ESCREVO ESTA CARTA PARA VÓS


    Esta minha incapacidade de estar calado pode ter criado alguma animosidade em relação à minha pessoa. E isso eu tenho a certeza e também tenho a certeza de que tenho a liberdade de dizer tudo. Também sei estar calado e guardar segredos. Quando diz respeito à comunidade, ao povo, eu digo sempre tudo e não preciso que me digam para o fazer. Olhem, já que tenho a fama de dizer mal de tudo, fico com a fama e o que desejo é que o povo ganhe alguma coisa com as minhas maluquices. 

   Esta minha forma de pensar e dizer porque penso, seja através da internet ou numa conversa de rua, é porque não sou pessoa de olhar para as consequências ou do resultado daquilo que digo ou escrevo. Não me censuro a mim próprio, portanto não vou censurar os outros. Isto tem um preço alto? Sim, é claro que tem, estou disposto a pagar pela minha liberdade de pensamento.
    
   Eu, como bem sabem, não abdico de defender as minhas ideias, até que me provem que estou errado. Acho que é importante a crítica, o elogio e o reconhecimento do que se faz e do que não se faz. Muito mais do que ficar calado e e dizer amém a tudo, mesmo que não se concorde. E ter pontos de vista diferentes é muito natural e acontece em muitas situações das nossas vidas. Até quando discutimos “bola” e depois de assistirmos a um jogo de futebol, temos pontos de vista diferentes sobre o mesmo jogador, o mesmo treinador e árbitro.
   E se há quem não goste das minhas críticas, ao longo destes anos aprendi e faço questão de o fazer, é assinar os textos que escrevo. A liberdade democrática que Abril de 74 nos trouxe continua a ser uma das maiores conquistas alcançadas e ao meu dispor para defender o que acho estar correcto, apontar o que está errado, sem ter medo das consequências
   
   E como malcatenho, o que o assumo com tudo o que isso significa, não me vou cansar de defender as minhas ideias. Em Malcata temos que procurar ser sensíveis e corajosos para corrigir os erros do passado e pensar (planear) um pouco (ou muito) antes de tomar decisões definitivas, porque é possível fazer melhor. É claro que as coisas são feitas com boa vontade, mas a nossa freguesia é do povo, não é só minha, não é só tua, pertence a todos. Esta aldeia tem história e tem tanta coisa bonita, que bem aproveitada e cuidada pode ser um verdadeiro paraíso.
                                                                           
                                                                                                                                                                José Nunes Martins

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