer alguns valores tradicionais, culturais e religiosos.
  Quanto às Festas de Malcata, no meu entender, têm a sua tradição e o seu valor cultural e até patrimonial um pouco comprometido e parte disto devia ser considerado no plano de acção da Junta de Freguesia, da actual e das que se seguirem.
   Considero que a Junta de Freguesia de Malcata devia ser a responsável pela elaboração e organização das Festas de Malcata, com o desejado cuidado de preservar e garantir a sustentabilidade das festas, das suas tradições e demais referências festivas e culturais, mediante um processo de valorização, renovando, animando, melhorando os recursos festivos e culturais, não só para os malcatenhos, mas também para todos os que nessa altura nos visitam.

23.12.14

BOAS FESTAS

Quando entro nas instalações do Lar de Malcata, salta à vista a limpeza cuidada e a dedicação dos seus funcionários para com os idosos. 
   A ASSM abriu as portas em 1995 com as valências de Centro de Dia e Apoio ao Domicílio. Em 1996 passou a ter Lar.
   São cerca de 50 idosos que estão a cargo da instituição, estando 37 no Lar, 3 no Centro de Dia e 10 em suas casas, onde recebem apoio domiciliário, ou seja, levam-lhes as duas principais refeições do dia, almoço e jantar, lavagem da roupa pessoal e da casa, limpeza da casa. Estes utentes contam também com toda a ajuda, sempre que solicitada, para acompanhar nas consultas médicas, compras de medicamentos na farmácia…
   A instituição sempre procurou e procura o bem-estar e a melhoria de qualidade de vida dos idosos. Para tal, zela para que não lhes falte o essencial, ou seja, o carinho, o amor, a alimentação, a limpeza e a saúde.
   Quero expressar o meu maior apreço a todos os funcionários e colaboradores da Associação de Solidariedade Social de Malcata, que ao longo destes anos têm proporcionado uma vida mais confortável, mais segura e com mais dignidade aos nossos queridos idosos. Graças ao trabalho de todos, os idosos, que são merecedores dos vossos carinhos e afectos, vão vivendo os seus dias e as suas noites à espera de um gesto de gratidão pelos sacrifícios que passaram nas suas vidas, para que outros beneficiassem duma vida melhor do que a que eles viveram. Todos e cada um de nós lhes devemos aquilo que somos e aquilo que temos e por isso merecem todo o nosso carinho, apoio e solidariedade, enquanto viverem entre nós usufruindo duma qualidade de vida que os faz sentir felizes e aos seus familiares e amigos orgulhosos.
   A todos vós, que ajudam a engrandecer o nome e a alma da ASSM e a todos malcatenhos, Boas Festas e um Feliz Ano Novo. 





16.10.14

MORDOMOS SURPREENDIDOS COM NOVAS REGRAS DAS FESTAS

Não ponho em causa o que têm feito com o dinheiro da festa, muito menos desvalorizar todo o trabalho das comissões de festas.
A festa de Malcata não é só de manter, mas até de promover e estimular os mordomos a organizar uma festa digna do povo.
A confusão que se está a gerar à volta das novas regras da Diocese da Guarda quanto às Festas Religiosas, é que apanhou todos os mordomos de surpresa e a comissão para 2015 é a primeira a ter que lidar com esta alteração das regras. Desconheço os motivos que levaram ao pároco de Malcata, apoiado pelo Bispo, em querer aplicar as novas regras das festas religiosas nas paróquias que a ele lhe foram confiadas. Uma única reunião é insuficiente para alcançar acordos mútuos e muito menos efectuada num clima de ambas as partes quererem impor as suas ideias. É necessário encontrar tempo  para encontrar soluções válidas para todos. E dada a importância do assunto, porque não realizar mais encontros entre as várias comissões de festas, as entidades da igreja ou até mesmo com a participação de quem quisesse contribuir para chegar a um bom acordo.
As leis da Igreja nunca poderão reduzir-se a meras orientações jurídicas, nem podem ser impostas aos seus fiéis. As leis da Igreja devem estar ao serviço da evangelização e são instrumentos orientadores para a promoção do bem da comunidade.
Mudar mentalidades e tradições é necessário conhecer cada uma das paróquias, a sua história, a sua cultura, as suas devoções e crenças.
É tempo de olhar para o nosso interior e escutar a Voz do Vento.
A decisão é tua, minha, nossa, vossa e da Igreja.


