COMPADRES À CONVERSA
Adro da igreja de Malcata |
- Então, compadre, donde vens a esta hora?!
- Donde hei-de vir?! Da igreja! Então estamos na Quaresma…e fui cumprir o meu
dever, estou a preparar-me para a festa da Páscoa.
- Ui ui, mas ainda falta tantos dias, ainda tens tempo para pensares nessas
coisas.
- Pois, tens razão, compadre, mas eu gosto de fazer as coisas com tempo e sem
pressas!
- Olha quem anda numa roda-viva e sem paranças, são os políticos. Eles podem
dizer o que quiserem, mas o que eles dizem eu nem perco tempo! Somos todos
iguais e todos querem o mesmo, tachos, poleiro é onde querem estar, nem que
para o conseguir, se apresentem no domingo à missa.
- Esses já eu conheço. De católicos têm pouco, são uns fingidos.
- Assim estamos, compadre. E se quer que lhe diga, estou-me marimbando para o
circo que montaram. A minha missa é outra!
- Compadre, mas que diferente está agora o mundo! Até a Quaresma mudou e hoje
riem de quem faz jejum. O senhor prior bem se farta de dizer para nos
preparamos. Mas qual quê?! Ao menos o compadre ainda respeita a tradição.
- Tantas renúncias que a gente pode fazer, mas tá quieto! Sacrifícios, mais
ainda…
- É verdade compadre!
- Bem, vamos à vida, porque a morte é certa.
- Então, até logo, se Deus quiser!
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