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terça-feira, 24 de junho de 2025

AVISO IMPORTANTE AOS RESIDENTES NO CONCELHO DO SABUGAL


    AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO + AVISO +AVISO

    

APAL-SIM – Águas Públicas em Altitude
(Empresa que agora é responsável pelas Redes de Abastecimento de Água ao Concelho do Sabugal)


   Foram detetadas tentativas de fraude por parte de indivíduos que se fazem passar por colaboradores dos APAL-SIM – Água Públicas em Altitude  serviços para agendar falsas colheitas de água em residências.


 APAL-SIM – Água Públicas em Altitude, INFORMAM QUE:
 " não agendam visitas sem aviso prévio pelos canais oficiais (telefone oficial, email institucional ou carta);
- Nenhum colaborador está autorizado a entrar nas residências sem identificação visível e motivo justificado;
   Avisam-se as pessoas para :
Ter cuidado com qualquer contacto suspeito e em caso de dúvida, não forneça qualquer informação e contacte de imediato 271 232 740 ou email geral@apal-sim.pt.

   QUEM AVISA...AMIGO É !

Saber mais aqui:


https://apal-sim.pt/


sexta-feira, 20 de junho de 2025

RUAS, BECOS E TRAVESSAS DESCONHECIDAS

 


   O que é uma placa toponímica?
   É uma placa que indica o nome de lugares públicos, como ruas, becos, travessas, parques, praças, entre outros. É, portanto, uma peça importante para orientação destes lugares para quem passa a pé ou de outro meio de transporte.
            (Foto de exemplo)
   Na nossa freguesia já é comum vermos este tipo de sinais e recentemente a Junta de Freguesia procedeu à substituição das velhas placas por outras novas. Durante muitos anos em Malcata este tipo de sinalização tem sido negligenciada e ignorada pelas várias Juntas de Freguesia. E se alguém pensa que está um trabalho bem pensado e executado,
não está a ser verdadeiro. Isto de trocar uma placa por outra, com a mesma informação, todos nós estamos de acordo. Podemos não gostar do formato da placa, da sua matéria e cor, do seu tamanho ou até da sua afixação. Isto até se pode considerar de menos importante e como cada cabeça sua sentença…aceita-se opiniões variadas. Agora, o que está mal pensado e executado é mudar a placa e mudar o texto, o nome que a placa velha sinalizava, ou pior, afixar novas placas com topónimos novos, desconhecidos e/ou sem que anteriormente se tenham acautelado, respeitado, discutido e aprovado esses novos nomes. E aqui está-se perante a violação das leis relativas às autarquias locais. Em todos os concelhos de Portugal, pelo menos a lei a isso obriga, existe um Regulamento Municipal da Toponímia.    E o concelho do Sabugal tem esse dito regulamento aprovado e
pode ser consultado aqui:
https://www.cm-sabugal.pt/wp-content/uploads/regulamento-municipal-reg_urbanizacao_e_edificacao_concelho_sabugal.pdf .
   Aconselho a todos os malcatenhos uma leitura deste documento. Depois, talvez compreendam melhor o que está a acontecer na nossa freguesia.
   A afixação e manutenção das placas com o nome das ruas e afins, é responsabilidade da Junta de Freguesia. Mas isso não lhes dá poder e direito de acrescentar ou mudar o mapa toponímico da freguesia. Nos dias que estive na aldeia não vi qualquer informação pública sobre este assunto, nem existe qualquer informação nas páginas da internet sob responsabilidade do executivo da nossa freguesia. Todos sabem que as mudanças de nomes das ruas podem trazer problemas sérios às pessoas, que, coitadas, não podem ser depois responsabilizadas pelo que de mal possa acontecer.
   Estas pequenas coisas merecem ser feitas com critérios e respeitando as pessoas, as leis e a história dos lugares. O cidadão comum pode até não conhecer as regras, mas a uma autarquia exige-se que conheça e execute em conformidade.
   Este assunto é importante, por isso voltarei a ele.