9.10.14

ESCLARECIMENTOS SOBRE A FESTA DE MALCATA

Alguns esclarecimentos dos mordomos sobre as festas de Malcata deste ano:
"Agora que há muitos ressentimentos e incertezas ligados aos anúncios do padre, e para completar o que foi dito na igreja e para ser o mais transparente possível, decidimos fazer um comunicado sobre a atribuição dos fundos.
Primeiro façamos um ponto da situação. A festa foi integralmente financiada pelos habitantes de Malcata. Hoje, a maioria dos fundos (75%) provêm de França e maioritariamente de pessoas com idades entre os 45 e os 70 anos. Por outro lado, mesmo se há algumas pessoas entre 30 e 45 anos para quem a festa tem importância. Infelizmente, podemos constatar que uma vez que as pessoas entre os 45 e 70 anos tenham partido, a maioria do financiamento estará perdido.
Além do mais, ficamos admirados por ver que havia muito poucas coisas nos locais destinados à festa (pouca loiça, falta de arranjo, falta de ferramentas, de instalações elétricas…).
Isto leva-nos a uma constante, se o financiamento e a organização da festa não mudarem, daqui a alguns anos não haverá fundos para o seu financiamento.
Foi partindo desta constante que organizamos a festa de 2014. Tivemos por ambição três coisas:
·         Abranger todas as idades
Atividades propostas para todas as idades
Passagens pelo Lar sempre que possível
Criação de um site facebook dedicado à festa, utilização das redes sociais
·         Sustentar a festa
Compra e recuperação de materiais de decoração que fiquem para o futuro
Criação de um quadro elétrico que fique para o futuro
Compra e recuperação de ferramentas que fiquem para o futuro
Compra e recuperação de loiça que fique para o futuro
Recuperação de numerosos materiais elétricos que fiquem para o futuro
Criação de um lavatório que fique para o futuro
Substituição de balcões do bar
Procura de patrocinadores (doação em dinheiro ou em material)
Procura de novos modos de financiamento
Criação de um dossier completo sobre a nossa festa (contabilidade detalhada, inventário, moradas úteis, contatos úteis, ...) entregue aos próximos membros da comissão de festas de 2015
·         Ser digno e respeitador do dinheiro dado pelos habitantes de Malcata
Nenhuma das nossas refeições foi paga com o dinheiro da comissão de festas
Todos os km percorridos em França foram feitos voluntariamente (mais de 8.000 km) sem pagamento de gasolina com dinheiro da festa
Investimento dos mordomos
Respeito da palavra dos habitantes na escolha de não dar nada à igreja para além dos santos comprados para o presépio de natal
Doação ao Lar ou à Associação dos excedentes de bebidas
A festa de 2014 custou cerca de 37.500 €
Uma vez pagas todas as faturas, beneficiamos de cerca de 2.650 € (em relação ao ano passado em que recebemos 1.230 €)
Decidimos repartir o dinheiro da seguinte maneira:
·         1.000 € dada à Junta de Freguesia de Malcata, unicamente para a compra das casas atualmente utilizadas para a festa
·         O restante será integralmente dado aos organizadores da festa 2015

A compra e a renovação destas casas é um meio eficaz de manter a festa e é uma coisa que nos é querida. Se a compra destas casas não se faz por este preço, será então em benefício dos mordomos de 2015 ".

