ABRE O OLHO, ZÉ!
Os políticos passaram a gritar durante todo o dia "Viva a República". Houve comemorações por todo o lado e muitas Câmaras Municipais elaboraram programas para que o povo participasse nos festejos. A maioria dos portugueses ficaram em casa e duvido até que tenham estado a assistir às comemorações pela televisão. Nalguns sítios foram mais os figurantes do que gente a ver, Com a situação política, económica e social que estamos a viver, o povo desliga-se cada vez mais destas festas e destes circos.
"Sacrifícios para "todos" foi o título da crónica escrita pelo escritor/jornalista sabugalense Manuel António Pina, publicada no Jornal de Notícias de ontem ( 5-10-2010 ). No dia de festa, alguns não se distrairam e ajudam-nos a compreender algumas das nossas incompreensões. Ora leiam esta crónica e ficarão a saber como se pode ganhar muito dinheiro.
Manuel António Pina também lê outros jornais, para além do JN. E leu, pensou e escreveu para nós lermos e muitos mais ficarmos a saber:
"O"i" fez as contas e concluiu que o esforço de mil milhões de euros - sem contar com as reduções de benefícios fiscais - exigido pelo aumento de impostos anunciado por Sócrates será equitativamente dividido: os consumidores suportarão 93% e os bancos... 7%.
Só que os bancos acham 7% muito. Faria de Oliveira, presidente da CGD, já avisou que "é evidente" que os bancos repercutirão nos clientes os custos da nova taxa sobre o sector financeiro (se esta alguma vez vier, claro, a consumar-se). E, como seria de esperar, lá sairão os 7% igualmente do bolso dos consumidores.
O comentário a mais ingénuo, ou mais bem humorado, ao "aviso" de Faria de Oliveira foi decerto o do presidente da SEFIN que apelou à banca (cuja ganância e falta de escrúpulos está, como se sabe, na origem da crise) para que se preocupe com o interesse nacional, não se furtando a ajudar o Estado que, antes, nela enterrou em ajudas milhões dos contribuintes (no caso português, os 4,5 mil milhões metidos no BPP e BPN chegariam agora para, sem aumento de impostos, baixar o défice de 7,3% para 4,6%).
Ora a ajuda dos bancos ao Estado funciona assim: financiam-se no BCE, que está impedido de emprestar directamente aos Estados, a taxas de 1% e, depois, emprestam esse mesmo dinheiro ao Estado (só até Julho foram 12,9 mil milhões de euros) a 3% e 6%. Com amigos destes a ajudar, para que precisa o interesse nacional de inimigos"?
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