  









   Exemplos de topónimos novos e desconhecidos os procedimentos para se terem afixado estes e não outros! Há explicações por fazer!

quinta-feira, 19 de junho de 2025

SÃO JOÃO NA CIDADE DO SABUGAL

 

                                                                     Obrigado a todos, todos todos.
                                                                           (Foto da internet)

      À medida que a cidade é transformada pelo homem que dá as ordens para executar as obras, sentimos que esquecem as tradições e o passado. E as Festas Populares, que também fazem parte da vida da cidade, não se reduzem à notoriedade dos grupos de bandas musicais ao tamanho do recinto onde tudo se desenrola. Ou seja, as Festas da Cidade do Sabugal estão cada vez mais animadas, mais promovidas fora do concelho e até já chegou aos espanhóis do outro lado da fronteira. Tudo está bonito e eu próprio vi o trabalho dos homens que, numa tarde escaldante de domingo, espalhavam passadas de areia sobre a terra e cobriam com “relvite” verde. É preciso muito amor à “camisola” e dedicação aos Santos Populares para alguém trabalhar naquelas condições. Esta foi a imagem que eu guardo das festas e do tão anunciado investimento do município que só acontece porque quem comanda os destinos do território sabugalense se esforça, pensa e planeia para outros executarem conforme manda quem pode.

   Se ao “investimento” deste ano, juntarmos os outros “investimentos” como o do Largo da Fonte, o que fizeram na Rua Cinco de Outubro, da Praia das Devesas, a Via pedonal (!!) lá para cima, o que podemos dizer é isto: vestimos a cidade e mandamos as pessoas festejar fora das suas muralhas. A festa passou para as mãos de quem se acha dono de todo o reino, quem tem vida na urbe antiga que apanhe o comboio da modernização…
   Umas Festas da Cidade tão compactadas e de costas voltadas para o passado, por mais dias que lhe acrescentem e nomes sonantes paguem para nela participar, por mais palavras bonitas de transformação da temática das festas populares, nem sequer aos calcanhares dos Açores e da Madeira nós chegamos. Até as cidades de Lisboa, Porto, Braga…perceberam que as Festas da Cidade são para ser feitas por toda a cidade! E chamar investimentos no concelho, é afirmar e querer convencer o eleitor que aprenderam a investir na promoção do território organizando as Festas da Cidade, que são 4 a 5 dias pagos a preço de ouro, sem controlo e sem contabilizar o retorno. Isso já não é importante, o povo vai de barriga cheia e alegre, nem se importa de onde veio e para onde vai. Nos arquipélagos gasta-se dinheiro na promoção do território, da sua história, gastronomia, paisagem, festas, investem criando nos visitantes a necessidade de ir conhecer e ficar uns dias a dormir, a passear, a comer, a apanhar flores ou sol ou saborear um cozido especial…sim é retorno financeiro que fica graças também às festas
espalhadas por todo o território.
   A Festa da Cidade do Sabugal – São João 2025 já começou. Os sabugalenses que vivem no concelho são os primeiros a desejar festejar. Também são eles que diariamente sentem as necessidades de que precisam e são eles que mandam nas suas próprias vidas e terras. Vivemos em democracia e estamos conversados. Isto não vai para lá do desabafo de quem também se sente sabugalense mesmo não residindo junto de vós.
   Viva o Sabugal e todos os que vão por bem.

Abertura das Festas da Cidade Sabugal 2025
(Foto da internet)


  

segunda-feira, 9 de junho de 2025

MALCATA: CONHECER A HISTÓRIA

 


      MALCATA  FOI NOTÍCIA HÁ 57 ANOS!



