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quarta-feira, 17 de novembro de 2021
HOMENAGEAR OS NOSSOS
A todos os que nasceram na nossa freguesia ou que a ela se encontram ligados por vários tipos de afinidade, lanço um desafio. Com certeza que nomes não faltam e o desafio sendo só um, as respostas poderão ser muitas e todas importantes e a ter em conta. Há aquelas pessoas que conhecemos ou ouvimos falar e por elas passou a vida de muitos de nós, desde um quilo de arroz, um litro de petróleo ou de leite, a um cântaro cheio de água fresca, a um registo de nascimento ou até uma cura e a uma simples injecção, que ajudou a salvar vidas. É tempo de pôr a mão na consciência e acabar com o medo de escrever a nossa história verdadeira e lembrar quem nela participou e deixou marcas. É tempo de homenagear os nossos heróis e pessoas com valor na nossa aldeia.
Pergunto eu:
Quem são os malcatenhos merecedores de uma homenagem pública ?
sábado, 13 de novembro de 2021
AS CASTANHAS E OS CANIÇOS
![]() |
Os segredos de assar castanhas |
Os dias de hoje já são diferentes de
antigamente. A época que estamos a viver que envolve a apanha das castanhas é
vivida de forma diferente dos anos 60 ou 70. Nas aldeias onde havia
castanheiros, por esta altura do ano, viviam-se momentos de alegria e festa. Em
Malcata ainda há bons castanheiros que nos fazem recordar outras tradições que
o povo vivia. Mesmo as pessoas que não tivessem castanheiros, não ficavam sem
as castanhas. Depois da apanha das castanhas vinha o tempo do “rebusco”.
Durante esses dias toda a gente tinha o direito de ir apanhar castanhas onde as
houvesse, sem receio de ser repreendida ou acusada de roubo.
Nesta altura do ano juntavam-se aos
grupos de amigos, de vizinhos ou famílias e faziam o magusto, por vezes faziam
a fogueira mesmo no meio da rua ou dos largos da aldeia. Não faltava castanha
assada com caruma e uma copa de jeropiga para ajudar a empurrar.
Mas a castanha nesses tempos de miséria
tinha um importante lugar na alimentação. Então havia que guardar e poupar para
ter castanha durante todo o ano. Durante o tempo frio e neve, nada como pegar
num punhado de castanhas e metê-las num púcaro com água e deixá-las cozer para
comer, para juntar ao caldudo, muitas vezes a refeição mais forte do dia.
E para guardar as castanhas durante
tanto tempo, os meus pais despejavam-nas no caniço que havia por cima da
lareira. Os caniços não era mais do que um estrado de varas direitas e
suspensas horizontalmente, mantendo-se afastadas entre elas, mais ou menos um
centímetro, a distância suficiente para não deixar furar as castanhas e elas
caíssem no chão da cozinha ou em cima da cabeça de alguém. O caniço enchia-se
com as castanhas e ali permaneciam a receber o calor do lume até ficarem secas
e rijas. Dali iam para um cesto de vergas, o meu pai calçava os tamancos e
entrava para dentro do cesto baloiçando o corpo e os pés até a casca sair. O
par de tamancos eram especiais e estavam preparados para executar a tarefa de
descascar a castanha, que por estar seca e dura, os cravos que preenchiam toda
a sola do tamanco, por muito aço que tinham, apenas retiravam a casca às
castanhas. Após o tempo da dança dos tamancos, a minha mãe chegava com uma saca
de pano para a encher e guardar num lugar seco lá de casa até que um dia
chegasse a oportunidade de fazer um daqueles caldudos.
As pessoas da minha idade,
provavelmente como acontece a mim, também se recordam destas coisas de
antigamente. Será que ainda existem caniços na aldeia?
Vivemos num mundo cheio de inovações e
de tecnologias. Tenho orgulho das minhas
origens e para mim, escrever estas memórias que eu vivi, são uma singela
homenagem a toda essa gente boa da nossa aldeia, que mesmo não entendendo de
computadores e telemóveis, nem andam pelas redes sociais, têm segredos e
saberes que os ajudaram a viver. Saibamos nós encontrar formas de guardar todas
estas memórias e sabedoria dos nossos avós e pais. Dar maior atenção e
importância ao espólio e às tradições mais antigas, para que as gerações
presentes e futuras nunca esqueçam as suas raízes, é o mínimo que podemos
fazer.
