BALANÇOS DO PODER AUTÁRQUICO EM MALCATA

 




                                         "NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS
                                         O QUE NÃO SE FAZ NÃO EXISTE
                                         PORTANTO, SÓ EXISTIMOS
                                         NO DIA EM QUE FAZEMOS.
                                          NOS DIAS EM QUE NÃO FAZEMOS
                                          APENAS DURAMOS"
                                                              Pe. António Vieira






   Quase a concluir o último mandato ao leme dos destinos da freguesia de Malcata, importa fazer um balanço das actividades realizadas, das dificuldades encontradas e dos êxitos alcançados.
   A aldeia de Malcata mudou nestes últimos anos. Em quê?
   Ao fim de treze anos consecutivos como presidente, é tempo de avaliar o trabalho feito e pelo que não foi feito, sem medos ou receios. É tempo de equacionar se queremos a continuação do definhamento ou queremos um futuro auspicioso?
   Treze anos é muito tempo e eu nem sempre estive ao corrente da actividade da Junta de Freguesia, embora tenha acompanhado o seu trabalho e a falta de informação da sua actividade não beneficia uma avaliação completa. Bem, a minha avaliação vai então basear-se no conhecimento daquilo que fui observando e lendo, nas minhas visitas à freguesia e nos diálogos que mantinha enquanto estava na terra.
   A minha avaliação começa assim:
   OFÉLIA CLUB – Muitas promessas, reuniões de esclarecimento, ameaças de
                            expropriações caso não vendessem as terras, uma obra
                            muito prometedora em centenas de empregos, desenvolvi-
                            mento para a aldeia…Hoje é um fiasco e lá estão as terras
                            ao abandono e nenhum sucedâneo aparece.
PAREDÃO-: Apesar de estar escrito no programa eleitoral da Junta
                  de Freguesia que “Continuar a lutar pela construção
                   do Paredão junto à ponte”, é notória a ausência de qualquer acção
                   reivindicativa visível;
CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DA ALBUFEIRA DA BARRAGEM DO SABUGAL …zero, ou quase nada.
RENDAS DOS TERRENOS DAS EÓLICAS: ausência de qualquer acção visível e confrangedor ver como pessoas humildes estão amarradas a contratos parasitas, agiotas, vergonhosos;

CENTRO HISTÓRICO DE MALCATA: ESQUECIDO, sim esquecido. Basta ir até à Praça do Rossio/Torrinha/Fonte/Tanques, rua do Meio, rua da Moita. A Torrinha está como sempre esteve, sem alma e esquecida. Se o Rossio foi merecedor de um chão novo e a Torre do Relógio lavada, mais nada foi mexido.
CALÇADAS: Obras sem critérios, algumas denotam nítido cariz eleitoral, tanto pela localização e pelas pessoas beneficiadas;
ANTENA DE TELECOMUNICAÇÕES: um processo que nasceu torto e nunca foi endireitado, falta de acompanhamento e apoio aquelas pessoas que se mostraram contra e no meu entender, está como está, sem solução à vista, porque é mais fácil empurrar as responsabilidades para quem as não tem; houve estudos técnicos prévios, mas foram omitidos ao povo, parece que a própria assembleia de freguesia não foi devidamente informada das pretensões e decisões da junta de freguesia. Resultado: geraram a contestação de uma centena de pessoas, porque decidiram a colocação da estrutura sem consultar a população. A Junta voltou atrás e reuniu o povo para esclarecimentos. Como esses esclarecimentos não foram suficientes, nada foi alterado, ou seja, a obra ficou suspensa até se encontrar uma solução satisfatória para todos. A Câmara acabou por dar a machadada final, quando nada o fazia prever, enviando um local alternativo à operadora, que até o menos sábio da aldeia pode dizer que com essa alternativa apresentada pela Câmara Municipal, o NÃO seria a resposta. Era a prova mais que provada da atitude infantil e vergonhosa tomada contra aquelas pessoas que não aceitaram a instalação da antena no meio da povoação, ao lado do parque infantil e com casas habitadas a uma curta distância, mas deixaram bem assente e claro que queriam a melhoria das comunicações na freguesia, mas mais afastada das pessoas. Se Quadrazais conseguiu instalar o mesmo equipamento fora da aldeia, em Malcata não aconteceu porque os responsáveis autárquicos e a operadora assim o quiseram, ou seja, colocaram os interesses técnicos e económicos à frente do interesse da população de Malcata, que era a melhoria das comunicações e com elas a melhoria das condições de vida e saúde pública.
ZIF – Depois de muitos anos parada, esquecida e fora do conhecimento generalizado da população, com o envolvimento de uma associação, recomeçou-se um trabalho sério e com objectivos definidos;
ASSEMBLEIA DE COMPARTES e ZIF sem dinâmicas florestais e sem busca da economia e da envolvência e participação da população;
JUNTA DE FREGUESIA E LAR (ASSM): pouca interacção e desinteresse na procura de elevados padrões de qualidade na prestação dos serviços;
 BARROCA DO VALE DA FONTE: opção pelo cimento em vez de preservar as paredes em pedra e a água a correr a céu aberto; mais de metade da barroca não foi intervencionada; também as escadas de acesso às hortas, denotam falta de planeamento e de bom senso;
PRESERVAÇÃO DA RAÇA AUTOCNE DAS CABRAS: promessas não cumpridas no que respeita à preservação da raça autóctone de cabras “Charnequeira” com a ajuda do programa SELF PREVENTION, bem como o pastoreio nos terrenos Baldios da freguesia; a falta de informação é uma constatação, embora eu saiba que está aprovado pela Câmara Municipal a construção de uma estrutura de exploração pecuária em Malcata. A ausência de informação acerca desta obra é condenável e pode levar a mais um desentendimento entre alguns cidadãos e a junta de freguesia;
FALHAS NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA AO DOMICÍLIO: parece mentira, mas é a verdade. A falta de água na aldeia sente-se principalmente nos meses de Verão. Mas não é só nesta época que a água falha. A falta de pressão na rede leva a que os moradores nas zonas mais altas da aldeia fiquem sem água na torneira e nos esquentadores; também vai acontecendo em algumas casas situadas em zonas baixas da aldeia. Como a pressão é baixa, quando a pessoa quer água para tomar banho, por muito que espere, acaba com tomar banho em água fria.
  APOIO AO ASSOCIATIVISMO: nestes dois últimos anos, a junta de freguesia de Malcata nunca soube comportar-se com algumas associações da freguesia, nomeadamente com a AMCF (Associação Malcata Com Futuro) que perante a dinâmica levada a cabo por esta associação, procurando sempre trabalhar pela positiva, pela mudança e desenvolvimento da economia local, teve como resposta desta mesma junta de freguesia um confronto constante, de maledicência em vez da procura de cooperação.



 Malcatenhos, esta é a minha avaliação. Façam também a vossa avaliação, livremente e sem condicionamentos.
                                                                José Nunes Martins

Comentários

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  6. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Comentários:

Mensagens populares deste blogue

O CANTAR AS JANEIRAS EM MALCATA

COMPADRES À CONVERSA

ENERGIA EÓLICA E OS CONTRATOS DE ARRENDAMENTO