Este esclarecimento foi retirado da página que a comissão de festas de 2014 teve e tem ainda, no Facebook, cujo link é este:
https://www.facebook.com/malcata.malcata?fref=nf

14.9.14

MALCATA 2014 - A FESTA




Há certos acontecimentos nas nossas vidas que, por serem demasiado marcantes, devem servir de exemplo e de reflexão para todos e cada um de nós.
   As Festas de verão em Malcata é um desses casos. Trata-se de um acontecimento que pela sua importância e o impacto que causa nas pessoas, ficam a fazer parte da história de Malcata.
   Tenho a certeza que já ocorreram factos durante as Festas de Malcata que marcaram quem os protagonizou e aqueles que assistiram ao seu desenvolvimento. Já sabemos, que até à década de sessenta, as festas tinham lugar na igreja e no adro. E no ano em que os mordomos decidiram mudar para o Rossio, padre e alguns paroquianos, não ficaram agradados e terá havido ali alguns desentendimentos de parte a parte.
   Há uns anos atrás, lembro-me das conversas dos mordomos acerca dos bailes e dos conjuntos de música e da recomendação que o padre Lourenço lhes fazia: os bailaricos e tudo o que não fosse de caracter religioso só podia começar no fim das pregações na igreja. Os mordomos cumpriam essa ordem do padre e o povo também acatava, apesar de alguns não gostarem lá muito, pois, muitas vezes, as cerimónias demoravam mais tempo do que o previsto e o recinto das festas estava sem ninguém, o bar não fazia dinheiro, etc.etc.
   Para que não fique dúvida nenhuma, desejo aqui deixar bem claro que este meu apontamento não visa, de forma nenhuma, atingir, maliciosa ou injustamente, o pároco actual, o Pe.Eduardo. Não é meu propósito denegrir quem quer que seja, mesmo que supostamente pudessem haver razões para tanto. O meu objectivo é tão somente levar as pessoas de Malcata, incluindo os mordomos, a uma reflexão sobre as Festas de Malcata.
   A verdade é que o senhor padre este ano tomou algumas atitudes menos correctas. Foi um erro, mas que lhe pode custar caro e que ele começou já a pagar ao ser desprezado por alguns mordomos e outras pessoas do povo. Dirão que essas pessoas que confrontaram o padre Eduardo não têm esse direito e deviam seguir o que ele lhes dizia para fazer, que a festa é da igreja, que quem manda na igreja é o padre, etc.,etc. Sejamos razoáveis e coloquemo-nos cada qual no seu lugar. Conta-se que na véspera da festa, portanto no sábado, o padre apareceu na igreja e falou com os mordomos dando indicações acerca da organização da procissão com os santos e na forma ordenada que os participantes deveriam ter em conta, ou seja, participarem na procissão caminhando em duas filas, uma de cada lado da rua, em silêncio e não junto aos andores. Outra indicação que receberam os mordomos nesse mesmo momento terá sido um pedido também feito pelo senhor padre que consistia em colocar os santos no adro da igreja enquanto decorreria a Missa Solene, obtendo mais espaço no interior do templo para permitir que mais pessoas entrassem para participar nas cerimónias. Ora este movimentar dos andores nunca se faz em Malcata e foi difícil ouvir e acatar essa ideia do padre. Se o ambiente estava crispado, piorou quando os mordomos ouviram as palavras do padre dando a entender que os santos que estavam nos andores não eram mais do que umas estátuas de madeira. Caiu o Carmo e a Trindade, entornou-se o caldo por completo. E parece que para ajudar à “missa” alguns elementos da Fábrica da Igreja apoiavam a atitude do padre Eduardo. Lá se entenderam, ou pelo que sei, os santos participaram, como sempre participaram. Ninguém os retirou da igreja para o adro, a igreja e o adro encheram-se de pessoas.

