Nos meus silêncios
continuo a ouvir a sua voz, as suas mãos que tantas vezes me ajudaram a
levantar do chão, lavaram a cara e me acariciaram o coração. Nos seus últimos
dias, eu vi-a a perder as forças que sempre mostrou ter durante a vida. Mulher
com fé e com doçura no olhar e na forma como via o mundo, carinhosa com todos e
sempre confiante em cada manhã. Nunca deixou de ser a pessoa que era e nunca
escondeu de onde veio. Lembro-me das pequenas coisas que me faziam sentir um
filho amado, falava com simplicidade com todos, fazia o bem ao próximo e nunca
esperava nada em troca. Amava sem precisar de olhar para a cor da pele ou raça,
queria só fazer o bem e aquecer o coração das pessoas.
Lembro-me da fé que professava, a
bondade e a doçura, o interesse em trabalhar, respeitava a lei do descanso e ia
muitas vezes à igreja para rezar.
Que eu saiba honrar os seus ensinamentos
e ser bondoso como ela foi. É a forma que melhor me dá certezas de o seu
espírito me estar a acompanhar.
João

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