A Cáritas Diocesana da Guarda apresentou em Novembro de 2008 um estudo intitulado "A RAIA: REALIDADE PROBLEMÁTICA, FUTURO DE ESPERANÇA".
Trata-se de um estudo levado a cabo pela Cáritas Diocesana da Guarda, de Ciudad Rodrigo e de Salamanca. Contou também com a colaboração da Fundação FINSOA e do Observatório Económico e Social da Universidade da Beira Interior.
O estudo visava alterar a situação raia portuguesa e espanhola e os promotores acreditaram que era possível que algo se mexesse na raia.
O documento foi notícia em muitos meios de comunicação social e também em blogues. Alguns exemplos:
Dada a importância deste documento, volto novamente a falar do tema. Neste estudo são dados a conhecer 9 casos de "Boas Práticas" levadas a cabo em Espanha e em Portugal. Da Zona da Raia Portuguesa são referidos estes casos:
- PISCICULTURA E RESTAURANTE TRUTACÔA
Freguesia de Quadrazais, concelho do Sabugal
( No Sabugal e aldeias é mais conhecido pelo Viveiro das Trutas )
O lago das trutas, foi uma excelente ideia e proporcionou
momentos de alegria, prazer e boa disposição a todos que por lá passam.
Restaurante Trutalcôa
-EUROMEL
Concelho de Penamacor
-ENAT-ENERGIAS NATURAIS
Sede em Lisboa, mas com filial no Sabugal
-QUINTA DO CARDO
Figueira de Castelo Rodrigo
Estes exemplos de "Boas Práticas" mencionadas no estudo, eram apresentadas como exemplo de algo que se estava a fazer bem, que estavam a gerar uma actividade que alcançavam resultados positivos e eram exemplos susceptíveis de ser aplicada noutros locais. De facto, não conheço todos os projectos escolhidos. A Trutalcôa é conhecido por muitas pessoas no concelho do Sabugal. Eu já lá passei uns bons momentos de boa disposição na companhia da minha família e de amigos que me acompanharam. Actualmente, as informações que tenho são bastante cinzentas e o empreendimento está a passar por maus momentos. Oxalá aquilo que já foi considerado uma "Boa Prática", um bom investimento, com características inovadoras, realizáveis e sustentáveis, não caia no esquecimento e no desinteresse dos seus promotores e das entidades que deviam apoiar e ajudar a continuar a ser um projecto com futuro e importante para o concelho do Sabugal.
O estudo sobre a Raia, foi levado a cabo entre Julho de 2007 e Junho de 2008. A ideia de "não nos resignarmos ao desaparecimento das populações presentes, há séculos, na Raia, e à sua conversão num deserto" esteve subjacente no cerne deste projecto.
Solicitaram as opiniões de mais de uma centena de pessoas, conhecedoras e responsáveis das povoações de ambos os países, de Salamanca e da Guarda.
Ao então presidente da Junta de Freguesia de Malcata, foi feita esta pergunta:
"Quais são, na freguesia de Malcata, os projectos reais, possíveis e viáveis, de iniciativa privada ou pública, que possibilitem a criação de empregos"?
RESPOSTA:-Reserva Natural da Serra da Malcata
- Campismo
- Criação de gado (cabras)
- Produção de doces
- Parque eólico
Principal ideia da conversa com o Presidente da Junta de Freguesia de Malcata:
"Estamos muito isolados, estamos fora de contexto do desenvolvimento programado a nível do litoral, sofremos muito com esta situação porque não há investimentos".
ALGUMAS CONCLUSÕES DOS ESTUDIOSOS:
"Julgamos que é necessário falar, escrever, projectar e debater mais, para começar a fazer algo porque, apesar do cansaço de algumas pessoas mais participativas, é necessário criar uma corrente de opinião pública, dentro e fora da Raia, que pressione, estimule ou, inclusivamente, force a tomar decisões e a começar ou a continuar a agir.
Nesta linha, assumimos a nossa responsabilidade e queremos que este esforço não seja inútil, pois, pensamos que os estudos, os congressos, os fóruns, as reuniões e todos os contributos a este nível podem ser benéficos para ajudar a melhorar a situação na Raaia. O pior que poderia acontecer é que ninguém tivesse em conta, nem se falasse nada desta zona e dos seus problemas".
Amigos, entendem agora a importância das reuniões, congressos, fóruns, associações, blogues, jornais e outras coisas tais? Seá que os nossos responsáveis políticos conhecem este estudo? Não lhes fazia mal se o lessem.
O grupo canta as Janeiras na Rua das Eiras. Cantar as Janeiras é uma tradição muito antiga que tem lugar em muitas das aldeias da nossa região. É um costume que vai passando de geração em geração, assim como as cantigas associadas a esta tradição. Em Malcata, a tradição anda um pouco ao sabor das vontades de alguns, que se juntam com diversos instrumentos musicais como a concertina, os ferrinhos, a pandeireta, a viola, o bombo e que percorrem as ruas da aldeia, a cantar as janeiras à porta das casas habitadas. Ali ficam a cantar e a convidar o dono da casa a vir dar-lhes as janeiras. E que janeiras vão receber? É sempre uma surpresa, que só se sabe quando a porta é aberta e o dono da casa oferece alguma coisa, que pode ser filhoses, chouriças, morcelas, pão, queijo e vinho novo. Ora tudo o que for oferecido durante a caminhada pela aldeia, vai servir para fazer uma borga, com a participação de todos. Ora digam lá se tem gente contagiante?
Adro da igreja de Malcata - Então, compadre, donde vens a esta hora?! - Donde hei-de vir?! Da igreja! Então estamos na Quaresma…e fui cumprir o meu dever, estou a preparar-me para a festa da Páscoa. - Ui ui, mas ainda falta tantos dias, ainda tens tempo para pensares nessas coisas. - Pois, tens razão, compadre, mas eu gosto de fazer as coisas com tempo e sem pressas! - Olha quem anda numa roda-viva e sem paranças, são os políticos. Eles podem dizer o que quiserem, mas o que eles dizem eu nem perco tempo! Somos todos iguais e todos querem o mesmo, tachos, poleiro é onde querem estar, nem que para o conseguir, se apresentem no domingo à missa. - Esses já eu conheço. De católicos têm pouco, são uns fingidos. - Assim estamos, compadre. E se quer que lhe diga, estou-me marimbando para o circo que montaram. A minha missa é outra! - Compadre, mas que diferente está agora o mundo! Até a Quaresma mudou e hoje riem de quem faz jejum. O senhor prior bem se farta de dizer para nos prepara
Malcata está com a paisagem alterada. Estas torres eólicas das fotografias fazem parte do parque eólica que a Suzlon está a construir. Quase todas, ou até mesmo todas, estão colocadas em terrenos do concelho de Penamacor. Alguns desses terrenos embora façam parte do concelho de Penamacor, os seus proprietários são de Malcata. O que não podemos ignorar é a alteração da paisagem que rodeia a aldeia de Malcata, freguesia do concelho de Sabugal, sendo vizinhos da aldeia do Meimão que já pertence ao concelho de Penamacor. Ou seja, o que separa os dois concelhos são os marcos e os caminhos existentes por esses montes fora ao redor da aldeia. A ENERGIA EÓLICA É UM NEGÓCIO. UM BOM NEGÓCIO APETECÍVEL E LUCRATIVO PARA QUEM? Os contratos para a cedência dos terrenos envolvem montantes elevados pela cedência de áreas destinadas à implantação de parques eólicos. E alguns municípios, veêm nestes parques o modo de priveligiar uma certa área do concelho em prejuizo dos lugares que a compõe, muitas vez
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