   Estamos no século XXI, dizem que vivemos num regime democrático e livre. Voltando, por instantes, aos anos 50 e 60, época da ditadura. Na nossa aldeia e nas outras, para além da ditadura, a Igreja tinha um peso enorme e isso sentia-se nas pessoas. Muitas vezes, os padres ditavam ordens, em forma de avisos, muitas vezes no final das missas dominicais, que as pessoas eram forçadas a acatar. E caso não o fizessem, eram apontadas como “rebeldes” e poderiam vir a sofrer severas penalizações impostas pelo regime político que detinha o poder e aquelas ameaças de irem para o inferno, caso desobedecessem. Viviam num ambiente do “mando, posso e quero”.
   Os mais velhos recordam que, salvo raras excepções, a Igreja Católica portuguesa, no tempo do Cardeal Cerejeira, amigo de Salazar, andava de mãos dadas com o seu Governo. Por isso, nada de surpreendente, o facto de alguns padres terem praticado excessos, cometeram certos abusos. E em Malcata, onde a maioria trabalhava na agricultura e vivia dela. Sabe Deus como, porque as dificuldades eram muitas e o trabalho era mais manual, mais à custa da força humana.
   Mas a verdade é que, apesar de pobres e por vezes passando menos bem, o povo de Malcata sempre gostou de festejos. Malcata era um povo pobre, mas alegre. Podiam as pessoas sentir-se cansadas do trabalho nos campos e mal comidas, mas as festas tinham que ser feitas. À festa de verão, novos, velhos e as crianças, não podiam faltar.
   Nesses tempos, a festa da aldeia era algo de muito importante. Hoje é difícil explicar esse sentimento aos mais novos. Apesar deles ainda virem a Malcata por altura da festa, antigamente era o maior encontro do povo. Era quase uma “obrigação” dos malcatanhos que vivem fora de Malcata virem à terra para marcar presença na festa. Tal como no passado, também hoje todos se divertem e confraternizam com os amigos e família. Ainda continua a ser o evento que mais gente traz à aldeia. No passado, vinha mais gente das aldeias mais próximas como aquelas que vinham do Meimão, das Alagoas ou da Aldeia de Santo António. Todos procuravam a diversão e conviviam uns com os outros. Reparem que nessa época as diversões eram poucas, a televisão ainda era a preto e branco e Malcata só teve luz eléctrica a partir de 1965.
   Voltando às festas de Malcata, depois da mudança do adro da igreja para o Rossio, dado o êxito obtido, os mordomos não arrepiaram caminho e o adro ficou completamente apagado das festas.  Apesar da oposição de alguns e dos avisos do Pe.Lourenço para que houvesse respeito pelas cerimónias religiosas e a constante chamada de atenção aos mordomos para que a festa no Rossio só tivesse início depois das pregações, os festejos ainda hoje lá continuam.
   Escusado será dizer que a festa deste ano correu bem. O dia amanheceu, houve a tradicional procissão com os santos à volta do povo, celebrou-se a Missa Solene e a tarde foi animada pelo Ramo, Banda de Música e à noite baile animado.

6.9.14

REGULAMENTO DAS FESTAS

Festas de Malcata(Foto de Júlio Cruz)

   A Diocese da Guarda  em 25 de Maio de 2011 fez aprovar a “Legislação Diocesana das Paróquias e Administração Paroquial” .  Este documento aborda os seguintes assuntos:
- A paróquia e o pároco;
- O Conselho Pastoral:
- Regulamento das Festas;
- Património Cultural e Arquivístico;
- O Centro Paroquial.
   Este documento tem como objectivo dar a conhecer a todos os fiéis das comunidades cristãs as orientações diocesanas quanto a estes assuntos.
   Quem conhece este documento? Por exemplo, em relação às festas de Malcata, nomeadamente a Festa Grande do mês de Agosto, assim por mim chamada para ser melhor identificada por todos os membros da comunidade paroquial da nossa aldeia, as várias mordomias que são anualmente nomeadas, são informadas da existência desta legislação diocesana?
   A Festa Grande de Malcata é uma festa de índole religioso. É visível aos olhos de todos que actualmente as cerimónias religiosas são as mais importantes para a comunidade paroquial. Contudo, as diversas manifestações festivas, embora realizadas no respeito pelos valores cristãos, são actividades extra-igreja, ou seja, profanas, mas também importantes para toda a adeia.
   A festa deste ano já é passado e agora interessa preparar a do próximo ano. Há que reunir as pessoas, pô-las ao corrente dos regulamentos das festas que a Diocese da Guarda deseja que seja colocado em prática. Dialogar, esclarecer e tenho a certeza que nascerá a Luz.
Nota final: Parabéns por mais um aniversário, Pe.Eduardo.

4.9.14

HÁ FESTA SEM MORDOMOS?