1- “Vai bastante adiantada a construção do nicho de Nossa Senhora dos Caminhos”
   A iniciativa veio das professoras D. Maria do Carmo Corrais, D. Isabel Borges Alexandrino. Um mês depois, a 7 de Julho do mesmo ano, foi solenemente inaugurado.

   Generosidade do sr. Joaquim Vieira, construtor e que desde 1964 vive na aldeia, oferecendo a direcção e a mão de obra do nicho e anexos.
  
   in Amigo do Sabugal, ano 7, nº23 de 09-06-1968


   O primeiro nicho construído na nossa freguesia era uma obra simples e ao mesmo tempo, rara de encontrar igual. E a sua primeira localização, à saída da aldeia e junto à estrada antiga, a uns 20 metros da ponte velha foi inaugurado em 1968.
   De acordo com o jornal “Amigo do Sabugal”, de Junho de 1968, que pode ser consultado na Biblioteca do Sabugal, a sua construção foi uma iniciativa das no âmbito professoras primárias, que com o apoio e o espírito da Mocidade Portuguesa propagandeava uma campanha nacional para construir nichos dedicados à Nossa Senhora dos Caminhos. Ainda, de acordo com o “Amigo do Sabugal”, a inauguração solene aconteceu a 7 de Julho de 1968.
   E a história vai continuar…estejam atentos! Houve muita colaboração do povo e algumas histórias após a inauguração...
   

Nicho dedicado a Nª Senhora dos Caminhos
na antiga estrada da aldeia de Malcata. 
  

Fotos de Maria Lourenço )

A ALDEIA JÁ FOI ASSIM


 

Escola Primária da aldeia encerrada!

   Nasci numa aldeia e lá passei toda a minha infância. Andei pelas ruas a brincar e a respirar os aromas campestres. Na casa dos meus pais aprendi o que era trabalhar a terra, a importância dos animais, como o burro e as vacas, as cabras, coelhos, galinhas e porcos. Foi na Escola Primária que havia na aldeia que aprendi a ler e a escrever. Depois do exame da 4ª Classe, para continuar a poder estudar, tive de sair e fui parar bem longe. Nas férias, voltava à aldeia porque ali viviam os meus pais, a minha família e os meus amigos de infância. Que bem me fazia aquele regresso!
   A aldeia era pequena e tinha sempre saudades e vontade de estar uns dias naquele paraíso, com pessoas a ir e a vir, uns carregavam coisas e outros carregavam os carros de vacas e os burros com tudo e mais alguma coisa, até acharem que estava com a carga completa. A aldeia tinha vida de dia e de noite. Começava a fervilhar ao nascer do sol e sossegava ao fim da noite. Moravam muitas pessoas e pareciam felizes, mesmo com pouco, não havia muita coisa, portanto, não fazia falta nenhuma, logo chegariam dias melhores e vida mais desafogada era bem-vinda.
   Hoje, ainda há gente à espera que algo de diferente aconteça!




                                                       NOUTROS TEMPOS...



A ponte era uma passagem
Igreja de São Barnabé

sexta-feira, 30 de maio de 2025

BEM VINDOS A MALCATA

 

