30.3.09

SENTIR MALCATA


SENTIR MALCATA!
(Lembrando a sua Reserva Natural)

Vou subindo a Ribeira da Meimoa,
Esfria a água se a Malcata chego;
Encanta-me um gorjeio que ressoa
Entre verde e azul, paz e sossego.



Atingida a Reserva Natural,
Ali o nobre lince tem guarida;
Dando à serra uma graça sem igual
Fica a Cova da Beira engrandecida.

As nossas gentes buscam teus encantos,
Procurando o bem-estar de teus recantos,
Imperdíveis na graça e no fruir.

Passeios de beleza – tuas prendas –
És mesa posta de nossas merendas.
A ti me atenho. Quero o teu sentir.


Autor
: Mário Bento Martins Soares



28.3.09

AS PRIORIDADES DE RUIVÓS

O saneamento básico tem sido um problema para os vários executivos que têm passado pela Câmara Municipal do Sabugal.
Em 1986, por decisão da Assembleis Municipal, não se gastou mais dinheiro em obras de saneamento básico enquanto não houvesse água canalizada e luz eléctrica em todas as freguesias do concelho.
Em 2000, António Morgado, no cargo de presidente da Câmara, em entrevista a um jornal, afirmou que « se a Administração Central abrir os cordões à bolsa, dentro de quatro anos todas as sedes de freguesia devem ter saneamento, caso contrário, o problema pode arrastar-se por mais alguns anos».
Para que todas as aldeias e respectivas "anexas" usufruissem de saneamento básico, a Câmara teria que adiar outros projectos. E foi o que aconteceu quando construiram as piscinas, o museu, a biblioteca, o pavilhão gimnodesportivo, o auditório municipal, o Centro de Negócios do Soito que foram considerados projectos prioritários.
Manuel Rito, actual presidnte, há cerca de um ano, quando saiu em defesa do Sabugal por causa daquele estudo da UBI, afirmou que « mais de 95% da população já é abastecida com água ao domicílio e 90% da polulação já beneficia de saneamento básico».
Daí que possamos concluir que Ruivós está incluida nos 10% que ainda não beneficiam de saneamento básico. Verdade?
É que estes dias a aldeia de Ruivós anda na boca de muitos e alguns têm escrito comentários que cheiram pior do que os odores vindos das fossas de cada um dos habitantes de Ruivós. Tudo porque a internet está acessível a todos e não têm compromissos de fidelidade com nenhum dos servidores nacionais.
As pessoas de Ruivós estão contentes, principalmente os mais novos, pois agora podem clicar e entrar em contacto com o primo que está em França ou cuscar a vida dos que vivem nas grandes cidades. Até o podem fazer em cima da fossa que recebe as águas da banca da cozinha ou da sanita. Para já, o cheiro ainda não se pode enviar para aqueles que odiamos...
Há anos e anos, muitas vezes, tantas que o presidente de freguesia já está cansado e não está com disposição para continuar no cargo de presidente porque nunca ninguém lhe deu ouvidos. Tomara ele que o saneamento básico tivesse sido construido! Mas, como este presidente não vive da política, não enriquece como outros que por aí se fala e ainda acredita na palavra dos políticos da Câmara do Sabugal que lhe prometem que vão resolver o problema do saneamento, ainda diz ao jornalista que « temos de compreender que isto está mau para todos e que não há dinheiro por enquanto».
Amigos de Ruivós, agora têm na internet a oportunidade de escrever, de protestar, de incomodar, de fotografar as vossas fossas, as vossas ruas, peguem nisso tudo e não se calem porque com a ajuda da internet e daqueles que mesmo vivendo na pequena aldeia de Ruivós, podem fazer estragos onde até agora não podiam.

27.3.09

A AUTORIDADE SEM BONÉ

Li no Onda3 (-http://ondas3.blogs.sapo.pt/) e decidi partilhá-lo convosco:


Uma criança pede ao pai para brincar à bola num parque. Aparece um vigilante municipal que complica tudo e o pai acaba com uma queixa na PSP. Mas para perceberem melhor a caricata situação, consultem em http://aoutravarinhamagica.blogspot.com/2009/03/ja-e-proibido-brincar.html.

Qualquer pai do mundo faria o mesmo ou ainda levaria o acto para outras consequências. O trabalho é um direito, mas quem trabalha não pode esquecer-se dos deveres a cumprir. E estes acontecimentos ficam muitas vezes ofuscados pelo circo que percorre o nosso país.

