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10.3.12

MALCATA: LIÇÕES DE VIDA

Malcata: Lições de vida



Ah se os humanos fossem todos como as cegonhas! Refiro-me à fidelidade, à entrega, ao cuidado, ao labor, à união da família. Quantos “filhos da mãe” da nossa espécie andam por aí demitidos das suas obrigações!


A mãe natureza continua a cuidar de nós, como seus filhos que somos. Não devemos também nós cuidar dela, prestar-lhe carinhos e atenções, bem como a todos os seus filhos e nossos irmãos? Francisco de Assis, no Cântico das Criaturas, não se priva de louvar e agradecer a Deus Este homem (santo) que abdicou de tantas coisas boas da vida – o pobrezinho de Assis, como soe dizer-se – teve a sensibilidade e a consciência de que o nosso peregrinar por este mundo está repleto de dons de Deus para que deles possamos servir-nos e construir um mundo melhor. O seu profundo respeito pela vida, em qualquer forma que se manifeste, é um estímulo e um exemplo que devemos seguir.
Hoje, a mãe natureza presenteou-nos com o regresso das cegonhas. Dizem os vizinhos que eram seis à procura do velho (!) ninho. Não o conseguiram encontrar, porque foi destruído. Mas em compensação foi-lhes preparado ninho novo num local próximo. Um casal apoderou-se desta mansão, e nela podemos observar, fotografar, admirar e até escrever o que nos vai na mente. São chamamentos sonoros (parecem as matracas da semana santa); são arrufos amorosos; são voos de encantar; são “galaduras”. Enfim, tudo o que é preciso para que a vida das cegonhas continue. Hoje o pai e a mãe; amanhã os “filhos da mãe” e do pai.
Ah se os humanos fossem todos como as cegonhas! Refiro-me à fidelidade, à entrega, ao cuidado, ao labor, à união da família. Quantos “filhos da mãe” da nossa espécie andam por aí demitidos das suas obrigações!
“Olá cegonha! Eu gosto de ti. Há quanto tempo te não via por aí?!”
Termino com o poema completo do saudoso Carlos Paião
 
Olá cegonha, gosto de ti!
Há quanto tempo, te não via por aí!
Nem teus ninhos nos telhados,
Nem as asas pelo céu!
Olá cegonha! Que aconteceu?
Ainda me lembro de ouvir-te dizer,
Que tu de longe os bebés vinhas trazer!
Mas os homens vão crescendo,
E as cegonhas a morrer!
Ainda me lembro...não pode ser!
 
Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha...é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado!
Leva o menino, que é pequenino, toma cuidado!
 
Adeus cegonha, adeus lembranças...
A gente sonha, como crianças!
Faz outro ninho, nos altos céus!
Vai de mansinho, mas pelo caminho, diz-nos adeus!
    

Por: Rui Chamusco
Copiado daqui: http://www.cincoquinas.com/index.php?progoption=news&do=shownew&topic=3&newid=5714