 

As festas religiosas são para manter, para promover e para estimular. As festas religiosas são uma forma de os fiéis mostrarem publicamente a sua fé, quando esta é autêntica e verdadeira.
   Um dos objectivos fundamentais das festas religiosas é festejar com Deus e os Santos e com as pessoas da nossa comunidade paroquial.
   Estas são as razões da realização das festas religiosas em Malcata. Claro que para além destas razões as festas de Agosto em Malcata são uma ocasião privilegiada para as pessoas se encontrarem, as famílias se reunirem, de acolher os amigos e visitantes. É a oportunidade que temos para promover a fraternidade, a união, a alegria e a nossa aldeia.
   Para haver festa é necessário pessoas que a organizem, que trabalhem e se empenham para que as actividades corram todas bem e que sejam do agrado da maioria. Os mordomos devem sentir-se como colaboradores escolhidos e estarem ao serviço da comunidade paroquial, sabendo que estão a desempenhar uma missão que lhes foi confiada.
   Está claro que o principal objectivo das festas religiosas de Malcata, sejam em honra de que santo ou santa for, é louvar a Deus, agradecer a Deus a vida, o bem, a sã alegria, a fraternidade, a união, a confraternização de todos quantos participam na festa.
   Quem pode ser mordomo?
   Com que critérios se escolhem os mordomos?
   Qualquer pessoa pode ser mordomo?
 
   Na nossa aldeia, há uns anos atrás, os mordomos durante muitos anos foram sempre as mesmas pessoas. Havia duas comissões de festas: os mordomos da Senhora do Rosário e os mordomos do Sagrado Coração de Jesus. Com a evolução dos tempos e como a idade destas pessoas nunca parou no tempo, vieram lentamente novos elementos. Ao mesmo tempo, a sociedade também sofreu mudanças importantes, a democracia instalou-se no nosso país e as mudanças também chegaram a Malcata e alteraram o modo de organizar as festas religiosas. No meu entender, a religiosidade foi absorvida pela profanidade e outras realizações e eventos festivos.
   E agora como são nomeados os mordomos? Pelo que sei, a comissão deste ano, por exemplo, nomeou a lista de pessoas para as festas de S.Domingos, seguindo a tradição dos últimos anos.
   Mas algo se passou na véspera da grande festa e ainda falta esclarecer muita coisa.
   A responsabilidade das mordomias tem abrangido todos os aspectos da festa: os religiosos e os profanos. Para evitar, a tempo, as confusões que aconteceram e os mal entendidos, será que se realizaram previamente reuniões preparatórias com o padre, com a Fábrica da Igreja e a comissão de mordomos? É que nessas reuniões acertariam toda a programação da festa e assim as actividades decorreriam normalmente. Eu acredito que se tenham reunido. Já não digo é que todos tenham apresentado claramente as suas ideias quanto às festas e ao seu futuro.
   Nos tempos que correm, disponibilizar-se para organizar uma festa, trabalhar um ou dois anos sem ganhar, ser mal compreendido, não é nada fácil. Aos mordomos o que lhes custa mais é a falta de reconhecimento por parte da comunidade e dos seus pastores, mesmo que tenham dado o seu melhor.
   E como vão ser as festas de Malcata no futuro próximo?
   Criar uma Comissão de Festas, fixa, com prémio indexado ao lucro obtido?
   Envolver a Junta de Freguesia na organização da festa ( parte não religiosa ) e a Fábrica da Igreja organizar a componente religiosa?
   Que outras sugestões?

Nota: Por motivos profissionais não estive nas festas deste ano.
          Um louvor e um agradecimento a todas as mulheres e homens que fizeram parte da Comissão
           das festas em honra do Sagrado Coração de Jesus.

3.8.14

HÁ FESTA NA ALDEIA

Festas de Malcata há muitos anos
 

   As festas em Malcata já são uma tradição de há muitos anos e pouco se diferenciam das festas das outras aldeias vizinhas. O mês de Agosto é escolhido pela maioria das aldeias para celebrarem os seus Santos e Santas. Com o passar dos anos vão ficando diferentes e cada vez mais compridas.
   Como é difícil aguentar os dias da festa de Malcata! São muitos, mas as coisas mais imprevisíveis vão acontecendo e os mordomos têm que estar sempre presentes.
   Ficar até às cinco ou seis da manhã, horas a que costumam terminar os bailes. Segue-se a tarefa de encher as arcas frigoríficas com minis, sumos e outras bebidas, para que estejam frescas quando forem abertas, muitas caixas para arrumar, varrer e lavar a Praça do Rossio e só depois  ir para casa tentar descansar umas horitas.
   Votos para que as festas deste ano corram bem e todos se divirtam.