Rio Côa



   Ainda não passou muito tempo em que muitos dos nossos avós e pais eram analfabetos. Mesmo depois de haver escola em Malcata, havia muitas crianças que não frequentavam a escola e viveram a sua vida até ao último dia, sem saber ler e escrever.
   Isto justifica ainda hoje o estado cultural e económico do nosso povo. A subordinação dos mais fracos pelos mais fortes, poderosos e que sabiam ler e escrever, que ao longo do tempo construíram barreiras invisíveis, mas permanentes. 
   Alguns destes erros foram corrigidos outros não tiveram remédio e também permaneceram durante muitos anos.
   A aldeia de Malcata tinha uma única estrada para entrar e para sair. O rio Côa era mais uma barreira e não unia os de cá com os de lá. As pontes não existiam, só os pontões e poldras. Nenhuma destas ligações permitia a circulação de automóveis ou mesmo carros puxados por uma junta de vacas. Quando os lavradores se afoitavam a atravessar o rio para a outra margem, faziam-no nos sítios de menor caudal de água e
com maior segurança nas épocas de maior calor.
    E o povo de Malcata aguentou o isolamento, uma única estrada e uma única ponte que unia as duas margens da ribeira que passava pelas terras do Bradará, em direcção ao Rio Côa. Foi assim que a nossa aldeia saiu do beco em que estava, porque as saídas que havia para Quadrazais e Meimão, eram caminhos de passagem para as terras de cultivo e só iam até certo ponto, seguindo depois pelos carreiros que os animais de carga serpenteavam até chegar às duas povoações vizinhas de Malcata.
   A abertura da estrada florestal, conhecida também pelo nome de Caminho Rural, que liga Malcata ao Meimão e a Quadrazais, acabou com o beco sem saída. Duas novas saídas que resolveriam as dificuldades (na opinião geral), o isolamento, a vinda de pessoas de outras terras, mais negócios e mais entreajuda, não passou de uma miragem.
   Os tempos estão a mudar e agora quem não for de Malcata e desejar casar com uma moça malcatenha, está livre de pagar o dote de outros tempos. Não há fronteiras, nem portas fechadas com trancas e qualquer pessoa que, venha a Malcata, se vier por bem,
venha ela e mais cinco dos seus amigos.


Caminho Rural para Quadrazais

terça-feira, 27 de maio de 2025

A PISCINA DE MALCATA

 

No princípio foi assim em Malcata
                                                                         

   O caso que vos trago aqui é o que diz respeito à praia fluvial. Sim, e bem, a Junta de Freguesia teve a ideia de construir uma praia fluvial. Então porque se deixou a ideia de “praia fluvial” e ser Zona de Lazer? O que falhou? A piscina flutuante foi saudada por toda a gente e até 2019 era a estrela da “praia fluvial de Malcata”.
Deve ter acontecido coisa muito gravosa para desde a pandemia não regressar às águas da albufeira. Aconteceu o que aconteceu e daquilo que eu conheço, ou seja as pessoas da aldeia, lamentam, e com razão, já que a piscina foi abandonada à sua sorte, como as imagens mostram. Ora o que se passa é que, de uma forma resumida aquilo não se trata de uma praia fluvial, mas sim de uma Zona de Lazer, porque o Plano de Ordenamento da Albufeira do Sabugal não permite estruturas sobre as águas naquela área próxima da ponte porque é uma área de protecção
às estruturas e à segurança das pessoas.
   Infelizmente, os habitantes da nossa aldeia não se interessam e delegam todas as decisões e discussões na Junta de Freguesia. Há muitos anos que esta regra está estabelecida na freguesia e ninguém parece preocupar-se, nem sequer se manifestam publicamente do seu descontentamento sobre a forma de trabalhar dos senhores da Câmara e da Junta. Até hoje, todas as minhas análises e todos os alertas que lancei, não deram em nada e não mudou para melhor. E sendo um espaço maravilhoso, que todos elogiam, tudo podia ser diferente com a construção do tão falado e já prometido paredão. Com essa obra feita com responsabilidade,
Malcata passava a desfrutar de um lago com água permanente, as estruturas de segurança da barragem ficariam fora desse lago, logo desapareceriam as restrições e a piscina flutuante podia ser instalada de novo.
   Termino com a publicação de uma das promessas que foi feita publicamente aos malcatenhos em 2021. Leiam devagar e tirem as conclusões.

