QUE TRADIÇÕES TÊM MAIS FUTURO EM MALCATA?
Considero e penso que é legítimo cada um de nós ter a sua
opinião sobre as garraiadas, gostar ou não das que se têm feito
nestes últimos anos em Malcata, nos dias próximos à festa. Também
penso e não aceito que se procurem falsas razões para expressar e impor qualquer tradição.
Em Portugal existe um Regulamento de
Espectáculos Taurinos (RET) aprovado pelo Decreto-Lei nº 89/2014. Não conheço
todo o documento, mas suponho que a organização do espectáculo se preocupou em
conhecer para realizar, promover e respeitar a legislação.
Tendo em conta que a participação na
garraiada é voluntária, a organização costuma mesmo assim, garantir a
assistência de socorro garantida pela presença em permanência dos Bombeiros Voluntários
e uma ambulância de apoio.
Em Malcata nestes últimos anos, está-se
a tentar “reavivar” uma tradição que nunca existiu, e ainda por cima com alguma
falta de condições, passando uma imagem errada das pessoas da terra. As duas
vezes que fui assistir a garraiadas na nossa aldeia, não fiquei até ao fim,
abandonei o recinto antes de terminar.
Lembro que todos somos livres e temos
cada um a nossa opinião. O que eu digo é que não pode valer tudo para contentar o
povo, porque os Santos não saiam da igreja para participar ou assistir a uma
garraiada. São santinhos, mas têm medo dos bois do diabo!
Eu tenho uma idade que me dá mais anos
de vida e de conhecimento sobre as tradições vividas em Malcata. E as “touradas”
ou “garraiadas” não me recordo assim de tantas e só aconteciam uma vez por ano
apenas até chegar aquele belo ano em que os homens disseram que não vieram a
este mundo para ser vítimas por causa das investidas dos bois ou das vacas das
touradas. Há tradições bem melhores e mais fáceis de manter…se há! Então porque
é que temos de promover e incentivar a participação voluntária em espectáculos
que nos podem causar perdas de vidas humanas?
Já alguém pensou em promover novos
eventos? Por exemplo, o “Dia do Cabrito”, reavivando e fazendo regressar a
tradição do cabrito assado, estufado, grelhado…que tão longe levou o nome da
nossa aldeia? Que tradições têm mais futuro em Malcata?
José Nunes Martins
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