Exploração pecuária em Malcata |
A notícia está nos jornais de hoje. Na Guarda, uma fábrica de pellets está encerrada ao fim de um ano dela ter sido inaugurada! Os seus donos receberam sete milhões de euros vindos da EU, para a
construção da fábrica, que apenas esteve a funcionar durante um ano e agora está
indiciada de fraude, havendo suspeitas de terem recebido todo esse dinheiro indevida-
mente. O projecto foi apresentado como a maior fábrica de pellets do nosso país,
cuja produção iria ser exportada. As máquinas começaram a trabalhar em 2022 e
um ano depois pararam, mandando para o desemprego mais de trinta pessoas que lá
trabalhavam.
Este caso traz-me à minha memória um
projecto bem perto da nossa aldeia, bem lá no alto da serra, com bons acessos,
mas sem qualquer placa que nos diga o caminho até lá. É classificado como sendo
de interesse municipal, tendo já recebido a aprovação, em reunião de Câmara, um
apoio no valor de 100.000,00€, a juntar aos milhares já disponibilizados pela
União Europeia. A primeira fase do projecto, ao que parece, já está terminada.
Os edifícios de apoio foram construídos, estão lá vazios e de portas fechadas, o
que é indicador de lá dentro apenas existe espaço para ocupar com maquinaria e
animais.
Já estão ali investidos uns milhares
de euros. A Junta de Freguesia é a entidade
responsável pela obra e chamou a si, em Julho de 2019, quando foi anunciado a
aprovação do projecto, toda a atenção e assumiu em público, a vontade de
avançar e acompanhar a introdução do rebanho de cabras nos baldios da
freguesia, tendo para isso convocado a assembleia de freguesia para aprovação
da empreitada e sua administração, um passo dado depois da autorização dada
pela Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia.
Estamos nos últimos dias de 2024 e há
muito tempo que não há qualquer notícia pública sobre tão importante projecto,
tão importante e que tantas potencialidades económicas dizem ter. A freguesia
de Malcata aguarda, com grande esperança, as boas notícias. Eu, como
malcatenho, não querendo ser mandatado por ninguém e nem por nenhuma
instituição, mas apenas no meu próprio nome, quero saber o que se está a passar
com o “rebanho das cabras”
nos baldios da minha aldeia. É impossível que a Junta de Freguesia não tenha
informações a revelar. E se houver resposta a esta minha inquietação, que seja
conhecida de todos os meus conterrâneos, mesmo aqueles que vivem longe.