HOMENAGEM A UM HOMEM VISIONÁRIO
Nome: Carlos Alberto Marques Pereira
Em Malcata sempre ouvi dizer bem deste Homem.
https://capeiaarraiana.pt/2024/06/02/recordando-o-padre-carlos-alberto-pereira/
Nome: Carlos Alberto Marques Pereira
Deixemo-nos de Eventos Festivos, de saltar
de festa em festa, de feira e de mercadinhos dos santos, do natal, da páscoa,
do emigrante…porque para promoção das oportunidades de desenvolvimento
sustentável, basta a música da concertina e pessoas a dançar e a cantar.
Têm o recente exemplo do Presépio
Natural que de tanto se falar em “promover o nosso concelho e os seus produtos
e empresas”, desde que a promoção se iniciou, nada se alterou e muitos milhões
se gastaram e estão ainda por saber o montante total. Podem até vir dizer que
têm o apoio dos fundos europeus, da CCDR-Centro, do Turismo do Centro ou da
Câmara Municipal. Nada muda. É muito dinheiro a gastar só no mês de Dezembro! Promoção, só se for ao rei do Sabugal e
arredores. Nem o Emanuel tem a varinha mágica para acontecer magia, sabe sim, pois está
plasmado no número de ajustes directos que estes anos vem assinando com os
municípios portugueses, a que o município do Sabugal se juntou este ano, contrato cujas condições são impostas pela empresa AM-Produção, do próprio cantor. O “papão” da promoção, foi traído pelo nevoeiro, que
impediu a captação do Menino Jesus, do Castelo, do Largo da Fonte, da Rua Cinco de Outubro, das pontes do Côa, dos gastrónomos e artesãos. Não
se promoveu o concelho, não se promoveram os empresários da restauração, do
turismo, nem sequer os artesãos e a gastronomia, pasme-se, nem um Quinas em forna de pastel.
Tudo foi bonito e alegre, muitas palmas, espantados por estar tão perto da Luciana e do Emanuel, do Filipe e do Francisco, cantaram e dançaram sem parar, nunca deixando de vestir mais uma peça de roupa, tão baixa estava a temperatura ambiente.
Não vi ontem, tinha outros assuntos a tratar. Hoje visitei as redes sociais e nada me espantou, nem aquelas caras a sorrir e sem dar a entender porque estão ali, nos palcos.
Daqui lanço um desafio: comentários em forma de ideias e propostas para promover o Concelho do Sabugal através de iniciativas culturais "endógenas" com a participação dos nossos homens e mulheres, jovens e seniores, originais e sem cópias repetidas por todo o país, tipo chapa 5, como agora é moda.
E termino com uma questão: quem visitou o Presépio Natural, reparou nas mudanças e nas mensagens introduzidas pela nossa Beatriz? Têm sentido, mais do que muitos pensam!
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Reunião "OnLine" da direcção da AMCF com João Víctor, Presidente da Junta de Freguesia de Malcata e Víctor Fernandes, Presidente do Lar de Malcata |
MALCATA NÃO QUER O QUE SORTELHA VAI TER !
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Exploração pecuária em Malcata |
A notícia está nos jornais de hoje. Na Guarda, uma fábrica de pellets está encerrada ao fim de um ano dela ter sido inaugurada! Os seus donos receberam sete milhões de euros vindos da EU, para a
construção da fábrica, que apenas esteve a funcionar durante um ano e agora está
indiciada de fraude, havendo suspeitas de terem recebido todo esse dinheiro indevida-
mente. O projecto foi apresentado como a maior fábrica de pellets do nosso país,
cuja produção iria ser exportada. As máquinas começaram a trabalhar em 2022 e
um ano depois pararam, mandando para o desemprego mais de trinta pessoas que lá
trabalhavam.
Este caso traz-me à minha memória um
projecto bem perto da nossa aldeia, bem lá no alto da serra, com bons acessos,
mas sem qualquer placa que nos diga o caminho até lá. É classificado como sendo
de interesse municipal, tendo já recebido a aprovação, em reunião de Câmara, um
apoio no valor de 100.000,00€, a juntar aos milhares já disponibilizados pela
União Europeia. A primeira fase do projecto, ao que parece, já está terminada.
