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1.9.17

BALANÇOS DO PODER AUTÁRQUICO EM MALCATA

 




                                         "NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS
                                         O QUE NÃO SE FAZ NÃO EXISTE
                                         PORTANTO, SÓ EXISTIMOS
                                         NO DIA EM QUE FAZEMOS.
                                          NOS DIAS EM QUE NÃO FAZEMOS
                                          APENAS DURAMOS"
                                                              Pe. António Vieira






   Quase a concluir o último mandato ao leme dos destinos da freguesia de Malcata, importa fazer um balanço das actividades realizadas, das dificuldades encontradas e dos êxitos alcançados.
   A aldeia de Malcata mudou nestes últimos anos. Em quê?
   Ao fim de treze anos consecutivos como presidente, é tempo de avaliar o trabalho feito e pelo que não foi feito, sem medos ou receios. É tempo de equacionar se queremos a continuação do definhamento ou queremos um futuro auspicioso?
   Treze anos é muito tempo e eu nem sempre estive ao corrente da actividade da Junta de Freguesia, embora tenha acompanhado o seu trabalho e a falta de informação da sua actividade não beneficia uma avaliação completa. Bem, a minha avaliação vai então basear-se no conhecimento daquilo que fui observando e lendo, nas minhas visitas à freguesia e nos diálogos que mantinha enquanto estava na terra.
   A minha avaliação começa assim:
   OFÉLIA CLUB – Muitas promessas, reuniões de esclarecimento, ameaças de
                            expropriações caso não vendessem as terras, uma obra
                            muito prometedora em centenas de empregos, desenvolvi-
                            mento para a aldeia…Hoje é um fiasco e lá estão as terras
                            ao abandono e nenhum sucedâneo aparece.
PAREDÃO-: Apesar de estar escrito no programa eleitoral da Junta
                  de Freguesia que “Continuar a lutar pela construção
                   do Paredão junto à ponte”, é notória a ausência de qualquer acção
                   reivindicativa visível;
CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DA ALBUFEIRA DA BARRAGEM DO SABUGAL …zero, ou quase nada.
RENDAS DOS TERRENOS DAS EÓLICAS: ausência de qualquer acção visível e confrangedor ver como pessoas humildes estão amarradas a contratos parasitas, agiotas, vergonhosos;

CENTRO HISTÓRICO DE MALCATA: ESQUECIDO, sim esquecido. Basta ir até à Praça do Rossio/Torrinha/Fonte/Tanques, rua do Meio, rua da Moita. A Torrinha está como sempre esteve, sem alma e esquecida. Se o Rossio foi merecedor de um chão novo e a Torre do Relógio lavada, mais nada foi mexido.
CALÇADAS: Obras sem critérios, algumas denotam nítido cariz eleitoral, tanto pela localização e pelas pessoas beneficiadas;
ANTENA DE TELECOMUNICAÇÕES: um processo que nasceu torto e nunca foi endireitado, falta de acompanhamento e apoio aquelas pessoas que se mostraram contra e no meu entender, está como está, sem solução à vista, porque é mais fácil empurrar as responsabilidades para quem as não tem; houve estudos técnicos prévios, mas foram omitidos ao povo, parece que a própria assembleia de freguesia não foi devidamente informada das pretensões e decisões da junta de freguesia. Resultado: geraram a contestação de uma centena de pessoas, porque decidiram a colocação da estrutura sem consultar a população. A Junta voltou atrás e reuniu o povo para esclarecimentos. Como esses esclarecimentos não foram suficientes, nada foi alterado, ou seja, a obra ficou suspensa até se encontrar uma solução satisfatória para todos. A Câmara acabou por dar a machadada final, quando nada o fazia prever, enviando um local alternativo à operadora, que até o menos sábio da aldeia pode dizer que com essa alternativa apresentada pela Câmara Municipal, o NÃO seria a resposta. Era a prova mais que provada da atitude infantil e vergonhosa tomada contra aquelas pessoas que não aceitaram a instalação da antena no meio da povoação, ao lado do parque infantil e com casas habitadas a uma curta distância, mas deixaram bem assente e claro que queriam a melhoria das comunicações na freguesia, mas mais afastada das pessoas. Se Quadrazais conseguiu instalar o mesmo equipamento fora da aldeia, em Malcata não aconteceu porque os responsáveis autárquicos e a operadora assim o quiseram, ou seja, colocaram os interesses técnicos e económicos à frente do interesse da população de Malcata, que era a melhoria das comunicações e com elas a melhoria das condições de vida e saúde pública.
ZIF – Depois de muitos anos parada, esquecida e fora do conhecimento generalizado da população, com o envolvimento de uma associação, recomeçou-se um trabalho sério e com objectivos definidos;
ASSEMBLEIA DE COMPARTES e ZIF sem dinâmicas florestais e sem busca da economia e da envolvência e participação da população;
JUNTA DE FREGUESIA E LAR (ASSM): pouca interacção e desinteresse na procura de elevados padrões de qualidade na prestação dos serviços;
 BARROCA DO VALE DA FONTE: opção pelo cimento em vez de preservar as paredes em pedra e a água a correr a céu aberto; mais de metade da barroca não foi intervencionada; também as escadas de acesso às hortas, denotam falta de planeamento e de bom senso;
PRESERVAÇÃO DA RAÇA AUTOCNE DAS CABRAS: promessas não cumpridas no que respeita à preservação da raça autóctone de cabras “Charnequeira” com a ajuda do programa SELF PREVENTION, bem como o pastoreio nos terrenos Baldios da freguesia; a falta de informação é uma constatação, embora eu saiba que está aprovado pela Câmara Municipal a construção de uma estrutura de exploração pecuária em Malcata. A ausência de informação acerca desta obra é condenável e pode levar a mais um desentendimento entre alguns cidadãos e a junta de freguesia;
FALHAS NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA AO DOMICÍLIO: parece mentira, mas é a verdade. A falta de água na aldeia sente-se principalmente nos meses de Verão. Mas não é só nesta época que a água falha. A falta de pressão na rede leva a que os moradores nas zonas mais altas da aldeia fiquem sem água na torneira e nos esquentadores; também vai acontecendo em algumas casas situadas em zonas baixas da aldeia. Como a pressão é baixa, quando a pessoa quer água para tomar banho, por muito que espere, acaba com tomar banho em água fria.
  APOIO AO ASSOCIATIVISMO: nestes dois últimos anos, a junta de freguesia de Malcata nunca soube comportar-se com algumas associações da freguesia, nomeadamente com a AMCF (Associação Malcata Com Futuro) que perante a dinâmica levada a cabo por esta associação, procurando sempre trabalhar pela positiva, pela mudança e desenvolvimento da economia local, teve como resposta desta mesma junta de freguesia um confronto constante, de maledicência em vez da procura de cooperação.



 Malcatenhos, esta é a minha avaliação. Façam também a vossa avaliação, livremente e sem condicionamentos.
                                                                José Nunes Martins