FONTE DA TORRINHA EM PERIGO?
Fonte da Torrinha(foto de 24-02-2019) |
Na nossa aldeia existem memórias que correm
o sério risco de serem destruídas, alteradas e que merecem ser alvo de maior
cuidado. Estas memórias são-nos oferecidas pelos testemunhos vivos que existem
na freguesia e como são públicos, encontram-se em espaços públicos, mais ou
menos resguardados, estando alguns ainda ao serviço de todos. E o estatuto de
público significa que é usado por todos e está ao serviço de todos. Ora esta
posse tão ampla vem conferir-lhes uma importância ainda maior para que se
cuidem bem deles.
E por falar em memórias e testemunhos,
vou continuar a contar um pouco da história da Fonte da Torrinha, ou a Fonte
das Bicas. Já sabemos que a sua água era a melhor água de todas as fontes que
havia dentro do povo. Também já sabemos que a sua construção deu muitas dores
de cabeça ao presidente da junta de freguesia. O senhor António Nita não tinha
panos quentes para aparar as nicas da Câmara do Sabugal! Defendia os interesses
da freguesia com todas as forças e estratagemas que criava, pois, só lhe satisfazia
ver o povo bem servido e com os mesmos direitos que as outras terras gozavam.
Mesmo o facto de à sua frente estar um presidente de Câmara, um engenheiro de
obras e responsável por muitas canalizações, mesmo sendo pressionado por
comandantes da Guarda Fiscal, as obras de abastecimento ao novo quartel, canos
que ligavam os tubos vindos da mina para a fonte e que a Guarda Fiscal também
queria receber, foram mandadas parar. O problema ficou resolvido uns tempos
depois e depois de as partes assinarem um documento com as condições impostas
pela Junta de Freguesia.
A história da Fonte da Torrinha não
fica toda contada. Esta é uma ínfima parte e tratou-se de avivar as nossas
memórias. A história deste monumento e de outros que há na nossa aldeia, a sua
importância na história do povo e de muitas pessoas que ali iam diariamente,
são motivos suficientes para conservar a todo o custo estes testemunhos ainda
visíveis.
Nota: sendo eu malcatenho, defendo a
freguesia sempre que há necessidade. Há situações
que pela sua interferência
no espaço público, à vista de toda a gente, mesmo que os
intervenientes não tenham
más intenções, sujeitam-se ao julgamento público.
E na última vez que estive
em Malcata, vi o que muitos também viram e o pequeno
muro foi o tema mais
falado nos bancos da Torrinha. Cada pessoa e cada uma das
que vive em Malcata tem uma opinião,
uma sugestão, um apontamento a escrever
e depois esclarecer ou
simplesmente não querer ver, não falar e remeter ao silêncio
porque se fosse ele,
fazia o mesmo ou até pior...
Vivemos em democracia, não
é verdade? Se a democracia nos dá a liberdade de cada
um comentar, aqui vos
deixo espaço para tornar pública a vossa opinião.
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