Nota: Dia 13 de Novembro vai ter lugar o Magusto 2021, na Associação Cultural e Desportiva de
Malcata. Os meus desejos são de que seja uma tarde de festa e são convívio.
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
COMPARTES DOS BALDIOS DE MALCATA DELEGAM CONSELHO DIRECTIVO NA JUNTA DE FREGUESIA
ASSEMBLEIA DE COMPARTES
DOS BALDIOS
DA FREGUESIA DE MALCATA
Delegou poderes de gestão na Junta de Freguesia
Freguesia de Malcata |
A Junta de Freguesia de Malcata assumiu os destinos dos baldios da freguesia. Este ano, foram convocadas duas Assembleias de Compartes, a fim de tudo ficar devidamente delegado. Com o início de mais quatro anos de mandato, a actual junta de freguesia iniciou um ciclo novo como gestor dos baldios da freguesia. Como não estive presente nas assembleias anunciadas, supõe-se que as coisas correram como o descrito nas convocatórias. E como não foi divulgada qualquer informação da forma como decorreram as duas assembleias de compartes, creio que a presidência do Conselho Directivo estará sob a responsabilidade do senhor presidente da Junta de Freguesia. Nada a que o povo já não esteja acostumado, pois já antes o Conselho Directivo dos Baldios era dirigida pela junta de Freguesia.
Agora o importante é trabalhar com os olhos focados no futuro, nomeadamente na concretização da instalação da exploração pecuária que está a ser construída em terrenos baldios. O grande objectivo será fiscalizar esse arrojado projecto das “cabras da serra”, criando assim condições à Assembleia dos Compartes para gerar riqueza e desenvolver a economia local. O facto de se ter convocado uma assembleia de compartes destinada exclusivamente para a delegação da gestão na Junta de Freguesia, é um claro sinal que foi dado no que respeita aos procedimentos normais e legais que havia a fazer. Neste momento o projecto das cabras é uma prioridade e acredito que tudo será feito para dar certo e ser um instrumento apropriado para desenvolver a economia local. Já agora, deixo aqui um pedido de esclarecimento por parte da Assembleia de Compartes: qual o tempo de duração da delegação de competência na Junta de Freguesia como responsável do Conselho Directivo dos Baldios da Freguesia de Malcata?
Obrigado.
José Nunes Martins
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
CASTANHAS QUENTES E BOAS
CASTANHAS
QUEM QUER QUENTES E BOAS?
A castanha já teve mais importância na
alimentação de muitas famílias de Malcata. Noutras épocas, a nossa terra
orgulhava-se dos castanheiros e da qualidade da castanha. Eram árvores adultas,
de tronco bem grande e uma copa que ia até aos 30 metros de altura. O castanheiro,
sempre foi e continua a ser, uma espécie de árvore que dadas as suas
características e o seu desenvolvimento, não é espécie de árvore para o jardim
de casa, mas que muitas pessoas não se importariam de ter perto. A sua copa frondosa
nos dias de calor fascina qualquer amante da sombra.
No Outono, as folhas amarelecem e os
ouriços mudam dos tons verdes para acastanhados. São os sinais da aproximação
da apanha da castanha longal, judia, negral, martainha ou avelã, conforme a
variedade que a árvore produz.
Eu gosto de castanha assada. Mas há
pessoas que gostam mais de castanha cozida, seca ou pilada, na sopa ou em
caldudo, num assado de carne com batata assada e castanha, ou seja, é um
alimento muito versátil na cozinha.
A castanha assada pede um
acompanhamento de jeropiga, água-pé ou vinho do Porto. Dizem que se digere
melhor!
Lembro aqueles magustos que se faziam
na escola primária e também pelas ruas da aldeia. Com a caruma e as castanhas
no meio, deitava-se o lume e esperava-se que assassem as castanhas. Eram tardes alegres e a criançada brincava ao
redor da fogueira e entre duas ou três castanhas assadas, molhava-se a
garganta, enfarruscava-se o amigo, o avô ou o pai...uma enfarruscadela não
fazia mal e não podia faltar!
