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11.6.11

NOVO LIVRO SOBRE CAPEIAS E FORCÃO


http://capeiaarraiana.files.wordpress.com/2011/06/ac-cartazlivro01c.jpg?w=475&h=671
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http://capeiaarraiana.wordpress.com/2011/06/02/antonio-cabanas-escreve-livro-sobre-a-capeia-arraiana/

23.9.10

TOURADAS: PRÓS E CONTRA

As touradas em Portugal estão a ser tema de muitas conversas nos cafés, nos jornais e na internet. Neste momento decorrem duas petições na internet e cada uma defende as suas ideias. Como sabem, o concelho do Sabugal é conhecido pelas "capeias", ou touradas com forcão, como lhe queiram chamar. Também não é de estranhar que um dia destes apareça um grupo a defender a abolição das "capeias" nas aldeias do Sabugal. Eis uma amostra do estado de alma destes dois grupos, um que é contra e o outro a favor:


"Em Defesa da Festa Brava


Em Defesa da História, da Terra e dos Homens

Em Defesa dos Animais e da Natureza



Chamo-me Francisco Moita Flores. Sou escritor. Sou pai de três filhos, avô de três netos. E, neste momento da minha vida pessoal, por decisão do Povo de Santarém, sou Presidente de Câmara".

E os defensores da festa dos touros continuam:
"As culturas urbanas radicais desprezaram os campos e desprezam os seus costumes, gostos, atitudes psico-afectivas. Consideram-nos ganga, ruído, ‘pimba', decadência face ao brilho multicolorido das cidades. Como disse a grande poetisa Sophia de Mello Breyner, são pessoas sensíveis que detestam ver matar galinhas, mas adoram canja de galinha! Culturas, ou microculturas radicais que surpreendidos pela devastação que provocaram, desertificando os campos, envelhecendo-os, matando-os, matando a agricultura, as aldeias, as vilas, a vida da pastorícia, das florestas - tudo submetido à ordem e aos valores da cidade - descobriram que valia a pena lutar por adereços. Não pelos campos ou pela multiplicação dos animais como estratégia de recuperação do mundo agrícola, muito menos por respeito pelos homens que desprezam e tratam como meros servos, mas para apaziguar consciências consumistas que na irracionalidade do consumismo despedaçaram qualquer outro valor, ideia, ou respeito pelos outros, seja pelos Homens, seja pela Natureza, seja pelos Animais.


Os diferentes nichos que surgem pelo país, em defesa do lince, em defesa do lobo, em defesa da água, contra a festa brava, na maior parte dos casos apenas olha a árvore e recusa-se a ver a floresta. São, na sua maioria, contra qualquer vínculo que afirme o respeito pelos Direitos do Homem casados e em sintonia com os Direitos da Terra. Não quero, nem é possível discutir os argumentos contra a Festa Brava.

Do outro lado da barricada e contra a festa brava aqui vai:


Considerando que:




a) a ciência reconhece inquestionavelmente a maioria dos animais, incluindo cavalos e touros, como seres sencientes, capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de medo, angústia, stress e ansiedade;



b) as touradas gozam em Portugal de um injustificado regime de excepção legal, pois o ponto 2 do Artigo 3.º da Lei n.º 92/95 de “Protecção aos animais”, que diz que “As touradas são autorizadas nos termos regulamentados”, contradiz frontalmente o ponto 1 do Artigo 1.º da mesma lei, que declara que “São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal”, o que é manifestamente o caso das touradas;



c) a maioria da população portuguesa é contra a tauromaquia, conforme mostra um estudo realizado em 2007 pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE;



d) as touradas ofendem a fé e o sentimento maioritariamente cristãos e católicos do povo português, pois a Bíblia apresenta os animais como criaturas de Deus (Génesis, 1, 24) e o Catecismo Católico declara ser “contrário à dignidade humana fazer com que os animais sofram ou morram desnecessariamente”, doutrina recentemente recordada pelos Papas João Paulo II e Bento XVI;



e) o artigo 9.º da Constituição da República Portuguesa consagra como tarefa fundamental do Estado “promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo”, o que se contradiz pela permissão das touradas, que ofendem o sentimento maioritário da população e contribuem para a degradação moral de quem obtém prazer estético e psicológico com o sofrimento dos animais;



f) as touradas são uma das expressões de uma cultura da insensibilidade e da violência que degrada quem a pratica e promove, o que ofende o Artigo 1.º dos “Princípios fundamentais” da Constituição da República Portuguesa, que proclama Portugal como “uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana”;



g) vários estudos e especialistas concordam que a prática e a aceitação da violência contra os animais predispõe para a prática e a aceitação da violência contra os homens;