Os edifícios de apoio foram construídos, estão lá vazios e de portas fechadas, o
que é indicador de lá dentro apenas existe espaço para ocupar com maquinaria e
animais.
Já estão ali investidos uns milhares
de euros. A Junta de Freguesia é a entidade
responsável pela obra e chamou a si, em Julho de 2019, quando foi anunciado a
aprovação do projecto, toda a atenção e assumiu em público, a vontade de
avançar e acompanhar a introdução do rebanho de cabras nos baldios da
freguesia, tendo para isso convocado a assembleia de freguesia para aprovação
da empreitada e sua administração, um passo dado depois da autorização dada
pela Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia.
Estamos nos últimos dias de 2024 e há
muito tempo que não há qualquer notícia pública sobre tão importante projecto,
tão importante e que tantas potencialidades económicas dizem ter. A freguesia
de Malcata aguarda, com grande esperança, as boas notícias. Eu, como
malcatenho, não querendo ser mandatado por ninguém e nem por nenhuma
instituição, mas apenas no meu próprio nome, quero saber o que se está a passar
com o “rebanho das cabras”
nos baldios da minha aldeia. É impossível que a Junta de Freguesia não tenha
informações a revelar. E se houver resposta a esta minha inquietação, que seja
conhecida de todos os meus conterrâneos, mesmo aqueles que vivem longe.
A realidade que o presépio
Uma cidade deve permitir que os que nela vivem e os que a
visitam, tenham acesso a serviços públicos que uma Vila não oferece. As
instalações sanitárias públicas, particularmente em zonas de espaços como é o
Largo da Fonte, onde as pessoas passam mais tempo e, muitas vezes com crianças,
sem esquecer os grandes eventos com afluência de multidões. Desde 2021 que o Largo
da Fonte não possui instalações de casas de banho dignas. Toda a gente sente a
dificuldade em encontrar instalações sanitárias públicas naquela zona da
cidade. A solução encontrada pela Câmara Municipal não tem as condições
exigidas e o acesso não é para todos os cidadãos.
É urgente que a Câmara Municipal do
Sabugal instale no Largo da Fonte instalações sanitárias públicas, com todas as
condições de funcionamento e acesso para todos os cidadãos.
Os políticos de hoje andam mais ocupados com eventos populares e com marcar presença em todos eles, porque já estão com o pensamento no futuro, que está longe de ser a construção necessária. Eles sabem que o povo aguenta até às últimas e quando não houver mais papel higiénico nos cafés, encontrarão escuridão numa qualquer esquina.
Presidente do Município do Sabugal discursa
As ruas da minha
aldeia continuam tristes nesta época de festa. Vem aí mais um Natal e o presépio.
Lembro-me de em criança ir aos musgos e paus velhos cobertos de uma espécie de
musgo e uma ida ao pinhal procurar o pinheirinho mais perfeito de todos, com
ramos verdes e bem composto.
Actualmente o Natal é mais plástico
que imita o que antes era natural. Já são muito poucos que ainda se juntam e de
cesta na mão, vão aos musgos para depois fazer o presépio, com aquelas figuras
de barro, pontes, casas, moinhos…um mundo de faz de conta em barro.
O Natal é um delírio comercial e
político vestido de carneiro manso e mãos largas. Desde Outubro que andam a
enviar para publicação as compras que vão fazendo para fazer a festa de Natal.
Como são poucos, falta quem ligue as luzes de Natal, monte todo o circo, pense
e dê vida às ideias dos colaboradores incumbidos de montar todo o evento
natalício.
Como nesta época do ano os dias têm
menos luz solar, a noite chega mais cedo e é muito bonito andar pelas ruas com
tantas luzinhas a piscar. A entrada da nossa aldeia está toda iluminada, com a
Senhora dos Caminhos em destaque, não precisava de tantas luzes, porque as
árvores estão iluminadas e o recinto deixou de estar às escuras como sempre
está no resto do ano. Aqui há a luz que não existe
nas ruas da aldeia que, por falta de não sei de quê, não mereceram ficar
enfeitadas, por razões que desconheço e alguém sabe porque enfeitam a entrada
da aldeia, a Torre do Relógio e a Sede da autarquia. A magia das luzes de Natal
nas ruas deixam as pessoas mais alegres, mais convidativas a sair de casa.
