QUERO VOLTAR PARA MALCATA
E num abrir e piscar de olhos estamos a terminar mais uma semana deste 2022. Leio e ouço todos os dias notícias sobre o que se vai passando no mundo e no meu país. Fazem-me falta notícias animadoras, a começar por aqueles acontecimentos que vivem os malcatenhos.
Mas quem sou eu para pedir notícias da aldeia? Bem, vão perdoar a minha curiosidade sobre a vida da comunidade malcatenha, espero que compreendam e não fiquem aí a cuscar pelos cantos e mesas dos cafés perguntando o que eu ando a tentar saber. Eu sei que a curiosidade por vezes traz maus resultados, que será por isso que se costuma dizer que "a curiosidade matou o gato"! E que notícias vindas da aldeia mais enrolada na sua conchinha eu estou curioso por saber? Têm todos o direito à sua privacidade e eu só devo respeitar a vida particular e familiar dos outros, malcatenhos, timorenses ou chineses. Estejam vossas senhorias descansados e tranquilos, pois não estou minimamente interessado em vos conhecer quando não há nenhum interesse recíproco. Contudo e sabendo todos as dificuldades que estamos a passar por causa da pandemia, tendo muitos de nós os meios e o conhecimento básico no uso das ferramentas mais avançadas de comunicação, mesmo vivendo distanciados uns dos outros, aqueles que como eu, vivem longe da aldeia onde nasceram e que transportam nos corações, quando se gosta não desejamos esquecer e daí esta necessidade de saber o que se vai passando aí por Malcata. Mas são tão poucas e raras as notícias das gentes e sobre a nossa terra que me deixam tristonho e pensativo. Porque não gostam de falar sobre a aldeia, as suas riquezas, as suas gentes, os seus heróis, os projectos programados para mais adiante, as histórias do nosso passado...tanto que existe, sem termos que vasculhar a vida íntima de cada habitante, mas que sempre nos podem dar alegrias, matar algumas saudades e enterrar até algumas incompreensões.
Uma das minhas maluqueiras quando comecei esta página foi a possibilidade de entusiasmar, de chamar e alertar, de partilhar ideias e esperar que alguém as pudesse concretizar um dia. Ando com uma interrogação na cabeça há algum tempo e em certos momentos transporto-me num veículo imaginário e em segundos dou comigo nas ruas da nossa aldeia e a pensar e a conversar com os meus botões. que bom é ver crianças a brincar na rua, que alegria ouvir as "carvoeiras" vindas da concertina tão bem tocada pelo Carlos, pelo Fernando e mais acima, a caminho da serra, parar para ouvir o Rui e o Zé a ensaiar para o espectáculo logo à noitinha...e tantas coisas boas encontro por essas calçadas.
Agora que há quase tudo, mesmo assim com quase tudo, ainda falta o essencial, o mais importante de cultivar, o amor.
Vou continuar à espera do envio de notícias da minha aldeia.
Continuação de um ano bom.
José Nunes Martins
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