h) o progressivo abandono de tradições retrógradas, contrárias a um sentido humanista de cultura como aquilo que contribui para nos tornar melhores seres humanos, é o que caracteriza a evolução mental e civilizacional das sociedades e melhor corresponde à sensibilidade contemporânea;



i) a existência de touradas no século XXI constitui um embaraço para Portugal perante a comunidade internacional, configurando a imagem de um país com pessoas e práticas bárbaras;



j) a abolição das touradas é compatível com a manutenção da sua coreografia, sem a utilização de animais, num espectáculo em que se preserve a estética tradicional e que possa converter-se na atracção turística que as touradas não são e nunca foram, pela repulsa que geram nos cidadãos estrangeiros (a evolução dos costumes ditou o mesmo em muitas culturas, convertendo antigas práticas marciais, com mortes e derramamento de sangue, em artes lúdicas, como no caso do kendo japonês e da capoeira afro-brasileira, entre muitos outros exemplos);



l) a abolição das touradas vem na linha humanista da abolição da pena de morte, em que Portugal foi pioneiro, e promoverá a imagem de Portugal em todo o mundo, sendo um contributo decisivo para o país mais ético que todos desejamos, esse “país mais livre, mais justo e mais fraterno” consagrado no “Preâmbulo” da Constituição da República Portuguesa;



Vimos por este meio solicitar que se aprove legislação no sentido de abolir completamente as touradas e todos os espectáculos com touros, sob qualquer forma, em todo o território nacional, convertendo-se as actuais praças de touros em museus e casas de cultura onde se preserve informação sobre uma prática ultrapassada e onde se promovam actividades humanitárias e de introdução dos jovens e do público em geral a um maior conhecimento e sensibilidade para com a natureza e os seres vivos, criando postos de trabalho onde se podem inserir muitas das pessoas agora dedicadas às actividades tauromáquicas".


PONTUAÇÃO:

9.763 assinaturas às 00:00 de 23 de Setembro da Petição pela abolição das touradas
10.340 assinaturas às 00:00 de 23 de Setembro da Petição Em Defesa da Festa Brava

8.3.09

FORCÃO: PATRIMÓNIO A DEFENDER

Forcão

As festas Saojoaninas açoreanas transformaram-se no principal assunto da blogosfera. De facto, o assunto está a ser levado a sério e até já circula na net uma petição. As opiniões são muitas e variadas, contudo, depois de visitar a referida petição e depois de ler alguns comentários concluo que o Concelho do Sabugal é constituido apenas pelas freguesias a que alguns chamam "arraianas". Há comentários para todos os gostos, mas alguns deviam ter vergonha daquilo que escrevem. Isto de petições na net há que ter alguns cuidados quando uma pessoa assina e comenta. A informação corre o mundo inteiro e ninguém a pode impedir de se difundir. Há patrimónios culturais que todos devemos defender e a arte de tourear com o forcão inclui-se na lista de patrimónios que têm que ser preservados e defendidos para não desaparecerem. Compreendo que as festas Saojoaninas açoreanas queiram atrair gente e que para isso incluam no programa das festas uma garraiada à moda da raia utilizando o forcão. Touradas, garraiadas, "vacaradas", no rio, na praia ou numa praça improvisada com carros de vacas, bois ou tractores, no largo da aldeia ou no Campo Pequeno, são sempre espectáculos que atraiem curiosos e aficcionados.
Qual é o perigo para o Sabugal se um forcão for o centro de atração numas festas dos Açores?
Como já li no Capeia Arraiana, hoje os agentes políticos têm de alterar os métodos de trabalho.
Eu sou daqueles que acredita que este assunto está ao rubro, mais na blogosfera do que nos largos e ruas das nossas aldeias. Muitos nem saberão que o forcão corre "perigo" de vida...se for para os Açores. De nada adianta esconder o forcão dentro do castelo para evitar a sua ida até aos Açores, mas os açoreanos têm o mérito de abanarem as mentes adormecidas no que respeita ao futuro do património do nosso concelho.
As coisas não aparecem feitas do nada. As culturas para serem preservadas e conhecidas têm que ser acarinhadas, incentivadas e divulgadas com planos bem elaborados.
A UNESCO tem servido para a defesa, preservação e divulgação do património mundial, cultural e natural. O Sabugal, os sabugalenses, é que têm que mostrar interesse em defender a sua cultura, o seu património. E ajudar a transmitir e fortalecer as relações entre "mestre" e aprendiz é de primordial importância para que o forcão e com tudo o que significa essa palavra seja verdadeiramente defendidos e se transforme numa mais valia para o Sabugal.
Proponho que se inicie a caminhada para que o forcão faça parte da lista de Património Mundial, Cultural e Natural. E o caminho deve ser iniciado enquanto as pessoas andarem acordadas e incomodadas com estes assuntos. Nada de desculpas, nada de lamentos e muito menos nada de extremismos, sejam de quem defende ou de quem ataca. Todos queremos o bem para todos e penso que os sabugalenses, as gerações futuras dos sabugalenses e porque não dos portugueses, só têm a ganhar com gente que gosta e ama as suas origens.