Eu cresci a ver castanheiros por todos
os sítios da aldeia. Hoje a paisagem é diferente e esses velhos castanheiros
desaparecem e como já são velhos, há que deitá-los abaixo. Esquecemo-nos com
muita facilidade os tempos em que davam muitas e boas castanhas. E elas, as castanhas, são hoje apreciadas
como sempre foram. É um fruto que faz bem ao nosso organismo, tem é que se
consumir com moderação.
Boas lembranças...
Quem quer quentes e boas?
Quentes e boas!
José Nunes Martins
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
QUANDO A LUZ SE VAI, CHEGA A ESCURIDÃO
A IMPORTÂNCIA DA LUZ
O Nicho da Senhora dos Caminhos está
a pouco mais de um quilómetro da povoação. Por ali passa muita gente de dia e
também de noite, esteja o tempo como estiver. Desde 2004, que foi o ano da
inauguração daquele novo lugar, tornou-se num espaço ajardinado, algumas
árvores dão sombra aos bancos e o chafariz até lá se enquadra e quando a sede
aperta é só abrir a torneira. Durante a luz do dia é um lugar tranquilo e calmo
e há pessoas que vão até lá para descansar, ler, rezar...ouvir e ver aquelas
andorinhas que se apaixonaram pela ponte e ali vivem.
Acontece que, durante o dia, quem por
ali passa de automóvel ou a pé, reconhece a beleza daquele espaço e gosta do
que lá está. Quando vem o entardecer vai-se a luz e chega a noite e tudo parece
que se esfuma, com toda a serenidade quem ali está fica envolto juntamente com
a noite. Ora se é de noite, o normal é ficar escuro à nossa volta! É o mais
natural que acontece em qualquer lugar deste mundo, a não ser, e lá vem a
excepção, haja luz que ilumine o lugar e o caminho.
Quer isto dizer que aquele espaço fica
escondido durante a noite e também dificulta a passagem dos que, a caminhar,
por ali passam. E sendo um sítio de ida e passagem, as pessoas que têm o
saudável hábito de fazer uma caminhada ao fim da tarde, assim que vai a luz e
chega a noite, ou ligam o botão da lanterna e continuam a ver por onde caminham,
ou então continuam mais devagar, colocando pé ante pé, até passar a Senhora dos
Caminhos às escuras.
Eu sei que alguns de vós estais a
murmurar, mas também sei que outras pessoas pensaram na necessidade de alumiar
aquele lugar e a Senhora dos Caminhos.
A coisa até nem parece que seja assim
tão dispendiosa e se todos pensarmos um pouco, com certeza que encontraremos
outras razões, também elas importantes, para que se ilumine aquele lugar
durante as noites de Verão e de Inverno.
Josnumar
(José Nunes Martins)
(Fotos de Maria Lourenço, in internet )Antigo Nicho da Senhora dos Caminhos, Malcata
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
MALCATA: APESAR DE HAVER FIBRA ÓPTICA, A PÁGINA DA JUNTA DE FREGUESIA DE MALCATA ESTÁ OFF LINE, OU QUASE ! ATÉ QUANDO?
Uma página que pouco se alterou e em 2021 continua
com défice de informação e de aproximação ao cidadão.
PRECISAMOS DE UMA AUTARQUIA MAIS ON
É habitual que
os malcatenhos pouco ligam à gestão da junta de freguesia e muito menos ao que
faz ou manda fazer a Câmara Municipal. E pior ainda é que não há quem se
preocupe ou pelo menos, tenha a curiosidade, de seguir mais de perto aquilo que
a junta faz. Ainda há dias, decorreu no dia 11 de Outubro a instalação dos
novos elementos da junta e da Assembleia de Freguesia. Bem, sendo praticamente
as mesmas pessoas que já estavam, ainda menos interesse despertou. Eu,
infelizmente, não me foi possível estar presente nessa cerimónia que tem importância
para os malcatenhos, ou devia ter. Como passado uma semana não encontrei
notícias acerca da dita cerimónia, perguntei, através da internet, o que se
tinha lá passado. E não é que a resposta foi dada pouco depois, na página
oficial da Freguesia de Malcata, que existe numa das redes sociais?! Agradeço
desde já a informação disponibilizada, não só para mim, mas para todos os
leitores e malcatenhos que quiserem saber.