22.6.14

O SÃO JOÃO EM MALCATA


 O São João e o São Pedro são dois dos santos mais populares celebrados pelos portugueses. Em Malcata o São João continua a festejar-se e no dia 24 de Junho o Rossio volta a ser o centro da festa.
 “Com algumas semanas de antecedência, os rapazes sinalizavam nos pinhais da freguesia o pinheiro suficientemente alto, direito e grosso, com muitas galhas, adequado para fazer o mastro.” 
                     in Malcata e a Serra, da autoria de José Rei
   Era assim no tempo passado, mas hoje as coisas fazem-se com menos tempo e mais depressa. Com tantos cabos e fios no Rossio, o mastro não pode ser demasiado alto e hoje um fio de nylon faz as vezes das galhas em carvalho que antigamente os rapazes seguravam no tronco do pinheiro que por ser uma madeira mais resistente, ofereciam maior segurança aos que subiam ao cimo do mastro para lá deixarem a boneca de trapos e iam descendo vestindo de rosmaninhos e enfeitando com bandeirinhas. 
   O Rossio ficava todo engalanado, como ontem ficou. Ontem, os mordomos andavam tão entretidos com o vestir do mastro, prender e esticar os arcos coloridos de tiras de papel e com o pendurar dos balões em papel colorido que se esqueceram de convidar o tocador da concertina para lhes dar mais ânimo. Noutros tempos, a música do acordeão nunca faltava. Como em todas as festas populares em Malcata, os rapazes faziam a “ronda” percorrendo as ruas principais da aldeia e iam pedindo ajuda para as despesas da festa. As raparigas não participavam, pois não se misturavam com os moços e tinham que contar com a companhia da mãe ou tia que tomavam conta delas enquanto durasse o baile que à noite se realizava à volta do mastro.
   “Depois de deitar o fogo ao mastro, quase sempre a meia-noite, o arraial era desfeito e acabava a festa.
   O queimar do mastro lançava no ar um cheiro a rosmaninho, convidativo à magia. Por esse facto, era hábito as raparigas, madrugada dentro, irem tomar banho ao rio Côa. Faziam-no antes do sol nascer e devidamente tapadas com a combinação, não fossem alguns rapazes mais atrevidos observarem o que não deviam.
   Também era hábito as moças colocarem um ovo escarchado à orvalhada, a fim de, quais adivinhas, interpretarem as formas que a gema e a clara adoptavam. Diziam que a forma de capela indicava namoro e casamento próximos. Caso a forma fosse um caixão, a morte podia ocorrer brevemente.
   Os mais velhos, na noite de São João, aproveitavam para adivinharem e estabelecerem o ano meteorológico. O local  de reunião era normalmente o sítio da Rasa. E então concluíam coisas do género:
pelo S.Miguel vai chover; pelo S.Francisco haverá castanhas como cisco; grande seca grande molha, ou Verão seco, Inverno molhado; lua com auréola amarela, ano muito húmido; nascer do sol alaranjado, ano seco(…).”
in “Malcata e a Serra”, da autoria do José Rei

   Estas são algumas das memórias que ajudam a compreender e a perpetuar as festas populares da nossa aldeia. Este ano, como já o tem sido nestes últimos anos, um grupo de homens e mulheres que não querem deixar morrer as suas memórias e a dos seus antepassados, por carolice e sã diversão, voltaram a unir esforços e vontades e organizaram as festas de São João. Ainda bem e só lhes posso desejar uns momentos alegres e que todos se divirtam até ao nascer do sol.
    

E para memória futura, aqui vos deixo estas fotografias dos preparativos da festa de São João deste ano, deixando ainda a informação que vão ser três dias de alegria, com música, com jogos populares, com sardinhas assadas e porco assado no espeto. Apareçam e divirtam-se.