A noite de
24 está a poucas horas de acontecer. Vou fazer mais uma viagem na máquina do
tempo e contar-vos como se vivia a época natalícia na nossa aldeia,
quando eu era criança.
As minhas filhas não faziam ideia que
era assim e não acreditavam, que as prendas eram mais simples, não havia
telemóveis, jogos ou computadores como hoje o Pai Natal traz às crianças. As
prendas, eram deixadas no sapatinho que as crianças deixavam junto à chaminé e
havia que deitar cedo para acontecer a magia e o Menino Jesus descesse pela
chaminé com as prendas. No Natal, para além das prendas, dois ou três dias antes, os rapazes juntavam-se e iam à procura da madeira para a fogueira de Natal. Procuravam os troncos dos castanheiros velhos, que juntamente com outra lenha como o carvalho e as giestas, a fogueira dificilmente se apaga e fica toda a noite em brasas. A madeira era carregada nos carros de vacas e transportada até ao adro da igreja. Só na noite de 24 é que lhe deitavam fogo, e dava para aquecer o Menino Jesus deitado num berço de palhinhas. A fogueira é uma tradição muito antiga e ainda hoje é feita e só arde na noite da consoada, horas antes da missa do galo. No final da missa, as pessoas juntavam-se à volta da grande fogueira e todos entoavam as tradicionais cantigas de Natal, acompanhadas com os tocadores de concertina.
Com o avançar
da noite, os rapazes aproveitavam para assar e comer umas chouriças e pão que
as pessoas tinham oferecido durante a tarde, como forma de agradecer o trabalho que tiveram e manter viva a tradição da fogueira de Natal.
As noites de Dezembro são sempre frias e
depois de barriga satisfeita, a alegria continuava pelas ruas da aldeia. Os
rapazes, acompanhados dos tocadores de concertina, percorriam as ruas da nossa
aldeia a cantar e a desejar as boas festas.
Para saber mais:
https://aldeiademalcata.blogspot.com/2018/12/malcata-fogueira-de-natal-esta-perder.html

Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentário: