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13.11.07

"ERES LO QUE LEES"...QUANTAS VEZES AS NOTÍCIAS NOS ENGANAM?


"Perdoai-lhes,Senhor,eles não sabem o que escrevem."
Lembram-se da notícia do cão que morreu à fome e sede durante uma exposição de arte no passado mês de Agosto, na Galeria Códice,em Manágua, capital da Nicarágua?Eu li a notícia no Jornal Expresso, vi também na Sic e na internet não faltaram informações e até petições on-line para impedir que o artista estivesse presente noutra exposição. Muitas pessoas,eu incluido, depois de ler esta notícia ficámos revoltados e toca a engrossar a dita petição.
Quem escreveu a primeira notícia foi o jornal "Nacion, baseado nas palavras da editora de um suplemento cultural na Nicarágua, La Prensa. Segundo a fonte, o animal teria morrido no primeiro dia de exposição.
E aí começou a novela...a notícia do cão que morreu durante uma exposição foi dada por vários jornais, por exemplo, pelo Expresso, pela Sic, pelo Diário Digital...e nos blogues então não se falou de outra coisa. Ainda cheguei a ler comentários de apoio ao artista, mas continuei a ficar indignado e a defender o pobre cão.
O meu espanto, foi quando encontrei a revista "24 EM CASA" nº72 de 9/11/2007, suplemento do 24 horas do dia 9/11/2007.Tinha sido enganado eu, como muitos bloggers, caímos como patinhos, pois, dizia a revista que afinal de contas o cão não morreu durante a exposição, foi sempre alimentado e teve sempre água para beber. O animal esteve três horas, por dia, preso a uma corda, colocado num canto da sala. Por muito que os visitantes pedissem para soltar o cão ou pelo menos lhe desse de comer, Habacuc ( o nosso artista ), recusou-se a fazê-lo.
E durante os três dias da exposição, as pessoas assistiram aquele quadro de "arte",imaginado pelo Guillermo Habacuc Vargas, "que fez questão de criar um 'acontecimento' e manteve uma cautela ambiguidade até ao fim." Ele nunca revelou se o cão estava morto ou não, se tinha sido alimentado ou não. O que o Habacuc disse foi "constatar a hipocrisia alheia: um animal torna-se o foco de atenção quando o coloco num local onde as pessoas esperam ver arte, mas não quando no meio da rua, morto de fome" e também disse "a exposição serviu para homenagear Natividad Canda, um nicaraguense morto por câes rottweiller.
Tudo isto foi esclarecido pelo comunicado da Galeria Códice(onde a exposição se realizou) informando que "o cão esteve nas instalações durante três dias(...).Esteve solto no pátio interior durante todo o tempo-exceptuando as três horas diárias em que durava a exibição-e foi alimentado regularmente com comida trazida pelo próprio Habacuc".
Afinal o cão não morreu porque no comunicado da galeria diz que " o cão fugiu ao fim do terceiro dia, escapulindo-se de manhã cedo entre as grades do portão principal da galeria, quando o vigilante que o alimentara fazia limpezas no exterior".

Aqui temos um exemplo em que uma "fonte"que jorra rios de tinta,de julgamentos, de críticas...e mesmo apesar deste desmentido, tanto do artista,como da galeria...em quem devemos acreditar? Agora eu posso duvidar da veracidade quanto à fuga do cão. Terá mesmo fugido por entre as grades do portão? Depois de tanta indignação daqueles que visitaram a exposição, depois de tantos se dirigirem ao artista para que alimentasse o animal...lhe desse água...aquilo não era arte...o homem pode ter decidido deixar ir o cão para o seu mundo, para a rua. Eu não sei onde está a verdade. Deus,sabe. Não é assim que se ganha nome de artista, não é assim que se informam as pessoas. É por isso que , muitas vezes, aquilo que nos parece uma verdade absoluta o deixa de ser, porque nunca foi uma verdade verdadeira.
Meus queridos, nem tudo o que se escreve, nm tudo o que se passa nos meios de comunicação social e nem tudo o que ouvimos (e dizemos, escrevemos(!!!),)é a verdade. Acreditamos ser a verdade até ao dia em que lermos, ouvirmos ou vermos a outra verdade.