AS ÁRVORES DO MEU DESCONTENTAMENTO

 


   E definitivamente, a autarquia de Malcata não se dá bem com as árvores!   Depois do corte das árvores no jardim da sede da Junta de Freguesia, uma ao lado das escadas e o pinheiro manso,
 seguiu-se o salgueiro-chorão à entrada da ponte nova e por causa de uma queda de um raio,
 abateram o majestoso mostajeiro ao lado da rua da Moita. De todas as árvores referidas
 e que foram cortadas o pinho manso mereceu resposta da autarquia, a um pedido de esclare-
cimento que enviei. Quanto aos outros casos, falei sobre eles e foram ignorados por todo o mundo malcatenho.
   Infelizmente, há outras entidades e cidadãos que parece também não se darem bem com as
árvores idosas, centenárias, como são os castanheiros.
    As árvores  são seres vivos, não são apenas árvores que o homem um dia plantou na terra. São óptimas para dar sombra e frutos e quando alcançam a idade de velhas, em caso de obras nos
espaços à sua volta, o mais fácil de fazer é amputar a árvore e cota-se um ou dois ramos ou todos
até que alguma ordem seja dada para parar de cortar.
   Durante a vida normal estas criaturas vegetais crescem e abrem os braços com toda a liberdade.
Na época da queda da folha os homens só se preocupam com a recolha das folhas e nada mais.
 Só que as árvores, como seres com vida e enquanto a seiva circular pela sua estrutura, não param
de crescer e depois, algumas invadem espaços que o homem diz ser dono e ai de quem se atreva a
 invadir ou perturbar a vida humana!
   Durante anos e anos, não lhe ligaram, não as vigiaram no seu crescimento natural, cresceram e
 esse foi o único erro, nunca foram ajudadas a ficar adultas. Sabem, eu sou defensor das árvores
 e não faço obras sacrificando as árvores quando ainda têm vida e alguma saúde. Há obras que o Homem pode fazer dispensando o abate de árvores.
   Posso estar errado, mas hoje acredito que o Tempo e as obras me vão dar
razões para esta minha estranha forma de tratar deste problema que é a importância das árvores
 na nossa freguesia.
                                                   
                                                        José Nunes Martins

  

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