Para mim há mais a exigir a esta junta
de freguesia. É que a página https://www.freguesiamalcata.pt/
continua muito desactualizada e ainda lá consta a anterior Junta de Freguesia.
E custa abrir esta página e ler “informação em breve”, as Notícias ainda são as
de Setembro de 2019, pasmem-se! Malcata, naturalmente, não é isto e
promessas como esta de
“Bem-vindo à página oficial da Freguesia de
Malcata. Com novos conteúdos, mais rica em informação, mais
atualizada” ; ou esta mensagem:
“ queremos que esta seja uma ferramenta
útil aos habitantes de Malcata mas também um cartão de visita e uma plataforma
de promoção da nossa região”!!!
Mas o que é isto? Qual é o problema de inserir
informação actualizada, que seja importante para o cidadão, que incentive o
cidadão a interagir com as novas formas de comunicação e no conforto da sua
casa, escritório situe-se ele na Guarda, Coimbra, Lisboa ou em Paris? Não
consigo compreender o desinteresse pelas novas ferramentas de comunicação. Fico
a pensar por que raio publicam o anúncio de uma corrida ou uma Feira e anúncios
em nome das produtoras de cinema e matérias mais importantes que a Junta de
Freguesia deve divulgar e disponibilizar, simplesmente nada de nada. Quem
quiser andar informado, dirija-se naqueles dias de atendimento ao público, caso
contrário, só com carta registada e cumpra-se a lei. A democracia e o poder
local já não funciona assim! Em Malcata talvez nem se interessem, mas não lembrem-se
que o cidadão também usufrui de direitos. E não bastam aquele tipo de
justificações, do género, a junta que lá está é a mesma dos últimos quatro
anos, já sabem como é e quando estão abertos. Não, não é resposta que se dê ao
cidadão.
Pergunto eu: vão ou não empenhar-se na
actualização e utilização da página oficial que a Junta de Freguesia abriu na
internet?
Há anos que protesto contra este marasmo. Dois exemplos:
https://aldeiademalcata.blogspot.com/2019/08/afinal-para-que-serve-internet-em.html
( José Nunes Martins )
domingo, 24 de outubro de 2021
OS ESPAÇOS PÚBLICOS NA ALDEIA DE MALCATA
MAIS LIMPEZA É PRECISA
A Praça do
Rossio, que é composta pelo Rossio e Largo da Torrinha, é a “sala de visitas”
da nossa freguesia, espaço de que muitos nos orgulhamos.
Pena é que nem sempre o aspecto do
espaço se apresenta nas melhores condições. Já é tempo de olharmos com mais
cuidado e atenção e por exemplo, já era tempo de se retirarem definitivamente
os contentores metálicos onde se deposita o lixo doméstico e outros objectos de
maior dimensão ali encostados à parede ou ao próprio contentor. Muitas vezes o chão
do Rossio está inundado de lixos diversos, a sua maioria empurrada pelos
ventos. Também o abrigo da paragem dos transportes públicos se apresenta muitas
vezes num abrigo de aranhas e outros lixos que o vento e as pessoas para ali
empurram.
É deveras desolador, pelo menos para
os que apreciam a nossa aldeia, o aspecto que nos oferece esta praça, pela
falta de limpeza e aprimoramento. Impõe-se que os habitantes da nossa aldeia, exijam
da autarquia e de cada cidadão, um pouco mais de brio e que aquele amor à
freguesia os leve a verificar que o desleixo e o abandono dos espaços públicos
em nada contribuem para o bom nome da terra.
Exige-se o bom nome da aldeia e dos
espaços públicos.
José Nunes Martins
Este foi o cenário que encontrei no interior da paragem das camionetas que está na Praça do Rossio ( Torrinha ). Perante aquilo que se observa, lá se arranjam formas de afixar informação oficial da autarquia sem perturbar quem ali faz de lar!
