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Há que fazer alguma coisa para a água vir à tona |
A
forma de utilizarmos a água na nossa aldeia vai ter que mudar e deve ser uma
das prioridades da autarquia melhorar o abastecimento de água para consumo
humano à nossa freguesia, bem como a sua utilização na agricultura e nos
espaços verdes da freguesia.
Na nossa aldeia estamos acostumados à
abundância deste recurso natural, mesmo durante os meses de mais calor não tem
havido constrangimentos para ninguém.
Mas os tempos são outros e o clima
está a mudar. No que diz respeito à água para consumo humano, é do conhecimento
de todos que os bombeiros voluntários têm transportado a água num camião-cisterna
para encher o reservatório de água para a rede de abastecimento público
da nossa terra. Houve já necessidade de efectuar esse reforço duas vezes por
semana. As causas da escassez da água estão relacionadas com as altas
temperaturas e a falta de chuva que estão a secar as nascentes naturais.
Na nossa freguesia há falta de planos
para reaproveitar a água, para armazenar os milhões de litros que saem nas duas
bicas da fonte, deixando fugir a água ruas abaixo. Podem dizer que não tem
havido desperdício, que a água vai acabar por chegar à albufeira. Eu pergunto
aos malcatenhos porque deixamos a água correr para a barragem em vez de a
armazenarmos em reservatórios para futura utilização pela freguesia, pelos que
necessitam dela para as regas?
Já bastou a obra da barragem do
Sabugal que sem dó nem piedade nos deixaram sem rio Côa!
Não há nada que nos pague esse bem e
esse recurso, como era o rio e as terras que o acompanhavam. Lembrem-se que na
nossa região só existe água doce e investimentos para aproveitar a água do mar
está fora de questão. Ora isso dá-nos argumentos para olharmos para a água que até
é natural, de nascentes e também merecemos ajudas financeiras para manter
este recurso tão importante.
Estes dias li que o concelho do
Sabugal fazia parte dos municípios que mais desperdiçava água nas redes de
abastecimento público. Os números estão escritos num relatório da entidade que
regula a água em Portugal. Chama-se ERSAR e neste documento relatório da ERSAR ficamos a saber que o concelho do
Sabugal desperdiçava, em 2022, 70,2% da água. Trata-se de água que existe e que
não chega ao consumidor e por diversas razões: rupturas, avarias e desvios. Ora
se há dois anos mais de metade da água era desaproveitada, logo não rendia um
cêntimo, diz-nos que há muito trabalho a realizar.
Então como será o futuro da água em
Malcata?
Será que a APAL-SIM (Águas Públicas em
Altitude – Serviços Intermunicipalizados) vai resolver os problemas no concelho
do Sabugal?
Deixar de fazer alguma coisa não é
opção! Pagar e continuar a pagar a água que se utiliza na rega? É uma
possibilidade e sabemos que quem rega com a água dos tanques da Fonte da
Torrinha, paga-se uma taxa por cada vez que se esvazia o tanque grande. E está
certo que assim seja, pois eu não acredito que haja alguém que se recuse a
pagar. Com certeza que na nossa freguesia não vamos brincar aos transvases para
outras terras. Por curiosidade, li que os agricultores da Cova da Beira, que
regam com a água da barragem do Sabugal, vão este ano pagar mais caro a água
para rega! E em Fevereiro houve escaramuças e tubos cortados por
desentendimentos por causa da água.
Deixo aqui um alerta: olhem para as
vossas próximas facturas da água e vejam o volume de água consumido e leiam
também a segunda página. Digam o que viram e o que pensam.
Obrigado
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De 1937-2024 sem parar de deitar água |
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Ler a factura da água segundo a Deco |
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Trabalhos na nascente em Malcata |
Foto CMGuarda -Assinatura da constituição da Apal-Sim
Saiba mais sobre a nova entidade das águas e saneamento:
https://capeiaarraiana.pt/2024/02/19/sabugal-integra-sistema-intermunicipal-de-gestao-da-agua/
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