Promessa de Vítor Proença em 2021


quarta-feira, 14 de maio de 2025

MALCATA: A PROCISSÃO VAI NO ADRO

                                                               Igreja Paroquial e adro em Malcata
 

   A requalificação do adro penso que é pacífica para a maioria das pessoas de qualquer aldeia. E no caso do nosso adro da igreja paroquial, vai ficar mais amplo, mais desafogado e mais aberto e coloca a nossa igreja mais em harmonia com o espaço envolvente.  Para que isso seja assim, os familiares que eram os donos legítimos da casa que vai ser demolida, por muitas saudades e nostalgias possam ainda sentir, merecem um agradecimento e consideração de todos.
   Quando foi apresentada a ideia da requalificação do adro, todos os que participavam na reunião concordaram e apoiaram a iniciativa. A intenção e as ideias para as obras que ali irão decorrer, devem ser coordenadas por pessoas credíveis e com experiência na área de planeamento e arquitectura. Um dos elementos que vai fazer parte das obras é uma escultura alusiva aos carvoeiros de Malcata. Esse elemento tanto pode ser uma estátua, como até um painel exposto e integrado num suporte, por exemplo, na parede da casa que vai ali
continuar a existir e que tem entrada pela Rua da Ladeirinha. Assim se pode transformar o adro valorizando o património da freguesia. Como sabem, o adro noutros tempos era o palco das festas, da arrematação de bens para as pagar, era lugar de encontro e conversas. Hoje é um espaço vazio, confinado e sem grandes vistas para o horizonte. Tal como no passado, acreditamos que depois das obras,
voltaremos a ter ali um espaço de encontro, de conversas, de manifestações culturais.
   O adro para além do seu símbolo religioso que representa, ao ter melhores acessibilidades das pessoas à igreja, à Casa Mortuária e sanitários, vai também servir de homenagem aos carvoeiros, uma das actividades que tanta dinâmica e importância trouxeram à freguesia.
    O primeiro passo já foi feito com a compra da casa que vai ser demolida. O local já mereceu a visita de uma arquitecta credenciada e bem-conceituada neste género de obras. Depois de reunir com a AMCF e a Fábrica da Igreja, estando presentes todos os membros, incluindo o sr. Padre Eduardo, mesmo debaixo da chuva, fomos visitar o lugar e recolheu informações e imagens, que mais tarde a ajudarão na elaboração do projecto. Falta só dizer o nome da arquitecta que, achamos ser uma boa escolha: Andreia Garcia Rodrigues.

terça-feira, 13 de maio de 2025

MALCATA É O REFLEXO DE SI MESMA


  

   Não basta chegar a presidente, a secretário ou tesoureiro da junta de freguesia ou ser membro da assembleia de freguesia. E não basta ir às sessões da Assembleia de Freguesia. Há que fazer mais do que marcar a presença física nas reuniões. É preciso estar motivados para resolver os problemas da nossa comunidade. E entre os vários problemas que hoje enfrentam os cidadãos é a falta de informação nas redes da internet. Não há forma de ignorar a sociedade em que vivemos. Hoje, a internet é o veículo que tem capacidade de levar as boas e as más notícias às comunidades. A ausência das Juntas de Freguesia na internet deve ser motivo de protesto dos cidadãos da freguesia. As instituições políticas e administrativas públicas, como são as autarquias, são mais importantes e mais fortes que as acções dos que exercem os lugares do Poder Local Administrativo, nomeadamente as Juntas de Freguesia.
   A confiança e a transparência são essenciais para garantir que todos se sintam bem representados e informados. Uma Junta de Freguesia é essencial para a construção de uma sociedade democrática, livre e deve construir pontes que aproximem os cidadãos. E nas freguesias como Malcata, a Junta de Freguesia continua a ser uma instituição respeitada por todos. Da mesma forma, quem nela trabalha, está ao serviço dos cidadãos. Na minha opinião, um dos melhores exemplos de confiança na Junta de Freguesia é confiar nas pessoas que se voluntariaram para servir a comunidade. E nunca deve ser banalizada e devia ser
uma preocupação constante manter os caminhos e as pontes ao serviço da democracia participativa.
   A verdade é que em Malcata, e mais precisamente nos últimos mandatos, o que acontece é que se ignora o papel da informação, o valor da transparência e banaliza-se tudo ou quase tudo aquilo que não nasça no berço do poder. Facilmente esquecemos o papel da Junta de Freguesia e até parece que não existem caminhos e pontes que nos permitem viver em liberdade.
   O povo merece ser respeitado e quem governa esse povo tem de se dar ao respeito. Como cidadão e malcatenho não posso aceitar tanta falta de comunicação e informação de interesse geral para quem vive na freguesia e quem vive mais distante. Os valores alcançados com o 25 de Abril de 1974 têm de ser valorizados e praticados todos os dias. 