Nota: Caso alguma pessoa se sinta ofendida ou que esta "achega" é dirigida para ela
ou qualquer outra, é pura coincidência, pois limitei-me a fotografar e a escrever
sobre o que observei e que é necessário dar uma solução melhor. Se isso acontecer, ganha a freguesia e ganham os residentes na nossa aldeia e agrada a quem nos vem visitar e deseja ter vontade de repetir.
Josnumar
( José Nunes Martins)
sábado, 23 de outubro de 2021
MALCATA: MEMÓRIAS COMUNITÁRIAS
MEMÓRIAS quem as não tem?
Em que canto da aldeia se escondem? Andamos
tão consumidos com a pandemia e à espreita, para ver se vimos passar o vírus,
que esquecemos o nosso passado. O que fica para lembrar depois? Para recordar
depois? O que vai ficar para os mais novos assimilarem as raízes e a identidade
malcatenha? O pouco que resta é a memória dos mais idosos. Até quando? É
urgente ouvir e gravar as memórias das pessoas que ainda vivem e avançar com o
tal projecto da Sala das Memórias. Se não fizermos nada, se continuarmos a
fazer de conta, vamos mesmo perder muitas das memórias da nossa comunidade. É
muito triste perder a história, perder o caminho de onde viemos. Se isso
acontecer, se esquecermos de onde viemos, como vamos saber para onde vamos?
Este é um, entre outros assuntos com importância para a comunidade malcatenha, que aqui vou querer partilhar convosco.
A Memória Colectiva da comunidade de Malcata é algo mais abrangente que as ferramentas de trabalhar a terra ou o cântaro de barro. É através das memórias colectivas que os descendentes de malcatenhos podemos criar a nossa identidade comum. E como cada povo tem as suas memórias, são elas que alimentam o sentimento de pertença, de partilha e união fortalecendo os laços entre todos. Escrever sobre o passado de Malcata, sobre o presente e perspetivar, na medida do possível, sobre o futuro, porque temos que ser nós, os malcatenhos, a fazer algo que salvaguarde para o futuro de uma forma digna e responsável. E é por isso que continuo a divulgar e a tornar público e acessível a todos os conhecimentos e as informações que possuo ou que me chegue às mãos.
José Nunes Martins
terça-feira, 19 de outubro de 2021
INFORMAR É UM DEVER
Tomada de posse na Assembleia Municipal do Sabugal de João Vítor Nunes Fernandes, representante de Malcata (Foto via facebook on line) |
O que queremos
para a nossa freguesia para os próximos anos?
Nas eleições de há quatro anos ganhou
o PSD/PP, sob a batuta de um pai zeloso que muito trabalhou para o seu filho
vencer. Em 2021, João Vítor candidatou-se novamente ao lugar de representante
da freguesia. Sem adversários pela frente, facilmente conseguiu vencer e com
maioria absoluta, pois não se esperava outro resultado dado o número de
participantes nesta corrida ao trono autárquico.
A tomada de posse dos novos órgãos políticos
e administrativos da nossa freguesia, ocorreu no passado dia 11 de Outubro.
Estamos a 19 de Outubro, oito dias se passaram e ainda não foi disponibilizada
informação respeitante à tomada de posse dos elementos da Junta de Freguesia e os
membros da Assembleia de Freguesia. Provavelmente foi afixado edital a informar
do sucedido e mais nada. Seria maçador e pedir muito que divulgassem informação
sobre a instalação dos dois órgãos da freguesia, através da página da internet,
que a Junta de Freguesia diz ter aberto? Todos sabemos quem ganhou as eleições.
E até podemos imaginar os lugares que cada um irá ocupar, mas não há melhor
informação que a vinda da própria autarquia, pois os malcatenhos que vivemos
afastados da freguesia, é através da internet que vamos estando ligados a essa
terra e a essa gente.
Mesmo sabendo que o PSD/PP ganhou folgadamente
e imagino que a vitória nem teve um sabor divinal, o único que há a fazer é
aceitar os resultados e respeitar a confiança depositada pelos 142 eleitores
que neles voltaram a confiar para governar a freguesia de Malcata.
É assim a vida e agora não adianta lamentar
o sucedido. Fica para a história política de Malcata. A verdade, é que com este
tipo de atitudes e de impasses em não apresentar mais candidatos interessados
na gestão pública da nossa aldeia, não porque os não haja, porque os há e com
competências, ideias e força para o exercício dos cargos, temo que a falta de
valentia e coragem lhes vai custar a perda de alguma credibilidade, aumentando
ainda mais o desinteresse por estas coisas e só contribui para que a abstenção
aumenta ainda mais.
