UMA ESCOLHA DIFÍCIL
Na manhã daquele domingo tudo mudou. A queda e os pedidos de auxílio foram os sinais que lhe indicaram que algo não estava tão bem até aqui. Esquecimentos, confusões com os dias da semana, pouca vontade de comer e confundir as horas das refeições já nele acontecia às vezes. Mas naquela manhã o tremer daquele corpo magro e frágil pôs à vista a segurança e o bem-estar daquele homem. Naquele domingo já não foi à igreja e ficou sentado numa cadeira junto à lareira, olhando de vez em quando para a cerimónia da missa que estava a ser transmitida pela televisão. Aquilo não tinha acontecido, não podia ter acontecido, mas aconteceu e sou invadido com uma carrada de perguntas. Tinha prometido a mim mesmo que ia retribuir nesta fase da vida dele, o amor e o carinho que recebi durante estes anos de vida, sem esconder que entre os dois, por causas ligadas à emigração e à minha abalada da aldeia, sentia que ainda nos podíamos dar a conhecer melhor um ao outro. Não era eu que o im