23.3.09

AS NOSSAS ORIGENS

Rui Nabeiro é um homem conhecido por muitos portugueses e não há um habitante de Campo Maior que não saiba da sua existência. Este empresário colocou no mapa da cabeça de muitos uma Vila e uma empresa, sem nunca esquecer as suas origens.
As Selecções "Reader's Digest" deste mês de Março entrevistou esta ambiciosa e tranquila pessoa e eu não resisti em dar a conhecer algumas passagens dessa entrevista.

Arraia: "Na arraia, diz Rui Nabeiro, temos de procurar nas veredas o caminho que queremos
atingir."
Fronteira: " A fronteira é um posto avançado onde está a aduana, a guarda, as autoridades."

"São mais audazes as pessoas que vivem na arraia: têm de procurar, de descobrir como é que se podem infiltrar." Guiavam-se pelas sete estrelas. Apuraram os sentidos."

...Nessa altura, o contrabando não era contrabando. Era uma transação de mercadoria de primeira necessidade- azeite, açucar, arroz, café. Às autoridades tinha-lhes sido dito que deviam fechar os olhos. Outros tempos houve em que era devido um imposto. E por isso existia a distinção entre fronteira e arraia.

"Uma pessoa que investe na educação e na saúde está a investir em si própria."

"Quem é bom não é quem quer. É quem Deus pretende, quem Deus encaminha para o ser."

"Uma semente que uso: quem não fizer hoje,
amanhã é tarde."

"O verdadeiro capital é o que é distribuido."
"Nunca se deve fugir das suas origens."

Rui Nabeiro nasceu num recanto no interior e sentiu que a sua terra podia ser diferente, que podia servir de exemplo, e isso é extraordinário.

Os bons exemplos devem ser divulgados e servirem para aprendermos a sonhar.

22.3.09

CASA MANDEGO: "SEJAM BEM VINDOS"


Casa do ManegoCasa do Manego



EMPREENDORISMO EM QUADRAZAIS

Casa do Manego, novo empreendimento turístico aberto há dois meses em Quadrazais.
A casa possui quatro quartos, uma pequena sala de convívio e destina-se a acolher todos os que queiram passar alguns dias em contacto com a natureza.
Trata-se de uma casa construída em pedra de xisto, térrea, pode albergar até oito pessoas. Enquanto estão em casa, os hóspedes podem comer e até confeccionar algumas refeições.
A promotora deste empreendimento está a cargo da Meia Choina-Colette Correia. Os proprietários esperam agora começar a receber os hóspedes, em especial, aqueles que desejem ter contacto com a natureza, uma vez que a casa situa-se bem perto da Reserva Natural da Serra da Malcata.

18.3.09

COMIDA MAIS BARATA JÁ!!!



O Governo português não vai aplicar a taxa de IVA reduzido no sector da restauração, apesar de o acordo alcançado há dias em Bruxelas prever que a taxa de 5% pode ser cobrada naquele sector.
Para o Governo português a prioridade da reunião dos ministros das Finanças dos 27 países da União Europeia era a manutenção da taxa reduzida de IVA, de 5%, nas portagens das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, o que ficou garantido.
Depois do acordo alcançado, que define uma lista nova de serviços aos quais se poderá vir a aplicar a taxa reduzida de IVA, os governos dos estados-membros têm de decidir os sectores que vão beneficiar desta vantagem fiscal.
"Não vai haver alteração na restauração", disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças, o que significa que o sector continuará a beneficiar de uma taxa de IVA de 12%.
Em discussão estava a aplicação da taxa de IVA mais baixa a vários sectores como a restauração, a construção e o apoio domiciliário de cuidados de saúde, entre outros.
O presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) congratulou-se com o acordo alcançado, mas sublinhou que a aplicação da taxa reduzida de IVA ao sector não acontecerá "de um dia para o outro".
"Estamos muito agradados por verificarmos que o sector da restauração e bebidas foi incluído no sectores de mão-de-obra intensiva, mas temos noção que [a aplicação da taxa reduzida] não acontecerá de um dia para o outro", afirmou à agência Lusa Mário Pereira Gonçalves.
O presidente da AHRESP salientou que o sector reivindica desde 1992 a aplicação de uma taxa de IVA de 5%, afirmando que seria uma decisão "positiva para as empresas e para os consumidores pois os preços nos estabelecimentos iriam baixar".
Com este acordo, segundo Mário Pereira Gonçalves, "abriu-se mais uma porta para que os empresários do sector da restauração e bebidas possam fazer refeições de melhor qualidade e com um preço mais baixo".
Quem me explica estas decisões?

