MALCATA: MEMÓRIAS COMUNITÁRIAS
MEMÓRIAS quem as não tem?
Em que canto da aldeia se escondem? Andamos
tão consumidos com a pandemia e à espreita, para ver se vimos passar o vírus,
que esquecemos o nosso passado. O que fica para lembrar depois? Para recordar
depois? O que vai ficar para os mais novos assimilarem as raízes e a identidade
malcatenha? O pouco que resta é a memória dos mais idosos. Até quando? É
urgente ouvir e gravar as memórias das pessoas que ainda vivem e avançar com o
tal projecto da Sala das Memórias. Se não fizermos nada, se continuarmos a
fazer de conta, vamos mesmo perder muitas das memórias da nossa comunidade. É
muito triste perder a história, perder o caminho de onde viemos. Se isso
acontecer, se esquecermos de onde viemos, como vamos saber para onde vamos?
Este é um, entre outros assuntos com importância para a comunidade malcatenha, que aqui vou querer partilhar convosco.
A Memória Colectiva da comunidade de Malcata é algo mais abrangente que as ferramentas de trabalhar a terra ou o cântaro de barro. É através das memórias colectivas que os descendentes de malcatenhos podemos criar a nossa identidade comum. E como cada povo tem as suas memórias, são elas que alimentam o sentimento de pertença, de partilha e união fortalecendo os laços entre todos. Escrever sobre o passado de Malcata, sobre o presente e perspetivar, na medida do possível, sobre o futuro, porque temos que ser nós, os malcatenhos, a fazer algo que salvaguarde para o futuro de uma forma digna e responsável. E é por isso que continuo a divulgar e a tornar público e acessível a todos os conhecimentos e as informações que possuo ou que me chegue às mãos.
José Nunes Martins
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