   Quando é que Malcata tem motivos para sorrir?
   Quando é que em Malcata vamos ter uma Junta de Freguesia empreendedora, sonhadora e cortês, transparente, a governar com empatia e elevação?
                                               
                                                     José Nunes Martins

sábado, 3 de maio de 2025

O GRANDE APAGÃO

                             


   A vida das pessoas está dependente de muitas interligações e comunicações. Todos gostamos de ver o chão que calcamos, seja de dia ou de noite, num quarto de hotel ou na sala lá de casa.
O que aconteceu, no passado dia 28 de Abril, foi que a luz eléctrica falhou e todo o país ficou em choque, sem electricidade, tudo foi falhando c desmoronando com se fosse um castelo de cartas. Fui à rua saber as razões de não podermos acabar de estufar a carne que eu já havia provado e que ainda precisava de mais cozedura até ficar no ponto rebuçado.
   Portugal estava sem energia eléctrica, quem a tinha é porque estava ligado a um gerador ou carro eléctrico com 100% de carga nas baterias. Os corredores de casa e o WC entrávamos devagarinho aos apalpões até sentir que já nos orientávamos. Os vizinhos, coitados, um casal jovem, que vinha com as sacas cheias de compras do supermercado, olharam para as portas
dos dois elevadores e viram o sinal vermelho, ambos avariados e ali parados no rés do chão. E agora? Perguntaram um ao outro. Sem elevadores, há que ganhar vontade e força para chegar ao 5º Esquerdo Frente. Não tinham outra alternativa e iniciaram a subida sem mais comentários.
    Há muito que não vivia coisa igual, mas se a máquina do tempo pudesse voltar aos anos de 1968, 1969. 1970, em muitas aldeias deste nosso país, que hoje tanto se orgulha das energias verdes, seja produzidas pela velocidade dos ventos e o calor dos raios solares, apagões eléctricos, eram tantos que não têm conta e nem sequer ficaram registados. No Inverno, o frio, a chuva, a neve e o vento forte ou um trovão mais forte, era suficiente para apagar as lâmpadas e nada do que estivesse ligado às tomadas funcionava. Como nesse tempo não havia telemóveis, não havia internet, o povo da aldeia aguardava que a luz voltasse. Estes apagões não eram assim tão assustadores como o do 28 de Abril. As lâmpadas não acendiam e durante o tempo que demorasse a chegar a luz, as pessoas descansavam, sentavam-se ao lume e faziam caraba uns aos outros, iam continuar o trabalho no chão e no pior dos cenários, ao fim do dia quando chegassem a casa, quem sabe a luz já tinha voltado. Os constrangimentos causados pela falha da luz aceitavam-se como normais e até compreendiam que quando estavam os emigrantes na aldeia, o consumo aumentava logo e sobrecarregava a linha que não aguentava, queimava os fusíveis da cabine, a única que distribuía a luz para toda a aldeia.
   Até nestas coisas, nas falhas de luz, quem vive ou viveu numa aldeia do interior do nosso país, foi achando normal isso acontecer.
   Se a luz faltava, a vida na aldeia continuava e tudo ficava igual, só não acendiam as lâmpadas. Muitos nem deram conta que houve um grande apagão, trabalharam como noutro dia qualquer.