10.3.09

PROJECTO BricoSolidário




"Este é o senhor Pascoal, um dos efectivos mais importantes
do projecto BricoSolidário, uma iniciativa muito inovadora das
Câmaras da Guarda e Sabugal. A ideia é muito simples e tem
a ver com a realidade desta zona do interior, próxima da raia:
as aldeias estão cada vez mais desertas e as pessoas cada
vez mais sós e entregues à sua sorte. Para contrariar todo o
abandono a que são votadas as gerações mais velhas (há
lugares e aldeias onde hoje em dia moram apenas 3 idosos,
cada um em sua casa, muito distantes entre si) alguém teve
a feliz ideia de lançar um projecto de arranjos ao domicílio.


E foi assim que nasceu uma parceria entre duas Câmaras
Municipais. Decidiram candidatar-se aos Fundos Europeus
e conseguiram montar a estrutura de um projecto que pode
e deve ser replicado em muitos outros lugares remotos do
país. E não só. Esta ideia serve qualquer aldeia ou vila onde
os habitantes estejam mais sós e com menos recursos. A
carrinha do BricoSolidário é como aquelas carrinhas antigas
que percorriam as aldeias e vilas a apitar pelas ruas, para
anunciar que traziam legumes e fruta ou peixe fresco. Desta
vez não se trata de vender alimentos mas de oferecer arranjos
nas casas. Pequenos e médios consertos que podem ir de
uma simples lâmpada ou torneira a trabalhos mais elaboradosde canalizador ou pedreiro.

Mais do que oferecer apenas estes
serviços, o que este projecto proporciona é uma possibilidade
de relação, e o calor humano que sempre entra numa casa se
alguém vem por bem. Adorei conhecer o projecto e o sr. Pascoal."
Autora: Laurinda Alves

8.3.09

FORCÃO: PATRIMÓNIO A DEFENDER

Forcão

As festas Saojoaninas açoreanas transformaram-se no principal assunto da blogosfera. De facto, o assunto está a ser levado a sério e até já circula na net uma petição. As opiniões são muitas e variadas, contudo, depois de visitar a referida petição e depois de ler alguns comentários concluo que o Concelho do Sabugal é constituido apenas pelas freguesias a que alguns chamam "arraianas". Há comentários para todos os gostos, mas alguns deviam ter vergonha daquilo que escrevem. Isto de petições na net há que ter alguns cuidados quando uma pessoa assina e comenta. A informação corre o mundo inteiro e ninguém a pode impedir de se difundir. Há patrimónios culturais que todos devemos defender e a arte de tourear com o forcão inclui-se na lista de patrimónios que têm que ser preservados e defendidos para não desaparecerem. Compreendo que as festas Saojoaninas açoreanas queiram atrair gente e que para isso incluam no programa das festas uma garraiada à moda da raia utilizando o forcão. Touradas, garraiadas, "vacaradas", no rio, na praia ou numa praça improvisada com carros de vacas, bois ou tractores, no largo da aldeia ou no Campo Pequeno, são sempre espectáculos que atraiem curiosos e aficcionados.
Qual é o perigo para o Sabugal se um forcão for o centro de atração numas festas dos Açores?
Como já li no Capeia Arraiana, hoje os agentes políticos têm de alterar os métodos de trabalho.
Eu sou daqueles que acredita que este assunto está ao rubro, mais na blogosfera do que nos largos e ruas das nossas aldeias. Muitos nem saberão que o forcão corre "perigo" de vida...se for para os Açores. De nada adianta esconder o forcão dentro do castelo para evitar a sua ida até aos Açores, mas os açoreanos têm o mérito de abanarem as mentes adormecidas no que respeita ao futuro do património do nosso concelho.
As coisas não aparecem feitas do nada. As culturas para serem preservadas e conhecidas têm que ser acarinhadas, incentivadas e divulgadas com planos bem elaborados.
A UNESCO tem servido para a defesa, preservação e divulgação do património mundial, cultural e natural. O Sabugal, os sabugalenses, é que têm que mostrar interesse em defender a sua cultura, o seu património. E ajudar a transmitir e fortalecer as relações entre "mestre" e aprendiz é de primordial importância para que o forcão e com tudo o que significa essa palavra seja verdadeiramente defendidos e se transforme numa mais valia para o Sabugal.
Proponho que se inicie a caminhada para que o forcão faça parte da lista de Património Mundial, Cultural e Natural. E o caminho deve ser iniciado enquanto as pessoas andarem acordadas e incomodadas com estes assuntos. Nada de desculpas, nada de lamentos e muito menos nada de extremismos, sejam de quem defende ou de quem ataca. Todos queremos o bem para todos e penso que os sabugalenses, as gerações futuras dos sabugalenses e porque não dos portugueses, só têm a ganhar com gente que gosta e ama as suas origens.