6.8.07

CAPEIAS ARRAIANAS NO SABUGAL







CAPEIAS ARRAIANAS - AGOSTO 2007
Conheça as datas das Capeias Arraianas no concelho do Sabugal.

06 de Agosto – Lageosa da Raia
07 de Agosto – Soito
08 de Agosto – Rebolosa
13 de Agosto – Aldeia do Bispo
14 de Agosto – Nave
15 de Agosto – Aldeia da Ponte
15 de Agosto - Ozendo
16 de Agosto – Bismula
17 de Agosto – Alfaiates
17 de Agosto – Vale das Éguas (noite)
18 de Agosto – Concurso “Ó Forcão” / Aldeia da Ponte
20 de Agosto – Forcalhos
21 de Agosto – Fóios
25 de Agosto – Aldeia Velha

A LIBERDADE DAS TRADIÇÕES:

O mês de Agosto é uma fartura de touradas à moda da raia. São treze dias, treze touradas, treze localidades e um número muito maior de participantes. As aldeias do Sabugal vão viver um mês de autêntica tauromaquia. Esta época do ano, como noutros anos, as capeias arraianas é o prato forte de algumas terras vizinhas.Basta ler o calendário das touradas previstas para o mês de Agosto. Há quase uma corrida por dia e quem conhece o Sabugal, as aldeias são muito próximas umas das outras. Estou mesmo a ver a cena: dia 6 de Agosto vão à Lageosa, no dia seguinte, dão um salto ao Soito e no dia seguinte à Rebolosa...quem aguenta tanta boiada?
Em Malcata, recordo-me de há uns anos se ter realizado também umas touradas. Os bois, com tanta picadela e tantas assobiadelas(!!!)ainda se contiveram algum tempo. Como animais irracionais que são, as picadelas, os assobios e alguns piropos acabaram por enfurecer ainda mais os bichos e estes tiveram tempo e força para dar umas valentes e enrraivecidas cornadelas nos toureiros de circunstância.
Aqueles momentos que se seguiram foram de aflição e preocupação dos que assistiam à tourada. Será que o corno furou o homem? Ele estará muito mal? Coitado, não fugiu a tempo...e o touro apanhou-o.Para a próxima que escape mais depressa...se houver a próxima.
Foi por estas e por outras cenas ainda mais trágicas que os mais novos em Malcata acabaram por não dar continuidade a estas touradas. Pensaram como animais racionais, viram e sentiram que a brincadeira de soltar um boi e insultá-lo, enchê-lo de picadas, obrigarem o animal a dar cabeçadas contra o forcão e mais uma série de cenas arrepiantes, podia não ter um final feliz.Por vezes vinham notícias de pessoas que morreram na tourada de Aldeia do Bispo... na aldeia de Alfaiates um foi gravemente para o hospital... Touradas assim, em Malcata, não obrigado. Os jovens de Malcata amam a vida, nasceram com inteligência e ainda hoje pensam que a Vida é um dom valioso demais para ser destruido por uma cornada.
Há tradições que por muito genuinas que sejam e populares necessitam de ser realizadas com segurança, com responsabilidade e também com peso e medida.
As capeias arraianas no concelho do Sabugal são uma tradição, mas felizmente, não são de realização obrigatória. Ou seja,a participação nestas touradas é livre. Portanto, quem salta para a "arena" fá-lo por sua livre vontade e tem de saber aguentar as possíveis consequências dessa decisão. O homem tem a capacidade de pensar, decidir e agir livremente. Pelo contrário, o boi é um animal que não pensa e as decisões para agir toma-as por instinto...e por vezes a morte é o seu objectivo.

Vivemos numa sociedade livre e apelidada de democrática. Os adultos são livres de pensar, decidir e agir conforme a sua consciência.
Eu não sou a favor de tanta capeia ao mesmo tempo e em tão pouco espaço de tempo. A autarquia do Sabugal neste período do ano sente dificuldades na elaboração de Programas Culturais, Recreativos, Lúdicos, pois, as capeias e as festas são tantas...e ao mesmo tempo...que as pessoas, como seres únicos e indivisíveis, não podem participar em tudo.
Há tantas capeias no concelho durante o mês de Agosto que algumas era melhor não se realizarem. Há mais vida no concelho do Sabugal para além das capeias...é só orientar os neurónios para outros pontos de interesse.