Obviamente para quem não vive permanentemente
na freguesia e a quem apontam a estrada de saída, porque não sou daqui, também
não tenho que me queixar ou criticar o quer que seja, deixa-me triste, muito
triste mesmo. É que, eu sei que eles sabem como eu sei, que nasci em Malcata.
José Nunes Martins
(Josnumar)
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
FREGUESIA DE MALCATA: OPOSIÇÃO PRECISA-SE!
A vitória do PSD/PP na
freguesia de Malcata era mais que esperada porque era a única força política
que se tinha apresentado para a Assembleia de Freguesia. Toda a freguesia sabia
quem ia ganhar, quando assim acontece, não há como mudar o sentido do voto.
Talvez por ser conhecido antecipadamente o vencedor, a campanha eleitoral não
passou de casa em casa, também não foi necessário tocar a reunir o maior número
de eleitores,
não fossem as candidaturas à Câmara Municipal e Assembleia Municipal entrarem
pelas ruas da nossa aldeia em caravana automóvel e teria sido um vazio
eleitoral.
Mais uma vez a história repete-se e a
nossa freguesia devia ser um caso de estudo político, pois nem é preciso fazer
campanha, apresentar um programa de trabalho para quatro anos, basta uma folha
com o nome e fotografia dos candidatos. Bem, é a democracia que se respira na
nossa terra. O vencedor nada fez para vencer, mas perante a ausência de
alternativas, o povo limitou-se a votar no único candidato e que já em 2017
tinha sido atirado à água, cheia de crocodilos, que o fizeram nadar até 2021,
pois não tinha como voltar atrás. Agora ganhou-lhe o gosto e o hábito de marcar
presença nos dias em que a porta da sede da junta abre para atendimento geral,
pode levantar o troféu durante mais quatro épocas, sem adversários que o possam
incomodar.
Foi dado um mal sinal nestas eleições
autárquicas. Algo vai mal na nossa freguesia para que não tenha aparecido mais
candidaturas à Junta de Freguesia. Que estamos a perder muitas pessoas é uma
realidade e contra a morte ninguém vence. Se juntarmos a esta triste realidade,
a juventude desinteressada pela política, os eleitores que só se lembram que o
são, quando um candidato os mobiliza, os que votam porque “sempre assim foi”, “é
o costume” ou contaram com ajuda, a situação é mesmo trágica.
Desta vez, a oposição não apareceu. Eu
pessoalmente, não sei as razões, se foi por demasiadas dificuldades na formação
da lista, se essa dificuldade foi porque os malcatenhos estão satisfeitos com o
trabalho feito de 2017 a 2021 e sentem-se embalados e convencidos que não há
alternativas, pois não sei se tiveram medo das batalhas que teriam que vencer.
A Assembleia de Freguesia foi
empossada no dia 11 de Outubro. Para além do Edital que informava sobre este
acto, não há qualquer informação visível no site da junta de freguesia. Situação
a que já nos habituou durante quatro anos e parece ter continuidade, vamos
continuar sem conhecer as decisões da Assembleia de Freguesia e da Junta de
Freguesia. É que nem a força da lei os consegue obrigar a manter a página na
internet actualizada e com informação útil e disponível ao cidadão.
Quem se vai atrever a contrariar o “chefe”?
Quem se ateve a pedir fiscalização do
trabalho e das decisões?
Lembram-se como foi imposto o cabeça
de lista em 2017?
É necessário alimentar a mente para
não perdermos a memória. A democracia que vivem os residentes em Malcata está a
transformar a nossa sociedade local e estamos a regressar ao tempo das famílias
dominadoras, gente que exerce a sua influência e domínio com o pensamento único
e certo.
A oposição tem agora pela frente
quatro anos de trabalho para reaparecer.
E pode começar por saber a resposta a
estas perguntas:
Qual é a constituição da Assembleia de
Freguesia?
Qual é a composição da Mesa da
Assembleia de Freguesia?
José Nunes Martins
(Josnumar)