Noutros tempos, para iluminar as
igrejas, acendiam-se velas, enquanto cá fora, a escuridão escondia os rostos de
quem por necessidade caminhava nas ruas. Com a chegada da luz eléctrica, tudo
mudou, mas depois destes anos todos, talvez uns 52 anos, as ruas da aldeia
continuam às escuras no Natal. Vivem e encolhem os ombros, aceitando e não
resmungando, não perguntando, pensam que se a aldeia está às escuras, é porque
ninguém as iluminou!
A aldeia é a que os seus habitantes desejam
que seja, é onde as pessoas vivem com o que têm. Há que ganhar coragem de encarar a realidade
e questionarem-se uns aos outros se alguma coisa podem fazer para mudar, mesmo
que seja cada casa ficar iluminada durante este mês de Dezembro.
O futuro será este? |
Alguns amigos já me disseram para acabar com o blog “Malcata.Net”.
Peço-lhes que tenham paciência e que compreendam as razões por que continuo a
escrever. A teimosia anda de mão dada comigo desde 2006, ano em que abri a
janela do blog. Não me sinto obrigado a escrever todos os dias e essa minha
postura ajuda a manter aberta a janela. Mesmo sabendo que os leitores são menos
do que eu gostaria, fico sempre feliz quando consulto as estatísticas e alegra-me
saber que tenho leitores espalhados pelos quatro cantos do planeta Terra.
Talvez seja um dos elos dessas pessoas ao nosso pequeno mundo de Malcata. Só
isso já é motivo para continuar a escrever. E nestes 18 anos que leva de vida,
o Malcata.Net (aldeiademalcata.blogspot.com) tem havido sempre temas
interessantes a reflectir. Não tem sido fácil escrever sobre política,
sobretudo sobre a política local, autárquica. A maleita não se cura e seja quem
estiver a ocupar o poder local,
as atitudes, os procedimentos não se alteram, portanto, os resultados são
sempre iguais.
E então o que fazer? Desistir ou continuar a bater no molhado? O povo lá diz
que a água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!” Só que ficar à espera…cansa.
E com a minha idade, sou incapaz de imitar alguns presidentes que nem pernas
têm para aguentar uma campanha eleitoral. Sem qualquer filiação partidária, sou
um cidadão comum e aguardo acontecimentos, anúncios, notícias que me pareçam
dignas de escrever sobre elas, partilhar a minha opinião com os leitores e
alegrar-me quando eles também escrevem o que pensam.
O futuro próximo é amanhã. Começa a
estar frio e cai alguma chuva. Temos de andar com lenço no bolso para limpar as
narinas. Um dia destes os meus amigos malcatenhos
vão ser confrontados com o fim da rua do Canto, que afinal é um beco, sem
saída, pelo que estão a ir contra a parede. E para as eleições ainda falta um
ano. Que futuro vai ser para Malcata, enquanto freguesia, se continuarem a ir
pelo mesmo caminho?
Deixemo-nos de ser “virgens ofendidas”
e de dizer que a culpa é dos outros. O grande problema de Malcata é a falta de
pessoas e soluções realistas para os problemas e obras que já deviam estar
resolvidos há muitos anos.
Vou dar dois exemplos: Sala das
Memórias e Rebanho/Queijaria.
Não se desprezam pessoas, animais e
património. Quem vier a apresentar-se e concorrer à junta é bom que não sejam vistos
como os “inimigos”, “os incendiários”, “os que dividem” ou “os que vão estragar
tudo”. Não façam isso.
Quem esteve e quem está alguma coisa
fizeram, umas coisas bem mas também cometeram erros, como por exemplo, a
piscina flutuante ou o corte do chorão à entrada da ponte.
Sabemos hoje que em Malcata é possível
fazer melhor, bem melhor que até agora. Então o presente mandato, têm a
liberdade de fazer o que quiserem, pois são os únicos na junta e na assembleia.
Enquanto em Malcata continuarem à
espera que as coisas melhorem por milagre de Santo Barnabé, ou porque alguém de
fora ou alguma associação fora dos tentáculos da câmara e da junta, vai fazer
aquilo que vos compete como cidadãos, como residentes e eleitores, como tem
acontecido nestes últimos anos, o melhor é tirar o curso de Treinador de
Pulgas, são bichinhos fáceis de treinar.
É por isto e outras situações que vou
continuar a escrever.