11.8.23

QUE TRADIÇÕES TÊM MAIS FUTURO EM MALCATA?

 


   Considero e penso que é legítimo cada um de nós ter a sua opinião sobre as garraiadas, gostar ou não das  que se têm feito nestes últimos anos em Malcata, nos dias próximos à festa. Também penso e não aceito que se procurem falsas razões para expressar e impor qualquer tradição.
   Em Portugal existe um Regulamento de Espectáculos Taurinos (RET) aprovado pelo Decreto-Lei nº 89/2014. Não conheço todo o documento, mas suponho que a organização do espectáculo se preocupou em conhecer para realizar, promover e respeitar a legislação.
   Tendo em conta que a participação na garraiada é voluntária, a organização costuma mesmo assim, garantir a assistência de socorro garantida pela presença em permanência dos Bombeiros Voluntários e uma ambulância de apoio.
   Em Malcata nestes últimos anos, está-se a tentar “reavivar” uma tradição que nunca existiu, e ainda por cima com alguma falta de condições, passando uma imagem errada das pessoas da terra. As duas vezes que fui assistir a garraiadas na nossa aldeia, não fiquei até ao fim, abandonei o recinto antes de terminar.
   Lembro que todos somos livres e temos cada um a nossa opinião. O que eu digo é que não pode valer tudo para contentar o povo, porque os Santos não saiam da igreja para participar ou assistir a uma garraiada. São santinhos, mas têm medo dos bois do diabo!
   Eu tenho uma idade que me dá mais anos de vida e de conhecimento sobre as tradições vividas em Malcata. E as “touradas” ou “garraiadas” não me recordo assim de tantas e só aconteciam uma vez por ano apenas até chegar aquele belo ano em que os homens disseram que não vieram a este mundo para ser vítimas por causa das investidas dos bois ou das vacas das touradas. Há tradições bem melhores e mais fáceis de manter…se há! Então porque é que temos de promover e incentivar a participação voluntária em espectáculos que nos podem causar perdas de vidas humanas? 
   Já alguém pensou em promover novos eventos? Por exemplo, o “Dia do Cabrito”, reavivando e fazendo regressar a tradição do cabrito assado, estufado, grelhado…que tão longe levou o nome da nossa aldeia? Que tradições têm mais futuro em Malcata?
                                               José Nunes Martins

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