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2.6.22

FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?

                    

Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019)

   Na nossa aldeia existem memórias que correm o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se cuidem bem deles.
   E por falar em memórias e testemunhos, vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam. Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas pela Junta de Freguesia.
   A história da Fonte da Torrinha não fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente, são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda visíveis.
  
   Nota: sendo eu malcatenho, defendo a freguesia sempre que há necessidade. Há situações
               que pela sua interferência no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
                intervenientes não tenham más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
                E na última vez que estive em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
                muro foi o tema mais falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
                que vive em Malcata tem uma opinião, uma sugestão, um apontamento a escrever
                e depois esclarecer ou simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
                porque se fosse ele, fazia o mesmo ou até pior...
                 Vivemos em democracia, não é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
                 um comentar, aqui vos deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.